Love Way

Capítulo 13 - Visitas.


LILY

Eu estava apreensiva, claro. Eu estava olhando para o teto branco daquela minúscula sala com o doutor Lewis Cameron. Até que ele é um senhor engraçadinho.

Eu estava fazendo os exames para, finalmente, ser a barriga de aluguel de James; tipo, isso parece uma loucura tão grande! Mas em mim não existe a vontade de desistir ou me arrepender, por incrível que pareça.

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– Bem, Lily, você está em ótimas condições de saúde, moça - parabenizou-me o senhor gordinho.

– Er... obrigada - eu disse e saí da maca, indo me sentar na cadeira em frente à mesa do médico. Lewis sorriu e foi pegar uns pápeis, meus exames, e depois veio falar comigo.

– Bom, você já está pronta para ser fecundada... - ele disse e eu me senti meio pensando: "Que termo é esse, doutor?!", mas depois voltei minha atenção a ele: -... E acho, que como seus exames estão ótimos e você também, poderemos fazer o procedimento amanhã - ele sorriu.

Por impulso, perguntei:

– Mas já?

– Se a senhorita quiser, depois de amanhã - ele respondeu.

Eu o olhei e achei que ele estava sendo solidário comigo, dando-me um tempo.

– Olhe, não é que eu esteja com medo, - respondi em defesa: - mas é que é só a questão de adaptação, sabe? Ainda acho meio estranho e tal, mas quero fazer. O quanto antes, melhor. Amanhã mesmo - sorri, confiante. Ou tentando parecer.

– Sim, senhorita. Então amanhã. Pode estar aqui pela manhã?

– Mas James e Kate já colheram o material? - perguntei incerta. Não sabia que termos usar para perguntar aquilo.

– Já, sim. - o médico me respondeu e pediu licença para sair. Balancei a cabeça e ele se foi.

Fazia quatro dias desde o aniversário de Remo. Nesses dias, desde que falei minha decisão para Jay e Kate, James meio que não falava direito comigo. Isso me entristecia, afinal, eu decidi aquilo por nossa amizade, por ele! Ele estava tão mal com tudo aquilo e agora... não sei mais. Porém Kate queria sempre estar por perto de mim, rodeando-me, cercando-me e até agradando-me. Por incrível que pareça. Aos meus olhos, ela não pareceu tão especial como James a descrevia.

– Senhorita Evans, poderá vir pela manhã para finalmente fazermos a fecundação? - doutor Lewis perguntou, voltando a sala sem eu perceber.

– Claro que sim.

– A senhorita sabe que há probabilidade de não ficar grávida, pois são remotas as chances, mas acontece. Amanhã explico para a senhorita como irá ser tudo. - Lewis disse.

– Bem, eu sei, sim. Mas com certeza dará tudo certo. - afirmei.

– Claro. Agora, a senhorita já pode ir. Tenha um bom dia e até amanhã, futura mamãe – despediu-se de mim o doutor.

Fiquei meio nervosa e com medo de como Lewis havia me chamado. Mãe - nunca pensei que aconteceria. Claro que sempre quis ter filhos, mas... eu não seria a mãe. De um modo grosseiro, seria a "casa".

Balancei a cabeça para espantar esse pensamento, mesmo sendo inevitável.

– Er... até, doutor. - eu disse e o médico, acho que doido, saiu da própria sala. Eu ri e o chamei, ele voltou.

– Doutor, será que o senhor poderia não me chamar mais de mamãe? Eu não serei uma - respondi deixando transparecer uma amargura que nem sabia que estava possuía.

Ele se assustou, mas logo tornou a dizer:

– Tudo bem, Lily. - ele sorriu e saiu.

Respirei fundo e peguei minha bolsa, saindo da pequena clínica pessoal do doutor Lewis Cameron. Ele até que era um bom homem. James havia dito que o preferia por já trabalhar e confiar nele.

Minha vida, se tudo desse certo amanhã, iria mudar tudo. E se não, eu ficaria decepcionada e frustrada.


~~*~~*~~*~~~*~*


– Lily! - ouvi a voz de Alice no telefone.

– Oi, Ali.

– Vamos ao shopping hoje? Preciso ir!

– O.k. Agora?

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– Passarei daqui a pouco aqui. Tchau - ela desligou.

Subi para me arrumar.


(...)


– E aí, ruiva, o Potter deu notícias? - Alice perguntou-me enquanto olhava as vitrines.

– Não, acho que ele não quer mais falar comigo. Depois do que eu disse na festa.

– Deixa disso, ele só está confuso e tal. Daqui a pouco vai estar tudo como antes - Alice sorriu para mim e depois virou o rosto de novo para as vitrines.

– É, pode ser.

– E a megera? - Alice indagou. Eu ri da forma como ela chamava Kate.

– Alice, por que chamá-la desse jeito, garota? - ri: - Mas não. Acho que no fim do dia ela irá me ligar. Como sempre! - revirei os olhos. Aquela mania de Kate ficar ligando-me toda noite começava a incomodar.

