Regrets

Viver sem arrependimentos...


-posso entrar? - perguntou calma e com a mesma voz suave de sempre. Não consegui dizer nada, apenas ficar ali parado igual a um otário. Saí daquele transe e ainda sem dizer nada, abri mais a porta dando espaço para que ela entrasse.

-sim, entra - dei espaço com abrindo mais a porta, ela entrou caminhando devagar e olhando para os lados admirando a casa.

-têm uma bela casa - assenti. Tive que me controlar para não beijá-la ali mesmo. Não sei se o sentimento é outro ou se é o mesmo que eu sentia por ela quando ainda morava na Alemanha, mas era diferente: Por mais que a culpa seja minha, eu sentia raiva dela por ter ido embora sem se despedir, sem dizer um adeus ou olhar na minha cara. Ela simplesmente foi embora e me deixou despedaçado e sozinho

-eu posso falar com o Bill? - ela não demonstrava nenhum sentimento, apenas sorria de leve e evitava me olhar nos olhos.

-sim, eu vou… - nem foi preciso chamar, pois ele já estava descendo as escadas com um sorriso gigante no rosto.

-Olá linda! - abraçou Carla, que retribuiu o abraço. Senti uma pontada de ciúmes, pois não a abraçava a anos e Bill teve essa oportunidade - o que faz aqui? - ela olhou pra mim e desviou o olhar logo a seguir.

-posso falar com você? a sós - aquilo foi uma indireta para mim, com certeza.

-eu vou ver aonde estão os G’s - saí da sala indo para a sala de jogos, aonde os dois estavam sentados no chão jogando vídeo-game - droga! - quase gritei e me joguei na poltrona branca que havia ali.

-o que foi Tom? - Georg perguntou ainda concentrado no jogo.

-a Carla está aí - ele se desconcentrou e perdeu o jogo. Virou o rosto pra mim e estava espantado.

-’tá fazendo o quê aí? - levantou do chão, tirando a lata de RedBull de cima da mesa e dando um gole longo.

-foi falar com o Bill - Gustav riu - o que foi? - ele sentou em outro sofá ao lado do Georg.

-você está com ciúmes né? - eles riram e permaneci sério, não achei graça nenhuma.

-que ciúmes o quê Gustav - menti - a Carla é passado, por mais que nosso namoro tenha sido longo e…que tenha significado muito pra mim, eu já não sinto nada por ela - menti. Como eu queria que as coisas fossem assim fáceis, como eu queria esquecê-la e seguir com a minha vida, assim como ela está seguindo com a dela.

Mas ela ainda está aqui, comigo, seu amor ainda está comigo, dentro de mim. Mas é como se estivesse dormindo ou morto, e com esse nosso reencontro ele acordou de novo, nasceu novamente.

Flashback on:

-O slash* é mais bonito - girei os olhos e ela riu - é verdade, já viu como ele toca? Ele é perfeito, meu guitarrista preferido.

-e onde eu fico nisso? - ela riu sentou no meu colo - eu sou muito melhor do que o Slash né? - chovia lá fora e estava um tempo frio, que eu adorava pois sempre ficava agarrado nela.

-claro que é - me deu um selinho - tô brincando. Você é o - me deu um selinho - guitarrista - outro selinho - namorado - selinho - homem…mais gostoso…bonito…e perfeito - parou com os selinhos e olhou nos meus olhos - que eu já vi e conheço - sorri e a beijei, passando a mão á volta da sua cintura.

-Tom! - Georg e Gustav entraram no quarto empolgados e animado, mas quando nos viu sorriram envergonhados.

-atrapalhamos? - Gustav coçou a cabeça.

-não - Carla respondeu e saiu do meu colo. Mentira eles atrapalharam sim, e muito - o que aconteceu para estarem assim? - sentou na cama.

-o David Tom, o David acabou de ligar!

Flashback of:

Fechei os olhos e balancei a cabeça para não pensar mais naquele dia. Maldito dia!

-Olá! - Bill chegou animado na sala e nem sentou - tenho uma boa notícia! - bateu palmas e abriu o sorriso que ele sempre abre quando está mais do que feliz.

-conta logo Bill - apressei sem paciência.-lembra daquela menina, a secretária da Carla - suspirei e assenti - eu vou sair com ela hoje! - andava de um lado para o outro sorrindo e falando sozinho.

-quem é essa? - Gustav perguntou confuso, assim como Georg.

-já disse a secretária da Carla. O nome dela é Jenna(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=48460880&.locale=pt-br) e ela é muito bonita - levantei e abri a porta.

-que bom, espero que se divirtam - saí da sala e subi para meu quarto, fechei a porta e deitei de barriga para baixo tentando dormir e parar de pensar nela.

Alguém bate na porta e sem minha autorização entra no quarto.

-não quero falar sobre nada Bill - minha voz saiu abafada pela almofada e ouvi um riso.

-ainda bem, porque não é o Bill - Georg sentou na cama ao meu lado, olhei pra ele que sorria. Foda-se, hoje toda gente sorri.

-o que você quer? - ele olhou para os lados, avaliando o quarto.

-eu sei que você não está bem - virei de barriga pra cima e fiquei encarando o teto - quer falar?

-não há nada para falar Gé’. Nós crescemos e mudamos, a vida segue e…continua - disse devagar, me convencendo que aquelas eram as palavras certas pra mim.

-eu sei e eu vi o quanto você gostava dela Tom, mas…você não pode ficar aí mentindo pra você mesmo. Aonde está o Tom que não sai da balada sozinho, que sempre pega todas? Ela seguiu em frente, acho que você também devia fazer o mesmo - levantou a caminhou até a porta, a abriu mas antes que ele fechasse o chamei.

-Georg! - ele me olhou sério e eu sorri - hoje ás 22h na The Factory - sorriu e saiu do quarto.

Hoje iria beber e acordar em um Hotel qualquer, ao lado de um mulher qualquer e amanhã…amanhã seria um novo dia, sem remorsos arrependimentos.

Leiam as notas finais: