O Chaveiro Em Forma De Gato
O inimigo
A ruiva deu os primeiros passos para voltar até aquela sala, onde Yuki estava com a maníaca mulher, quando sentiu mãos agarrando seu braço para impedi-la.
– Kao-chan... você não pôde voltar até lá.
– Yuka... não me impeça, por favor.
– Minha mãe vai te matar.
– E se eu for embora ela vai matar o Yuki – ela encarava o chão.
Levemente, a morena apertou o braço da amiga.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– E se... vocês dois... – sua voz falhou. – Kaori, eu não vou aguentar perder meu irmão de novo, nem a minha melhor amiga.
– Então você vai perder seu irmão – ela apertou os olhos após ouvir outro grito do neko. – Ou você certamente perderá seu irmão, ou correrá o risco de perder nós dois. Se escolher a segunda opção, existe a chance de sairmos ambos vivos.
Yuka pareceu refletir um pouco com isso. Ela fechou os olhos e, lentamente, soltou o braço da amiga.
– Fiquem vivos.
– Arigatou.
E a ruiva saiu na direção da sala onde estavam a alguns minutos, sem ter tempo de ver a amiga sair pela porta.
– DESISTA LOGO, YUKI! – Dizia Sophia com um sorriso psicótico em seu rosto.
– ...N-nunca... – tentou falar calmamente o garoto, apesar de sentir extrema dor.
A mulher cravou ainda mais fundo a faca de açougueiro no ombro do garoto, que deu outro grito.
– Tem certeza mesmo, Yuki-chan? – Perguntou gentilmente. Ela passou a mão livre pelas cordas que estavam amarradas no pulso do garoto, deixando-o pendurado, presas na madeira do teto.
– T-tenho... – Ele fechou os olhos. Seus pulsos também doíam.
– Muito bem então... – lentamente, ela começou a rodar a faca cravada em seu ombro. Yuki gemia de dor e começava a ficar tonto. – Acho que terei que te matar, sendo assim... já que sua irmãzinha e sua namoradinha idiota foram embora e te esqueceram aqui, coisa que eu nunca faria...
– E no lugar disso, você mataria seu filho?
Sophia virou-se e viu a ruiva encarando-a. Abriu um largo sorriso.
– Você está aqui, ruivinha.
– Eu não sairei sem o Yuki – ela tentava não olhar para ele.
– É mesmo? – Ela, rapidamente, retirou o facão do ombro do garoto, que gritou, espalhando sangue pelo chão. – Então venha buscá-lo – desafiou, avançando rapidamente na direção dela.
Kaori deu um grito de susto quando se abaixou antes de faca cortar sua testa.
– Droga, sua maldita – reclamou a outra, tentando tirar a arma que estava presa no teto.
– Yuki, vou te tirar daqui... – falou ela, ficando de frente para o corpo pendurado dele. Tentou não encarar o ombro do garoto.
– Isso é o que veremos – no mesmo instante, Sophia retirou a faca da parede e a jogou na direção do neko.
– YUKI ABAIXA A CABEÇA! – Gritou Kaori, que estava em cima de uma cadeira para libertar o garoto, descendo rapidamente.
Ele obedeceu e, por uma fração de segundos e centímetros, não foi decapitado.
– Eu... acho que você fica mais louca cada vez que te vejo – falou o garoto, observando assustado a faca com seu sangue.
– Yuki, você não consegue pular pra cima da madeira? – Perguntou Kaori, apesar da resposta ser óbvia.
– Se eu quiser ficar sem pulsos, sim.
Ela pegou a faca caída na sua frente. Engoliu em seco vendo o sangue dele escorrer pela lâmina.
– ESPERA AI, GAROTA! – Gritou Sophia, já segurando outra faca.
– PELO AMOR DE DEUS VOCÊ COLECIONA FACAS POR ACASO?
Kaori defendeu-se da arma da mulher colocando afaça em sua frente, como uma espada.
– Por que você não deixa o Yuki em paz? Você diz que não sirvo pra nada, que eu fiz ele sofrer mais uma vez, mas olha eu aqui, com a chance de morrer a qualquer momento apenas por ele!
