Good Day Sunshine

Capítulo 39 - Férias na praia - Parte Final


Com a chegada de Paul, o fim de semana ficou mais animado, eles passaram o sábado inteiro de brincadeiras na praia e durante a noite, fizeram uma pequena fogueira na praia enquanto todos ficavam em volta dela cantando junto com o Paul, que era acompanhado por George no violão. Megan não conseguia parar de pensar no quanto o Paul era lindo e cantava tão bem que parecia até roubar seu coração só pelos ouvidos. Ela ficou de certa forma aliviada quando eles finalmente voltaram para casa, porque deveria ser até pecado ela pensar tantas coisas impróprias de outro garoto com seu namorado bem ao lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Na manhã de domingo, Paul acordou a todos bem cedo, porque seria o único completo que ele passaria na praia e queria aproveitar bastante. Enquanto Megan se arrumava, ele puxou George para um canto e perguntou, curioso:

—Você e a Meggie só vivem grudados hein!! -Ele dava soquinhos de brincadeira no mais novo, que andava para trás rindo e se defendendo -Então quer dizer que vocês já fizeram né seu danado?

—O quê? -Ele perguntou confuso enquanto levantava um braço para se desviar dos ataques do amigo, até que entendeu onde ele queria chegar. -Não... Ainda não...

—Como assim? -Paul fez uma cara de decepção e parou de bater no outro imediatamente.

—Ah, fica difícil com todo mundo em cima... E além do mais, eu... Eu não sei... Não dá pra fazer aqui, com pressa e correndo o risco de alguém aparecer... E se eu fizer alguma coisa errada? -Paul era como um irmão mais velho para George e ele não se envergonhava de falar das suas preocupações mais íntimas com ele, mas quase se arrependeu de ter dito aqulilo quando o mais velho lhe lançou de novo aquele olhar de decepção.

—George. Presta atenção. Ela não vai saber a diferença se você fizer certo ou errado, porque ela também não sabe como é... Então você só tem que achar o lugar certo, o que não é muito difícil e eu espero que você saiba onde fica, e mandar ver!!

—Tá... Se você diz... Mas de qualquer jeito, aqui não tem lugar pra isso, é melhor eu esperar chegar em casa e..

—GEORGE! -Paul interrompeu o mais novo -Sério mesmo que você ainda quer esperar mais? Olha, não vou ficar te defendendo se os caras começarem a te zoar com isso, tá bem? Será possível que você vai ser o único a chegar virgem em Hamburgo? Senão a gente vai ter que pagar uma noite de diversão pra você porque olha, tá difícil pro seu lado!!

—Ah, cala a boca, Paul! -Ele se afastou irritado do amigo e foi pegar suas coisas para se arrumar, pensando que talvez Paul estivesse certo e ele que andava complicando uma coisa tão simples de se fazer. Já foram tantas as vezes que ele queria aquilo, mas nunca conseguia... Enquanto estava no banheiro colocando a sunga de praia, ele decidiu que desse dia não passaria.

E então, como um boi que não sabe que está indo para o matadouro, Megan foi para a praia de mãos dadas com George e Paul caminhava ao lado deles, mais quente que o sol, como um deus grego de sunga.

Chegando na praia, George convidou Megan para dar um mergulho e, quando estavam no fundo, ele disse:

—Segura nas minhas costas, que eu te levo...

—Tá bem... -Ela se pendurou nele enquanto ele ia nadando em uma direção contrária à qual os outros sempre ficavam. -George, a gente tá se afastando demais e vai acabar se perdendo.

—E quem disse que eu quero ser achado? -Ele respondeu maliciosamente e recebeu uma mordida de leve no lóbulo da orelha, depois que sua namorada riu com aquela explicação.

Ele continuou nadando até dar a volta pela orla da praia e, da última vez que olhou para trás, Megan não via nem sombras do vilarejo beira-mar onde eles estavam. Quando voltou a ficar raso de novo, ela pulou para trás e foi nadando sozinha ao lado dele em direção à areia.

—Pra onde você me trouxe, George? -Ela segurava a mão dele enquanto passava pela quebra das ondas.

