Cinderella de vans

A vida é traiçoeira.


- Você é linda. - ele passou a mão na minha bochecha e eu sorri pra ele. Aqueles ultimos minutos haviam sido os mais estranhos e prazerosos da minha vida, o Lucas havia sido fofo e paciente comigo, e eu não me arrependo de nada.

- Obrigada. - eu havia colocado minha calcinha e sutiã e ele continuava do mesmo jeito... Admito, meu melhor amigo era um Deus grego.

- Blake, isso muda alguma coisa? - ele perguntou nervoso.

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- Sim. - respondi e ele me olhou assustado - Eu quero fazer isso mais vezes. - pisquei pra ele.

- Mais vezes?

- Sim.

- Sexo?

- Obvio né... - revirei os olhos - Bem, não tenho nada pra comparar mas acho que você é bem bom nesse quesito. - ele riu e eu ri junto com ele. - Podemos fazer isso e continuar sendo amigos?
- Quem é voce e o que fez com a Blake? - eu ri.

- Eu sei lá, parece ser divertido. E qual é o grande problema? Ser amigos e fazer sexo... Não são as duas melhores coisas do mundo: amigos e sexo? - nós dois rimos, e por mais incrivel que pareça, não tinha clima tenso entre nós.

- Admito que voce é muito linda, Blake. Por baixo daquelas roupas enormes voce esconde esse corpão... - ele falou olhando pros meus peitos e eu fiquei vermelha de vergonha.

- Cala a boca, Lucas. - dei um tapa no ombro dele.

- Eu precisava fazer algum comentario pervertido, sendo minha melhor amiga ou não, eu sou o Lucas e eu sempre vou pensar besteira.

- Isso é um sim?
- Sexo e amizade?
- Exatamente.

- Voce sabe que vai se apaixonar por mim.

- Eu já te amo, minha alma gêmea.

- Claro que eu topo, vai ser divertido. - e foi ai que tudo mudou. Lucas e eu transando, quem diria?


O Lucas colocou uma boxer preta e eu coloquei a roupa que estava quando fui pra casa dele, e nós dois fomos jogar video game. Ele era melhor que eu nisso, afinal, ele tinha o jogo e podia jogar quando quisesse, e eu só jogava quando vinha pra casa dele. Desisti de tentar jogar contra ele e praticamente implorei para nós fazermos dubla e jogarmos contra o computador. É claro que eu mais atrapalhei do que ajudei, mas pelo menos eu parei de perder sozinha.

- O Bernardo vai se mudar. - disse sentando na cama dele.

- Pra onde?
- Uma cidade qualquer... A duas horas daqui.

- Por que não me contou isso antes?!

- Ficamos um pouco ocupados... - eu ri mas ele continuou sério.

- Voce ta bem, Blake?

E foi então que tudo que eu estava segurando desde que cheguei ali se soltou, e eu comecei a chorar que nem uma louca, eu odeio chorar na frente das pessoas, eu odiava chorar na frente do Lucas, mas o meu rosto já estava vermelho de tantas lágrimas.

- Vai ficar tudo bem. - ele me abraçou e eu só fiquei chorando no ombro dele. Ele mexia no meu cabelo e deu um beijo na minha testa - Esta tudo bem, pequena. Voce vai encontrar outro garoto, voce é a garota mais linda que eu conheço, e qualquer garoto mataria para ficar contigo, não se preocupe.

- Eu não quero perder ele. - disse no meio dos choros.

- Voce não vai. Não vai. - ele se afastou de mim e limpou minhas lágrimas. - Eu te amo, pequena.

- Obrigada, Lucas. Por tudo. - ele sorriu pra mim e eu tentei sorrir pra ele também.

Cinco dias se passaram desde a perda da minha "inocencia", o Lucas veio aqui em casa ontem e tudo aconteceu de novo... Se é que me entendem. Foi divertido porque depois do que aconteceu, nós dois fomos andar de skate como se nada tivesse acontecido... Bem, a não ser por uma pequena dor irritante naquela parte minha.

Fui até o meu celular... Nenhuma ligação perdida. Será que ele não vai se despedir? Será que ele não vai nem vir falar comigo?! E como se alguém lesse meus pensamentos, o meu celular tocou, vi o numero do Bernardo e abri o maior sorriso da minha vida, só quando atendi que o sorriso se desmanchou.

- Victoria? - disse quando vi que a voz do outro lado da linha era da mãe de Bernardo e não dele.

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- Posso falar um momento com o seu pai, querida? - ela disse tentando parecer calma mas a minha barriga estava dando um giro de 360 graus.

- Er... Sim. - fui até a sala e entreguei o telefone pra ele explicando quem era. Sai da sala e fui pro meu quarto criando mil hipóteses sobre o que podia ter acontecido.

Alguns minutos depois o meu pai apareceu no meu quarto nervoso, ele simplesmente me abraçou e eu respirei fundo, sabia o que ia acontecer agora, era o que eu esperava que acontecesse daqui a vinte anos e não vinte segundos.

- Blake, eu te amo. - ele deu um beijo na minha testa enquanto me abraçava. - a vida é traiçoeira, ela coloca as pessoas na vida da gente e faz aquelas pessoas serem tão importantes pra nós, só pra no final, tira-las da gente.

É. Tinha acontecido. Era o fim. Aqueles momentos estavam sendo os piores da minha vida, tudo parecia um terrivel pesadelo e tudo o que eu queria era só acordar.

- Sabe, quando seu irmão morreu, eu achei que nunca mais conseguiria sorrir de novo, e por um lado é dificil, mas a gente supera. A vida continua e nós não podemos ficar presos no passado, vai ser dificil, mas voce consegue e talvez demore, talvez demore muito, mas voce vai sorrir de novo e se sentir bem de novo. Por mais que vá doer. - meus choros e soluços eram tão altos que mal se dava para ouvir o que o meu pai falava, tudo o que eu queria era sumir deste mundo e nunca mais voltar. - O Bernardo... Era um bom garoto. Mas a vida continua. E o tempo cura as feridas que pareciam tão profundas.

- Eu... Só quero dormir.

- Eu posso ficar aqui contigo.

- Pode ser. - deitei na cama e o meu pai me abraçou, deixei mais lágrimas escaparem e com o tempo fui me acalmando e pegando no sono.