O Garoto Da Casa 918.

Capítulo 24


O sinal bateu e todos arrumaram seus livros e saíram. Peguei minha bolsa e andei distraidamente até meu armário.

"Oi." -Disse Jully do meu lado.

"Oi." -Respondi pegando meu casaco e meu caderno.

"Eu sinto muito pela sua avó."

"Jully ela só esta no hospital, não morreu." -Olhei para ela, que deu um sorriso sem graça.

"Eu sei..." -Ela olhou em volta constrangida- "Mas minha mãe fez isso para você."

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Ela tirou da bolsinha uma embalagem de papel.

"Não precisava."

"É tradição da minha família presentear alguém com um ente querido no hospital. Ela fez um bolo."

"Obrigada Jully." -Agradeci.

"Se precisar de alguma coisa, me chame." -Ela sorriu e saiu.

Suspirei e guardei a embalagem na bolsa. Coloquei meu casaco e saí. Ao caminho até a porta, todos me olhavam como se sentissem dó, eu odiava isso. Passei pelo pátio e fui até minha bicicleta, tirei a trava e segui sozinha pela rua da escola.

Virei a esquina e logo Dave estava atras de mim.

"Esta melhor?" -Ele perguntou.

"É.. Vou ficar bem." -Dei de ombros.

"Ainda bem que sua tia esta aqui."

"É... Ela é boa, mas se preocupa de mais."

Ele colocou as mãos no bolso.

"Mas pelo menos não ficará sozinha."

"Não estou sozinha." -Olhei para ele- "E ainda mais, ela não vai ficar o tempo todo em casa, só vai dormir lá e fazer a comida."

"Mas pelo menos..."

"Eu entendi." -Falei brava.

Continuamos a nadar pela rua, o dia estava meio nublado, mas havia alguns raios de sol querendo se mostrar no céu. Grande chance de não chover.

"Não olhe agora, mas tem alguém nos seguindo." -Dave sussurrou quando viramos a rua de casa.

Parei a bicicleta e me abaixei para amarrar o sapato, dei uma rápida olhada para trás e vi um homem de casaco parando na rua e nos olhando disfarçadamente.

Me levantei e continuei a empurrar a bicicleta.

"Quem é?" -Perguntei.

"Não sei, mas não parece boa gente. Vou te levar até em casa e quero que tome cuidado." -Ele disse.

Paramos em frente da cerca, coloquei a bicicleta para dentro e tirei minha bolsa.

"Eu volto quando sua tia sair." -Ele disse com um sorriso no canto da boca.

"Vou esperar." -Me levantei nas pontas dos pés e lhe dei um beijo na bochecha.

"Cuidado." -Ele disse.

Assenti e andei até a porta.

x

"Cheguei." -Disse entrando e tirando o casaco.

"Estou na cozinha." -Disse minha tia.

Fui até ela e coloquei o bolo na mesa.

"O que é isso?" -Ela perguntou.

"Minha amiga me deu." -Dei de ombros.

"Ah, que fofa. Ponha a mesa por favor, para três, tenho um convidado hoje."

Assenti e peguei os pratos. Quando o almoço estava pronto a campainha tocou.

"Helena, atenda." -Disse minha tia batendo palma.

Olhei em volta e voltei a realidade. Me levantei e fui até a porta. Quando eu abri, sufoquei um grito. Era o homem de preto.