—É só um lugar que eu descobri há algum tempo, e sempre vinha nadando pra cá quando queria ficar sozinho... -Ele passou os braços em volta da cintura dela quando chegaram em terra firme.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—E quem garante que ninguém mais vem aqui? -Ela perguntava enquanto passava as mãos delicadamente ao longo dos braços dele.

—O fato de que fica fundo demais e longe de tudo, além de não ser mais praia. -Ele disse com a maior obviedade e, olhando em volta, ela percebeu que a extensão de areia era realmente mínima e em volta deles havia uma espécie de mata fechada.

—George! E se tiver algum animal perigoso aqui? -Ela perguntou apreensiva, dando um passo para trás e pretendendo voltar para a água, mas ele a segurou firme.

—Perigoso aqui só tem eu... -Ele disse rindo enquanto mordia brincalhonamente o pescoço dela, como se fosse um cachorrinho estraçalhando um bichinho de pelúcia.

—Ai, George! Para! -Ela também estava rindo e dava tapinhas para fazê-lo parar.

Fora a preocupação de que alguma fera saltasse das árvores para atacá-los, ela gostava de ter aquele espaço para que os dois ficassem sozinhos, pois fazia muito tempo que eles não tinham uma oportunidade dessas, de fazer o que bem entendessem sem correr o risco de alguém chegar e atrapalhar tudo. Não demorou muito até que os dois estivesse rolando aos beijos pela minúscula faixa de areia da praia.

—George, seu besta!! Para com isso, que eu já tô ficando toda arranhada!! -Ela reclamava da areia que ralava toda sua pele, mas ele não deu bola e rolou mais uma vez por cima dela, recebendo arranhões na nuca, por vingança, enquanto a beijava.

—Você é muito má! -Ele dizia rindo, parando temporariamente de beijá-la.

—Isso é pra você aprender a parar quando eu mando! -Ela disse rindo e deu mais um beijo nele, o empurrando em seguida para que se levantassem e fossem até a água tirar toda aquela areia de seus corpos.

Depois de dar alguns mergulhos, eles voltaram para a areia se beijando lentamente e explorando cada parte um do outro com as mãos. Mas logo o beijo se intensificou e o atrito de seus corpos fazia com que eles ardessem de desejo. Embora a maior parte de seus corpos já estivessem se tocando, eles sempre queriam mais, então George tirou a parte de cima do biquini dela, que arfou enquanto ele beijava seu pescoço e a empurrava vagarosamente para o chão, deitando por cima dela. Eles se livraram do restante de seus trajes de banho e quando George já estava a ponto de unir seus corpos em um só, inexplicavelmente todo o prazer que ela tinha sentido antes havia desaparecido e ela apenas mordeu o próprio lábio, o empurrando com tanta força, que ele se desequilibrou e caiu para o lado. Ela se levantou e sentou abraçando os joelhos, deixando seu namorado ainda deitado, pensando no que será que ele tinha feito de errado. Mas ele logo se levantou também e se sentou atrás dela, a abraçando.

—Tudo bem... A gente não precisa ter pressa, não é? -Ele a consolava ao ver que ela escondia o rosto, envergonhada por ter estimulado tudo aquilo e amarelado no fim. -Ainda vamos ter muito tempo pra isso, você sabe... Eu não vou me separar nunca de você, eu te amo e quero só você, Meg... Pra sempre!

Ela se virou para ele e o abraçou de volta. Ela também queria sentir e dar prazer a ele, já tinha até pensando várias vezes em quando eles teriam um momento a sós para isso, mas não entendia porque ela não ainda não se sentia pronta para se entregar totalmente a ele. No meio daquela confusão que se passava em sua mente, ela só tinha certeza de duas coisas: Também queria estar com ele para sempre, porque o amava mais que tudo e por algum motivo estranho ela queria que o Richard é que estivesse ali a abraçando e dizendo que ia ficar tudo bem. Ele sempre sabia o que dizer na hora certa e fazia com que ela se sentisse segura. Mas ele não estava, então ela se limitou a responder:

—Também te amo, George! Pra sempre! -Ela sorriu para ele deitou a cabeça em seu ombro, tentando não pensar em mais nada a não ser o barulho das ondas que preenchia o silêncio entre os dois naquele momento.

