Love Way
Capítulo 4 - Acredite no Horóscopo.
"- Lily, o que pensa que está fazendo? – em meio à tempestade que já se formava, ela ouviu a voz mandona de James dentro de seu carro, uma SUV prateada.
Acho que não estava mais sozinha."
– James? – surpresa, Lily perguntou.
– Sim! Entra no carro, por favor! – Jay ordenou. Apesar de o moreno pedir com a palavra de educação, sua voz era urgente e mandona.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Por que eu entraria? – Lily arqueou a sobrancelha, pegando sua bolsa e a colocando em cima da cabeça.
– Lily, entra! Está chovendo e você está doente.
– Eu acho que posso ir para casa sozinha, James. Obrigado – Lily forçou um sorriso e já ia atravessar a rua em busca de táxi.
– Lílian, é sério. Eu te dou uma carona! – ele gritou. A chuva ficava mais forte e não dava para escutar as pessoas.
Lily hesitou e pensou.
Relutante, ela avançou à porta do carro.
– Pronto. Doeu vir? - James perguntou mais calmo.
– Não, é claro. Só não queria atrapalhar – Lily respondeu olhando para frente e ignorando um pouco o Potter. Estava com um pouco de vergonha por ter sido teimosa demais. Não havia motivos, não é? Ele só queria ajudar.
– Tudo bem – James percebeu o desconforto de Lily. Percebeu que ela estava com um pouco incomodada.
James ligou o carro.
§*§*
– James, sabe, me desculpa por ser teimosa e um pouco... grossa com você. É que eu sou assim mesmo, sabe? – diante do silêncio, Lily proferiu depois de 10 minutos.
James sorriu.
– Não precisa se desculpar. Você não precisava vir se não quisesse. Eu não sou ninguém para te obrigar, não é? – ele deu uma risadinha.
Lily o observou e concordou, vagamente, com a cabeça.
– James, o que aconteceu? – Lily quebrou novamente o silêncio.
James se assustou com a pergunta repentina. Seu primeiro pensamento foi: O que deu nela?
Mas ao olhar sua expressão, Lily estava muito segura.
– Como assim? – perguntou confuso.
– Você está preocupado e também parece indeciso.
James riu mais assustado ainda. Ele estava deixando transparecer?
– Como... por que você chegou a essa conclusão?
– Durante todo o caminho você se manteve calado. Eu achei que fosse por eu ter sido grossa, mas não foi. Até porque eu pedi desculpas e não te atingiu muito, foi besteira. – Lily dizia olhando para a rua à sua frente. Não dava para ver os carros, a não ser os faróis, por conta da grossa chuva que caía e impossibilitava a visão.
– Contudo ainda se manteve impaciente – batucando os dedos no volante. E a linha que está na sua testa não sai. Por isso eu afirmo. – a ruiva finalizou voltando seu olhar ao Potter.
Ele a olhou descrente.
James ia argumentar, mas decidiu não fazer. Ela já tinha notado. Afinal, eles poderiam ser amigos. E amigos dividem segredos, não é?
– Bom, eu posso te contar, mas com uma condição.
– Hm, posso saber qual é?
– Levarei você a um lugar, mas não direi qual – James disse já mudando a rota da casa da ruiva.
– Pode ser – Lily deu de ombros.
– Mas não demoraremos. Não quero que você fique fora de casa por muito tempo. Ainda está doente.
Lily bufou.
– Até você?
§-§-§
Seattle, Washington, EUA.
– Marlene? – Sirius chamava pela namorada.
– Marlene! Cadê você, mulher!
– Eu estou bem aqui – Marlene disse deitada na cama mexendo em seu celular.
– Você é tão bonitinha, não é? Eu gritando pelo apartamento e você aqui, nem me responde. – Sirius disse irônico, tirou a gravata e a jogou ao lado de Lene.
– Sou linda, por isso você está comigo e não com qualquer uma. – Lene disse sem tirar os olhos do telefone.
