Cinderella de vans

Adeus "inocência".


- Bernardo? - disse enquanto entrava na sala dele, ele parecia pior que antes, respirei fundo e me aproximei.

- Blake... Senti sua falta. - ele disse triste.

- Eu também senti a sua... Não sabe o quanto.

- Talvez... - ele fez uma pausa e por alguns segundos olhou o nada - Talvez... Eu... - havia lágrimas em seus olhos - Eles... Podem fazer com que eu viva... Por mais tempo.

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- É sério?! - me aproximei dele e dei o maior sorriso que eu poderia dar.

- Eu sairia daqui com uma "data de validade". Eu não sei quanto tempo seria, pode ser anos ou dias.

- Eu te disse! Voce não vai morrer! - sorri e falei um pouco mais alto que deveria - E quando voce sai desse hospital?

- Não sei. Logo. Eu tenho... Medo.

- Medo? De morrer?

- Não. Do tempo. De nunca realizar os meus sonhos. Tenho medo de magoar as pessoas que mais importam pra mim. Tenho medo de ser esquecido com um tempo. E em alguns anos, ninguém mais lembrara de mim. - fiquei em silencio só absorvendo o que ele dizia e segurando sua mão, acho que fiquei bastante tempo assim porque ele acabou fechando os olhos e eu sai de lá. Queria ir pra casa logo, odiava hospitais e odiava ver o Bernardo daquele jeito.

Quando cheguei em casa meu pai preparou um prato de massa com molho de queijo pra mim, eu amava a comida do meu pai, era melhor que a de qualquer restaurante.

E novamente os dias se passaram, eu passava o tempo todo em casa, Caroline ficava junto comigo e as vezes conversávamos não estava mais tão ruim agora que eu sabia que o Bernardo ia ficar bem, pelo menos por um tempo.

E depois de uma semana recebi uma ligação do Bernardo, deu um nó na minha barriga mas eu atendi.

- Oi.

- Oi. - ele ficou em silencio por um tempo - Ganhei alta.

- O QUE?! É SÉRIO?! MEU DEUS BÊ! Eu preciso ir ti ver! - gritei no telefone.

- Quando quiser. - ele parecia estar sorrindo.

- Agora. - disse e desliguei.

Cheguei na casa do Bernardo em minutos, praticamente me toquei na frente do táxi e disse pra ele ir o mais rápido possível porque era uma "emergencia". E em mais ou menos vinte minutos já estava na casa dele. Quando toquei a campainha um Bernardo com o cabelo molhado e sem camisa abriu a porta... Garotas também tem hormônios... E foi difícil segura-los naquele momento e não me atirar em cima dele.

- Oi. - ele deu o sorriso que eu mais amo do mundo e eu mordi o meu lábio inferior... Como eu queria fazer ele calar a boca... Do melhor jeito possivel.

- Oi.

- Senti sua falta, minha pequena. - e então me aproximei dele e o abracei, ele colocou os braços envolta dos meus ombros de uma forma protetora e eu segurei as lágrimas... Eu sabia que ele não iria estar aqui pra sempre.

- Também senti sua falta. - disse quando nos soltamos do abraço.

- Vou fazer um chá pra voce.

- Chocolate quente. - ele revirou os olhos e riu. - Que foi?

- Nada. Só... Sei lá... Senti sua falta. - ele disse com um sorriso bobo no rosto. E foi pra cozinha preparar o tal chocolate quente. Fiquei sentada na sala mexendo na bainha da minha blusa quando ele apareceu com uma caneca na mão.

- Então, quando volta pra escola?

- Blake... Isso... Nós... - eu sabia que essa conversa iria vir - Não vai dar certo.

- Vai sim. Eu sei da sua doença, sei que voce vai... Não vai... Durar pra sempre. Mas eu só quero aproveitar esses ultimos momentos contigo.

- Não é por causa da doença. - ele disse e então me surpreendi.

- Que?!

- Eu vou me mudar. Eu vou morar com os meus tios.

- Aonde?! Quando?!

- Pra uma cidade a umas duas horas daqui... Em uma semana.

- O QUE?! - gritei e levantei do sofá indignada.

- Eu preciso me livrar desse lugar, eu preciso deixar voce viver sua vida, eu preciso de um tempo.

- Mas... Mas... - as lágrimas já escorriam do meu rosto e eu limpei elas rapidamente e quando ele se aproximou pra me abraçar eu o empurrei. - PARA! PARA DE TENTAR ME PROTEGER! NÃO VÊ QUE SÓ ESTA ME MACHUCANDO?!

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- Sinto muito, Blake.

- Então... Acho que isso é um adeus. - dito isso sai porta a fora e corri pra longe, não queria mais ele, finalmente tinha decidido isso, o Bernardo não era pra mim.


Corri até a casa da unica pessoa que poderia me fazer bem agora. A unica pessoa que poderia me ajudar.

