Everything I Ask For

Capítulo 98


Caroline’s POV

Eu estava dormindo, mas conseguia escutar tudo que falavam à minha volta. Eram mais de uma pessoa. Deveriam ser umas cinco, seis. Falavam baixo, mas não baixo o suficiente para eu não acordar.

Me remexi inquieta, querendo acordar logo e todos pararam de conversar. Estranhei aquilo, então abri os olhos lentamente. Não lembrava muito bem do que tinha acontecido para meus braços e pernas estarem tão pesados.

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Minha cabeça doía, assim como meu peito. E era uma dor incessante, o que me incomodava muito. Respirar machucava minha garganta e era muito doloroso também.

Como um tapa na cara, todos os acontecimentos vieram a tona. Desde quando tomei aquela porra daquele remédio maldito até quando eu simplesmente apaguei nos braços de Harry.

Minha respiração se tornou um pouco irregular, mas acelerada, o que me causou uma dor maior ainda no peito. Levei uma de minhas mãos até o local mais dolorido e apertei, tossindo algumas vezes.

Percebi rápidas movimentações perto de mim e foquei meus olhos na minha frente, vendo três feições preocupadíssimas. Harry, Louis e Niall se colocaram ao meu lado.

- Tudo bem? – Harry perguntou e eu assenti.

- Olha pra mim. – Niall pediu e eu virei o rosto, olhando em seus olhos. – Você não está bem. – ele suspirou e eu abaixei a cabeça.

- Tá doendo aqui? – Louis colocou a mão em cima da minha e eu assenti novamente. – Mais algum lugar? – apontei para minha cabeça e garganta.

- Fala alguma coisa, por favor. – Harry disse suplicante.

- Dói se eu falar. – minha voz saiu bem fraquinha.

- Vem aqui, minha linda. – Niall me abraçou apertado e me aconchegou em seu peito. – Odeio te ver assim. Dói em mim. – ele beijou o topo da minha cabeça e eu fechei os olhos.

- Vou pegar seu remédio, talvez passe um pouco dessa dor. – Harry foi buscar o remédio, deixando apenas eu, Louis e Niall no quarto.

Louis se sentou ao lado de Niall e puxou minhas pernas para seu colo. Dei um sorriso fraco e peguei sua mão, brincando com seus dedos. De repente ele livrou seus dedos dos meus e começou a passa-los por minha bochecha, fazendo um carinho delicado.

- Qualquer dor que você sentir fala pra gente, tá? – Louis falou atencioso e eu assenti.

Ele continuou acariciando minha bochecha e eu fechei os olhos, apreciando seu toque carinhoso. Só abri os olhos quando ouvi a porta ser aberta. Harry entrou com uma pílula e uma garrafinha de água.

Tomei rapidamente o remédio e o agradeci. Notei que minha bombinha estava no criado mudo e percebi que teria que andar com aquilo 26 horas por dia por um bom tempo...

- Carol... – Niall me chamou e eu ergui o olhar, parando em seu rosto. – Nosso voo sai hoje a noite. Acha que você pode viajar agora ou pedimos para nosso voo ser remarcado?

- Não precisa, Niall. – falei com certa dificuldade.

- Tem certeza? – Louis me olhou incerto.

- Tenho.

Por mais que eu não estivesse muito bem não iria atrapalhar a viagem dos meninos. Fora que eu me sentiria muito mal por estar incomodando eles. Afinal um voo não mata alguém, né? A menos que o avião caia, mas deixa pra lá...

Eles falaram sobre as coisas que eu podia e não podia fazer, incluindo shows. Eu não gostei nada disso e protestei. Ou tentei, pois eles falaram que era ordem médica e eu não podia fazer nada, apenas aceitar quietinha.

Depois de um tempo ouvimos alguém bater na porta e Harry foi atender. Liam, Zayn, Josh, Nick e Sandy entraram com sorrisos lindos nos rostos. Sorri para eles também e começamos a conversar.

Eu apenas assentia ou negava a maior parte do tempo, pois estava doendo demais ficar falando. De vez em quando Niall me apertava mais contra ele e eu apenas o olhava, dando um sorrisinho. Ele perguntava se eu estava bem através dos apertos e eu dizia que sim com sorrisos fracos.

