Minecraft. O Ninho De Creepers

Regresso a Colina Nevada


Depois de todos ficarem sabendo o raciocínio de Steve, não demorou para que lhe enchessem de perguntas.

-Como você pode estar cedo disso? –Perguntou Bruce. –Já estivemos lá uma vez e não vimos nada. Além de que depois do que aconteceu o lugar deve estar só nos destroços.

-Steve, acho que você não devia se precipitar tanto assim. –Comentou Esmeralda. –Como eu já lhe disse, depois de hoje percebi que não sei tanto quanto eu imaginava.

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-Mas vocês não entendem. –Ele tentava convencê-los. –Por tudo o que eu já passei tenho quase certeza de que aquele lugar não é um qualquer. Além de que, se tudo o que eu descobri recentemente for verdade...

-Steve. –Bruce o interrompeu. –Olhe pelo que já passamos de que saímos de Colina Nevada! Você foi arremessado de um penhasco! E depois teve aquela ponte velha, e o ataque das Aranhas! Quando chegamos em Téfires e aquele nosso conflito com os guardas! Ficamos presos por sei lá quantos dias nas masmorras! E Nicko é prova de que isso pode ser uma missão suicida! Não quero acabar como ele!

Steve e todos se calaram. Bruce parecia exaltado e nervoso. Respirava com dificuldade. Logo depois disse:

-Desculpe... Eu não queria falar assim... É que desde que te conheci só me meti em problemas que quase me tiraram a vida. –Ele deu uma pausa para ver a reação de Steve, que se teve alguma, não demonstrou. Logo, continuou: - Você é uma pessoa muita boa Steve e espero que saiba disso, mas acho que prefiro me manter em segurança dessa vez.

-Acho que está se precipitando Steve, fique conosco, todos temos problemas demais... –Completou Esmeralda.

Steve olhou para a fogueira que terminou de queimar e logo se apagou. Logo se sentou de novo e disse:

-Talvez eu realmente esteja realmente me precipitando. –Confessou. –Mas de uma coisa eu tenho absoluta certeza: Nunca estive tão certo quanto a uma coisa na vida.

Esmeralda colocou a mão em seu braço.

-Gostaria de poder confirmar sua teoria Steve. –Ela disse de consolo. – Ir lá para poder tirar nossas próprias conclusões seria bom. Mas acho que agora não é a hora para isso. Bruce é seu amigo, siga o conselho dele, voltem para Colina Nevada e vivam como pessoas normais.

Steve desviou o seu olhar de Esmeralda. Sua ideia parecera boa no início, mas agora via como parecia estúpida. Não podiam simplesmente chegar lá e se lançarem na esperança de encontrarem alguma coisa. Além de que, se ele estivesse certo, o que parecia improvável, precisariam muito mais do que ele e Bruce para vencerem aquelas criaturas.

E de repente Adália, que se manterá calada durante toda a discussão, se pronunciou:

-Eu acho que tem alguns soldados vindo para cá.

Ela apontou na direção em que ela olhava e todos se viraram. Era verdade, soldados amadurados vinham montados a cavalo ao longe. Estavam em um número relativamente pequeno, mas já era de se esperar depois de tudo o que ocorrera ao exército de Téfires.

-Devem estar atrás de mim. –Disse Esmeralda assustada.

-Acho que vieram nos ajudar. –Comentou Bruce.

-Não mesmo. –Respondeu Esmeralda. –Acho que eles estão atrás de mim sim, mas não por uma boa causa.

-Esmeralda, deixa dessa paranóia de que seu pai quer lhe matar. –Disse Steve. –Ele não seria capaz disso.

-Pode até não ser... Mas o povo do reino... Eu seria vista como um monstro...

-Você salvou Téfires!

-Isso não importa para eles! Será que...

-Gente, seja o que for que iremos fazer é melhor ser agora. –Adália interrompeu. –Eles estão chegando perto.

-Acho bom todos nos escondermos. – Disse Esmeralda. –Vocês eram prisioneiros, não sei o porquê, e eu...

