Cinderella de vans

Deixa de papo furado.


- Oi, oi, oi, oi! - ouvi uma vozinha fininha e irritante vindo em minha direção. Ela usava um vestido tão curto e justinho que eu não sei como ela se mexia naquilo.

- Oi. - falei irritada.

- Brigada por me deixar ficar aqui, Blake. - Caroline falou, carregando uma mala.

- Tanto faz. - dei de ombros.

- Oi Caroline. - falou o Lucas.

- Onde é o quarto que eu vou dormir?

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- Ali. - apontei em direção ao meu quarto e ela entrou, antes que eu pudesse entrar o Lucas me puxou.

- Seja legal, Blake. - ele sussurrou.

- Quando não sou? - sorri sarcástica.

Entramos no quarto e Caroline começou a arrumar sua roupas, não eram muitas e eram quase todas do mesmo tipo: vestidinhos e sainhas. Lucas estava do meu lado enquanto eu escutava música. Depois de um tempo desisti de ficar ali, não aguentava mais olhar na cara da Caroline, ninguém merece ela morar na minha casa.

- Aonde vamos? - Caroline falou me seguindo pra fora do quarto.

- Você eu não sei, mas eu vou dar uma volta.

- Posso ir com você?

- Não. - falei, batendo a porta do quarto, e Caroline ao meu lado.

- Olha, eu sei que você não gosta de mim...

- Não diga?! - falei sarcástica.

- Blake, eu sou uma pessoa legal, é só voce me conhecer.

- Aposto que é super legal transar com todos os caras da cidade!

- Não é como se eu tivesse muita escolha, sabe?

- Que?

- Todo mundo te julga, Blake, antes mesmo de te conhecer, voce não odeia isso? Pois bem, esta fazendo exatamente a mesma coisa comigo. - não acredito que estivesse mesmo fazendo aquilo, mas a garota não ia parar de me irritar então permiti que ela fosse junto comigo, além do mais, não queria que ela e o Lucas ficassem sozinhos no meu quarto... E na minha cama.

- Gostei das suas novas roupas. - ela falou puxando assunto.

- Parecida com as suas. - revirei os olhos.

- Gostei, mas não parece ser o tipo de roupa que você usaria.

- Nem sei porque mais estou usando isso.

- É, é bem cansativo.

- O que?

- Ser julgada.

- Nem me fale.

- Mas eu sempre achei que voce fosse o tipo de garota que não se importa com isso.

- Olha, eu não gosto de voce, e nada vai mudar isso.

- Eu sei. - ela deu de ombros e continuamos caminhando. Até que recebi uma mensagem que dizia "vamos sair hoje? te pego na sua casa as oito, Hunter". - Quem é? - Caroline perguntou.

- Ninguém que te interesse.

- Namorado?

- E eu lá tenho namorado?

- Voce sempre foi do tipo de andar com os garotos, só chutando. - ela deu de ombros.

- Não vou estar em casa hoje as oito, ok?

- Tudo bem.

- E eu quero minha casa, meu quarto e minha cama do jeito que eu deixei, ta?!

- Tudo bem.

- Só pra deixar claro: se comporta!

- Tudo bem.

- Caroline, não quero caras lá em casa.

- Eu não faria isso.

- Sei que não. - falei ironicamente.

Chegamos em casa e o Lucas estava no computador, Caroline logo sentou do lado dele e, para o meu alivio, eles não pareciam dispostos a fazer mais nada essa noite além de ficar no computador.

- Ei - Caroline me chamou enquanto eu escolia meu vestido - Posso te emprestar uma roupa!

- Obrigada, mas eu quero ir como amiga não como prostituta.

- Blake, por favor... - Lucas me olhou com uma cara, tipo "vamos, Blake, por favor" e eu deixei ela me vestir, bem, é só eu trocar de roupa depois, não é?