– Está fazendo o quê? – Six perguntou chegando perto da namorada.
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– Marlene! Eu aqui, seu namorado, acabei de chegar e você nem olha para a minha cara, poxa! – Sirius fingiu estar triste.
– Sirius, quem não conhece que te compre! Eu te conheço tão bem, que sei que isso é frescura sua – Lene disse pegando a garrafa em seu criado mudo e a bebendo com gosto.
– Marlene, o que conversamos sobre o café? O médico não já disse que a cafeína no seu sangue não é ruim? – Sirius olhou feio para a morena.
– Não é café, querido. É coca cola.
– Mudou de hábitos?
– Sim, acho que agora é a coca que me domina. – Lene deu de ombros.
– Ok. Lene, como você está? – inseguro, Sirius perguntou.
Marlene franziu o cenho e parou seu joguinho. Dando, pela primeira vez, atenção ao namorado.
– Eu estou ótima. E o que você tem para me dizer, Black? – Marlene perguntou desconfiada.
– Er... eu vou dizer. Vou dizer, calma. – Sirius dizia mais para si mesmo.
– Anda logo, Black!
– O QUÊ?!
– Marlene, calma, amor!
– Calma nada, Black. Como você faz isso? Não poderia ser só você? – Marlene aproximava-se ameaçadora em direção a Sirius.
– Marlene, você é minha namorada, sabe. E eu preciso ir. É pela minha promoção! Não seja escandalosa, McKinnon.
– Sirius, eu não me acho no direito de para o casamento da baleia azul do seu chefe! Eu nem gosto dele, nem você!
– Marlene, eu preciso ir. A questão não é querer, é precisar. Entenda, amor.
– Vai você sozinho, então. Problema resolvido.
– Marlene, por que você não quer ir? Tudo bem que é o casamento dele e tal, mas você gosta de ir às festas.
– Eu olhei meu horóscopo...
– Lene, de novo? – Sirius interrompeu a namorada.
– Black, calado! Então, eu andei olhando, e ele disse que não é seria muito bom eu sair essa semana; essa semana é cercada por azar. – Lene fez careta e pegou sua garrafa.
– Marlene, não. A gente vai. Seja adulta, pelo menos uma vez na sua vida. Sirius disse pondo um ponto final da discussão e saindo.
– Olha só quem fala! A criança gigante! – Marlene gritou e bufou.
*~*~*~*~
– Argh! Estou sentindo a presença do azar me perseguindo. – Marlene cochichou inconformada, de braços dados com Sirius. Eles estavam andando no clube onde os noivos casariam.
– Marlene, pára de reclamar um pouco. Nós saímos daqui a pouco. E não tem azar nenhum.
– Claro que tem! Eu o sinto!
– Que nada! Vai, procura alguém para conversar que eu vou falar com colegas de trabalho. – Sirius empurrou Marlene a uma mesa de fotos dos noivos onde tinha uma mulher.
Marlene chegou perto da mulher e sorriu forçado, a raiva explodia por seus poros. Sirius Black seria um arquiteto morto.
Marlene se tornara amiga de Joanne, a mulher da mesa da foto, e conversavam animadamente. Era a única coisa que impedia Marlene de ir atrás de Sirius e buscá-lo para irem embora.
A música começou a tocar e todos se sentaram em suas mesas para assistirem a entrada dos noivos e padrinhos.
Marlene e Joanne ficavam comentando de todos que entravam. Sirius às vezes as olhava e mandava um olhar de censura. Afinal, se a música parasse qualquer um poderia escutar os comentários infames.
Quando os trompetes anunciaram a entrada da noiva, Marlene e Joanne riram um pouco mais alto que o normal. A noiva, na opinião delas, não estava apresentável para o próprio casamento. Algumas pessoas ao lado das duas as olharam. Elas ignoraram.
Enquanto a noiva chegava ao noivo, Joanne sussurrou para Lene:
– Esse vestido feio e com esse corpo ainda. Meu Deus do céu!