Paul havia ido embora na segunda-feira e eles só tinham mais alguns dias ali, porque George precisava voltar para a banda e Megan para o baile de formatura. Ela estava na sala, com Mingau no colo, quando de repente ele pulou sem motivo algum e saiu pela porta. Ela o acompanhou com o olhar e se lembrou que não via George fazia tempo, então foi procurá-lo. O encontrou sentado na ponta do piso de madeira da varanda, acendendo um cigarro.

—Pensei que você já tivesse passado da idade de fumar escondido, George... -Ela disse rindo enquanto se aproximava e se sentou ao lado dele.

—Não tô escondido, só queria um lugar sossegado... -Ele sorriu ao ouvir sua voz e a envolveu em um de seus braços, estendendo o cigarro que havia acabado de acender para ela, que aproveitou a oportunidade, já que sempre tinha sido proibida e deu uma tragada, tossindo a fumaça logo em seguida, o que fez com que ele começasse a rir. -É melhor você ficar longe disso... Bailarinas são delicadas demais e não servem pra fumar...

—Se eu te desse um socão bem no meio das fuças, você ia ver toda a minha delicadeza! -Ela fez uma careta de raiva e se levantou, mas ele a puxou de volta, fazendo com que ela sentasse no seu colo.

—Ah, desculpa... Eu já tinha esquecido que minha namorada é a garota mais briguenta de Liverpool, mesmo parecendo uma menina delicada quando está dançando... -Ele disse rindo, despertando ainda mais raiva nela, que tentou se levantar, mas foi impedida. -Você não vai sair daqui, porque eu sei que você me ama.... -Ele sussurrou em seu ouvido, bem daquele jeito que só ele conseguia amansar a fera que existia nela.

—Seu chato! -Ela se aconchegou no colo dele, que deu um sorrisinho convencido e a abraçou com força enquanto tragava seu cigarro e, enquanto liberava a fumaça, se perdeu em algumas lembranças da época em que ele ainda precisava roubar os cigarros de pai e se esconder no telhado para fumar.

Ele fazia isso todos os dias quando chegava da escola, se aproveitando do fato de que seus irmãos ainda não tinham chegado e sua mãe estava ocupada fazendo o almoço. Mas teve um dia em que ele não fez isso, ele chegou em casa e apenas se sentou no sofá pensativo, se lembrando de como havia sido seu primeiro dia de aula. Sua mãe estranhou que ele não tivesse chegado perguntando pela comida e foi andando pelo corredor, secando as mãos no avental.

—E então George, como foi o primeiro dia na escola nova? -Ela perguntou preocupada de que houvesse acontecido algum problema.

—Foi legal... Eu até já consegui amigos novos... -Ele respondeu naturalmente.

—Viu? Eu falei que você ia ter novos amigos, era só dar uma chance pra eles te conhecerem! Agora vai trocar de roupa, porque o almoço já está quase pronto. -Ela ficou satisfeita ao ver o filho se animar imediatamente e se levantar de um salto para trocar de roupa.

Antes de sair do quarto, ele ficou um alguns segundos parado em frente ao pequeno espelho pendurado na parede, apenas observando seu reflexo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Ela disse que eu tinha... Como era mesmo? Bonitos olhos... Será? -Então fez um careta ao perceber o quão idiota ele estava sendo e foi correndo para a cozinha enterrar o nariz nas panelas, como ele sempre fazia.

—O que tem pra hoje, hein? -Ele perguntava ansioso enquanto o aroma delicioso vindo das panelas aumentava ainda mais sua fome.

—Espera ficar pronto que você já vai ver! -Ela respondeu rindo, enquando usava a palma da mão para tirar o pequeno George da frente do fogão. Mas ele não saiu da cozinha, ficou um tempão em pé, como se quisesse falar alguma coisa mas não tivesse coragem. Sua mãe logo percebeu isso e perguntou. -O que você tem?

