Novos Ventos

Capítulo 36


Graças a Deus acordei bem disposta hoje.

Acho que eu realmente sentia falta de Forks.

Levantei antes que Damon e meu pai e resolvi fazer panquecas para o café da manhã. Ouvi alguém descendo as escadas enquanto pegava meu prato e ia para o sofá.

– caiu da cama Bells?

– Só acordei bem disposta!

Me joguei no sofá e procurei por um canal com desenhos – eu sei que já tenho dezenove anos, mas adoro desenhos antigos. Meu pai pegou um prato e se juntou a mim na sala.

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– esse era um dos seus preferidos Bells – ele comentou enquanto passava Os Smurfs.

– É verdade! - disse lembrando que uma vez quis ser loira igual a Smurfete.

– Está bem gostoso isso querida! - meu pai disse comendo uma ultima garfada e levando o prato para a cozinha. Ele pegou suas coisas e se despediu indo trabalhar. Resolvi arrumar a bagunça que tinha feito na cozinha e checar a despensa para ver se tinha algo faltando.

Subi e Damon ainda dormia. Comecei a mexer em seu cabelo e fazer cocegas em sua orelha.

– hummmmm – ele ronronou como um gatinho.

– Vamos dorminhoco! Precisamos ir ao mercado.

– Que disposição toda é essa?

– Tudo bem eu vou sozinha – disse debochando dele e indo para a porta.

Damon se materializou na minha frente e achei engraçado.

– vamos! Quero sair Damon!

– Ok senhorita de pilhas novas.

Ele foi para o banheiro. Enquanto me arrumava me senti culpada por ter acordado ele. Sei que os últimos dias foram desgastantes não só para mim como para ele também. Imaginei há quanto tempo ele estaria sem sangue e me preocupei.

Refiz meus planos. Passaríamos primeiro no hospital, assim Carlisle poderia me examinar e Damon se alimentar. Depois iriamos ao escritório da construtora ver o andamento da reforma. Uma pausa para o almoço, uma visita a loja de Ângela. E finalmente passaria no mercado.

Damon me encontrou no carro. Assim que ele entrou no lado do passageiro dei um grande beijo nele.

– adoro você animada assim...

– eu também gosto.

Nos beijamos por mais alguns minutos. Depois me endireitei no banco e dei a partida. Damon estava um gato hoje. Com todo aquele ar de mistério que ele sempre exalava e que me deixava louca.

– Você passou a entrada para o mercado Isa.

– Na verdade mudei um pouco os planos. Vamos primeiro ao hospital ver Carlisle. E você pode conseguir uma ou duas bolsas. Você também precisa ficar forte – disse com uma piscadinha para ele.

Damon apenas deu um sorriso torto.

– E como vou conseguir fazer isso em pleno dia no hospital de Forks?

– Se você quiser posso conseguir pra você por meios próprios.

– Não, prefiro que você não se envolva.

Eu tinha opções. Poderia conseguir com Carlisle ou poderia manipular alguém do banco de sangue a liberar algumas bolsas.Perguntei como Damon planejava fazer. Ele disse que daria um jeito de alterar os registros e a mente de alguém. Disse que ele fosse rápido pois tinhamos o dia cheio.

– o que mais você planejou para hoje?

– Vamos a construtora, depois almoço, passar na Ângela e depois mercado.

– Finalmente você está de volta!

Dei um tapa em sua cabeça enquanto terminava de estacionar o carro no hospital. Andei pelos corredores até o andar do banco de sangue. Disse para Damon que o encontraria depois no carro.

– de jeito nenhum, quero te acompanhar na consulta.

Apenas revirei os olhos. Damon pegou minha mão e andamos até o consultório de Carlisle. As assistentes já me conheciam e não me barraram. Era divertido ver a cara delas cobiçando Damon.

Bati e abri um pouco a porta. Carlisle lia um livro. Seu sorriso se abriu quando me viu e ele se levantou vindo até mim e me abraçando.

– Bella! Quanto tempo querida!

– Oi Carlisle!

– Olá Damon, sentem-se.

