Capítulo 14

Eu cheguei no cemitério e ele já estava lá, sentado em uma das lápides com um sorriso nos lábios.

-Oi meu amor! - disse se levantando – Posso saber porque tu escolheu espadas em vez de algo mais rápido?

-A luta fica mais justa assim meu amor.

-Como tu soube da guerra?

-Eu tenho amigos. Ah antes de qualquer coisa, por que?

-Por que o que?

-Por que tu fez isso de novo? Por que tu me traiu?

-É melhor assim.

-VAI TE FUDE! EU JÁ ME CANSEI DESSA HISTÓRIA DE QUE É MELHOR! - disse desferindo alguns golpes, todos o acertaram, mas nem o machucou muito.

-Nem doeu! - ele tentou me atingir, mas não deu certo.

-Hahahahahaha!

-Qual é a graça?

-A graça é que tu não sabe lutar, não sabe ser frio e se desligar. Tu tá lutando com raiva, sem pensar no golpe e sem identificar o meu próximo movimento, tu ataca como uma criança que não sabe manejar a espada e que eu me lembre tu dos é um dos melhores nessa arte! Então me responde Ian, tá com raiva de quem?

-De ti e da tua vida perfeita, tu sempre estraga os meus planos Nora! SEMPRE!

-Quem foi que tentou matar quem primeiro? Que resolveu mudar de lado? Quem me fez fugir e me isolar pra chorar por semanas? Quem me tornou fria e calculista?

-Como assim se isolar por semanas?

-Eu saí de casa depois que tu tentou me matar, chorei por um bom tempo, quando voltei só queria saber de treinar e já não sentia mais nada. Se não fosse pelos meus amigos eu teria ficado assim fria, apática, dura, mas eles me mostraram que mesmo tu tendo resolvido ser como tu é eu não precisa seguir o mesmo caminho, que eu ainda podia viver e foi o que eu fiz.

-Tu fez tudo isso por minha causa? Hahahaha

-Eu fiz porque te amava, mas que sabe? Que se foda o amor! - eu girei o meu corpo e atingi no estomago.

Ele desferiu alguns golpes, uns me atingiram, mas não causaram grandes estragos.

Nenhum de nós estava cansado, a diversão estava só no começo, nós estávamos em posição para atacar até que...

-Tem mais alguém aqui! - eu disse ficando em pé.

-Algum dos teus amigos? - perguntou sério.

-Não, algum dos teus?

-Também não.

-Então quem é?

-Não faço a menor ideia, mas acho que... isso vai ter que ficar pra depois.

-Se isso for coisa tua eu juro que ...

-Eu sei, tu me mata!

-Eu já vou fazer isso! Eu quis dizer é que vou te torturar!

-O mesmo vale pra ti se isso for coisa tua!

-Hahahaha! Vocês se parecem tanto! - eu e o Ian nos olhamos e nos preparamos para atacar – E ao mesmo tempo são tão diferentes.

O idiota que resolveu nos atrapalhar resolveu dar as caras, quando eu o vi não pude acreditar em quem era. Não pode ser ele, não pode!