Jolly Roger

Negociações


“Sinceramente, depois daquele baita susto, eu não esperava que iria conseguir dormir com tanta rapidez e facilidade, mas consegui. Minha cabeça mal havia tocado no travesseiro e eu já dormia profundamente.”

Sakura Haruno:

Quando eu acordei novamente, ainda era de noite e Sasuke ainda estava de guarda, sentado, olhando fixamente para porta com um olhar firme, mas igualmente cansado. Ele voltou seu olhar para mim quando me movi e a cama estralou.

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—Vem dormir.—Disse com um tom de voz rouco e baixo, típico de pessoas que acabam de acordar.— Ou não vai conseguir me acompanhar na jornada...

Incrivelmente o Uchiha não discutiu, caiu como um titã sobre a cama e adormeceu quase no mesmo instante. Eu aproveitei aquela solidão para colocar um pouco de ordem em meus pensamentos... Bem, mais três dias de cavalgada e nós iremos chegar ao País da Onda. Um barco de contrabando seria a melhor opção, porque nele poderemos entrar no país sem alarde, sem sermos seguidos pelos olhos sagazes dos espiões do rei.

Com um suspiro frustrado, me lembrei de eu e Sasuke nunca mais iremos dormir abraçados... De agora em diante, sempre um de nós terá que ficar vigilante, pronto para defendermos de eventuais ataques. Tal separação forçada, até que me aliviara de certo ponto, agora poderei resistir mais aos encantos do moreno.

Eu me sentia envergonhada com minha própria fraqueza carnal, da maneira de como que me deixava facilmente ser seduzida pelo Uchiha, mas agora não é hora de pensar nisso, estou em uma missão de extrema importância. Mais tarde certamente terei tempo e disposição para lidar com os meus tumultuados sentimentos.

De uma coisa eu tenho certeza: Ele não se chocara com a minha “rendição” a ele, muito pelo contrário, até ouso dizer que o conde aprecia minha fraqueza e como reajo ás suas carícias... Talvez, seja coisa de gente casada, não sei.

O Sol já se erguia no horizonte e logo a missão estaria concluída, mas juntamente com isso, eu teria que tomar uma importante decisão sobre minha vida com meu marido.

Se eu não estivesse tão apaixonada por esse desgraçado, as coisas certamente seriam mais fáceis, poderia pensar com mais clareza... O porto do País das Ondas era uma explosão de atividade. Mesmo naquele mar de gente, eu me sentia seguida, observada. Não falei nada para Sasuke, afinal, não iria importuná-lo com meu sexto sentido idiota.

Perto do cais, nós nos desmontamos dos cavalos e seguimos a pé. Algumas pessoas nos olhavam com curiosidade e desconfiança, e foi então que eu me lembrei do péssimo estados que nós deveríamos estar. Sujos, usando roupas que não eram lavadas há dias e com os cabelos cobertos de lama a ponto de não ser possível reconhecer-nos como soldados, parecíamos mais, bandoleiros.

Quando vi o mar, fiz questão de respirar aquele ar salgado com gosto, encantada com o que eu estava vendo. Felizmente, o moreno me deixou ali, cuidando dos animais, e eu o fazia, sem desviar os olhos das suaves ondas cristalinas. Enquanto isso, o conde estava ocupado tentando descobrir qual seria o próximo navio a ir para Kazemaru, e conseqüentemente, como conseguiram um embarque discreto.

Nunca havia pensado em como seria ver o mar novamente. Quando eu estava em Konoha, vivia na areia, usando meus melhores vestidos, á espera do meu noivo, Itachi Uchiha. Agora, só de pensar nisso, me sinto envergonhada de minha infantilidade e estupidez, claro, eu amei o Uchiha mais velho, mas era algo caprichoso e sonhador, mais fantasioso do que realístico. Bem diferente do que eu sinto por Sasuke...

O dito voltou depois de um tempo, me tirando de meus pensamentos, acompanhado de um homem que senti uma antipatia instantânea. Era um marinheiro grandalhão com uma longa e suja barba negra, tendo também o péssimo hábito de cuspir ruidosamente a cada meia dúzia de palavras que dizia. O moreno falava com o capitão naturalmente, sem se dar conta do meu olhar cheio de hostilidade.

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—São só dois?—Perguntou o homem, sua voz era rouca e rasgada.

—Sim, nós dois.—Respondeu o Uchiha, assentindo com a cabeça.— Pelo cavalo.

—Ele é magro demais...—Observou o marujo, enquanto tocava nas patas Hércules, aumentando o meu ódio.

Olhei para Sasuke, indignada. Céus, nós temos dinheiro o suficiente para pagar a nossa travessia, para que oferecer a minha montaria? Além de que, Hércules pertencera a Akira e me servia muito bem, jamais me desfarei dele.

—Meu cavalo não está á venda.—Rosnei e o moreno balançou a cabeça antes de dizer:

—Não é esse, é o garanhão castanho.

—Aceito levá-los a Kazemaru por este aqui.—Insistiu o homem, apontando para Hércules.

—Não.—Decretou o Uchiha.—É o garanhão, ou nada.

O capitão se aproximou do outro animal e disse torcendo o nariz:

—Ele é velho.—Em resposta, o conde apenas respirou fundo e cruzou os braços, mostrando sua impaciência e que não estava mais aberto a negociações.—Ele está cansado e precisa de ferraduras novas. Não paga duas passagens.

—Bem, se não está interessado...—Disse meu marido, encolhendo os ombros.

O homem coçou a barba, fazendo um barulho irritante, pensando, e por fim disse:

—Bem, suponho que posso aceitar a barganha, considerando que eu tenho um generoso coração. Mas vai ter que acrescentar a sela ao negócio.

O mosqueteiro sorriu e apertou a mão do capitão, dizendo um entusiasmado:

—Feito!

—Partiremos ainda hoje, na mudança da maré.—O capitão informou com um sorriso banguela.—Não se atrasem. O meu barco e eu não esperamos ninguém. Se não chegarem a tempo, não farão a travessia comigo. E não terá o seu cavalo de volta também...

Sasuke assentiu e quando já estávamos distantes o suficiente, eu falei:

—Temos muitas moedas de ouro para pagar pela viagem.Por que não pagou o preço estipulado e simplificou a transação?

O moreno me olhou como se eu fosse uma criança ingênua e respondeu calmamente:

—Você realmente acha que eu exibiria o nosso ouro diante do nariz de um sujeito ganancioso e sem escrúpulos como aquele? Certamente ele nos atiraria no mar na primeira hora de viagem e ficaria com tudo. É melhor que pense que somos pobres e que temos que vender um cavalo para viajar. Assim, a nossa possibilidade de chegarmos á Inglaterra com vida é bem maior.

—Ah...—Murmurei, sem ter o que argumentar contra aquele raciocínio que realmente fazia sentido.

—Além do mais, não me agrada a ideia de manter o cavalo de um homem que você matou com uma flecha no peio.—Disse com um sorrisinho que logo sumiu.—Sei que não é muito provável, mas alguém pode reconhecê-lo e exigir nosso enforcamento por roubo e assassinato.