Damon cumprimentou Carlisle e se sentou. Carlisle começou a me perguntar o que eu vinha sentindo. Narrei para ele o que me lembrava da pancada na cabeça. Damon preencheu as lacunas que eu não soube explicar. Ele pediu que eu me trocasse para me examinar. Vesti aquela camisola sem graça de hospital.

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Carlisle verificou meus dados vitais, e fez alguns outros exames físicos. Me liberou para vestir minha roupa.

– Bem Bella. Estou te achando só um pouco pálida. Acho que é uma anemia leve. Tome as vitaminas que vou passar e faça refeições mais reforçadas combinado?

– Combinado!

– Ela pode suspender os outros remédios Carlisle?

– Sim Damon, acho que ela está estável e bem. Só redobre os cuidados com a alimentação. Qualquer problema entrem em contato comigo.

Me despedi de Carlisle e saímos do consultório. Voltamos até o banco de sangue. Damon começou a conversar com a atendente e ela abriu a porta para ele.

Eu fiquei no corredor checando e-mails no meu celular e ouvindo as cabeças das pessoas para o caso de alguém desconfiar de algo.

Pude ver que Damon tomou duas bolsas e se preparava para sair. Comecei a caminhar assim sairíamos mais rápido do hospital. O “plano” deu certo.

– precisamos organizar melhor seus jantares querido. Não dá pra fazer uma operação de emergência no hospital de Forks toda vez que você esquecer de comer.

– Você leva isso tudo muito bem Isa.

– Aposto que você está se perguntando quando é que vou começar a gritar e sair correndo...

Ele lançou um sorriso e balançou a cabeça concordando. Nesse ponto ele pensava como Edward no começo. Tirei essas ideias comparativas da cabeça. Passamos na construtora e descobrimos que o projeto iria atrasar um pouco pois tinham descobrido um pequeno vazamento no banheiro de baixo. Mas nos prometeram finalizar tudo em uma semana. Claro que eu ajudei um pouquinho a acelerar esse prazo “manipulando” o engenheiro.

– não foi justo fazer isso querida.

– Não é justo não cumprir os prazos Damon – ele me olhava com diversão

– Ah qual é depois pago um bônus para eles.

Resolvi passar pela prefeitura e convidar meu pai para o almoço. Ele estava em uma reunião com o prefeito e como “vi” que demoraria apenas deixei um recado com a secretária de que sairíamos para jantar.

Durante o almoço tive outra visão de um bilhete de loterias. Eu achava aquilo muito divertido. Não que eu precisasse de prêmios em loteria.

Os fundos de investimento que Alice tinha feito para mim me rendiam uma fortuna. Com as visões ela conseguia triplicar o que toda a família e eu tínhamos as vezes em uma semana. O fundo de investimento que ela havia me dado há mais de um ano já passava de dez milhões. E olha que eu tinha gasto bastante dinheiro nesse meio tempo.

Ainda tinha o dinheiro que tinha ganho em Vegas. Mas sempre que eu tinha uma pequena visão de alguma forma de aumentar meus lucros eu não a desperdiçava.

– Querido. Porque não vai indo até a loja de Angie, preciso passar na banca antes.

– Outro bilhete premiado? – ele já sabia quando eu tinha tido uma dessas visões.

– Uhum – disse beijando ele – mas prometo que não gastarei tudo em sapatos.

Ele riu e depois me estendeu uma nota.

– faça uma pequena aposta para mim também.

– Claro!

Damon provavelmente era tão rico quanto eu. Ele tinha os negócios da família dele que ele sabia explorar bem. E além do mais ele era um vampiro com poderes de persuasão. Mas nós sempre aproveitávamos juntos essas oportunidades.

Enquanto terminava as apostas uma voz conhecida me chamou.

– Bella?! Bella Swan?

– Mike?! - nossa como ele parecia o mesmo garoto do colégio?

– Nossa você está incrível! - ele disse me abraçando com pensamentos nada decentes.

– Onde está Jess? - ela tinha tagarelado um monte sobre estar namorando com ele.

– Oh Jess, acho que está na loja com Ângela. Algo sobre decorações...

– que ótimo! Podemos ir juntos.

Começamos a andar para a loja. Lá dentro tinha uma Jéssica um pouco oferecida para cima de um Damon que parecia divertido com a situação. Angie voltava com um catálogo que Jess tinha pedido para ficar sozinha com ele.