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Conversa vai, conversa vem eu acabei pegando no sono novamente e só acordei quando já estava tudo pronto para deixarmos o hotel. Adeus Brasil, hello London.

Niall’s POV

A viagem foi tranquila, graças a Deus. Não consegui pregar o olho um segundo sequer por medo de acontecer alguma coisa com Caroline. Depois que Harry me contou o que o médico tinha dito eu entrei em pânico. Não sei o que faço sem minha irmã.

Por sorte a respiração dela não teve alterações durante o sono e ela dormiu praticamente o trajeto todo. O remédio que ela estava tomando era muito forte e a dopava completamente.

Era horrível vê-la com os olhos caídos, o rosto pálido e o corpo mole. E principalmente com dificuldade para falar. Era estranho não ouvir a voz dela durante as conversas, pois estávamos tão acostumados a ouvir sua voz opinando em tudo, tirando sarro, fazendo comentários maliciosos que quando não ouvíamos parecia que estava faltando algo.

Todos ficamos realmente abalados quando vimos o estado de Caroline. Me doeu o coração quando eu e Louis chegamos para abraça-la e ela se escondeu no peito de Harry. Ela estava tão assustada com tudo que a única pessoa que ela deixou se aproximar foi quem cuidou dela. E aquilo acabou comigo.

Não, eu não estou com ciúmes de Harry, apenas mexeu muito tudo isso. Eu pude ver o quanto minha irmã pode ser frágil e dependente de uma pessoa como eu nunca tinha visto antes.

Acho que foi a primeira vez que vimos Caroline sem toda aquela armadura inquebrável. Mas foi só quando ela e Harry chegaram no hotel, pois quando ela acordou já tentou colocar a armadura novamente, alegando que estava bem, sendo que não estava.

Isso que eu fico mais bobo de ver. Aposto que se não tivéssemos a pressionado a falar onde estava doendo ela não falaria. Caroline simplesmente continuaria dizendo que estava perfeitamente bem.

Às vezes eu paro para pensar e percebo que sei pouca coisa sobre o passado dela. Sei algumas poucas informações que ela me falou vez ou outra, mas nada de mais. E eu sei que tem muita coisa que eu não sou capaz nem de imaginar que aconteceu.

Senti Carol se remexer em meus braços e logo vi seus olhos se abrindo. Sorri bobo para ela, que me devolveu o sorriso. A abracei mais forte e ela repousou a cabeça em meu peito.

- Eu te amo tanto, minha linda. Tanto. Você não faz ideia. – sussurrei em seu ouvido e beijei sua testa demoradamente.

- Você é tudo pra mim, Niall. – Caroline disse baixinho, me apertando contra ela. – Promete que nunca vai me abandonar? – ela me olhou diretamente nos olhos.

- Prometo, minha linda. Prometo. – beijei sua testa novamente.

Quando ela me olhou eu vi medo em seus olhos. Puro terror. Caroline, por trás de todos aqueles sorrisos lindos e felizes, era apenas uma garotinha abandonada pela família que tem medo do mundo.

Por mais que estivesse cercada de pessoas que a amassem ela sentiu um medo absurdo de ser esquecida, deixada de lado. Pode parecer bobo, mas para quem foi largada pelos pais desconfia de todos.

Depois de mais algumas horas de voo desembarcamos na chuvosa Londres. Louis deu seu casaco para Caroline, pois ela estava trincando os dentes de frio. E olha que nem estava tão frio assim.

Pegamos uma vã e fomos direto para casa. Deixamos os meninos no caminho e Josh parecia não querer se afastar de Caroline. Outro medroso. Depois de quase Carol chutá-lo para fora do carro ele desceu.

Chegamos em casa e nem nos preocupamos de arrumar as malas. Largamos tudo no chão da sala, do quarto, até da cozinha e fomos direto para cama. Harry falou que dormiria com Caroline e Louis começou a brigar com ele.

No final das contas os três tiveram que dormir na mesma cama, porque a birra das crianças é muito grande...