Episode XIII

"Feliz 2011”

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Chegar inteiro à 2011

Ouvindo: Conversas múltiplas na sala de casa

Depois do natal maravilhoso na casa dos Black (hm... talvez nem tanto), voltamos para passar o nosso tradicional ano novo juntos, os quatro e as respectivas famílias, dessa vez na casa de Remus. Os pais dele (dona Jude especialmente) não tinha uma empolgação tão grande com o natal, mas a casa estava bem arrumada com os enfeites ainda quando chegou o dia 31.

Chegamos quase todos juntos, e minha mãe e Dona Cecily correram ajudar a mãe de Remus na cozinha (acredite em mim, ela precisa de muita ajuda nesse quesito), enquanto o seu Richard espiava por perto pra ver se conseguia uma bocada antes e Roger e John batiam papo perto da mesa, fingindo que arrumavam tudo pra não precisar ajudar a cozinhar nada.

Regulus estava enfiado no celular num canto, o que deu uma boa abertura para nós quatro podermos finalmente ter uma conversa decente desde muito tempo. Eu estava com o suéter de Atari que Chris e o meu pai enviaram de natal, junto com uma foto da barriga dela, que já estava crescendo numa velocidade alarmante. Toda vez que meus dedos roçavam no tecido grosso e confortável da blusa eu sentia um frio na barriga, como se ela fosse um lembrete constante de que, quando o próximo ano novo chegasse, eu não seria mais filho único.

“Cara, a gente precisa ver Planeta dos Macacos.” Sirius fechou o celular com veemência, e coçou um pouco onde o suéter que minha meu deu pra ele (com uma constelação bordada, veja bem, está muito glamoroso) tocava seu pescoço. “Assim, muito. Precisa MUITO.”

“Eu pessoalmente tenho baixas expectativas em relação a ele.” Disse Pete, e levou uma almofada na cabeça por isso. “Ei! Eu tenho opiniões, com licença?”

“Não pode ficar agourando o filme, cara!” Sirius estava realmente indignado. “Lembra quando você disse que X-Men 3 ia ser uma bosta, e aí eu fui ver e realmente foi? Eu podia ter passado as cinco horas na fila sem estar triste por antecipação, mas você não consegue deixar os outros serem felizes, Peter!”

“Eu fui com expectativas altas pra Distrito 9, lembra? Você lembra, Sirius?” Pete retrucou, e rolei os olhos em antecipação. Ele tem um problema sério com Distrito 9. “Eu estou deprimido, até hoje!”

Sirius tomou ar para responder, mas eu desviei a atenção dele antes que a discussão me forçasse a interferir para falar de Avatar. Remus estava anormalmente quieto, com um moletom estampado de frases diferentes, mas sem olhar diretamente pra gente. Esse negócio com Bones realmente está deixando ele abalado. Resolvi me aproximar, e dei um soco amigável em seu ombro. “Hey, Obi-Wan.”

“Hey, Anakin.” Ele riu, e me senti melhor. “Como vão seus treinos, Padawan?”

“Bem, eu acho. Em breve vou mostrar minha invenção pra vocês. Aliás, Sirius?” Voltei a olhar para o outro lado do sofá, e interrompi Pete numa imitação grosseira de uma criatura metade homem, metade alienígena. Sirius, que olhava sarcástico para a atuação medíocre, aproveitou a deixa pra ignorar Pete um pouco.

“Diga.”

“Precisarei de sua ajuda nesse projeto.”

“Quê?”

“Sua ajuda, “ apontei para ele cientificamente, “melhor, a sua voz.”

Detrás do celular, Regulus começou a cantarolar a música da Pequena Sereia, o filme da Disney sobre a mocinha que queria ser pessoa e perde a voz. Babaca.

“É sério, Regulus.” Insisti, e Sirius ignorou a minha expressão envergonhada para cruzar as pernas e se fazer de difícil.

“Porque você precisa da minha voz?”

“Na verdade, meeeesmo, eu precisava da sua voz e da voz da Marlene.” Aproveitei a deixa e confessei, me encolhendo conforme via o rosto dele ficando roxo.

“Você sabe que a gente não está tão próximo assim, né? Porque fazer isso comigo?”

“Por favooooor, Sirius, é pela ciência.”

“Pela ciência é um bom argumento-“

“Ah, cala a boca, Pete. Vou ganhar alguma coisa com isso?” Ele soltou um muxoxo. Tentei imitar a Carinha, mas é muito difícil. Sirius é melhor que eu nisso.

“Você ganha a minha eterna gratidão!”

“Não sei...”