– Não me interessa! VOCÊ O FEZ CHORAR DUAS VEZES! NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AGORA!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– JÁ QUE VOCÊ ESTÁ TÃO PRESA AO PASSADO, POR QUE NÃO REFLITE SOBRE TER MATADO SEU PRÓPRIO FILHO POR QUERER DESCANSAR DE TANTOS TRABALHOS QUE VOCÊ O MANDAVA FAZER TODOS OS DIAS?
Sophia parou de forçar sua faca contra a de Kaori. Pareceu pensar sobre isso.
– Ele mandou a própria irmã fazer o serviço dele.
– Porque estava exausto. Mesmo que ele seja o mais velho, ele não precisa aguentar todo o trabalho pesado sozinho.
As duas se encararam.
– Se não tivesse sido tão louca assim, ele estaria vivo ainda.
– Mas você não poderia tocar nele. Afinal, você só conheceu o Yuki-chan por ser um chaveiro.
Ela estreitou os olhos.
– Eu preferiria nunca ter encontrado o Yuki na minha vida inteira, do que ter que vê-lo dessa forma - e apontou para o garoto que parecia prestar a desmaiar a qualquer momento.
– Você tem belas palavras. Mas... não é o suficiente pra mim perdoá-la – mas, antes de Sophia avançar novamente na direção de Kaori, a mais nova cravou a faca que segurava na barriga dela.
A mulher cuspiu sangue, deixando um pouco cair na roupa da ruiva. A mais velha deixou sua faca cair no chão.
– Sua... des... graçada... – Sophia caiu no chão, retirando a arma de sua barriga. Respirava com força. Kaori pegou a outra faca e voltou a subir na cadeira para livrar os pulsos de Yuki da corda. – Querem... saber? Não ligo... – ela fechou os olhos. - O trabalho ainda... não acabou... – uma tosse. – Eu deixei um... presentinho para... vocês dois... e logo... ele irá... completar o que não... pude... terminar... – a última palavra foi um sussurro quase inaudível.
– O que ela quis dizer com isso?
– Não faço ideia. Ei, corte logo isso.
– Se eu cortar uma de cada vez vai acabar com o outro pulso. Se eu cortar a corda direita, vai ficar preso pelo pulso esquerdo. Vai doer muito.
– Não importa. Depois a gente vai pra um hospital.
Ela suspirou e fez o que ele disse.
Quando ambas as cordas foram soltas, Yuki caiu perfeitamente sobre as duas pernas. Olhou seus pulsos.
– Estão em carne viva... – Kaori notou que sua respiração era forte.
– Você está bem?
– Claro... – ele respirou fundo. – Esse sangue todo ai... no meu ombro... – respirou mais forte. – Não é nada que eu... não aguente – a última parte foi um sussurro.
– YUKI! – Ela o segurou antes de ele cair no chão. – Ah, merda Yuki. Você não é tão leve assim...
Ela passou seu braço menos pior sobre seus ombros e o arrastou até a porta dos fundos. Não era fácil, que já que ele bem mais alto que ela, e mais pesado.
– Droga, droga... cadê vocês... – Yuka andava de um lado para o outro. Estava na rua em frente a – agora possível perceber – loja de conveniências de sua mãe.
Ela estava impaciente.
– Não morram, por favor... não morram... e não deixem minha mãe viva... nii-san, Kao-chan... voltem logo...
Ela então olhou e notou uma figura de cabelos laranjas e outra com orelhas de gato saindo pela porta dos fundos.
– KAORI! YUKI! – Ela foi correndo na direção deles. – Kaori... o que aconteceu ele?! – Perguntou, olhando o ferimento em seu braço.
– A sua mãe... estava enfiando uma faca ai – contou. – Daí ele desmaiou, depois que eu...
– Matou ela? – Completou a amiga.
– Desculpe.
– Não se preocupe... prefiro ser uma órfão do que ter uma mãe como ela – sorriu sem jeito. – Mas não é hora de se preocupar com essas coisas. Temos que levá-lo a um hospital. Tem um logo ali - e apontou. Kaori também o viu.