Ela não pôde terminar de falar, um dos soldados gritou ao longe:

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-Eles estão ali em cima!

-Como eles nos avistaram?! –Bruce gritou.

Os cavalos saíram em disparada em direção aos quatro. Vinha em tamanha velocidade que se podia sentir o chão tremer com o peso das montarias.

-Eles não parecem amigáveis. –Comentou Adália se levantando.

-Não mesmo. –Complementou Bruce.

-Corram agora! –Gritou Esmeralda.

Se os soldados vieram para ajudar ou para capturá-los ninguém ficou sabendo. Todos saltaram de uma vez só e correram na mesma direção. Steve se conteve, sabia que eles não iriam fazer mal a ninguém, afinal estavam com a filha do rei. Mas uma frase dita por um dos soldados o incomodou. Alguém disse gritando:

-Eles vão escapar! Não podemos deixar! Mais rápido!

Se aquilo era uma ameaça ou não, Steve não se preocupou muito, pois correu logo atrás de seus companheiros. Foi fácil alcançá-los, principalmente Adália, que por causa de seu estado de saúde era um pouco mais lenta e incapacitada. E como eles sempre fizeram desde que fugiram das masmorras, Steve a pegou e correu.

Todos estavam cientes de que o estado deles não era dos melhores, e consequentemente eles não poderiam fugir de cavalos, mesmo que estivessem melhores. Adentraram no meio das árvores e de arbustos para tentar dificultar seus perseguidores.

-Eles vão nos alcançar! –Bruce avisou.

-Talvez se nos separamos fique mais fácil. –Sugeriu Esmeralda.

-Não! –Steve descordou rapidamente. –Estamos em menor número, podem cercar-nos facilmente. –Ele não conseguia falar e correr ao mesmo tempo, e por isso parava constantemente para respirar. –Além de que estou mais lento... Posso precisar de ajuda.

Se eles pretendiam ou não montar um outro plano, não tiveram tempo. O aumento do barulho dos guardas os alertou.

A perseguição não foi muito além daquilo na verdade, logo depois um dos soldados acabou caindo pois seu cavalo tropeçara numa raiz, e bloqueou o trajeto. Os outros pararam para socorrê-lo, alguns continuaram, mas pararam metros depois do acidente.

Os três correram por durante mais alguns minutos, somente para se certificarem de que não voltariam a ter problemas com os guardas novamente. E logo a vegetação começou a mudar, e de uma vegetação praieira ela tornou-se tensa e enegrecida, não demoraria para alcançarem o pântano novamente.

Todos pararam juntos para descansarem. Apoiaram-se numa grande pedra que lá havia. Bruce se apoiava em seu joelho e soltava longas baforadas de ar. Esmeralda se sentou no chão e tirou o cabelo do rosto vermelho. Steve deixou Adália apoiada na pedra e se largou de qualquer jeito no chão.

-Vocês... Acham que... Nós... –Bruce respirava mais do que falava.

-Por enquanto. –Esmeralda o poupou de continuar.

Ninguém estava muito com vontade de continuar falando, e sob a sombra da pedra eles repousaram. O único barulho que podia ser ouvido era o da respiração deles.

-O que acham de uma pausa para o almoço? –Sugeriu Adália.

-E vamos comer o que? –Perguntou Bruce. –Grama.

-Posso providenciar algumas frutas. –Ela respondeu, e se levantou.

Adália era a que estava numa melhor situação já que não precisara correr como os outros. Antes de sair de perto deles ela passou ao lado de Steve e o agradeceu.

Cerca de dez minutos depois ela voltou com alguns peixes.

-Como os conseguiu? –Indagou Steve.

-Não foi muito difícil. –Ela sorriu. –Estavam parados na beira. Mas acho que precisaremos de uma fogueira. A não ser que gostem de peixe cru.

-Eu posso cuidar disso. –Esmeralda se pronunciou.

E não foi muito difícil para ela fazer uma, com o auxílio de seus poderes, em menos de um minuto uma fogueira ardia à frente deles.

-E agora? O que você vai fazer? –Perguntou Bruce a Adália, enquanto os dois estavam num canto mais afastado.

