I Promise
Complicou
Tentei explicar do modo menos dolorido para os dois. Deixei de lado a parte que Marcos era meu namorado e que eu ainda sou completamente apaixonada por ele. Alex foi gentil e assentiu tudo. Quando acabei, sequei as lágrimas que haviam escorrido ao recorrer da história. Ele segurou minhas mãos e sorriu.
– Eu entendo. Mas dá próxima vez avise. Deixou todos preocupados.
Ri e olhei para trás dele. Mostrava uma foto minha da época em que conheci Marcos. Devia ter uns três anos e meio, meu cabelo estava preso a uma Maria Chiquinha e meus dois dentes da frente estavam crescendo. (Meus primeiros dentes definitivos). Alexandre seguiu meu olhar e sorriu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Você sempre foi linda.
– Até sem dente?
– Com certeza. Ficar sem dente é charme. – respondeu Alex, com um grande e sedutor sorriso. Aproximei-me e beijei seu rosto. Depois agradeci por entender e fomos tomar, enfim, o café.
Algumas horas se passaram e eu e ele nos encontrávamos em frente a televisão, comendo pipoca e tomando refrigerante, assistindo Glee ( a meu pedido. Um pouco infantil de minha parte, mas eu gostava), mas especificamente, o episódio em que o Finn e a Rachel se casam. Na hora dos dois falarem sim, Alex me tirou a concentração com uma frase que me abalou e destruiu completamente o clima que estávamos hoje.
– Você o amava. O Marcos, não amava?
Ajeitei-me no sofá. Tentei formular uma resposta rápida, mas nessas horas, meu cérebro para de funcionar.
– Bom... Ele... Eu o... Amava. Mas passou. Sempre fomos amigos, e isso já estava bom.
– Tem certeza? – perguntou ele friamente.
– O que você quer de mim? – retruquei.
– A verdade.
O observei cerrando os punhos. Ele não tirava os olhos da televisão. Seu olhar era frio e triste ao mesmo tempo. “Essa é a verdade, Jawaad.” Disse. Isso o apunhalou pelas costas. Quando eu o chamava pelo sobrenome, quer dizer que estava completamente irritada com ele.
Bati o pé até o quarto e fiquei lá o dia inteiro. E só sai para almoçar e jantar. Fazendo meu prato e comendo dentro do quarto mesmo. (Agradecendo minha mãe eternamente por me dar sua televisão e pelo arquiteto do prédio por fazer um banheiro no meu quarto.)
Liguei para Larissa pedindo ajuda e ela me acalmou. Um papel passou por debaixo dá porta com as seguintes palavras. “Fui para casa de um amigo. Talvez seja melhor você ficar sozinha agora. Ligue-me se precisar.”
Amassei o papel e taquei no lixo do lado de minha escrivaninha. Fui para baixo do cobertor e vi TV até adormecer.
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