– Ele está aberto?
– Mas é claro que sim. Você deixaria um bando de gente doente ou etc ai dentro sozinhas, por acaso?
– Faz sentido. Ah, espera – interrompeu, quando faltavam apenas uns cinco passos para entrarem. – Temos que esconder essas coisas...
– Droga, é mesmo. Dentro da camisa não dá. Vão tirar a camisa dele, com certeza...
– O que vamos fazer, então?
– Temos que esconder essa cauda ai por dentro da calça.
– N-N-NANI? – a outra corou.
– Você faz isso.
– P-POR QUÊ?
– Você que é a namorada dele – riu.
– Maldita. Eu te odeio – ela suspirou e corou.
Timidamente, passou a cauda neko de Yuki por dentro da sua calça.
– P-p-pronto.
– E as orelhas?
– Que tal fingirmos que é cabelo?
– E... como vamos fazer isso?
– Assim – ela tocou as orelhas de neko do garoto, abaixou-a no limite, jogou alguns fios de cabelo por cima e as ajeitou. – Voila!
– Certo, tudo bem, agora vamos.
Elas entraram no hospital.
– Moça, com licença – disse Yuka à recepcionista. Kaori estava ao seu lado apoiando Yuki em seu ombro.
– Em que pos-- - Ela parou de falar após ver o garoto. – O que aconteceu com ele?
– Bem... briga de família – disse Kaori.
– Como uma briga de família poderia levar a isso?
– Digamos que... hmm... – Yuka coçou a cabeça. – Nossa mãe é meio... agressiva. Mas isso não vem ao caso agora! Ele desmaiou.
– Tudo bem – a mulher pegou o telefone. – Podem vir até aqui? Temos um ferido... um corte profundo no ombro... desmaiou. Certo. – E desligou.
Rapidamente, alguns homens com uma maca apareceram, deixando Yuki por cima dela e o levando para algum quarto. Um dos homens ficou ali.
– Agora quero saber o nome de vocês – pediu a mulher, pegando três folhas de papel de uma caneta. – Primeiro, o do garoto. Nome, idade, causa do acidente e telefone.
– Yuki Katsumi, 17 anos. Briga violenta de família. – Dizia Kaori. Ela olhou para Yuka, que passou o telefone deles.
A recepcionista entregou a folha para o homem que havia ficado ali, e ele logo saiu correndo.
– Agora seu nome, idade, telefone e o que é da vítima, por favor – apontou a caneta para Yuka. Ela escreveu “Yuki Katsumi” no topo do papel.
– Yuka Katsumi, 16 anos. Não precisa do telefone porque eu sou a irmã dele.
– Certo... agora você.
– Kaori Izumi, 16 anos. – Ela disse seu telefone lentamente. A mulher anotou. – E... eu sou amiga dele.
– Você não é amiga. Eu já disse que você é a namorada dele – disse Yuka.
– Amiga ou namorada? – Perguntou a mulher.
– Tá bem, namorada.
Ela anotou. Também havia escrito “Yuki Katsumi” no topo do papel.
– Uma briga de família e... a namorada estava junto?
– Bem...
– Ela estava lá em casa com meu irmão quando ele e minha mãe brigaram – respondeu rapidamente Yuka. – Ela estava indo embora no início da briga, mas a coisa começou a ficar mais séria e ela continuou lá pra que ninguém saísse ainda mais ferido. Eu também fiz isso – completou.
– E... eu poderia saber porque você estava na casa do seu namorado... as duas da manhã? – Ela ergueu uma sobrancelha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Nós jantamos as oito e meia – respondeu rapidamente a morena. – Ela ia embora as onze já que somos vizinhas. Daí começou a briga.
– Então... está tudo certo – disse a recepcionista, acreditando na história. – Sugiro que voltem para suas casas, agora. Yuki vai ter passar por uma pequena cirurgia. Nada muito sério. Então, como está tarde e vocês ainda são menores de idade... é melhor voltarem amanhã. Deixarei essas folhas aqui. Existe mais alguém próximo além de vocês?
