Corações Partidos

Capítulo 3


Minha boca atacava seu pescoço deliciando-me com seu cheiro. Uma mistura de frésias e rosas.

Doce e fresco.

Enlouquecedor.

Ela tentava resistir bravamente á minha boca, mas estava falhando. Seu corpo se arrepiava a cada toque meu.

Eu sugava cada vez mais forte. Apertava seus seios, esmagando-os.

Cada vez que ela se olhasse no espelho, se lembraria de que eu a possui.

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Era errado, mas meu orgulho ferido dificultava minha razão e seu corpo só me enlouquecia cada vez mais.

Eu a desejava fortemente.

Arranquei o top revelador que ela vestia a jogando na cama logo em seguida.

Deitando-me por cima eu desci minha boca de seu colo para seus seios.

Exatamente igual.

Eu me lembrava com perfeição o gosto daqueles dois pequenos montículos suculentos que tanto me davam prazer.

Mas minha memória não fazia jus á realidade.

Era infinitamente melhor.

Olhei para o rosto de Bella, notando que ela mordia os lábios firmemente e cerrava os olhos.

Segurei com força sua nuca.

-Abra os olhos, agora!- ordenei.

Ela sinalizou não com a cabeça.

Segurei com mais força, puxando alguns fios de cabelo no processo.

-Abra os olhos. Quero que veja quem está fazendo sexo com você.

Ela abriu os olhos lentamente com uma expressão vazia.

Ignorei o pedido silencioso em seu olhar e continuei o que estava fazendo.

Meus lábios viajavam por suas curvas sinuosas em um ato de saudade...

Mesmo a minha mente se vangloriando de que estava no comando, meu corpo sabia que não.

Ela sempre me teve completamente em suas mãos.

Lembranças de nossas noites de amor insistiam em povoar a minha mente.

Afoguei-as, com meu sentimento de vingança.

Uma força animalesca se apoderava de mim.

Minhas mãos apertavam com força sua carne macia e perfumada.

Meus lábios se tornando rudes sobre os seus.

O desejo como uma névoa que pairava sobre nós, deixando o ar ainda mais denso.

Eu a beijava com fúria, ardor.

Como um faminto, por algo para se saciar.

Os gemidos começaram a soar.

Bella gemia suavemente abaixo de mim, contorcendo seu lindo corpo.

Nossos corpos como brasa queimando procurando se fundir um ao outro.

Doce vingança.

Ela abriu os olhos e na mesma hora me arrependi de encará-los.

Eles transpareciam desejo, excitação, mas também decepção.

Ela estava sentindo prazer, mas não estava de acordo com as minhas atitudes.

E desde quando isso importa?

Meu orgulho gritava dentro de mim.

Ignorei seu olhar.

-Vire-se. - comandei.

Eu jamais adentraria seu corpo olhando em seus olhos. Não queria dizer coisas das quais eu me arrependeria. Seus olhos sempre me inspiraram a lhe dizer coisas bonitas.

A expressar meu amor.

Eu estava me vingando, mas não era imune á ela.

Eu a odiava, mas percebia que não era somente isso que habitava em meu coração.

Eu só não diria. Nem sentiria.

Tentaria.

Ela virou-se deixando seu corpo totalmente vulnerável.

Logo na primeira invasão achei que iria explodir.

Porque teria que ser tão bom?

Seu corpo me acolhendo, me dando um prazer inexplicável.

Eu a invadia repetidas vezes, aquele calor familiar irradiando por todo o meu corpo.

Eu já sentia meu prazer perto demais.

Os gemidos de Bella se tornaram gritos á cada invasão minha.

Eu estocava com força, marcando seu corpo, obrigando-o a reconhecer o meu.

Não havia um traço de carinho em mim.

Meu rosto em seu pescoço, minhas mãos em seus seios, o calor iminente.

Ela levou suas pequenas mãos aos meus cabelos, me puxando para um beijo desesperado.

Foi como fogos de artifícios.

Eu sentia explodir em mim.

