Confissões De Um Vampiro: Corpo E Sangue
Vallentina
Julliét acordou aparentemente incomodada com que havia acabado de sonhar, olhou para os lados e respirou fundo. Por um segundo ela desejou que estivesse em seu quarto em Madrid e que toda aquela historia de vampiros e bruxas nunca estivesse acontecido. Mas era impossível, não há como fugir do seu próprio destino mesmo que ele seja o pior possível, ele sempre te pega. Julliét se levantou e caminhou ate a porta e depois pelo corredor. Abriu a porta do quarto de Williams e ficou um tempo parada olhando ele dormir. Williams acordou e a olhou com uma cara de pergunta Julliét apenas sorriu.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- O que você ta fazendo? Perguntou Williams a observando.
- Nada, apenas me lembrando de quando você era humano. Julliét continuou sorrindo enquanto o fitava.
- Hmmm. Não consegui dormir? Perguntou Williams ainda olhando para Julliét.
- Não, não consigo.
Julliét fez bico e Williams sorriu enquanto levantava a coberta.
- Vem!
Julliét entrou no quarto de Williams e fechou a porta, logo depois se deitou na cama apoiando a cabeça no peito de Williams.
- Nossa quanta coisa fora do lugar, disse Julliét ao entrar no bar.
- O que você queria? Que o bar se arrumasse sozinho? Os freqüentadores daqui são vampiros não humanos vegetarianos.
Julliét revirou os olhos depois caminhou ate a cozinha que ficava atrás do balcão.
- Tem certeza que quer me ajudar aqui? Perguntou Williams aparentemente preocupado – Quer dizer, você matou vários vampiros e acho que seus amigos querem acertar as coisas, você sabe vampiros nunca deixam barato.
Julliét sorriu de canto enquanto olhava para Williams.
- Tenho certeza absoluta. Entenda Williams, eu nunca vivi realmente , quando me transformei em vampira , passei todo o tempo fugindo, e viver fugindo não é viver, é como estar morta e ainda assim ter que fugir.
Williams olhou para Julliét meio espantado mais logo sorriu.
- Como quiser. Então, como vai aproveitar a vida?
- Não sei. O que você faz para aproveitar a vida?
Williams pegou um pano e limpou alguns copos enquanto analisava a pergunta de Julliét. A verdade era que desde que ela fora aprisionada a única coisa que fazia era tentar tira-la de lá. Nunca pensou em rodar o mundo e conhecer tudo, sempre ficou perto do lugar onde ela estava pelo simples fato de não conseguir deixá-la mesmo não sabendo se iria vela acordada de novo.
- Tem uma escola. Disse Williams enquanto Julliét o observava perplexa. – sabe vários vampiros freqüentam lá. Lá é legal.
Julliét balançou a cabeça quanto juntava os sacos de lixo que estavam encostados na parede.
- Palavras suas não minhas.
Williams bufou enquanto enfileirava os copos na prateleira do armário.
- É serio, a maioria dos estudantes são vampiros, bruxas ou lobisomens. Mas claro que ninguém sabe.
Julliét agora olhava para Williams.
- Achei que eram poucos os vampiros que sabiam da existência dos colares.
Williams permanecia sorrindo.
- É por isso que somos minoria na escola. Mas tem mais uma coisa lá também tem humanos e a maioria das pessoas que estudam lá, incluindo os professores, não tem noção do que são.
Julliét fez cara de pensativa depois pegou os sacos de lixo.
- Vou por isso aqui lá fora.
Julliét caminhou ate a caçamba de lixo que havia na parte de trás do bar e colocou com a maior facilidade. E voltou a caminhar para a porta do bar quando uma mão a tocou. Julliét se lembrou que havia sentido o mesmo toque na noite anterior quando estava subindo as escadas para os quartos. Julliét se virou e olhou fixamente a garota de cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo e olhos azuis que usava um óculos com uma armação gigantesca.
- Quem é você? Julliét perguntou já sabendo a resposta.
- So... Sou Vallentina. Falou a garota tremendo e aparentando ter chorado. – Preciso de ajuda, da sua ajuda.
Julliét continuou olhando a garota.
- Você sabe quem eu sou? Perguntou Julliét enquanto olhava a garota ainda tremendo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Só sei que você se chama Julliét e que tava dançando com meu tio ontem. O que é muito estranho, mais enfim, quando encostei em você , senti que você podia me ajudar. E porque meu tio tava dançando com você? Vallentina olhava para Julliét sem entender muita coisa.