– olha quem eu achei perdido na rua Jess!

– Mike! - ela passou de oferecida para muito raivosa e ciumenta por eu e Mike estarmos juntos.

– Mike, quero te apresentar meu noivo – disse apontando para Damon.

– Damon Salvatore – ele apertou a mão de Mike forte demais.

– Mike Newton – ele segurou um gemido.

– Bem! Depois passamos aqui para ver os detalhes da decoração da festa Ângela – Jéssica disse empurrando Mike para a saída – depois te envio o convite do nosso noivado Bella.

– Vou ficar esperando!

Assim que eles sairam da loja Angie e eu caímos na risada. Damon olhava curioso.

– Mike sempre teve uma queda pela Bella, e Jéssica sempre teve ciúmes dela. Depois que vocês voltaram para Forks ela decidiu “amarrar” ele de uma vez.

– E quem é que não teria uma queda por ela não é mesmo Angie?

– Vocês podem parar.

Já tinha pedido para Angie selecionar catálogos de coisas exclusivas, eu mesmo tinha sugerido alguns que queria e ela tinha conseguido todos. Ela me entregou a sacola com todos eles e disse que assim que tivesse algo escolhido era só avisar que ela faria a encomenda.

Dei o endereço da nossa casa nova para que ela mandasse sua equipe fazer as medições. Ela disse que iria junto para poder fotografar os cômodos e usaríamos um programa de computador para simular a decoração.

Nesse momento Ben entrou na loja. Eles tinham ficado juntos desde o baile no meu primeiro ano em Forks. Eles faziam um casal bem bonitinho e feliz.

Joguei minhas chaves para Damon e fomos para o mercado. Coloquei uma garrafa de vinho no carrinho para testar a reação de Damon e ele ficou ok. Ufa, já tinha um tempo que ele não me deixava beber. Comprei as coisas que faltavam e voltamos pra casa.

– Isa, que tal levarmos Charlie para jantar em Port Angels hoje a noite?

– Acho uma ótima ideia. Mas algo em sua cabeça me diz que está tramando alguma coisa.

– Não estou tramando. Só quero marcar a data. Queria que fosse uma ocasião especial.

Considerei o assunto. Fiquei noiva no meu aniversário em setembro. Já estávamos em novembro. Poderíamos casar em janeiro, mas será que daria tempo de organizar tudo?

– no que você está pensando?

– Estou tentando calcular o tempo. Que data você imaginava?

– Não sei, talvez em março ou abril.

Concordei com a cabeça. Isso me daria mais tempo do que eu tinha imaginado. Meu telefone tocou e era Alice.

– Acho que no dia 15 de março será um dia perfeito Bella. Estará um sol bonito. E já tenho algumas ideias.

– Alice!

Damon deu uma risada ao ouvir o que ela falava. Ela continuava a falar sobre o que tinha em mente para o casamento, perguntou a Damon o que ele achava da data.

– Alice, apenas decidimos marcar tudo agora...

– eu acho a data perfeita Alice – Damon disse concordando com a conversa.

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Os dois seguiram trocando ideias e eu resolvi deixá-los brincar. Chegamos em casa e me despedi de Alice e desliguei.

– então, dia 15 de março!

– É – eu disse numa careta – dia 15 de março.

Saimos rindo do carro e começamos a pegar os pacotes. Meu pai chegou nesse momento e nos ajudou a levar tudo para dentro.

– Charlie, se arrume pois hoje iremos jantar em Port Angels! Temos novidades!

– Bells, não vai me dizer – ele olhava para minha barriga.

– Pai! É claro que não! - comecei a rir

– OK então... - ele disse meio aliviado, mas também um pouco decepcionado?

Todos tratamos de nos arrumar. Fiquei pronta primeiro – o que era meio engraçado sendo a única mulher da casa. Peguei minha bolsa, as chaves e esperei no carro. Os dois estavam demorando e comecei a buzinar. Logo eles sairam e entraram no carro.

– vocês parecem garotas se demorando a arrumar assim. Espero que não tenham bagunçado minha maquiagem...