Em um átimo de segundo, recuperei minha sanidade e me afastei de sua boca.

Meus lábios ainda formigavam com a sensação do pós-beijo.

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Odiei ainda mais seu ato inesperado.

Ele me dava esperanças! Tentava me ludibriar!

Um grito estrangulado em minha garganta ameaçava sair.

Meus sentimentos enjaulados procurando libertação.

Uma verdadeira guerra entre a razão e o coração.

Cerrei firmemente os lábios.

Os movimentos começavam a ficar erráticos.

Quente.

O prazer se instalando.

Enterrei meu rosto em seus cabelos, enquanto meu gozo se derramava em seu corpo.

Libertação.

Minha vista se escureceu mediante ao prazer intenso obtido.

Uma verdadeira pequena morte.

Inexplicável.

Plenitude.

Meu corpo caiu ao seu lado.

Minha respiração em arquejos ainda.

Minha mente vazia.

Aquela sensação de languidez após o orgasmo predominava o ambiente.

A música alta abafada pelo andar e as portas fechadas era a única coisa que se conseguia ouvir naquele quarto.

As luzes dançavam perante os meus olhos, formando diferentes formas no teto.

Olhei para o lado encontrando somente as costas nuas de Bella.

Minhas mãos estavam desenhadas na pele de seus quadris, dando continuidade as marcas ao longo se suas costas que se encontravam com a mordida em seu ombro.

Chupões.

Eu continuava a olhar seu corpo, procurando a sensação de triunfo que me atingiria após meu êxito.

Vazio.

Eu só conseguia enxergar os olhinhos questionadores de Nessie, que me perguntavam por que eu tinha feito aquilo com a mamãe dela...

A vergonha me atingiu de tal modo, que eu sentia repulsa de mim mesmo.

Eu era o pior dos homens.

Meus olhos encheram de lágrimas.

Eu acabara de aprender uma lição: Vingança nenhuma traz felicidade.

Ela simplesmente não vale à pena.

Eu havia possuído seu corpo daquela maneira, mas meus sentimentos ainda eram os mesmos.

A sensação de abandono continuava habitando em mim.

E agora o remorso também.

Eu me sentia tão desorientado!

De repente o quarto parecia encolher, me sufocando e me impelindo à sair dali. Vesti minhas roupas apressadamente, enquanto Bella permanecia deitada e calada. Joguei as notas ao seu lado e sai correndo daquele lugar, procurando me libertar de tais sensações ruins.

O ar frio da noite golpeou meu rosto enquanto eu procurava refúgio em meu carro.

Os letreiros luminosos do pequeno bordel me cegavam.

Corri o mais rápido que pude para casa.

Para o meu refúgio.

Entrei debaixo do chuveiro a fim de lavar tudo aquilo de mim.

E foi só ali que me permiti chorar.

Amargamente.

Eu me assemelhava à um menino perdido, carente de afeto e atenção.

A verdade era que sua partida havia feito verdadeiros e grandes estragos em mim.

E minha vingança havia sido um total fracasso.

Meu coração estava presente em tudo aquilo.

Por mais que eu tentasse machucá-la, a ferida era causada em mim.

Porque eu sabia que mesmo eu a machucando, jamais teria seu amor de volta.

E esse fato consumia as minhas forças terrivelmente.

Meus soluços se misturavam ao barulho da água corrente. Sentado no chão frio e hostil do meu banheiro, eu chorava em uma tentativa fraca de remissão.

A sensação de abandono ainda mais forte.

Ela nunca voltaria para mim.

Ela havia me abandonado, porque não me amava mais.

E eu havia sido tolo o bastante para acreditar em seu amor.

Agora me sentia ainda pior, por que havia tentado pagar na mesma moeda e tinha falhado.

Impedido pelos sentimentos.

Eu continuava a chorar, porque sabia que eu ainda a amava.

Ela ainda era capaz de tirar meu chão, dominar minha vida.

Sempre foi assim.

Enganado pela própria mente que achou que poderia fazer algum mal à ela, e sair ileso.

