Guitarrista Apaixonada

Leila, a garota da geometria.


- Temos que conversar. - disse Castiel na manhã seguinte, quando eu me recusei a comer o omelete e fui fritar eu mesma meus ovos.

- Não tenho nada a conversar com você. - falei.

- Nathalie, eu sou seu irmão, você sabe que eu só quero o melhor para você... - ele começou.

- Ah, então um representante geral com o histórico escolar impecável é o mal? - perguntei.

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- Hitler também não tinha nenhum antecedente criminal, sabia? - ele ergueu as sobrancelhas.

- Olha, ele pode não ter sido legal com você, Castiel, mas até que ele não seja legal comigo, eu vou continuar sendo legal com ele! - revoltada, deixei a comida lá e saí de casa.

Eu saí de casa e bati a porta atrás de mim. Olhei em volta e fui a o único lugar que conhecia naquela cidade e que me acalmava: a ponte. Sentei novamente na ponte, os olhos perdidos, escutando o barulho de carros e de crianças. Eu sei que meu irmão só quer o melhor para mim, mas uma coisa que eu não suporto é receber ordens. Fui puxada de volta à realidade quando alguém sentou ao meu lado e me sorriu.

- Oi, meu nome é Leila. - ela estendeu a mão - Você deve ser a novata.

- Sou, sim. - apertei a mão dela - Mas o que você faz aqui?

- Eu não gosto de assistir as aulas de Geometria. - ela deu de ombros.

- Mas você consegue passar? - perguntei.

- Claro, é tudo bem fácil para mim. - ela sorriu.

Leila tinha curtos cabelos negros, olhos verdes e um sorriso simpático. Vestia uma calça um pouco folgada, uma blusa estampada e um tênis preto.

- Bem, você soube? - ela me perguntou.

- O quê? - perguntei de volta.

- O Leigh e a Rosalya romperam! - ela anunciou com certa felicidade.

- Mas isso não era para ser ruim? - perguntei.

- Não, eu nunca fui com a cara da Rosa, e o Leigh finalmente está disponível!

- Entendi. - eu sorri - Mas acho que eu não conheço esse Leigh.

- É o irmão do Lysandre, trabalha na loja de roupas. - ela me sorriu - Tem cabelos pretos e olhos escuros... Largou a escola para se dedicar à moda e ao estilismo.

- Me parece legal. - falei.

- Ele é. - ela me sorriu - Venha cá, você conhece a Layla?

- Sim. - falei.

- Soube que ela está namorando com o Castiel, acha que é verdade? - ela me perguntou.

- Não sei. - dei de ombros - Isso não é da minha conta, exatamente.

- Mas você não namorava o Castiel? - ela parecia confusa.

- Sou a irmã mais nova dele. - sorri.

- Ah, explicado. - ela olhou o relógio - Tenho que ir. Te vejo depois de amanhã!

Bem, ela é bem informada. Sorri e olhei para frente. Algumas crianças aproveitavam a inocência, brincando em parques ou correndo pela rua. Deve ser bom ser criança. Eu nunca soube realmente.

- Você vai ficar com a calça toda suja sentando no chão. - falou uma voz rabugenta e conhecida.

- Eu sei, irmão. - respondi.

- Me desculpe por ontem. - ele pigarreou - Você é importante.

- Você também é. - eu sorri - Nem por isso eu fico lhe perguntando detalhes sobre o seu caso com a Layla ou fico me intrometendo entre os dois.

- Mas você é a mais nova! - ele revirou os olhos.

- Mas você é a minha única família. - respondi, me levantando.

- Não fica chateada comigo, certo, Nathalie? - ele pediu.

- Tudo bem, Caz. - eu puxei seu cabelo ruivo - Mas da próxima vez que me der uma ordem, a cobra vai fumar.

- Cobras não fumam. - respondeu ele simplesmente.

Então nós rimos.