Você sempre Será

Capítulo 1: Posso dormir com você?


Levantou da cama dobrando os joelhos até que a ponta dos dedos encontraram o tapete. Calçou a pantufa preta e, deixou a mão vagar pelo crepúsculo, reposando-a na cadeira que havia ao lado da cama. Foi até porta a passos lentos, sorrateira, fazendo com que o trinco girasse.

Tudo estava escuro.

Seguiu pelo corredor, mexendo no cabelo rosado que á àquelas horas já estava completamente desarrumado. Coçou os olhos de verde peculiar, esmeralda. Olhava para baixo para ter a certeza que não iria trombar em nada que houvesse a sua frente. Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e, por um instante pensou em voltar.

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Aquilo estava sendo ridículo.

Já era grande o suficiente para querer companhia. A noite trazia a chuva acompanhada de relâmpagos. Como uma criança de outrora abriu a porta, relutante. Fechou os olhos assim que ouviu outro relâmpago. Com certeza estaria cortando o céu negro e mórbido.Lembrou-se das coisas que ouvia quando era menor, “Deus deve estar bravo conosco”. Bem, talvez estivesse. Parou perante a porta e, com um sorriso tímido, bateu.

- otôusan...

Disse esperando uma resposta, mas, ela não veio.

Adentrou no quarto também mergulhado na escuridão. Deixou a porta entre aberta e, devagar se aproximou da cama onde estava o pai. O cabelo preto lhe caia na face alva. Ele estava tão sereno enquanto ela estava tão assustada com um simples trovão. Achou-se uma boba. Alinhou-se ao peito do pai, colocou as mãos em sua cintura e, fechou os olhos.

Ele havia acordado com toda aquela “agitação” em sua cama.

- O que está fazendo aqui, Tenshi? – perguntou acariciando a barriga da filha.

- Senti sua falta, então vim aqui – mentiu.

Pena que ela nunca aprendeu a enganar.

- Mentira, Kori – disse o pai levando uma das mãos ao cabelo rosado – Você não sabe mentir, assim como sua mãe.

Aquele era um assunto desnecessário que não precisava ser iniciado.

- Posso dormir aqui hoje, pai? – perguntou Kori cabisbaixa – Prometo que será só hoje.

- Pode, - respondeu – Agora, durma Kori.

Kori então, pegou uma das mãos do pai e a elevou até a face, beijando-as. Relaxou os músculos e deixou-se levar pelo descanso que o corpo pedia. A mente então, vagou. Vinham lembranças de quando a mãe a pegava pela mãos e dizia, “ Vamos tomar um sorvete, filha?”.

Aqueles tempos faziam falta.

Eram doces.

O sol banhou bondosamente o quarto. Piscou os olhos algumas vezes e tentou bloquear os raios com a coberta.Com a mão tateou o colchão e reparou que o espaço de seu pai estava vazio.“Deve ter saído”. Levantou e pegou o porta retrato que estava na mesinha ao lado.Beijou a foto onde estava sua mãe e, saldou-a. “Bom Dia, mãe”.

Aquilo virara rotina.

O céu agora estava mais limpo e harmonioso. Saiu do quarto a passos arrastados e fui até a sala. As coisas da escola ainda estavam em cima do sofá. Da mesma maneira que havia deixado no dia anterior. Mas, reparou que havia algo embaixo de seu caderno. Jogou-se no sofá e, peou o papel. A letra era do pai sem duvida.

“Kori,

Fui buscar Naruto. Não demoraremos.

Sasuke”