Fechei o chuveiro e andei rumo à minha cama, deitando-me e continuando a chorar. O quarto na total escuridão, os sons provenientes da madrugada fria, o cheiro de mofo impregnado no ar, dando um aspecto ainda mais miserável para minha situação.

"I don't wanna...talk about it

(Eu não quero falar sobre isso)

How you've broke my heart...

(Como você partiu meu coração)

If I stay here just a little bit longer...

(Se eu ficar aqui um pouquinho mais)

If I stay won't you listen to my heart....

(Se eu ficar, você não ouvirá meu coração?)

Oh my heart...

(Oh meu coração...)

I don't want to talk about it- Rod Stewart feat Amy Belle

No silêncio da noite eu cantarolava aquela antiga canção a qual expressava o meu estado de espírito. Minha voz era apenas um sussurro que se perdia na madrugada.

E quanto mais eu repetia aquele refrão, mais eu me desprezava por ter sido capaz de ser tão baixo e ter possuído Bella daquela maneira.

Minha vingança inválida.

De nada valera à pena.

Eu só me sentia ainda pior.

Mas a sensação de seu corpo em ritmo com o meu seria impossível de esquecer.

Mesmo que aquilo tudo fosse uma tentativa de me vingar, nada apagaria de minha memória e meu coração à noite em que a possuí depois de tantos anos.

O refrão contínuo perdia as forças enquanto a escuridão do sono me tomava.

Foi a primeira noite em que não tive sonhos.

Somente o vazio habitava minha inconsciência.

PDV Bella

Eu permanecia deitada enquanto minhas lágrimas formavam um caminho úmido nos lençóis emaranhados.

A dor em meu peito era tão grande!

Eu acabara de estar com o homem que eu amei em toda a minha curta existência.

Eu ainda o amava.

Os anos em nada afetaram sua beleza. Como um deus pagão, o rosto e o corpo parecendo ter sido talhados em mármore somente para ser observado.

Seu rosto havia adquirido algumas linhas dos anos passados, mas o que mais me atingiu foram os seus olhos.

Onde estava aquele brilho esmeraldino? O mesmo que sempre fez meu coração acelerar e o rubor tomar conta de mim?

Seus olhos agora eram frios.

Como pedras envelhecidas.

Chorei ainda mais, porque eu sabia o motivo pelo qual ele havia se tornado esse homem ressentido.

Meu abandono.

Eu o havia ferido tanto!

Mas eu sentia sua dor.

Acima de tudo eu sentia a sua falta.

Sua vinda motivada por vingança me trouxera um misto de sentimentos.

Eu chorava porque sabia que ele me odiava, mas também sentia alegria e prazer porque estivemos juntos novamente.

Conectados intimamente.

O prazer fora tão intenso que me impedia de me levantar da cama e lhe dizer toda a verdade e talvez me jogar em seus braços lhe implorando o perdão.

Em alguns momentos, eu sentia esperança de ver em seus olhos uma pequenina centelha do amor que algum dia ele me devotou.

Mas eu sabia que era somente obra de meu coração enganoso.

Chorei porque eu não seria mais o motivo pelo qual seus lábios gloriosos se abririam em um sorriso caloroso.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ou seus olhos suaves, demonstrando carinho.

Somente Nessie tinha esse poder.

Meu bebê havia conquistado o coração do homem que já possuía o meu.

Mas eu me contentaria.

Eu sorriria vendo ele com minha pequena no colo, e depois choraria sozinha em minha cama.

Eu continuaria a imaginá-lo possuindo meu corpo como antes.

Eu suportaria. E de alguma forma, pediria todos os dias a Deus que lhe desse a felicidade novamente.

Porque a felicidade dele seria também a minha.

Naquele quarto precário eu ainda sentia o seu perfume impregnado nos lençóis e em meu corpo.

Me levantei, à espera de mais um cliente.

Eu poderia ser possuída por todos, mas somente Edward possuía minha alma, meu amor e meu coração.

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