Marlene riu e falou de volta:
– Também, parece uma mendiga enrolada em uma cortina! – Marlene falou um tanto mais alto, e foi bem nessa hora que o DJ parou a música e o comentário de Marlene foi ouvido por todo o salão.
Todos os olharam voltaram para a morena que estava branca, o coração estava disparado, as mãos trêmulas e as pernas pareciam gelatina.
Olhares de censura e desgosto a apontavam. Marlene respirou fundo, forçou-se a manter-se ereta, e viva, e tentou não deixar que a coloração escarlate tomasse conta de seu rosto.
Foi inevitável. Foi a primeira vez que Sirius a vira com vergonha! Marlene McKinnon com vergonha! Se alguém dissesse, ele nunca acreditaria, nem quem a conhecesse.
Joanne pigarreou e todos voltaram os olhares para os noivos novamente.
Marlene caiu decepcionada na cadeira. Com certeza, o azar a cercava.
A cerimônia havia acabado e a festa rolava. Na mesa estava Sirius, Marlene e Joanne. Marlene tentava se esquecer do acontecido conversando com a outra, mas cada vez que abria a boca, o coração gelava.
Quando o chefe de Sirius veio cumprimentá-lo, Marlene estava com tanta vergonha que decidiu que iria ao banheiro. Mas ao levantar-se, o sapato prendeu na toalha da mesa e levou tudo ao chão; pelo menos só havia um jarro que parecia muito caro.
Ela arregalou os olhos e abriu a boca em perfeito “O”. Não era possível!
– Lene, vai ao banheiro, eu mando limpar – Joanne, outra vez tentando salvar a amiga, disse e Marlene correu ao banheiro.
Chegou à porta e respirou fundo. Abriu a porta e pronta para entrar no banheiro, não viu o degrau. Passou com o salto grande com tudo. Conclusão: o salto quebrou.
– Merda! Por quê?! –
Lene pegou o celular na bolsa e mandou uma mensagem para Sirius, avisando-o para irem embora e que estaria na porta dos fundos do salão.
Depois, saiu com o resto de dignidade, e com um pouco – pouquíssimo – de sorte que lhe grudava.
Sentada na calçada, Marlene esperava o namorado. Onde ele se metera?
Marlene observava a rua impaciente e foi quando uma menininha passou ao lado da mãe.
Ela chegou perto de Lene e cochichou algo para a mãe, apontando para Lene. A mãe da menina olhou estranho para Lene e passou correndo com a filha.
Lene bufou indignada e colocou a cabeça entre as mãos. Ouviu o barulho de carro e viu Sirius fazendo manobra para sair da festa. Mas ao passar para por Marlene, que já estava em pé – esperando-o, os pneus deslizaram por uma enorme poça de lama, sujando Marlene, que já estava furiosa.
Marlene rezou para manter a calma. Um pouco de dignidade!
Andou a passos firmes para o carro e abriu a porta com força.
– Vai entrar assim no carro, Lene? Senta no banco de trás. – Sirius disse simplesmente.
Marlene arregalou os olhos não acreditando no que tinha ouvido.
Como? Era a pergunta que rondava sua mente.
– Tudo bem. Não preciso do seu carro. – Marlene disse decidida e bateu a porta com força. Ouviu Sirius a chamar enquanto procurava por um táxi, mas não voltou, não daria essa chance.
McKinnon chegou a casa mais cedo que Sirius. Entrou desgastada e frustrada. Respirou cansada e foi tomar banho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Quando estava limpa, foi para a sala ver se a frustração saia de si.
Ouviu a campainha tocar, Sirius havia chegado. Lene havia passado o ferrolho na porta, fazendo com que nem a chave pudesse abrir por fora.
– Marlene! Eu sei que esta aí! Amor, me desculpa, sério! Abre a porta. – Six girava a maçaneta.
Marlene não respondeu, apenas pegou o bilhete que já havia escrito e o mandou por debaixo da porta.
Desligou todas as luzes, foi para o quarto. Trancou a porta, arrumou-se e pegou seus tampões, colocando-os.