Os dois riram. Peguei a rodovia rumo a Port Angels. Liguei o rádio e passei sem querer por uma estação onde transmitiam um jogo, os garotos gemeram quando troquei.

– não vou dirigir para vocês e ainda ouvir jogo.

Eles suspiraram e acabei voltando para a estação. Eles pareciam crianças. Decidi que seria interessante Damon levar meu pai para assistir alguns jogos em algum estádio. E eu poderia fazer compras em lojas que eu gostava.

O feriado de ação de graças estava chegando e seria perfeito. Assim poderia já resolver o problema das compras de natal também. Parei no restaurante em que Damon tinha pensado e ele deu um sorriso quando percebeu que tinha estado na cabeça dele.

Ultimamente nossas cabeças andavam em sincronia. Mesmo ele não conseguindo entrar na minha ele conseguia adivinhar o que eu queria ou estava pensando. E eu não precisava ligar meu poder para saber o que ele pensava também, era como se ele fosse uma segunda voz no fundo da minha cabeça.

É eu sei, isso é meio louco.

Já estávamos na sobremesa e Damon resolveu falar.

– Charlie, temos uma notícia para você. Nós decidimos a data do nosso casamento.

– Meninos isso é ótimo! Para quando é?

– Bem Damon gostou de 15 de março.

– Isso dá a vocês cerca de quatro meses para preparar tudo. Acho uma ótima data.

Terminamos de comemorar e resolvemos voltar para casa. Deixei Damon dirigir e enquanto eles conversavam sobre casamento, jogos e carros ia planejando a viagem para Nova Iorque checando algumas datas e detalhes no celular.

– você ficou calada durante a viagem Bells.

– Estava checando umas coisas. A propósito, já deixe avisado que irá viajar no feriado ok?!

– Porque?

– Charlie, se conheço sua filha bem como acho ela não vai te contar – ele disse fechando a portada sala – apenas deixe sua agenda livre.

Subi as escadas e resolvi tomar um banho. Damon e Charlie estavam vendo algo na TV quando sai do banheiro. Vesti uma camisola super decotada de renda vermelha e me deitei na cama. Depois dei um gritinho em Damon.

– querido, você vem ou não dormir?

Ouvi meu pai rir um pouco e Damon subindo as escadas. Quando ele abriu a porta congelou.

– porque não me chamou antes?

– Achei que estava mais divertido com meu pai...

Ele caiu na cama e nós nos beijamos rindo.Em segundos ele estava sem roupa e minha camisola rasgada por seus dentes.

Foi uma noite bem divertida.

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Contei a Damon que planejava levar meu pai para Nova Iorque e deixá-los se divertir em alguns estádios enquanto eu fazia compras.

Pedi que ele se encarregasse desses detalhes de entradas e tudo mais que eles precisariam e lhe entreguei um dos meus muitos cartões.

Eu tratei de planejar reservas e coisas de apoio a nossa estadia. Na verdade, liguei para Martin e pedi que ele se encarregasse de tudo. Disse que queria um motorista e uma suíte dupla para mim, Damon e meu pai.

Ele ficou muito feliz com a ligação. Disse que todos no hotel sentiam minha falta. Não prometi mas disse que tentaria passar uma noite em Chicago e pedi que deixasse um quarto reservado para meu pai.

Na quarta meu pai chegou após o almoço e pegamos a estrada rumo ao aeroporto. Chegamos um Nova Iorque com o cair da noite. Um motorista já nos aguardava e dirigiu para o Plaza. Martin tinha feito um ótimo trabalho.

Fiz check in na recepção. O gerente estava bem atencioso e me entregou também as reservas que havia feito para o jantar beneficente de Ação de Graças no dia seguinte. Teria que providenciar um belo presente de natal para Martin esse ano. Meu pai ficou deslumbrado com tudo.

Pelo cronograma de Damon eles tinham um jogo hoje a noite, então se trocaram para sair.

– peguem um táxi! Vou precisar do motorista.

– Certo querida – Damon disse me beijando.

– Até logo Bells!

Os dois pareciam crianças de tão empolgados. Me troquei e liguei para a recepção dizendo que precisaria do motorista. Não era tão mimada como era no Rouge Royal. Mas eu podia estalar os dedos que algo que eu quisesse acontecia também.

