Fogo e Gelo

Príncipe desencantado - Parte 2


Armin POV


Ela foge do amor como quem foge de um animal selvagem, prestes a te dilacerar inteiro.

É esse o meu pensamento sobre Hoshina, a única garota que realmente mexia comigo naquela escola inteira. Era alegre e brincalhona, mas quando se tratava de amor, era fria. Só aceitou dançar comigo por insistência das amigas... talvez ela tenha sofrido demais, não sei qual o motivo disso... mas eu vou fazê-la mudar de idéia. Depois da dança, fomos jantar e ficamos um bom tempo na mesa, conversando, não só eu e ela, mas também as amigas dela.

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–- Cadê a Íris, hem ? – Perguntou uma das garotas que eu acabara de conhecer; Shizuka.

–- Eu acho que ela encontrou um par... – Disse Mel, enquanto comia um cupcake que pegou na mesa de doces.

–- Hm...

–- Ei, meninas, eu vou procurar os garotos. Até mais. – Acenei, não sem antes olhar para Hoshi – que do japonês significa estrela, quer definição melhor ? – e piscar e dar um sorrisinho maroto, que eu sempre dava quando a via. Ela apenas riu e acenou, me olhando com uma expressão brincalhona e ao mesmo tempo me mandando desistir.

Mas eu não sou de desistir.



Shizuka POV


–- Será que ele não veio... ? – Perguntei, olhando desanimada para o meu prato vazio na mesa.

–- Esse salão é enorme e ainda vai dar uma hora que estamos aqui... ele deve ter vindo sim. – Comentou Mel. E para minha surpresa, um garoto moreno se aproximou de nossa mesa, e pediu licença. Virou-se para Mel , um tanto nervoso, claramente envergonhado.

–- Como desculpas por ter trombado em você á um tempo atrás... não me daria a honra de uma dança ? – Mel corou até o limite – e além – e demorou um tempo para aceitar, tamanha a surpresa. Antes que ela se levantasse, me aproximei e sussurrei:

–- Quero saber dessa história depois ! – Ela sorriu e assentiu. Olhei para o garoto, era o Leigh. Ele costumava mesmo ser meio sem jeito com garotas e...

ESPERA AÍ !

–- LEIGH ? – Ok, falei alto demais e até pulei da cadeira. Ele se virou e também ficou surpreso.

–- Shizuka ! Desculpe, nem vi que estava aí.

–- Se você veio então o Lysandre também... onde ele está ?

–- Ele está te procurando feito doido...

–- É o que vou fazer então ! – Deixei meu guardanapo na mesa, ergui as pontas no vestido e saí pelo salão para procurá-lo, e estava tão ansiosa que nem me despedi das garotas. Saí olhando para tudo quanto é canto, e nada. Aquele salão era realmente enorme ! Além de lindo. Eu amava a decoração vitoriana, e as pessoas estavam todas com trajes impecáveis, tornando tudo mais real. Mas nem prestei muita atenção nisso, Lysandre era meu foco. Mas enquanto procurava, logo notei um aglomerado de gente em volta de alguma coisa. Curiosa, me aproximei. E no meio estava o Nathaniel, sentado em uma cadeira, claramente passando mal. Armin estava do lado dele, pronto a prestar auxílio caso ele desmaiasse ou algo do tipo. Abri caminho na roda e fui até ele.

–- O que aconteceu ??

-- Sou alérgico á nozes... e tinha nozes em um desses cupcakes. Por isso detesto doces – E riu. Como ele conseguia rir numa situação dessas ? Ri também, apesar de nervosa.

-- Mas e agora ? Já chamaram uma ambulância ?

-- Não precisa, a minha irmã sempre carrega meu antialérgico na bolsa dela. Alguns já foram procurá-la.

-- Vou ajudar... e não saia daqui ! – Abri caminho na roda novamente, e fui atrás de Ambre. Que ótimo, agora teria de mudar de foco para algo totalmente ruim, mas Nath estava muito mal, nem respirava direito ! Aproveitaria e procuraria Ly também. Até que me ocorreu ir ver no jardim. Fui em direção á ele, apressada.



Ambre POV


Tudo maravilhosamente perfeito, um luxo. É assim que eu gostava das coisas, e para completar, eu tinha visita. Corri até o jardim e olhei ao redor, e não o encontrei. Até que ele saiu de detrás de uma árvore e acenou pra mim. Fui até lá rapidamente, mas com dificuldade, já que não era fácil andar na grama de salto.

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Argh, odeio grama, odeio jardins, flores, tudo.

Ele voltou a se esconder atrás da árvore, e quando finalmente o alcancei, ele sorriu, aquele típico sorriso de canto, meio malicioso, meio divertido, que ele dava sempre que me via.


Íris POV


Porque não para, tempo ? Porque ?

