Domingo 24 de Dezembro de 2006

- Não! Não podem me dar alta, eu não estou em condições, ainda não lembro nada, ainda não me recuperei.

- Rin, tudo que podíamos fazer foi feito, já está sem os gessos e não podemos mas mante-la aqui internada, o diretor instruiu os médicos a dar altas a todos os pacientes que não correm risco de vida, para irem passar as festas de natal ao lado da família.

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- Eu não tenho família! – disparou quase gritando.

- Não posso fazer nada em relação a isso, estou assinando a sua alta. – disse enquanto apanhava a prancheta

- Você disse que ficaria tudo bem! – as lagrimas rolavam de forma descontrolada. – pediu que confiasse em você!

O medico odiou-se ao ouvir aquilo, tinha sido tolo e descuidado ao tentar ajuda-la naquele momento e agora ela “jogava” as próprias palavras contra ele. Assinou a alta da jovem e saiu da sala sem olha-la nos olhos. Chorou muito, sendo consolada pelas duas colegas de quarto. Não havia o que fazer, não tinha para onde ir nem quem a ajudasse a “se encontrar” no mundo.

Desceu as escadas do hospital a enorme de porta de vidro revelava a quantidade de neve que caia do lado de fora. Sem chão, sentou nas cadeiras do salão de espera, aguardando a neve passar, aquela era uma área publica poderia ficar ali, mas não teria alimento e nem um lugar para descansar. O desespero tornou a assolar sua mente, pensou durante todo a manhã e tarde quando a noite começava a se apossar da cidade “encerrou” seu momento meditativo, resolveu que iria recomeçar a vida, já que não se lembrava de absolutamente nada da antiga vida, recomeçaria a mesma, não sabia como nem quando, mas iria dar a volta por cima, iria procurar alguma ONG que a ajudasse a emitir documentação, arrumaria um emprego e “reescreveria sua vida.

- Esperando alguém? – a voz grave soou atrás de si a retirando dos pensamentos. Era Sesshoumaru que parecia ter sido dispensado dos serviços naquela hora.

- Sim, esperando um beliscão que me desperte desse pesadelo – disse mostrando um grande sorriso no rosto.

- Parece melhor. – disse com indiferença reparando o sorriso da jovem.

- Já que vou ficar a mercê da vida, que eu fique a mercê feliz. Se entrar em depressão tudo ficará pior.

Não conseguiu esconder a surpresa, aquela jovem decidiu se manter forte apesar do drama que estava vivendo, estranhou a atitude pois já havia visto muitos e muitas pacientes se entregarem a doenças ou traumas vividos, acreditava que era “normal” essa reação de covardia humana desistir da vida da vida ao se deparar com algo aparentemente sem solução. A decisão da jovem era sem dúvida admirável.

- Está com fome.

- Sim – respondeu sem nem um pingo de vergonha.

- Venha ...

- Doutor, tem cantina por ...

- É véspera de ano novo, não há ninguém. - Venha – disse impassivo enquanto saia pela porta de vidro. A jovem apenas o seguiu até o estacionamento onde o viu parar em frente ao Civic LXS e destravar as travas elétricas.

– Entre ... indicou já entrando no carro e sentando no banco de motorista.

A jovem abriu a porta e sentou no banco passageiro, pois o cinto de segurança. O homem não queria futuras fofocas ao seu respeito no ambiente de trabalho, achou mais conveniente levar a jovem para comer em um local mais discreto e distante. Estacionou em uma pensão e logo adentraram no local, a jovem comeu com alegria, afinal comida de hospital não era nada suculenta e estava realmente faminta. Ele tomava uma bebida, enquanto ouvia os planos da jovem, ela lhe dizia tudo o que pretendia fazer para retomar a vida, conferiu o relógio de pulso e indicava que já eram dez e meia da noite, levantou-se indo em direção ao balcão para pagar a conta e pouco depois estava de volta a mesa em que Rin ainda estava sentada.

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- Sei que não tem aonde passar a noite, deixei pago sua hospedagem aqui na pensão, amanhã poderá procurar alguma ONG que possa lhe ajudar.

- Obrigada, muito obrigada doutor, não tenho como lhe agradecer, pelo que está fazendo por mim.

- Não precisa agradecer, tenha uma boa noite e boas festas.

A jovem recolheu a chave e subiu as escadas entrando no quarto, era simples, porém confortável, ao menos naquela noite teria onde dormir. Quando o dia clareou, ela apressada saiu da pensão devolvendo as chaves, procurou por todos os lugares, buscou informações e endereços de prováveis ONG’s , depois de passar por quatro ONG’s finalmente conseguiu assistência na ultima, mas já estava no fim do expediente e a então atendente lhe instruiu a voltar no dia seguinte para que fosse avaliado sua causa.

- Não teria um lugar para que ao menos eu passe a noite? Pode ser qualquer lugar que não sejam as ruas.

- Sinto muito minha querida, mas eu não posso autorizar, meu patrão é quem libera estadia, mas ele não se encontra.

- Por favor, realmente não tenho onde ficar, pelo menos hoje eu imploro.

- Verei o que posso fazer, me empreste algum documento de identificação.

- é e eu... eu, não tenho, estou sem documentos.

- Dessa maneira, é impossível que eu lhe ajude como posso cadastrar você se não possui documentos?

A mulher já estava fechando os portões do prédio, Rin ainda tentava implorar a mulher que a deixasse ficar ali.

- Volte amanhã, hoje é natal, estou com pressa. – ela finalizou enquanto andava, apressada afundando na neve enquanto chegava próximo ao carro que certamente era o seu.

Num suspiro de derrota ela desistiu, passaria a noite de natal na rua, naquelas ruas que poderiam ser perigosas, Sesshoumaru tinha lhe garantido estadia por apenas uma noite e não podia reclamar afinal pelo menos ele a tinha ajudado de alguma forma. A neve voltara a cair e o pensamento em Sesshoumaru a fez lembrar que o hospital ficava a algumas quadras de onde estava.

- Ao menos posso ficar lá na sala de espera, o local é publico e eles não podem me forçar sair, qualquer coisa eu alego estar passando mal. – falou para si mesmo. Ela correu e chegou pouco antes da queda de neve ficar mais intensa.