– Não.
– Certo, então peguem essas folhas amanhã. Serão como passes pra vocês poderem visitar ele até receber alta. Por ora, vão para casa. Ligaremos quando ele poder receber visitas.
– Certo – responderam as duas juntas, saindo do hospital.
– Então... são 02:30... – disse Yuka, olhando em seu relógio. – Vai chegar na sua casa, mais ou menos... umas 03:30.
– Tudo bem, eu vou correndo até lá. E você, vai demorar uns vinte minutos, né?
– Uhum – concordou. – Então... nos vemos amanhã?
Kaori afirmou com a cabeça.
– Até logo.
– Até.
E ambas foram em direções opostas, para suas casas.
– Kaori, já é hora de se levantar.
A mãe da garota estava chamando-a.
– Só mais cinco minutos...
– Nem mais nem menos, agora.
– Tá... – obedeceu, desanimada.
Kaori chegou em casa as 03:46. Colocou sua roupa ensanguentada para lavar, se trocou e foi para a cama 03:50. Ela havia ficado acordada até as 06:30, apenas pensando se Yuki estaria bem, e o tempo restante ela havia conseguido dormir.
E agora eram 07:00.
Ela se trocou e, antes de sair de casa, comentou algo com sua mãe.
– Mãe... se alguém ligar do hospital... você me avisa? O... irmão da Yuka está lá. E ela me mandou uma... mensagem dizendo que eu era namorada dele.
– Claro... mas por que ela fez isso?
– Porque... – ela colocou a mão atrás da cabeça. – Só assim eu podia ver ele...
– Certo... tudo bem, então... – respondeu, apesar de não ter muita confiança no que a filha dizia.
– Arigatou – e foi para a escola.
Esse pareceu ser o dia mais longo de todos. No intervalo sua mãe havia lhe mandado uma mensagem avisando que ela podia ir ver o Yuki.
Logo que o sinal bateu, ela e Yuka foram praticamente as primeiras a sair da sala – se não da escola.
– Finalmente! – Disse Yuka. – Já estava demorando pra acabar as aulas.
– Pois é – concordou Kaori.
Eras iriam de ônibus até lá, o que lhes custaria apenas dez minutos e 200 yenes.
– Com licença, moça – disse Yuka para uma recepcionista diferente.
– Sim?
– Viemos ver o paciente Yuki Katsumi...
– Yuki Katsumi? – Ela olhou as folhas e pegou duas delas. – Yuka Katsumi, 16 anos, irmã mais nova, e Kaori Izumi, 16 anos, namorada?
– Isso – as duas responderam. Pegaram as folhas, que agora estavam em forma de crachá.
– Quarto 47, segundo andar – e para lá foram.
– Meu Deus... – disse Kaori, olhando o garoto deitado na cama. Ainda estava incosciente.
Ele agora estava sem camisa. Seu ombro completamente enfaixado. Algumas outras partes estavam cobertas com gaze. Seus pulsos também tinha faixas e...
– Por que enfaixaram a cabeça dele? – Perguntou Kaori. – Não lembro dele ter batido a cabeça.
– A minha mãe deve tê-lo empurrado com força contra a parede a ponto de precisar disso. Meu irmão já apareceu várias vezes com a cabeça enfeixada por culpa disso.
Kaori sentou-se numa cadeira que havia do lado da cama dele, e Yuka no pé de sua cama.
– Ele está vivo... – disse a morena, sorrindo.
– Eu disse que sairíamos vivos e inteiros. Quer dizer, nem tanto – riu ela. – Até eu me machuquei um pouco – ela ergueu a barra da calça e mostrou alguns pequenos cortes. – Quantas vezes você acha que sua mãe deixava aquele facão cair? E o pior é que sempre me cortava com ele – as duas riram. Logo, pararam e voltaram a encarar o garoto.
– Hmm... Kao-chan – disse a outra, depois de uma meia-hora. – Eu tenho que fazer as minhas lições atrasadas, e os trabalhos também... e falar com minha vizinha.
