O Garoto Da Casa 918.

Capítulo 11


Olhei para a janela e suspirei. Estava chovendo a dois dias seguidos e eu não tive como sair de casa. As férias acabavam em alguns dias e cada hora demorava uma eternidade para passar. Eu me sentia tão entediada; acho que agora eu sabia como Dave se sentia.

"Helena."-Minha avó me chamou.

"Sim vó?" -Disse da porta.

"Poderia ir no mercado? Estou querendo fazer um chá mas não tem mel."

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Desci as escadas até a cozinha.

"Só mel?" -Perguntei.

"Por favor querida."

"Ok." -Peguei minha capa de chuva e as botas no armário- "Eu posso ir para a biblioteca depois?"

"Por que? Esta chovendo."

"Eu sei, mas já que eu vou sair. Eu volto, te deixo o mel, e saí. Eu estou com tanto tédio." -Gemi.

"Esta bem."

Sorri.

"Mas te quero aqui antes do anoitecer."

"Obrigada." -Dei um pulinho.

Coloquei as botas, a capa, peguei o dinheiro e saí.

Estava chovendo muito, mas por sorte não tinha vento. Fui andando até o marcado. Fiquei feliz quando percebi que estava aberto.

"Bom dia." -Disse indo para a sessão de pão. Peguei um pote de mel e um pacote de pão. Fui para o caixa e paguei. Quando saí, ouvi alguém me chamar.

"Helena."

Me virei e não pude acredita.

"Jack?" -Corri até ele e o abracei.

"Quando tempo Guria." -Ele disse.

"Nossa! O que faz aqui?"

"E o que houve com o quanto tempo, que bom ver você..?"

"Bobo."

Jack meio que cresceu comigo. Ele era meu vizinho e meu melhor amigo, mas um dia sua mão perdeu o emprego e ele teve que se mudar. Desde então, nunca mais tinha o visto.

"Bem, digamos que minha mãe foi transferida e agora ela está namorando um cara e eu vou ficar um tempo aqui."

"Isso é ótimo!" -Sorri.

"Eu sei." -Ele sorriu.

Jack era um garoto muito bonito. Quando eu era pequena tinha uma queda por ele. E quem não teria? Ele era alto forte e tinha os olhos azuis mais lindos do mundo! E o cabelo também ajudava, dourado como o da mãe.

"Você esta tão grande." -Ele disse- "Quer ajuda com as compras?"

"Não obrigada, eu estou indo para casa, mas vou ter que sair de novo. Mas podemos nos ver outro dia." -Sugeri.

"Pode ser."

"Bem, foi muito bom ver você. Eu ainda moro no mesmo lugar. Venha me visitar em." -Disse rindo.

"Com certeza." -Ele acenou.

Coloquei a touca e saí.

-

"Você não sabe quem eu vi vó."

"Quem?" -Ela perguntou tirando os produtos da sacola.

"O Jack!"

"Nossa."

"Ele esta aqui e acho que vai ficar." -Sorri.

"Que bom, convide-o um dia para vir aqui, eu gosto desse rapaz."

"Eu também. Ele não mudou nada." -Eu ri.

Suspirei.

"Estou indo vó." -Disse voltando para a porta.

"Cuidado."

Peguei meu casaco e saí. No meio do caminho fiquei imaginado como seria se Dave conhecesse o Jack. Iria ser tão estranho. O Jack é tão animado e o Dave tao na dele. Seria engraçado.

Passei pelos arbustos e quando fui pulei a cerca acabei prendendo meu casaco num prego.

"Droga!" -Xinguei.

Desenrosquei o casaco e olhei para o buraco que tinha formado. Não seria fácil explicar aquilo. Bati na porta e entrei. Subi as ecadas e fui até o quarto, bati na porta e a cordinha desceu.

"Olá." -Disse subindo as escadas.

Dave me olhou assustado.

"Nossa, você pode avisar antes." -Ele disse vindo até mim e me ajudnado a subir.

"Desculpa."

"É que as vezes eu tomo banho sabe.." -Ele disse dando um sorriso sarcástico.

"Da próxima vez eu prometo avisar." -Eu ri.

"Nossa, o que houve?" -Ele me olhou.

"Nada por que?"

"Esta toda molhada. Venha, fica perto do fogo."

Tirei meu casaco e me sentei no chão.

"Eu encontrei um velho amigo meu."

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"Ah." -Ele disse, colocando mais lenha no aquecedor.

"Ele é bem legal, devia conhecer." -Abracei minhas pernas para me esquentar.

"Passo essa."

Fiz uma careta.

Ele se setou do meu lado.

"Eu ia vir antes, mas estava chovendo muito e minha avó não deixou."

"Foi o que eu pensei." -Ele disse.

Esfreguei meus braços, eu estava com frio e o fogo não estava ajudando.

"Que coisa Helena."

Dave se levantou e quando voltou me cobriu com um combertor

"Você é louca. Pode pegar um resfriado." -Ele disse bravo.

Sorri, ele se preocupava comigo.

"Estou falando serio."

"Eu sei." -Mordi o lábio.

Senti uma coceira no nariz e acabei espirrando. Dave me olhou serio, como cara de 'eu te avisei'.

"Foi só um espirro." -Limpei o nariz.

"Quer um chá."

"Não obrigada." -Olhei para o fogo estalando- "Você se importa comigo?"

Ele me olhou.

"É que eu gosto da sua companhia."

Olhei para ele.

"Então você só liga por que eu te visito?" -Perguntei.

Ele não respondeu.

"Não acredito que você disse isso."

"Eu não quis dizer isso..."

"Eu venho aqui todos os dias e ..." -Desviei o olhar.

"Eu gosto da sua companhia e sim eu me preocupo." -Ele disse, depois de cinco minutos de silêncio.

"Deveria agradecer mais." -Murmurei.

Ele suspirou.

"Sem drama Helena."

"Não é drama, e consideração pelo que eu faço por você."

"Se você não gosta.."

Olhei para ele brava.

"Pare de dizer isso." -Gritei empurrando ele para o lado- "Eu ligo para você, e gostaria que você, pelo mesmo, fingisse que faz o mesmo."

Meus olhos embaçaram.

"Não chore."

"Não estou chorando." -Disse limpando o canto deles.

"Eu não quis ser... Grosso."

"Mas foi." -Voltei para o fogo.

"Me desculpe?"

Virei o rosto.

"Me desculpe." -Ele insistiu.

Olhei para ele e seus olhos brilharam.

"Tá, mas só dessa vez. Na próxima eu vou embora e não volto."