—Eu... Nada... -Ele caminhou para a saída da cozinha mas segurou o batente da porta enquanto passava por ela, voltando a colocar a cabeça para dentro da cozinha. -Mãe... -A chamou e quando ela se virou, ele perguntou. -Eu sou bonito?

Sua mãe deixou o fogão e foi até ele, o sufocando com um abraço apertado.

—Own, claro que é, meu bebê! Você é o picurruchinho mais fofo desse mundo!!

Ele fez uma careta para aquela resposta, é claro que a opinião de sua mãe não contava, ele precisava de uma opinião feminina mais sincera, mas onde ia conseguir alguém que falasse a verdade, por mais que fosse dura? Mas é claro! Como ele não tinha pensado nisso antes? Louise já havia chegado e não ia dizer a mesma coisa que a mãe se não fosse verdade.

—Tá bem... -Ele se desvencilhou da mãe e foi correndo até o quarto da irmã, que estava deitada na cama, lendo uma revista.

—Perdeu alguma coisa aqui, George? -Ela perguntou, incomodada ao perceber que o garoto estava parado na porta, olhando para ela. Normalmente ele sairia dali após aquela pergunta, mas a questão que o tinha levado até ali era mais importante, então ele entrou e se sentou no pé da cama dele.

—Lou, você é uma menina...

—É, eu acho que sim. -Ela estranhou aquela atitude dele e ainda mais aquela afirmação esquisita, então fechou a revista e se sentou ao lado dele.

—Você acha que eu sou um menino bonito? Sabe, desses que as meninas gostam? -Ela começou a rir daquela pergunta estranha e só se deu conta do que significava ao ver que ele fazia uma careta emburrada para ela.

—George! Não vai me dizer que você mal chegou na escola nova e já quer arrumar uma namoradinha?!

—NÃO! É só que... Tem uma menina e ela disse, eu não sei se ela disse de verdade, mas ela falou que eu era bonito e olha, eu acho até que tenho orelhas grandes demais pra alguém me achar tão bonito assim, além do que a prima Jo vive dizendo eu tenho os dentes mais esquisitos que ela já viu na vida, mas eu não sei... E se ela me achou mesmo bonito? Ela é diferente das outras meninas e eu gosto dela... E se um dia eu quiser namorar com ela isso ajuda muito a ela gostar de mim também, né?

Ele só percebeu que tinha falado demais quando percebeu que a irmã estava segurando a vontade de rir e se arrependeu de ter dito aquilo mas, ao contrário do que pensou, ela não ficou gozando da cara dele, apenas se controlou para não cair na gargalhada e, quando conseguiu, começou a falar:

—Você não tem que se preocupar com isso, George! -Ela passava as mãos pelo cabelo dele carinhosamente enquanto falava, não podia acreditar que seu irmãozinho já estava tão crescido. -As pessoas devem ser amadas pelo que são e não pela aparência. E quer saber? Mesmo assim, você é o irmão mais lindo que eu tenho! Só não diz isso pros outros, tá bem? -Ela piscou um olho para ele, que retribuiu a piscada com uma risada.

—Você tá falando sério? -Ele perguntou ainda desconfiado.

—Claro! E você também tem um coração enorme, maior até que a barriga e quando essa e todas as outras meninas descobrirem isso, vão cair aos seus pés! -Ela riu e bagunçou o cabelo dele, que desviou a cabeça debaixo da mão dela, rindo também.

Ele ficou o resto do dia pensando naquilo e também em uma forma de mostrar para a Megan que ele tinha o coração maior que a barriga e fazer com que ela caísse aos seus pés. A melhor forma que encontrou de fazer isso foi dividindo seu lanche com ela, o que ele considerava até mesmo uma declaração de amor muito grande.

George jogou a bituca do cigarro para trás, como havia feito com as anteriores e começou a rir com aquelas lembranças. Megan se virou para ele com raiva, ainda achando que ele estava rindo da cara dela, mas foi surpreendida com um beijo e se entregou a ele, pois ele sempre teve essa mania irritante de acabar com a raiva dela, desde a primeira vez em que apenas bateu os olhos nele quando era menor. E ele não conseguia pensar em mais nada a não ser que desejava compartilhar não só a comida, mas uma casa e o resto de sua vida com ela.