Vício

Aquilo era um vício.


Aquilo era um vício.

Durante reuniões importantes, enquanto estavam deitados em suas devidas camas, em seu dia-a-dia... Aquele pensamento não saia da cabeça. O cheiro, o sabor, o toque, tudo era real demais para que fosse apenas uma ilusão.

Mas não era apenas uma ilusão.

Os toques do canadense, os beijos do francês – tudo era real. E no curto espaço de tempo que tinham entre uma reunião e outra, trocavam carícias. Beijos apressados em algum armário no corredor, toques ousados dentro de algum banheiro – aquela era a escapatória deles, a sua sanidade.

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“Me toque.”

Mas não foi sempre assim. No começo, era apenas uma troca de olhares, um sorriso de lado. Mas os pensamentos vieram. Porque um não deixava de pensar no outro, mas as aparências eram importantes demais para serem deixadas de lado.

E foi assim que o desejo começou. Eram nações com vontades humanas, e todos os humanos querem algo que não deviam querer. E a proibição, é claro, tornava tudo mais divertido.

E quando o primeiro toque foi dado, passaram a ansiar por isso fixamente.

Francis sabia o que as outras nações pensariam. E sabia, também, que isso poderia lhe trazer problemas, mas não conseguia parar. E Matthew também se encontrava na mesma situação. Sabia que isso desagradaria a muitos. Mas ambos esqueciam dos “poréns” quando se tocavam.

“Eu quero você.”

Mas não tinha apenas o lado bom da história. Ainda existia a insegurança, o conflito interno de conviver ou não com o risco de se envolver demais e ser deixado de lado. Afinal, as nações também podem se cansar uma da outra com tanta facilidade quanto os humanos.

Francis tentava se livrar desses pensamentos enquanto, ansiosamente, desabotoava a blusa do canadense, tomando cuidado para não arrancar nenhum botão. Agora estavam numa suíte, num hotel perto de onde a conferência estava acontecendo.

Tudo se repete como num déjà-vu.

Não precisavam de instruções – ambos sabiam exatamente onde tocar. Não precisavam se acostumar com as sensações, seus corpos já estavam preparados para tudo – e, contrariando o normal, o costume não tornava nada menos excitante.

No fundo, eles sabiam que tinham um problema. Não porque gostavam de se encontrar às escondidas ou porque as pessoas normais achavam que eram irmãos... Mas eles tinham um vício. A abstinência poderia leva-los a loucura, então mantinham esse vício vivo.

Não queriam admitir, mas estavam viciados um no outro.


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.