Os Segredos De Hugo.

Finalmente algumas respostas.


- Por que o quarto 173 está rabiscado? – Perguntei com firmeza jogando as papeladas na mesa do Dr. Gustavo.

- Então você que roubou?

- Isso não vem ao caso... Responda-me por que está censurado? Quem era o paciente do quarto 173 era Hugo? Catarina?

- Senhorita França não termos nenhum paciente e nunca tivemos pacientes chamado Catarina.

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- Eu não sou tão tola quanto pensam... Eu quero as respostas.

- Como posso ter da resposta de perguntas que você não aceita as respostas?

Sentei-me na cadeira em frente à mesa dele.

- Então diga-me pelo menos... Como Hugo parou aqui? Quem era Igor? Quem era, realmente, a família Lima?

Dr. Gustavo ficou sério e levantou-se, olhou para a janela e ficou a observando enquanto contava-me a história sobre a família Lima.

- A família Lima é uma família bem antiga... Dona dessa clinica a quatro gerações, uma família bem respeitado e sucedida. Mauricio sempre foi um homem com um bom coração, mas só demonstrava o seu lado frio... Ao contrario da esposa, a adorável Laura que era dona de uma doçura que só ela tinha e infelizmente uma saúde precária. A gravidez de Laura foi perigosa, tivemos que tomar muito cuidados para quer a vida dela não ficasse em risco. Felizmente, deu tudo certo e ela deu a luz para dois lindos gêmeos, Igor e Hugo. Gêmeos idênticos, no entanto cada um tinha uma personalidade própria. Igor era um garoto doce como a mãe e bem social, ao contrario de Hugo que tinha uma imaginação e um modo de diversão macabro, além de ser antissocial. Nunca sabemos o porquê, mas numa noite de dezembro Hugo sufocou o irmão com o travesseiro, o matando... Sinceramente, eu acho que foi inveja, já que o irmão tinha amigos e parecia ser o mais amado. Mauricio colocou o filho no hospício e tentou ser focar na saúde da esposa que ficou em depressão com a morte do filho causado pelo outro filho, ambos com apenas 10 anos. Hugo viveu até os 16 anos aqui, se tratando e aprisionado... Laura queria ter o filho de volta e o convenceu o marido a tirar o filho da clinica, a ser uma família novamente. Compraram uma casa em Corinto e foram morar lá... Como se nada tivesse acontecido... Contudo, Hugo voltou com a diversão macabra, fingiu muitas vezes ser o seu irmão morto para Laura... Mauricio não suportou aquilo e decidiu mandar - ló por hospício novamente... Então, ambos desaparecem... Até que você apareceu e os encontrou... Hugo tem múltiplas personalidades, você deve ter conhecido o lado amigável para ser apaixonar tanto por ele.

- Ele matou o irmão – Murmurei para mim mesma colocando as mãos no rosto.

Meu estomago revirou e todo meu café da manhã parecia que sairia pela boca. Corri para o banheiro mais próximo, ajoelhei-me no chão e vomitei na privada. Logo que sentir meu estomago vazio, levantei-me e fui até a pia limpar minha boca, rosto e mãos.

- Tudo bem querida? – Uma enfermeira velha perguntou com um sorriso doce no rosto.

- Estou bem... A Senhora trabalha aqui á muito tempo?

- Trabalho sim... Por quê?

- A senhora conhece um tal Catarina, um paciente de 2010?

A enfermeira ficou pálida e pasma, parecia que havia visto um fantasma. Quando notou que eu estava notando que ela ficou indiferente, ela abriu um sorriso e disse:

- Não tem ou teve nenhum paciente com esse nome.

Ela saiu do banheiro.

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Qual era o problema dessas pessoas? Por que estavam mentindo sobre Catarina? Por que ficavam tão indiferentes quando ouviam esse nome? Quem é Catarina?... Tantas perguntas. Eu estava cansada de ser tratada como uma criança. Eu não era mais criança, não precisam esconder a verdade de mim.

Aborrecida voltei para casa com os olhos cheiros de lágrimas. Por que tudo não poderia ser fácil? Por que eu me apaixonei e ainda continuo apaixonada pelo Hugo? Minha vida virou uns mares de perguntas sem respostas.

Cheguei ao meu prédio e peguei o elevado, eu ainda continuava chorando e estava bastante cansada. Encontrei Kevin sentado ao lado da minha porta com uma tela embrulhada.

- Ai está você... – Ele levantou-se sorrindo – O que houve?

Eu o abracei forte.

- Gabi, está tudo bem?

- Por favor, só me abrace – Murmurei no ouvido dele.

Ele me abraçou forte e ficamos abraçados por alguns minutos. Aquele abraço – de algum modo – me deu forças, me deu esperanças... A única coisa que eu precisava era um abraço de um amigo – mesmo que nesse caso ele seja um pouco desconhecido.