- Blake? - o Lucas disse quando abriu a porta. E tive o maior dejavu da minha vida quando vi ele com o cabelo molhado e sem camisa. E talvez tenha sido por impulso, talvez vingança, talvez tesão ou talvez raiva. E provavelmente nunca vou entender o porque de ter puxado ele e o beijado. E posso te dizer com toda certeza, beijar seu melhor amigo é uma das sensações mais estranhas do mundo. Isso não quer dizer que não era bom. Ele segurou minha cintura e eu coloquei os braços envolta do seu pescoço e permanecemos daquele jeito por algum tempo, eu nunca tinha nem cogitado a ideia de beijar o Lucas e agora já estava fazendo preliminares com ele, eu só tinha beijado ele uma vez quando estava bebada e não me lembro de ter sido tão bom assim. Sua mão começou a deslizar pelo meu corpo e chegou na minha bunda e então o beijo parou.

- O que foi? - ele ficou em silencio por um momento.

- Estou tocando na bunda da minha melhor amiga. E beijando ela. Não, isso ta errado.

- É... Tem razão. - finalmente tomei consciência do acontecido.

- Desculpa, Blake. - ele disse envergonhado e passou a mão nos cabelos.

- Ah? Pelo que? Fui eu que te beijei.

- Eu continuei o beijo.

- Foda-se. - eu dei de ombros.

- Quando voce chegou aqui... Antes do beijo... Voce parecia triste, o que aconteceu?

Eu sei. O Lucas é só meu melhor amigo. Beijar ele foi como beijar meu irmão. Mas eu não conseguia parar de olhar para aquele abdomen dele. E só conseguia pensar no beijo dele.

- Blake? - ele disse.

- Voce gostou do beijo?

- Se eu... Ah?
- Voce gostou do beijo?

- Que tipo de pergunta é essa agora, Blake?

- Voce gostou ou não?

- Obvio que sim, né. Voce pode ser minha melhor amiga, mas beijo é beijo.

E quando ele terminou de dizer isso, me levantei, andei em sua direção e selei nossos lábios novamente. Ele correspondeu um pouco mas depois nos separou de novo.

- o que foi isso?! - ele gritou.

- Dá pra calar a boca e me beijar?!

- Blake... Eu... O que esta acontecendo?!

- Eu só quero beijar voce.

- Eu?!

- Não. Pode ser qualquer um. Mas tenho que admitir que voce não é nada mal. E voce beijar bem pra caralho. Então tu serve perfeitamente pro trabalho.

- Quer dizer que beijaria qualquer um? - ele arqueeou as sobrancelhas.

- Estou cansada de me guardar. Estou cansada das pessoas sempre decidirem o que eu tenho que fazer da minha vida. Eu quero só fazer algumas coisas divertidas na minha sem me importar com os que os outros.

- Voce... Enlouqueceu? - ele disse pra mim e eu me sentei.

- Que droga! Eu só quero ser adolescente uma vez na minha vida, eu sempre fiz as coisas certas, eu sempre segui regras e fui comportada, bem "comportada" em alguns sentidos, eu nunca beijei alguém desconhecido, e nunca beijei alguém que provavelmente vou me arrepender depois. Eu nunca beijei alguém que não fosse o Bernardo, você e o Jason. Pode por favor, hoje esquecer que eu sou sua melhor amiga? - ele sentou do meu lado e colocou o braço envolta da minha cintura, eu olhei pra ele e fui pega em surpresa quando ele juntou nossos lábios. Correspondi o beijo e por mais estranho que pareça, eu tinha esquecido que o Lucas é bem... O Lucas. E só aproveitei o beijo, da sala fomos para o quarto dele derrubando tudo e sem nos desgrudarmos, ele passava a mão por todo o meu corpo e eu sentia seu abdômen enquanto isso, até que a minha mão chegou no zíper da calça dele e foi quando eu notei o que eu estava fazendo... E separei o beijo.

- Hm... - ele disse e passava a mão no cabelo nervoso enquanto tentava recuperar a folego. - Blake... Voce é...

- Virgem? - eu estava a ponto de fazer uma das maiores loucuras da minha vida agora. - Sim. - e foi quando nos juntei novamente. Transar com o meu melhor amigo? Eu acho que enlouqueci. E obvio que ele tentou nos separar por um momento, ele era meu melhor amigo e essa situação estava estranha para nós dois, mas eu senti o volume na calça dele e acho que aquilo estava mais forte que a estranheza que nós dois estavamos sentindo, então ele continou o beijo. Ele colocou a mão na bainha da minha blusa e eu a tirei, ficando somente de sutiã, agradeci internamente ter colocado o único sutiã que presta dos meus, o preto de rendas... Eu nunca pensei que quem iria vê-lo seria o Lucas. Tirei a minha calça logo depois e foi um pouco estranho ficar de lingerie na frente do Lucas, ainda mais com a cara dele me olhando com... Desejo. Obvio que é desejo, ele esta completamente exitado, mas de qualquer jeito, o Lucas nunca tinha me olhado daquele jeito. Ele tirou a calça dele também e eu deitei na cama com ele por cima de mim, foi então que tudo começou a fazer mais... Sentido. Talvez o peso na consciencia tivesse tomado conta de mim, pois eu sabia que hoje era um dos dias mais importantes da minha vida.

- Voce quer mesmo fazer isso? - ele sussurrou no meu ouvido, e naquele momento voltamos a ser Blake e Lucas, os melhores amigos e por alguns segundos eu hesitei dizer "sim". Mas aquele momento passou voando.

- Sim. - dito isso, ele começou a beijar meu pescoço e em segundos o que faltava de nossas roupas sumiu.