O Garoto Da Casa 918.

Capítulo 3


"Onde você mora?"

"Virando a esquina, uma rua depois." -Disse.

"Algum problema se eu te acompanhar?" -Lian perguntou.

"Claro que não." -Corei.

Ele sorriu e fomos andando juntos até em casa.

"Você tem irmão?"

"Não, sou filha única mesmo."

"Eu tenho dois, um já esta na faculdade." -Ele disse.

"Legal."

"É." -Mas seu tom de voz não parecia animado.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Viramos a esquina.

"Nossa!" -Ele disse parando.

Percebi que ele olhava para a casa.

"O que foi?" -Perguntei.

"Que casa interessante." -Ele disse- "Ótimo senário para um filme de terror."

Eu ri.

"Essa casa é bem velha." -Comentei- "Mas a história é que da medo."

Ele me olhou ansioso.

"Dizem que o dono da casa bebia muito e em uma noite voltou bêbado para casa. Matou a mulher e o filho, e depois tacou fogo em tudo. Por sorte um grupo de bombeiros passava pela rua e apagou o fogo antes que fosse tarde de mais."

"Nossa."

"Há boatos que o espirito do homem ainda permanece na casa." -Olhei para ele.

"Tá, agora eu fiquei assutado." -Ele riu.

Voltamos a andar pela rua.

"Eu moro com minha avó bem alí."

"E seus pais?"

"Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos e meu pai não mora comigo."

"Eu... Sinto muito."

"Tudo bem." -Dei de ombros.

Paramos em frente a pequena casa da minha avó; que de todas da rua, era a menor.

"Chegamos." -Disse abrindo a cerquinha.

"Então a gente se vê amanha?" -Ele perguntou.

"Não sei, eu ajudo minha vó em algumas entregas..."

"Tudo bem então." -Ele sorriu.

"Chau."

Fechei a cerca e andei até a porta. Quando me virei, Lian não estava mais lá. Abri a porta e entrei.

"Cheguei." -Disse- "Vó?"

Pendurei meu casaco no cabide e olhei em volta. Fui até a cozinha onde tinha um bilhete.

-Querida, fui para a casa da Sophia, ela vai me ensinar a fazer torta de morango. Se estiver com fome, tem biscoitos no forno. Por favor poderia fazer essas entregas que estão em cima da mesa para mim? Obrigada. Vovó.


Olhei em cima da mesa e as trouxinhas estavam prontas, peguei o papel com o endereço e saí. Depois de uma hora eu já tinha acabado, felizmente ainda não estava escuro e isso era bom, pois eu não tinha pego a lanterna.

Olhei no papel a ultima casa.

-Dois potes de geléia. Casa 918.

Parei a bicicleta e olhei de novo. Não podia ser, essa casa estava abandonada a anos. Vovó deveria ter anotado errado. Pensei em combinações com os números para ver se não poderia ser outro. Mas acabou dando uma lanchonete fechada, o cinema, a casa da Jully e uma oficina.

Olhei mais uma vez o papel.

"Não custa tentar." -Disse para mim mesma.

Levei a bicicleta até a rua e parei em frente a casa. Ela devia ter sido uma casa muito bonita. Era bem grande, acho que cinco cômodos e cima e mais quatro em baixo.

Peguei a trouxa e fui até a porta. A madeira estava escura pelo fogo e rangia por ser velha. Bati na porta duas vezes. Nada. Olhei pela quinta vez para o papel e conferi.

Bati a última vez e nada ainda.

"É, acho que foi um engano." -Murmurei.

Me virei e voltei para a bicicleta. Mas no meio do caminho ouvi o barulho que eu não queria nunca ter ouvido. O barulho da porta se abrindo.