O Garoto Da Casa 918.

Capítulo 22


Desci as escadas e fui até a cozinha.

"Faz tempo que você não fica comigo." -Dave disse encostando na porta.

"E eu estou o que com você aqui?" -Perguntei pegando um copo da água.

"Não. Eu estou com você. Prefiro quando você esta comigo."

Olhei para ele.

"Isso não faz sentido."

"É que eu passei na biblioteca e tenho livros novos lá. Sua casa é grande de mais." -Ele deu de ombros.

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"Ok, eu te acompanho até em casa."

"Acompanha." -Ele murmurou para si mesmo.

"Minha avó logo vai chegar." -Disse depois que bebi.

"Eu sei." -Ele assentiu.

Olhei para ele.

"Vamos?" -Perguntei.

Fomos até a porta, eu peguei meu casaco e saímos. Estava um dia meio nublado com um chuva leve, a rua não estava muito movimentada e todos os carros estava com o vidro fechado. Não seria problema.

"Deveríamos marcar de ir juntos na biblioteca." -Disse virando a esquina.

Ele pois as mãos no bolso do casaco.

"É... e irmos bem cedo quase não tem ninguém."

"Eu sou amiga do dono então..." -Parei e olhei para Dave que olhou para o outro lado da rua. Quando me virei havia um pequena multidão no centro. Algumas ambulâncias e um carro de policia.

"O que house?" -Perguntei.

Ele me olhou.

"Fiquei aqui."

Ele correu até as pessoas, mas eu fui atras. Quando fomos nos aproximando, mas pessoas começaram a olhar para mim e abrindo espaço. Percebi que tinha alguém caído e parecia ser grave.

Dois médicos colocaram a pessoa numa maca e foram levando até a ambulância.

"Helena." -Alguém me chamou, mas eu nem liguei.

Passei pelas pessoas e quando cheguei até o centro sufoquei um grito. Minha avó estava deitada na maca, parecia inconsciente e com vários arranhões no corpo.

Jack chegou perto de mim e logo parou um dos médicos.

"O que houve?" -Ele perguntou.

"Ela foi atropelada, vamos levar para o hospital agora, talvez não seja nada muto grave." -Disse o ruivo.

"Eu vou com eles." -Falei, percebi que chorava pois minha voz estava rouca.

Jack assentiu. Segui os médicos mas no meio do caminho, alguém segurou minha mão.

"Não acho uma boa ideia." -Disse Dave.

"Minha avó." -Falei tentando empurrar ele.

"Helena calma." -Ele disse.

"Me larga!" -Gritei.

Jack olhou para Dave com um cara nada legal.

"Solte ela." -Ele disse.

"Vá você, ela não vai ficar bem." -Ele disse autoritário.

Com uma rápida troca de olhares, Jack seguiu os médicos e entrou na ambulância. Olhei o carro sumindo na rua e as pessoas indo embora. Começou a chover, minha lágrimas iam de confundindo com as gotas que pingavam do meu cabelo molhado.

"Venha." -Disse Dave.

"Não. Eu preciso ir." -Eu estava sem voz e com muito frio.

"Helena." -Ele disse- "Se você ficar aqui."

Olhei para ele que estava todo molhado, seu cabelo caía sobre o rosto e os olhos estava cerrados por causa dos chuviscos.

Assenti e segui ele até minha casa. Quando entramos eu estava ensopada. Tirei meu casaco e deixei ali mesmo no chão.

"Eu não devia.." -Eu disse, mas ele me abraçou no mesmo momento.

Seu corpo estava quente mesmo molhado. Minhas mãos tremiam e as pontas dos meus dedos estava doendo.

"A culpa não foi sua, vai focar tudo bem." -Ele disse.

"Mas..."

"Foi só um acidente."

Olhei para ele.

"Meu deus Helena, precisa se aquecer." -Ele disse.

Dei uma rápida olhada no espelho da sala e percebi que meus lábios estava sem cor e meus olhos vermelhos.

"Vou tomar um banho." -Falei subindo as escadas.

Entrei no banheiro e percebi que estava meio sem ar de tanto chorar. Fui para dentro do box sem tirar a roupa e deixei a água quente me esquentar. Me ajoelhei no chão e chorei. Abracei meu corpo que tremia de frio e gritei; parecia que todas minha dores iam embora com aquele grito. Um grito acompanhando de choro e soluços.

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Ouvi a porta do banheiro se abrir. Dave se ajoelhou na minha frente e segurou meu rosto com as mãos. Olhei para ele que estava com um olhar preocupado; eu não queria que ele me visse assim.

"Vai dar tudo certo." -Ele disse.

Eu não estava com tanta fé assim, mas assenti.

"Eu sinto como...Se eu fosse a culpada." -Sussurrei.

"Você não é, e nunca vai ser."

A água ainda caía e com o vapor o banheiro tinha ficado embaçado. Dave se levantou e pegou uma toalha, deligou o chuveiro e me cobriu com ela. Senti meu corpo esquentando e deleitei, me levantei e fomos até meu quarto.

Tirei minha roupa e a joguei no canto; senti um alivio com isso, como se todos meus problemas estivessem nela. Peguei um vestido e uma blusa e me vesti. Dei um casaco para Dave e um cobertor.

"Esta melhor?" -Ele perguntou.

"Não. É como se me peito fosse explodir de tanta dor."

Ele me olhou. Abracei seu pescoço e senti suas mãos abracarem minha cintura.

"Fique comigo." -Sussurrei com a cabeça no seu pescoço.

Deitei na cama e ele do meu lado. A chuva era a única coisa que eu podia ouvir no quarto. Me enrolei no cobertor e ele me abraçou de lado, me fazendo deitar no seu peito.

"E se ela não voltar?" -Perguntei.

"Ela vai voltar, vai te desculpar e vocês duas vão voltar a morar felizes." -Ele disse.

"Estou com medo." -Sussurrei.

"Não fique." -Ele passou a mão nas minhas costas.

Suspirei, eu já tinha chorado de mais, meu olhos deveriam estar vermelhos e com olheiras.

"Tente dormir um pouco." -Ele disse.

"Vai estar aqui quando eu acordar?"

Ele sorriu.