E quando estava pronta, me impressionei que o vestido nem era tão curto assim e até bem soltinho (curto e solto nos niveis dos vestidos da Caroline), porque pra mim eu ainda parecia uma idiota, ela me deu um salto, e deixou meu cabelo solto, depois fez uma maquiagem em mim e eu estava pronta... E não tive que fazer nada.

- Nossa... - Caroline falou pra mim - Você esta linda. - ela bateu palminhas e deu pulinhos.

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- Ta... Dá pro gasto.

- Voce esta estonteante, magnifica, maravilhosa, linda...

- Deu, neh?

- Tudo bem. - ela sorriu - Se divirta. - ela falou e bem nesse momento meu celular tocou e vi que Hunter tinha chegado.

- Você esta linda. - ele falou quando eu abri a porta pra sair.

- Deixa de papo furado.

- Que?

- Somos só amigos.

- Que transaram.

- Não de verdade.

- Toda escola pensa que sim.

- E eu lá me importo com o que toda escola pensa?

- Pelo jeito não. - sorri.

- Onde vamos?

- Jantar?

- Não.

- Por que?

- Não to com fome. - mas a verdade era "eu tenho uma promessa pra cumprir e nunca vou conseguir cumpri-la se voce ficar agindo como meu namorado" afinal, parte da promessa com o Bernardo foi "eu serei seu primeiro namorado" e isso eu ainda não quebrei e nem pretendo.

- Tudo bem... Bem, então não tenho mais planos.

- Skate?

- De vestido e salto?

- Bem, o vestido não me atrapalha em nada e o salto é só eu tirar.

- Tudo bem, mas já vou te dizendo: sou melhor surfando. - eu ri.

Peguei meu skate e fomos pra lá, andar de skate com um vestido era mais dificil do que eu pensava, primeiro porque o vestido era colado no corpo e depois eu tinha que ficar cuidando pra "nada aparecer" enquanto eu andava, o que não deixava eu fazer nenhuma manobra muito complexa, sem falar dos garotos que estavam na pista agora e ficavam babando na minha direção, na verdade, na direção da minha bunda, isso sim.

E eu não sei da onde o Hunter tirou que não anda de skate bem, ele estava se saindo muito bem, claro, não no meu nivel ou do Lucas, mas enfim, estava indo muito bem.

- Isso é bem mais dificil que surfar. - ele disse - Devia se envergonhar de ter tentado desistir de surfar na nossa primeira aula.

- Ah, cala a boca. - falei e no momento em que disse isso, caí no chão, acabei ralando meu joelho e sujando todo o vestido da Caroline e o pior acho que torci meu tornozelo e não estava conseguindo levantar.

- Você ta bem? - Hunter falou indo em minha direção.

- Estou maravilhosa! - falei sarcasticamente - Ralei meu joelho, sujei meu vestido, acho que torci meu tornozelo e aqueles garotos não param de rir de mim. - apontei para os garotos que a cinco minutos atras estavam babando por mim, e agora não paravam de rir, nossa, como as pessoas podem ser tão falsas e olhar tanto as aparencias?!

- Ei! Esta olhando o que aqui? Idiotas! - Hunter falou na direção deles. - Acho melhor nós irmos pra casa, já são onze horas, esta ficando tarde.

- Tudo bem. - ele pegou a minha mão, me puxou e eu fiquei grudada a centimetros dele, e se Hunter não me lembrasse tanto o meu passado, se Hunter não me lembrasse tanto o Bernardo, eu teria beijado ele ali mesmo. - Vamos. - falei, virando o meu rosto.

Chegamos em casa com um pouco de dificultade pois meu tornozelo não tinha se recuperado completamente, e quando estavamos na porta da minha casa, ficamos em silencio, um silencio que parecia que não iria acabar nunca e estava incomodando os dois, ninguém sabia o que fazer: abraço ou beijo? Bem, eu sabia a resposta e quando o Hunter foi chegando cada vez mais perto, dei tchau e corri pra dentro de casa.