Sentiu a fraqueza dominar-lhe e seu único sussurro antes de dormir sem sonhar, foi:
– Lily, onde você está nessa hora? Era agora que você me dizia que estava aqui e me consolava, e eu acreditava que não estava sozinha.
Lene deixou dois filetes de lágrimas saírem de seus olhos castanhos e adormeceu.
Sirius ainda não acreditava, onde iria dormir?
A única coisa que tinha consigo era o bilhete com os dizeres:
Você não irá dormir hoje no meu apartamento. Espero que alguém seja solidário com você e da próxima vez, Black, acredite em mim e no meu horóscopo.
P.S.: Esteja ciente que estou muito furiosa com você. Só não abro a porta por que não tenho uma metralhadora. Passar bem!
–- # --
– Bom, é isso, Lily. Eu estou assim por isso. – James finalizou seu discurso.
Eles estavam em uma cafeteria pequena em um bairro longe da cidade, a cafeteria até que era agradável.
– Hm, você está preocupado com o estado mental da sua esposa, sabe que ela não está grávida, e indeciso se a leva ou não para um psiquiatra. Já falou com a família dela? – Lily perguntou comendo um bolinho.
– Sim. Nós casamos há oito meses. Quando casamos, ela disse estar grávida de dois meses e ainda permanece assim. Nós sabemos que é uma gravidez psicológica. Só não me separo porque sei que sou importante para ela poder se curar.
– Acredita na recuperação dela?
– Sim. E me culpo pelo fato de alimentar essa farsa. Acima de tudo, eu me considero amigo dela, ela acha que a faço feliz, mas sempre está tendo confusão e brigas em casa. Ela sempre põe a culpa em mim.
– E essa última briga foi a gota d’água?
– Sim. Foi.
– Por que mentiu para mim na primeira vez que nos falamos ? – Lily arqueou as sobrancelhas. Achou-se no direito de perguntar a James um fato pessoal, aliás, ele estava contando-lhe tudo, havia uma ligação de laços que estava se formando e se aperfeiçoando diante deles.
– Não menti. Eu realmente gosto da Kate. Acho que estou apaixonado por ela, como antes, como sempre.
Lily balançou a cabeça vagarosamente. Estranhou o “acho” de James, se ele gosta dela, tem de ter certeza.
– E você acha que ela é estéril?
– Sim. A família dela também acha. Se a Kate acha que eu a deixarei por ela ser isso, é claro que não, mas acho que ela não sabe disso. Nós podemos recorrer a tantas outras formas de tentar ter filhos! - James exclamou exaltando-se um pouco.
– Verdade. Existem muitas formas mesmo - Lily bebericou seu café.
Os dois ficaram em silêncio e o assunto parecia ter acabado.
– Lily, acho que somos amigos, não é? – James perguntou incerto.
– Sim, Jay. Acho que somos amigos – Lily sorriu-lhe amável.
– Como amigos fazem, estou aqui para qualquer problema seu. Não hesitarei em ajudar-te. Seja o que for. Eu largaria tudo para ajudá-la – James prometeu pegando as mãos de Lily.
– Eu também, James. Eu estarei aqui para te ajudar em tudo. Não hesitarei.
Lily prometeu e mal sabia que essa sua promessa lhe custaria quase uma vida.
(...)
– Pronto, está entregue – James estacionou o carro na porta da casa.
– Obrigada, James.
– De nada – ele respondeu e Lily saiu do carro.
Caminhando até a porta, Lily parou subitamente ao ouvir James a chamar.
– O que foi, Potter? – ela perguntou brincalhona.
– Como você descobriu tantas coisas sobre mim apenas olhando para detalhes? – curioso, James franziu o cenho.
Lily deu uma risadinha discreta e disse:
– Nunca vai saber. – sorriu sapeca e correu até a porta. A chuva voltava e poderia ficar doente novamente.
James sorriu ao observá-la e puxou seu carro rumo a sua própria casa.
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