“Sirius, ajuda ele pelo amor de Deus.” Remus olhou feio para Sirius, que descruzou os braços.

“Ok, eu estou só valorizando o meu produto, calma.”

“Remus dormiu de calça jeans.” Pete brincou, e para a minha surpresa, o rosto de Rem ficou roxo.

“Eu não dormi com ninguém!”

Assustado, me virei para encará-lo, e percebi que estava tão absorto no meu diálogo dramático com Sirius que não percebi que Remus queria me contar alguma coisa. Ele estava todo vermelho, e sua exclamação chamara a atenção até de Regulus, que baixou o celular lentamente do rosto para espiar a nossa conversa subitamente importante. O cheiro de comida assada estava começando a chegar da cozinha, então conclui que teríamos pouco tempo para esclarecer a situação antes dos nossos pais chegarem.

“Você quer dizer alguma coisa? Diz logo.” Apressei-o, e Rem continuou bufando. Sirius arregalou os olhos.

“Eu. Não. Acredito!” Ele se indignou, e Pete tentou fazê-lo se acalmar, sem sucesso. “Não, eu não vou, Pete! Quem foi? Fala, seu... seu... garanhão! Porra, Remus!”

“Dá pra parar? Rem, o que foi?”

“O que foi? Você é burro, James?” Sirius gargalhou daquele jeito sarcástico que ele costuma fazer quando quer ser... bem, sarcástico. “Ele dormiu com alguém. HAHAHAHA, dormiu é modo de falar, certo? QUEM FOI?”

Regulus voltou a digitar compulsivamente no celular, como se fingir estar ocupado o tornasse invisível a conversa subitamente sexual que estávamos tendo. Remus limpou a garganta.

“Não fique bravo, Sirius.”

“EU? Bravo? Não, não, você está me entendendo errado, Remus. A minha FUNÇÃO no grupo é ser o cara bonito e pegador, ok? Eu! Você já beijou primeiro que eu, agora quer me dizer que dormiu com uma garota antes de mim e quer que eu fique como? Você está ocupando o meu nicho biológico, cara! Se toca!”

“É sério isso?” Pete parecia um balão de festa de criança, inchado e cheio de papel de doce em volta, sem conseguir respirar. “Rem...”

“Emme.”

“Seu SAFADO!” Sirius se jogou de volta no sofá, e pegou a caneca de Darth Vader dele com o máximo de dignidade que uma caneca do Darth Vader consegue prover.

“Você não estava procurando um namorado pra ela?” Perguntei, sem entender nada. “Como? Onde?”

“Não foi de propósito, tá legal? A gente... UGH, sei lá...”

“Ela escorregou e caiu em você?” Sirius cacarejou, mas Pete o impediu de continuar com um tapa forte no braço.

“Conta!”

Remus suspirou e passou a mão com força no rosto. Claro que não íamos força-lo a contar detalhes, claro, e CLARO que não queríamos saber dos detalhes... Quem estou tentando enganar mesmo? Lily nunca vai ler isso.

“E então... rolou.” Ele terminou, e senti que a sala estava uns vinte graus mais quente. Remus estava todo vermelho, mas parecendo perdido na vida, Regulus estava quase vesgo olhando pro celular, Sirius parecia estar ouvindo uma reportagem sobre o fim do mundo, e Pete ouvia com tanta atenção que eu seriamente pensei que ele tinha tomado notas de algumas coisas. Eu, como sou um solitário amargurado, só estava querendo me jogar na neve acumulada do lado de fora pra ver se o calor passava um pouco.

“E aí, garotada?” Roger apareceu, a melancolia dos últimos dias meio disfarçada com um sorriso amigável (e meio confuso) para as nossas expressões constrangidas. “Tudo bom?”

“Ótimo.” Regulus levantou como se tivesse sido catapultado pelo peso de Roger, e correu para a cozinha.

“O que deu nele?”

“Sei lá, pai. Hehe.” Sirius arreganhou os dentes num sorriso muito assustador, e Roger assentiu meio desconfortável.

“Hum... Erm, eu vim chamar vocês pra jantar... Tá pronto.” Ele levantou logo em seguida. “Tem certeza que tá tudo bem com vocês? Remus? Tá passando bem?”

Remus assentiu, e para o olho leigo ele poderia estar mesmo sufocando de vergonha.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: Suéter com Frases

Ouvindo: Janta Animada (e uma voz mental me dizendo que não devia ter contado a Sirius sobre Emme e eu)

“E então eu entrei na sala e dou de cara com quem? STEPHEN FRY!” Meu pai gargalhou, e mamãe sorriu amarelo, discretamente tirando a garrafa de vinho de perto dele.