-Não sei... Nunca cheguei a pensar exatamente no que fazer caso saísse de lá... Não tenho família nem amigos e...

-Você pode ir para Colina Nevada comigo e Steve. –Bruce sugeriu, esperançoso. –Pode ficar na minha casa e morar lá.

-Não sei Bruce... Agradeço muito, é sério, mas...

-Ora, vamos, o que você tem a perder? Juro que não irá se arrepender. E se não gostar, pode ir embora.

-Puxa Bruce, é muita boa vontade sua... Não sei nem o que dizer... Acho que... Acho que sim.

Bruce sorriu de uma orelha a outra.

-Prometo que não ira se arrepender.

Os peixes logo saíram e eles comeram. Ninguém estava muito à vontade, pois se sentiam com medo dos guardas voltarem para pegá-los, mas para a sorte deles isso não aconteceu.

Após a refeição ter sido finalizada e eles descansarem mais um pouco, Bruce sugeriu:

-Bom, eu não sei o que todos vocês pretendem fazer, mas acho que devemos continuar... Quero voltar a Colina Nevada o mais rápido possível.

Steve concordou com a cabeça.

-E você vem com a gente Esmeralda? –Perguntou.

Ela hesitou, mas não havia outra saída para ela, caso o que ela pensasse estivesse realmente certo.

-Acho que posso passar uma noite lá... –Respondeu. –Mas não posso permanecer por muito tempo, traria problemas para mim, vocês e quem sabe até a aldeia.

-Você quem sabe. –Respondeu Bruce. –Mas só vou avisando que a caminhada vai ser longa.

-Não se preocupe muito, acho que a distância não será problema, posso nos proteger quando a noite chegar. –Esmeralda os informou.

-Então vamos logo.

O dia inteiro logo após o almoço seguira daquele jeito, numa longa e dura caminhada debaixo de um sol escaldante. Mas logo que chegaram definitivamente ao pântano isso mudou, as árvores bloqueavam a entrada da luz e eles estavam mergulhados numa escuridão quase que parcial.

Quando a noite estava preste a surgir, eles trataram logo de procurar um abrigo, mas num pântano não seria fácil. Quase uma hora depois que o sol sumira eles encontraram um local. Não poderia ser chamado de caverna porque era muito pequeno, mas grande o suficiente para que eles pudessem passar a noite. Esmeralda disse que cuidava da entrada e pronunciando algumas frases confusas, ela logo se afastou para se juntar a eles.

-Mas o que você fez? –Indagou Bruce.

-Coloquei barreiras de proteção aqui na entrada. –Respondeu. –Agora caso alguma coisa tente entrar aqui eu saberei.

-E isso funciona mesmo?

-Nunca deu errado...

A noite passou sem preocupações, e quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, eles já estavam de pé. Comeram uma rápida refeição de peixe novamente e continuaram.

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Eles estavam realmente mais rápidos do que quando estavam indo, já que agora estavam preocupados em ir mais depressa. E logo alcançaram a ponte velha, que pendia no desfiladeiro. Isso teria sido um grande problema caso não estivessem com Esmeralda, que uma incrível rapidez conseguiu por a ponte no lugar.

-Não vai durar muito, mas dá para todos passarem. –Avisou.

Todos atravessaram com a maior cautela possível, e já estavam do outro lado.

Como num passe de mágica, perto do anoitecer eles estavam chegando a Colina Nevada. O clima começou a esfriar e a vegetação começou a mudar. Pequenos flocos de neve estavam caindo ao pé da colina que ficava próxima a aldeia.

-Não há lugar como o lar. –Disse Bruce feliz, inspirando o ar gelado.

Quando a noite caiu, eles puderam avistar ao longe as luzes da pequena aldeia, e correram, correram como quando estavam sendo perseguidos, pois queriam logo se sentir seguros e estarem quente e protegidos dentro de uma casa.

Bruce quando chegou à porta de sua casa tirou a chave se seu compartimento secreto e abriu a porta para todos.

-Bem vindos de volta ao lar.