O motorista era um senhor de mais idade, com um cabelo branco e sorriso de covinhas. Parecia um avô, ou um Papai Noel. Frank era o seu nome. Ele era bem simpático. Pedi que me levasse em algumas lojas que Alice tinha me sugerido.

Comprei um smoking para Charlie usar no jantar de amanhã. Lembrei que Damon também não havia trago um e escolhi para ele. Depois comecei a procurar meu vestido. Encontrei um modelo preto, tomara que caia decotado e com a saia um pouco volumosa. Ficaria ótimo. Pedi que entregassem no hotel – o pacote do vestido era bem grande.

Continuei andando e olhando as vitrines. Comprei algumas coisas novas para meu pai. Alguns perfumes, óleos e maquiagem. Resolvi voltar para o hotel. Minhas compras para o jantar já tinham chegado e os carregadores subiram todas as sacolas e pacotes.

Coloquei as sacolas do meu pai no seu quarto. Deixei as minhas na sofá da sala. A caixa com meu vestido ficou no aparador. Depois liguei para o serviço de quarto e pedi alguma coisa para comer. Coloquei a banheira para encher e meu celular tocou.

– estão se divertindo?

– Bells! Vocês não existem! Os lugares eram perfeitos criança! Damon disse que vai me levar para comer algo, você quer vir com a gente?

– Não pai, essa noite é só de vocês garotos. Divirtam-se!

Meu pai passou o telefone para Damon.

– Obrigado querido! Vi que usou bem o cartão.

– Você queria que ele se divertisse, diversão é meu nome do meio. Tem certeza de que não quer se juntar a nós?

– Tenho, já pedi algo no quarto, aproveitem a noite juntos.

– Ok Isa! Amo você!

Tomei um banho longo na banheira. Quando estava me secando a campainha tocou. Me enrolei em um robe de seda preta e abri a porta.

O rapaz que havia trago meu jantar parou de respirar quando me viu e corou. Dei um sorriso para ele. Ele ajeitou as travessas tremendo um pouco. Quando ele ia saindo dei cinquenta dólares de gorjeta.

Comi meu jantar – uma massa ao molho branco com salmão e vinho rosé. Coloquei uma música calma e fiquei folheando algumas revistas. Já era quase meia noite quando os garotos chegaram.

Damon carregava Charlie que estava um pouco bêbado. Era uma cena cômica. Ele estava bem falante e risonho. Damon o levou para o quarto e o colocou na cama.

– então você precisava deixar meu pai bêbado – disse distraída com a revista reprimindo uma gargalhada.

– Você ficou chateada? - ele estava preocupado.

Não resisti e comecei a rir. Ele entendeu a piada e se sentou no sofá colocando minhas pernas em seu colo. Lembrei que ainda estava só de robe. Ele deslizou suas mãos pelas minhas pernas. Larguei a revista e comecei a prestar atenção nele. Era bem mais interessante.

– Hummmm... - disse mordendo os lábios.

Ele me olhava malicioso. Acariciei seus cabelos com minha mão e arranhei seu pescoço. Em um minuto já estávamos na cama.

Na manhã seguinte acordei meu pai com uma xícara de café forte.

– bom dia ressaca!

– Bom dia Bells – ele disse pegando a xícara com uma cara de adolescente culpado.

– Ah vamos lá pai. Não é como se você fosse um adolescente que bebeu escondido e foi pego.

Dei um sorriso para ele e disse para se arrumar para tomar café no salão do hotel. Damon entregou para ele um analgésico e recomendou um banho frio. Deixei sua roupa pronta na cama enquanto ele estava no chuveiro. Era uma calça bege com uma camisa branca.

Damon estava com jeans escuros, uma bata branca e óculos escuros. Acho que ele também estava um pouco de ressaca. Coloquei um vestido solto, num tom rosa seco e deixei o cabelo solto. Peguei meus óculos escuros também porque não quis esconder as leves olheiras da noite em claro com Damon com maquiagem.

Todos rimos quando Charlie saiu do quarto com a camisa abotoada errado e de óculos também. Ajeitei sua roupa e dobrei as mangas da sua camisa.

Tomamos café no salão do hotel e depois resolvemos dar uma volta no Central Park. Caminhar e tomar um pouco de sol ajudaram meu pai a se recuperar da ressaca. E o analgésico deve ter começado a fazer efeito.

Damon insistiu em andar naquelas charretes como um bom turista. Não posso negar que foi engraçado. Almoçamos em um restaurante simpático que encontramos na rua e depois voltamos para o hotel. Os dois tinham um jogo essa tarde.

– não vão se esquecer que temos um jantar essa noite!

– Claro querida! Prometo que hoje só tomaremos coca.

– Acho bom.

Fui até o salão do hotel para uma massagem e manicure. Acabei colorindo e hidratando os cabelo. Ele estava novamente negro como o vestido de hoje a noite.

Fiquei um tempo no salão de chá do hotel. Enquanto tomava um cappuccino ouvi uma voz que não esperava ouvir nunca mais.

– senhorita Isabella Swan!

– Sam?

– Há quanto tempo não a vejo minha jovem! O que faz em Nova Iorque sozinha? - ele se sentou em minha mesa.

– Na verdade não estou sozinha. Damon e meu pai estão no jogo esta tarde. Não faz muito o meu estilo.

– Então terei a chance de conhecer seu pai. Que ótimo! Porque não me acompanha no jantar de hoje a noite?

Ele sempre dava um jeito de passar por cima de Damon. Revirei os olhos.

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– você sabe que eu já tenho companhia Sam. Estou noiva de Damon lembra-se? E nós já vamos ao jantar de hoje. Pedi licença e me levantei. Subi para o quarto e liguei a TV. Passava o jogo que os garotos estavam assistindo. De repente Charlie consegue pegar a bola que escapou do campo e aparece todo bobo no telão. Isso tem que ter sido coisa de Damon.

O jogo já estava quase no final e resolvi começar a me aprontar. Coloquei sais e óleos na banheira e prendi o cabelo. Depois de um longo banho comecei a fazer cachos largos no cabelo e prendi com grampos para segurar a forma. Estava começando a maquiagem quando eles chegaram.

Charlie falava animado sobre ter pego a bola. Damon tinha um olhar culpado que o entregava. Disse que tinha visto na televisão o momento e os dois foram tomar seus banhos. Enquanto Damon pegava seu smoking no closet resolvi lhe dar a notícia.

– sabe quem eu encontrei hoje a tarde? - eu disse enquanto dava uma pincelada de pó na minha testa.

A campainha tocou e ele foi atender. Voltou com um grande arranjo de flores e um embrulho.

– deixe eu adivinhar? Sam? - ele disse irritado.

Suspirei também irritada. Ele ainda segurava as flores e o embrulho.

– você não vai abrir?

– Não quero saber o que é. Devolva.

Damon abriu a caixa e tinha uma gargantilha de esmeraldas dentro. Eu peguei a caixa e liguei para o gerente.

– pois não senhorita Swan?

– Olá, eu gostaria que vocês apanhassem uma doação para o jantar beneficente de hoje a noite no meu quarto.

– Perfeitamente.

Desliguei o telefone peguei minha bolsa e fiz um cheque com o dobro do valor do colar e escrevi um cartão em nome de Isabella Swan e Damon Salvatore. Coloquei em um envelope. O mensageiro tocou a campainha e entreguei a ele a caixa e o envelope. Depois voltei para o quarto e continuei a me maquiar.

Damon tinha uma expressão mal humorada.

– querido, você sabe que ele não pode me tocar não é mesmo?

– Mas isso não o impede de tentar. E de me irritar.

– Não se preocupe, irei dar um jeito nisso hoje a noite.

Ele apenas me olhou confuso. Charlie entrou pedindo ajuda com sua gravata e Damon foi socorrê-lo.

Terminei de me aprontar e coloquei o vestido. Comecei a soltar os grampos do cabelo.

– UAU! Eu nunca vou me acostumar com o quanto você fé linda!

– Você também sempre me surpreende!

Damon me estendeu um estojo de joias. Sempre que tínhamos um ocasião assim ele me dava algo que combinava com o vestido. Dessa vez eram um par de brincos em ouro branco, com safiras enormes e diamantes negros em foma de gotas. Se me lembrava do preço deles na revista que vi ontem eram quase três vezes mais que o colar de esmeraldas que tinha mandado para doação.