– Por que sua vizinha?
– Ela era a única fora da família que sabia da minha mãe. Tipo, de tudo mesmo... até do Yuki como chaveiro. Ela uma grande amiga minha. Tenho que falar a respeito do que aconteceu pra ela – sorriu, levantando-se. – Até logo.
– Certo – ela acenou para a outra, que saiu do quarto.
Quando ela ouviu o barulho da porta fechando, Yuki abriu a boca.
– Ela já foi?
Kaori se assustou.
– Y-YUKI?!
– Ei, fala baixo, ela vai ouvir – o garoto abriu os olhos. Apresar da sua voz ser um sussurro, ainda era firme. – Não queria acordar com ela aqui.
– Ela não é a sua irmã? Pensei que ficaria feliz em vê-la.
– Sim, eu ficaria muito feliz em ver que ela está bem, mas... eu não ia poder fazer uma coisa...
– Que coisa?
Ele colocou a palma da mão menos pior no rosto de Kaori, que corou levemente. Ele foi passando a mão até a parte de trás de sua cabeça, e a puxou mais perto.
Quando os rostos estavam a apenas dois centímetros de distância, ele sorriu.
– Isso.
E a beijou.
– Estava preocupada com você... – disse ela.
– E eu com você... eu mandei vocês duas irem embora... poderia ter morrido, Kaori.
– Se eu não voltasse, você teria morrido. Acha que pode simplesmente aparecer na minha vida e depois morrer? Não é assim tão fácil se livrar de mim.
– É mesmo? Que sorte a minha, então – e a beijou novamente.
Algo movia-se na sala vermelha.
Algo remexia-se.
Como se estivesse prestes a nascer.
– Então... finalmente estou de pé... – falou uma voz masculina para o nada.
Era uma voz grave, quase tão grave quanto a de Yuki.
Era sedutora.
Mas ele não fazia essa voz para seduzir.
Ela era naturalmente assim.
Ele puxou sua franja e jogou para trás, deixando alguns fios voarem sobre a testa.
Cabelos vermelhos como sangue.
Cabelos que possuíam um par de orelhas.
Orelhas de gato.
Lentamente, ele abriu seus olhos.
Vermelhos.
Pareciam refletir a morte e toda a desgraça da Terra.
Ele deu um sorriso malicioso e balançou a cauda.
Deu uma olhada no que usava.
Calças jeans pretas, e uma jaqueta de couro preta, aberta.
– Nada mal, até – falou. Olhou para os lados, encontrou uma porta e um papel grudado nela.
Aproximou-se e o leu.
Meu querido gato, eu sou Sophia, sua criadora.
Se você estiver lendo isso, significa que precisei criá-lo para acabar com alguém em especial. Alguém que fez seu irmão, Yuki Katsumi, sofrer. E que deu limite à minha paciência.
Peço que você a mate. Se Yuki não deixar, convença-o de que ela não é boa o suficiente para ele ou mate-o se preciso for.
Seu nome agora é Yuu. Yuu Katsumi.
Você é um meio-humano, como deve ter percebido. O ponto fraco de seu irmão Yuki é que ele é um chaveiro. Pode se transformar em garoto apenas quando sua dona o ama verdadeiramente. Já você, foi criador para ser um garoto-neko.
E sua missão, custa o que custar, é matar essa garota:
Kaori Izumi
E a foto da ruiva estava ali.
Seu nome e sua foto eram recentes.
O nome dela havia sido escrito com outra cor de caneta, e a letra não era ajeitada e bonita. E sim, apressada.
Yuu pegou a foto, que estava presa ao papel por uma fita.
Era uma foto totalmente recente, pois ainda estava nova e sem amassados.
Como se tivesse sido tirada ontem.
– Kaori Izumi, é? Vou ter que matar ela? Parece divertido.
Ele abriu um sorriso sádico e amassou a foto, jogando-a no chão.
– Sendo assim, irei te encontrar, Kaori Izumi. E, como pediu a tal Sophia, te matarei.
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