- Nunca ouviu meu nome antes certo? Perguntou Julliét e Vallentina apenas afirmou com a cabeça ainda a olhando. – Já ouviu falar sobre Charlotte de Gauthier?
Os olhos de Vallentina se encontraram com os de Julliét .
- Claro que sim, você a conheceu? Perguntou Vallentina animada. – Soube que ela é casada com meu tio.
Julliét revirou os olhos.
- Eu sou Charlotte de Gauthier minha cara. Portanto sou sua tia e descendente direta também.
Os olhos de Vallentina percorreram Julliét dos pés a cabeça como se estivesse vendo a coisa mais impressionante do mundo.
- Espere aqui, vou avisar Williams que vou ter que sair.
Vallentina ficou parada olhando Julliét entrar no bar. Julliét encontrou Williams arrumando os tacos da sinuca no lugar.
- Vou ter que sair se importa se te deixar sozinho?
Williams sorriu depois a olhou.
- Claro que não. Mas o que você ta aprontando?
Julliét jogou os ombros para trás como se não quisesse dizer nada.
- Nada.
Williams ergueu uma das sobrancelhas, mas não disse nada, apenas observou enquanto Julliét saia. Julliét caminhou ate Vallentina que estava parada perto da lata de lixo.
- Vem. Julliét disse enquanto entrava na trilha que levava a casa de Williams. Vallentina a seguia tentando acompanhar o ritmo da garota sem saber ao certo onde estava indo. Vallentina perguntou diversas vezes onde estavam indo mais Julliét nunca respondia. Enquanto caminhava Vallentina viu uma linda casa ao longe e torceu para que a garota a estivesse levando para um lugar seguro. Ao chegar perto da casa Julliét parou de andar rápido reparando a respiração ofegante de Vallentina. Julliét abriu a porta da casa e deixou que Vallentina entrasse.
- Sente-se, vou fazer um chá para você.
Vallentina caminhou ate o sofá e se sentou enquanto Julliét pegava um bule e colocava água nele, sem pegar qualquer isqueiro, Julliét apenas olhou para o fogão e uma chama se acendeu. Julliét colocou o bule depois caminhou para a sala em direção a Julliét.
- Antes de tudo, me diga por que se esconde atrás desses óculos e rabo de cavalo?
Vallentina fez uma cara sem graça e Julliét percebeu que ela não iria responder então se aproximou dela e tirou o óculos e desfez o rabo de cavalo deixando os cabelos da garota pairarem sobre os ombros.
- Você é linda, herdou os olhos da família de seu pai e os cabelos negros de sua mãe, alem da leve ondulação de nossa família. E quanto aos óculos nos duas sabemos que não precisa disso. Eu costumava ser igual a você, me esconder das pessoas e achar que não era ninguém. Mas foi quando eu percebi que não importa o que as pessoas vêem por fora, você tem que ser bonita por dentro.
Julliét sorri docemente enquanto Vallentina a fita sem dizer uma palavra sequer ainda tentando assimilar as coisas. Julliét não era o monstro que seu pai vivia falando, na verdade ela era bem legal e não olhava superficialmente, olhava pra dentro, para o que a pessoa é não o que aparentava ser. Julliét se levanta quando percebe que a água esta borbulhando e a por em uma xícara logo e logo depois colo um sache de erva doce dentro do copo e pega uma vasilha de açúcar e leva para Vallentina que permanece em silencio enquanto cola açúcar dentro da xícara.
- Agora me diga. Porque estava daquele jeito quando te encontrei. – Falou Julliét quebrando o silencio perturbador que pairava entre elas.
Vallentina meche com o sache dentro da xícara procurando as palavras certas para descrever o turbilhão que sua cabeça esta desde a noite anterior.
- Bem e que... É que ontem , quando te toquei eu vi, eu vi – A voz de Vallentina estava com um tom de desespero aparente, mais Julliét apenas continuou a olhando pacientemente e então ela prosseguiu. – Eu vi você sendo posta dentro da cripta, senti o seu sofrimento sua dor, senti quando acordou. Foi terrível, isso nunca aconteceu e hoje quando toquei em Hector, também vi varias imagens passando aleatoriamente pela minha cabeça. E a única coisa que sabia, é que você podia me ajudar, mas não sei ao certo porque, mas, eu tinha que te achar.
Fale com o autor