– você sempre acerta!

– Que bom que gostou.

Prendi algumas mechas do meu cabelo para trás para deixar os brincos a mostra. Coloquei um pouco de perfume e fui para a sala.

– filha você está linda!

– Obrigada pai! Você também está o máximo!

Descemos para o salão do jantar. Quando cheguei a recepcionista me agradeceu enfaticamente a doação. Depois nos indicou para nossa mesa. Era uma grande mesa redonda, no cetro do salão. Tinha seis lugares. Me sentei no meio de Damon e meu pai. Logo uma mulher que deveria ter seus 36 ou 37anos se sentou ao lado de Charlie.

Damon me contou que era uma viúva herdeira de um empresário. Ela era loira, e bem simpática. Começamos a conversar e ela e Charlie pareciam estar se dando bem. Seu nome era Mellody Artman. Damon me convidou para dançar e sugeri que Charlie e Mellody nos acompanhassem. Os dois ficaram meio sem graça mas sairam deslizando pelo salão.

– está tentando bancar o cupido com eles querida?

– Quem sabe dá certo. Charlie está sozinho há algum tempo. E ela o achou interessante.

A banda parou de tocar e anunciaram que o jantar seria servido. Voltamos para a mesa e meu pai já estava sentado com Mellody. Os dois conversavam animados e riam bastante.

– mas que feliz coincidência! - Sam dizia enquanto se sentava com uma jovem de cabelos pretos na nossa mesa. - estamos na mesma mesa.

Damon deu um meio rosnado abafado por um sorriso. Sam se apresentou para meu pai que não fez muito caso com ele e continuou com sua atenção voltada para Mellody.

Os garçons começavam a servir a sobremesa quando o mestre de cerimonias subiu ao palco.

– gostaríamos de agradecer a presença de todos vocês aqui hoje. Um feliz ação de graças para todos. Quero agradecer em especial as doações feitas por jovens e encantadoras damas essa note. Mellody Artman doou 50 mil para as intituições que apoiamos. Isabella Swan juntamente com seu noivo doaram 100 mil mais uma joia avaliada em 50 mil que será leiloada em prol da instituições. Madeleine Bot doou 100 mil. Obrigada a nossas jovens damas!

Sam me olhou parecendo perplexo quando viu que eu havia doado a joia que ele tinha me dado. Se ele soubesse que tinha deixado a pulseira de safiras na banheira do hotel em Vegas...

– se não tinha gostado poderia ter me dito querida – ele disse se inclinando sobre a mesa.

– As crianças farão bom uso do dinheiro eu acredito.

Terminei minha sobremesa e me levantei para ir ao banheiro. Dei um olhar de advertência a Damon e olhei para meu pai. Ele pareceu entender e apenas sorriu irônico para Sam.

Quando saia do banheiro Sam me esperava. Era o momento perfeito para me livrar dele. Peguei na gola de seu smoking e olhei em seus olhos.

– agora você vai prestar atenção no que vou dizer – ele olhava hipnotizado – você vai esquecer que nos conhecemos antes desse jantar. Vai parar de tentar me conquistar. E vai pedir desculpas a Damon também por ser tão inconveniente.

– Vou pedir desculpas.

– Ótimo! E faça um cheque para as crianças também. De forma anônima.

Larguei sua gola e dei tapinhas em sua bochecha. Voltei para a mesa e dei um selinho em Damon. Logo Sam chegou e se desculpou com meu noivo por ter sido rude e desagradável. Damon apenas me olhou desconfiado e dei uma piscadinha para ele. Disse que queria ir embora. Mellody disse que também precisava ir e meu pai disse que a acompanharia até o carro. Damon sugeriu que fossemos os quatro ao jogo no dia seguinte. Mellody achou a ideia ótima e meu pai não cabia em si de felicidade.

Ela deu seu cartão para Damon e disseque aguardava os detalhes. Meu pai acompanhou Mellody com as mãos em suas costas.

– depois eu é quem estou bancando o cupido – disse revirando os olhos para Damon.