Me perguntei. Estar com ele era tão... ah, não consigo descrever. Depois do primeiro beijo, ele me deu outro e voltamos a conversar. Ele me disse para entrarmos no salão e comermos um doce, e eu aceitei. Enquanto íamos, ele começou a falar sobre alguns livros que tinha lido – ambos gostávamos muito de ler – e eu prestava atenção. Olhei para o lado uma vez, antes de sair do jardim, e pude ver um garoto de cabelos loiro platinado um pouco distante, atrás de uma árvore... Ora, até que ele se parece com o tal Lysandre, como a Shizu descreveu... e estava conversando com uma garota loira., que não pude identificar quem era. Quando visse Shizu, iria avisa-la que talvez o seu namorado esteja no jardim, e voltei minha atenção ao Dake.


Ambre POV


–- Até que enfim. Te mandei um monte de mensagens, tive que ficar escondido aqui pra ela não me achar. – Ele disse. Eu ri.

–- Você acertou na escolha, ela é muito bobinha. Nem sonha que a gente se conhece. E eu também sei atuar muito bem.

–- É, eu sei. E precisa te ver antes de todos os outros, precisamos combinar como vamos agir.

–- Mas antes disso eu quero matar a saudade... – O puxei pelo colarinho da camisa, e ele nem resistiu, apenas riu.

–- Mas nós somos apenas parceiros...

–- Parceiros com benefícios – E então o beijei, com vontade, e ele retribuiu, colocando suas mãos na minha cintura e apertando meu corpo contra o dele. Eu gostava do Castiel e ele não gostava de ninguém, mas ambos tínhamos uma espécie de atração um pelo outro, nada de sentimentos, apenas... apenas isso. E era bom, devo admitir, ele tem algo extremamente viciante.


Shizuka POV


Enquanto atravessava o salão, Ken me encontrou. O cumprimentei mas não parei de andar, e ele me acompanhou.

–- Porque a pressa ? – Perguntou, enquanto desviava das pessoas. Ele não era muito bom em andar rápido em um local cheio.

–- É que o Nath está mal, e preciso achar a Ambre. – torci o nariz ao dizer o nome dela. – Ela tem o remédio que ele precisa.

–- Ah... como ela é ?

–- Loira, cabelo comprido e ondulado, vestido preto...

–- Vou te ajudar então. – E começou a olhar em volta.

–- E a sua transferência ? – Perguntei. Devia ser engraçado pra quem via, porque conversávamos olhando em volta, não um para o outro. – Não te vi na escola esses dias...

–- Deu um pequeno probleminha, mas já foi resolvido. Era pra eu já ter ido ontem, mas esqueci de colocar o celular pra despertar, hehe. Mas segunda estarei lá. – Eu ri e ia responder, mas ele interveio. – Preciso ir no banheiro, quando terminar sua missão, me procura, quero dançar uma música com você. – Eu sorri e assenti, e ele foi. Fiquei triste em não dar muita atenção pra ele, mas era por uma boa causa.

Eu já estava ficando desanimada, nada de Ambre ou Lysandre. E então me ocorreu que ainda não tinha procurado no jardim, e fui até lá, esperançosa. Quando cheguei, não encontrei ninguém, além de pessoas desconhecidas. Suspirei fundo. Já ia voltar quando percebi que haviam várias árvores, talvez eles estivessem no meio delas. Rá, achei ! Estava atrás de uma árvore, de costas. Aqueles cabelos loiros e compridos eram inconfundíveis. E enquanto me aproximava, percebi que ela estava se agarrando com um menino... ah, que ótimo, vou ter que interromper a linda cena de amor, mas era pelo bem do Nath.

–- Ambre... – Eu a cutuquei e ela se virou. Quando me viu, ergueu as sobrancelhas e olhou para o chão. E então eu olhei para o garoto que estava com ela. Cabelo loiro platinado, olhos verdes. O mesmo queixo, formato de rosto, mesmo perfume.

Lysandre.

Num ato impulsivo, tirei sua máscara, e era mesmo ele. Senti minha respiração pesada, minha cabeça começou a doer. Não era verdade, não podia ser verdade... mas mesmo em meio á essa confusão emocional e mental, me lembrei do que tinha de fazer.

–- Ambre, o Nathaniel está passando mal, ele comeu nozes. Precisa que leve o remédio dele – Vi que ela saiu de lá na hora, visivelmente preocupada, pela minha visão panorâmica, já que nem olhei pra ela. Meus olhos, duros, frios como gelo, olhavam fixamente para o rosto de Lysandre.

–- Shizu, eu posso explicar...

–- Parece que foi o Bentinho quem traiu a Capitu, não é ? – E dei uma risada irônica, enquanto tentava em vão segurar as lágrimas.