I Promise

O Choque


Três semanas desde que fui à casa de Marcos. Só voltei a falar com Alexandre há duas semanas e estou completamente nervosa, ou melhor, ansiosa.

Caminhava lentamente junto com Larissa enquanto tomávamos um sorvete no parque da cidade. Ela conversava sobre diversos assuntos enquanto eu só pensava nele.

– Agora me diga o que você pensa. – disse Larissa, enquanto sentava em um banco de madeira.

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– Sobre você?

– Sobre Marcos. – Larissa sabia de tudo. De meus maiores segredos, arrependimentos. Ela era a irmã que eu nunca tive.

Fixei meu olhar na barraquinha de sorvete onde um casal estava.

– Tenho medo – comecei – Ele “dormiu” por 11 anos. Sua mentalidade deve ser ainda de 14, não?

Ela concordou com a cabeça enquanto lambia o sorvete.

– Sabe, é estranho pensar nessa possibilidade. Sua mentalidade era avançada naquela época, mas ele continua sendo uma criança.

– Você nem o viu.

O casal enfrente a barraquinha se virou, mostrando uma criança no colo da mulher. Marcos dizia que iria ter filhos e que queria que eu fosse a mãe.

– Preciso vê-lo. Urgentemente.

E foi o que fiz, no mesmo dia. Avisei a Alex que estava indo vê-lo e para já pensar em preparar o macarrão com salsicha (precaução!), peguei meu carro do parque mesmo e fui. Do dia do Hospital pra hoje, o trânsito era completamente diferente. Cheguei a casa dele rapidinho, Estava bem mais calma do que aquele dia.

Seu José atendeu a porta novamente. Ele finalmente me reconheceu e me deixou passar, disse que ele estava no quarto. Fui caminhando tranquila, mas quando virei no corredor, comecei a tremer. Bati na porta e uma voz, masculina, disse para entrar. Meus olhos se focaram em um homem, ruivo, com os cabelos aparados e um pouco musculoso, sentado em frente a um computador jogando Tíbia. Ele se virou e seus olhos verdes encontraram os meus. Ele se levantou e sorriu. Depois veio apertar minha mão. Eu ia abraça-lo. Abraça-lo e nunca mais soltar. Ficar ali para sempre, mas ele atrapalhou essa minha vontade com apenas quatro palavras.

– Olá, quem é você?