“A BBC anda meio desfalcada em atores, pois é.” Dona Cecily riu, e a mãe de James rolou os olhos.

“Até hoje, pelo amor de deus! Eu canso de ver e rever os mesmos atores nas temporadas novas de Doctor Who quando assisto com James. Se eu ver o Alan Rickman em mais um filme...”

“Eu achei que você achasse a voz dele sexy!” Roger fez uma careta, e James levantou subitamente.

“Muita informação! Vamos ver os fogos, que tal!!!”

Nos levantamos, e consegui rir da cara de nojo extremo que James estava fazendo enquanto reclamava do excesso de álcool naquela festa.

“UM MINUTO, PESSOAL!” Meu pai gritou (realmente, ele sozinho deve ter tomado metade do vinho disponível). “SESSENTA, CINQUENTA E NOVE, CINQUENTA E OITO!”

“Sério que ele vai contar regressivamente até o último segundo de 2010?” Peter perguntou intrigado.

“Pode contar com isso.”

“Hey, hey...” Sirius apareceu de fininho, segurando uma garrafa embaixo do braço. “Olha o que eu peguei.”

“Está tentando superar Remus e ser o primeiro a encher a cara?”

“CINQUENTA E CINCO, CINQUENTA E QUATRO-“

Arranquei um dos copos que ele trazia. “Anda, enche essa porcaria antes que eu tranque meu pai no banheiro.”

Virei a dose de Brandy no meu copo, ainda meio inseguro quanto a essa decisão. Olhei pela janela, e para além do vidro enevoado, vi várias casas com as cabecinhas para fora, procurando provavelmente algum resquício dos fogos que seriam lançados dali a um minuto, sem precisar pagar ou soltá-los. Atrás de mim, a contagem confusa do meu pai ajudava a dar o tom de ano novo que me era familiar.

Eu não sabia o que 2011 guardava para mim, mas eu sabia que precisava mudar e sair da confusão, ou ficaria doido. Enquanto Sirius procurava mais o que beber, James abraçava a mãe, e a contagem continuava, me desvencilhei de Peter, uma sensação péssima me corroendo por dentro. Emme era uma amiga querida, claro, mas isso. Amiga. Já tínhamos tentado namorar, e não tinha dado certo, não sabia porque meus instintos burros acharam que ficar com ela de novo mudaria alguma coisa. Mas agora a besteira que eu tinha feito tinha sido pior. O verbo nem conseguia se formar na minha cabeça.

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: 2011 vai ser o máximo!

Ouvindo: CINCO, QUATRO, TRÊS, DOIS, UM!

“Yeeeey!” Saltitei, pulando em cima da minha mãe, cobrindo seu rosto de beijos. Eu sempre fico muito animado com o ano novo, sei lá porquê. É como se agora eu tivesse trezentos e sessenta e cinco dias para mudar, formar uma banda, visitar Zoe mil vezes. Ah, é invigorante!

“Feliz ano novo, cara!” Sirius surgiu da cozinha com mais garrafas, e Roger e Meredith provavelmente estavam muito distraídos abraçando todo mundo para notar que ele estava enchendo a cara enquanto fingia servir os mais velhos. Meu pai chegou logo em seguida para me cumprimentar, e retribui o abraço com um aperto. Enquanto estávamos juntos, ele segurou meu rosto, e um alarme de “momento tenso” disparou.

“Pete,” ele sorriu, uma expressão orgulhosa esquisita pra caramba no rosto, “siga seus sonhos, filho. Mesmo se eles forem fora daqui.”

“Quê?” Tentei perguntar, mas ele já estava animado indo abraçar outra pessoa no caminho. James estava apertado entre Roger e Meredith, e Remus tinha acabado de abraçar a mãe, embora meu sétimo sentido estivesse detectando que alguma coisa não estava bem com ele. Eu sabia que não devíamos ter comentado nada sobre ele e Emmeline, Remus é muito sensível com essas coisas.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: FAJHSJKHDKJHAK

Ouvindo: uksyderieyrie

TÁ MUITO LOCO ESSE ANO NOVO. QUERO AGRADECER A TODOS PELA COLABORAÇÃO, AUDIENCIA, AMOR, SIM, EU AMO TODOS VOCÊS.

AMO MESMO. TODO MUNDO.

INCLUSIVE VOU LIGAR PRA TODOS NA MINHA AGENDA E DESEJAR ANO NOVO.

MEU PAI TÁ FALANDO ALGUMA COISA, NÃO SEI O QUE É.

CALMA.

AMO VOCÊ PAI.

MUUUUUUUITOOOOOOOOOO!