– Concordo. Parece que é doida. - Alice riu.

– Você que é a ruiva que anda por meus sonhos agora? - ouvi uma voz atrás de mim, e assustei-me, virando para olhá-la.

– Jones! - exclamei ao vê-lo, e sorri sem graça devido a sua saudação.

Alice riu feliz.

– Ah! Então você é o cara da água? - ela perguntou nada discreta. Ela sabia de tudo. Eu já havia dito.

– Acho que sim. Lily por acaso disse que ele é lindo? - David perguntou pomposo. Alice e eu rimos.

– Bem, ela não disse com essas palavras... - Alice ia dizendo quando eu fui bater nela.

– Garota, eu não disse nada, Alice! - eu disse rindo.

– Calma, Lily. Deixe sua amiga viva. - David disse também rindo.

– Não é? Quer me matar. - Ali rebateu fingindo arrumar as roupas.

– De qualquer modo, madames, sou eu sim - Jones riu.

– Eu já sabia, seu metido - Alice brincou e Jones apenas estreitou os olhos em brincadeira junto.

– Pessoas, parem de apelidos! David, como você está? - perguntei puxando assunto.

– Bem, e sei que vocês também.

– Verdade, metido. - Alice disse, olhando de novo para as vitrines. Quando essa criatura pega algum apelido, ninguém tira!

– Bem, madames, vieram ao shopping só para olhar?

– Acho que sim. A Alice só olha, e eu só falo.

– Você quer comprar para a gente, Jones? - Alice perguntou, sem vergonha. Eu a olhei em reprovação. Ela às vezes é tão louca.

– Se vocês deixarem - Jones deu de ombros, despreocupado.

– Ah! Eu quero! Naquela loja! - Alice apontou para uma mais a frente.

Eu olhei assustada para ela e para o Jones. Como é que eles já parecem amigos? E ela está tão folgada! E o Jones não está brincando!

– Vamos lá, então, madames. - ele sorriu, feliz. Por incrível que pareça.

Eu ia protestar quando os dois me detiveram e me deram uma bronca. Eu morri de raiva.

– Pessoas daqui, isso é assustador! - eu disse, por fim, rendendo-me.

– Eu gosto de coisas assustadoras. E eu sou bilionário, queridas. - Jones deu de ombros.

– Está vendo? Tudo certo! - Alice exclamou super feliz e andou, meio saltitando, em direção à loja, deixando para trás eu e David.

– Er... não tenho escolha mesmo, não é? - perguntei olhando-o como último refúgio.

– Não - ele riu de mim.

Bufei.

Quando ia andar mais rápido para acompanhar Alice, Jones pegou em meu braço.

– Ah, e, Lily, fiquei imensamente feliz por vê-la de novo - ele disse e sorriu, não seu sorriso metidinho de seu charme, mas um sorriso singelo. Gentil, sincero.

Sorri da mesma forma.


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– Lily! - David chamou-me na porta.

Vir-me-ei para olhá-lo da porta.

– Ainda vamos nos ver essa semana, hein. Eu vou cobrar, ruiva! - ele disse de dentro do carro.

Eu ri.

– Tudo bem, Jones! É só me ligar! - respondi.

– Tchau - ele fechou os vidros do carro e foi embora.

Entrei dentro de casa e o telefone tocou. Ele simplesmente não parava!

– Alô.

– Lily? - ouvi a voz de Kate.

– Oi, Kate.

– Você saiu, não foi? Liguei a tarde toda.

– Saí, sim. - respondi, cansada. Eu havia passado o dia todo com Alice e David no shopping, comprando coisas e mais coisas que ele insistia em nos dar. Ele era mesmo bilionário, havia dito nos contado um pouco de sua fortuna.

– Bem, mas como foi o exame hoje de manhã?

– Er... Kate, será que dá para eu te contar amanhã? É que eu estou muito cansada mesmo. Passei o dia todo andando e tal - tentei fazê-la entender que precisava de descanso.

– Ah! Tudo bem - sua voz parecia tentar sufocar uma raiva: - Então posso ir te buscar amanhã após a fecundação na clínica para conversarmos?

Pensei nos motivos, mas só veio apenas um, assim, estando muito cansada, não hesitei em dizer:

– O.k. Tudo bem. Então, até! - respondi.

– Até. - ela desligou.

Peguei todas as sacolas enormes - eu ainda iria matar o Jones - e as levei para o quarto.


(...)


Pronta para dormir, lembrei que nem havia falado com Dorcas hoje e xinguei-me mentalmente. Mas amanhã eu poderia, afinal.

Senti que o sono tornava a me sacudir, e só pensei que senti medo de conversar com Kate. Mas acho que o único motivo pelo qual aceitei sair com ela é para apenas pergunta-lhe se Jay estava bem. Doía-me vê-lo mal.