PDV: Carlisle

Estava ansioso por mais um dos grandes bailes promovidos pela realeza da França, não por se tratar de uma festa magnífica, mas sendo rei da Inglaterra buscava uma aliança que proporcionasse um tempo de paz para ambos os países já tão desgastados com conflitos e burburinhos.


Estamos à beira de uma guerra, o fim do feudalismo estava marcado com o inicio do consumismo no país, “Revolução Industrial”, era assim que estavam chamando os acontecimentos nas terras inglesas.


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Graças a uma brilhante idéia de minha esposa os comerciantes do país conseguem hoje dar para a grande população acesso à muitos artefatos. A moeda está circulando rapidamente, meu reino ficando mais rico, o meu povo ficando mais feliz e em consequência o rei francês muito triste e quando um rei fica triste, logo ele quer ver tiros sendo distribuídos no causador da tristeza.


A Inglaterra é a mais beneficiada, deixamos a França pra trás em relação aos assuntos comercias. Somos a potência no comércio marítimo mundial e esse fato trouxe alguns conflitos para os dois reinos.


Tenho uma leve impressão de que os franceses, com seus narizes empinados e sotaque cheios de R’s, são na verdade uns invejosos que não sabem perder. Mesmo sendo rei e acostumado a envolver em conflitos devido ao fato do crescimento do país, sempre fui contra a qualquer tipo de violência e não posso deixar essa “leve” inveja francesa ser a causadora da morte de mais dos meus soldados.


Estava com a minha família em um dos luxuosos aposentos da mansão de hóspedes do reino Francês, minha esposa Esme Hale, sabia o porquê do motivo da minha expressão preocupada e me apoiava totalmente na tentativa de proporcionar uma aliança entre os reinos. Um tratado ou um acordo devia ser feito naquela noite, um acordo digno de confiança e que fosse severamente comprido por ambas as partes, mas infelizmente nada me vinha à cabeça, procurava algo que eu pudesse dar ao rei Francês que fosse de seu interesse, mas nada mostrava ser conveniente.


Fui interrompido pelo o choro da minha filha que acabara de acordar e provavelmente já reclamava de fome, caminhei até seu berço e a embalei em meus braços a fazendo parar de chorar, minha filha iria fazer um ano em breve e mesmo não sabendo que tinha um grande futuro pela frente sorria lindamente em sua inocência de criança, um dia a minha adorável Rosalie assumirá o trono Inglês e será a rainha da Inglaterra.


A julgar pela beleza de minha esposa, que bela rainha ela será. Olhando-a mais uma vez, contemplei o fim para o conflito que há tanto tempo me preocupa, se tivesse pensado nisso antes...


– Carl? - Minha esposa me chamou tirando a minha atenção da pequena Rosalie em meus braços que ainda sorria e brincava com alguns botões da minha camisa.


– Sim Esme?


– Estás pronto querido? O baile começará em breve e devemos chegar um pouco mais cedo, já mandaram chamar a nossa carruagem.


– Estou pronto, obrigada por avisar-me querida. Peça a um dos súditos que nos avise quando a carruagem chegar.


O tempo passou e um dos súditos veio nos chamar para irmos ao baile.

Assim que chegamos como era esperado fomos apresentados na entrada, muitos cumprimentos, danças, bebidas, comidas e tudo o que era digno de uma realeza foi feito e servido no baile. Os franceses realmente sabem como oferecer um baile maravilhoso e requintado, não é a toa que Esme sempre gostou desse país. Minha pequena Rosalie ficou aos cuidados de sua babá Nancy. Ambas foram conduzidas aos aposentos mais silenciosos do castelo para que minha princesinha pudesse dormir tranquilamente.


Quando o baile foi finalizado, muitos já tinham ido para as suas respectivas casas, mas eu ainda tinha um assunto a tratar e o Rei Bernard sabia disso. Não se passou muito tempo e estávamos em uma das salas de reunião do palácio, lugar perfeito para o encontro das duas famílias reais mais importantes da Europa.

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Como era de costume a primeira palavra vinha do Sr.Bernard, rei da França.

– Queria lhe dizer Majestade que é gratificante para mim e o meu reino tê-lo aqui como o nosso convidado de honra.


O Rei Bernard fala indicando os sofás mais ao canto do aposento onde havia uma bandeja de chá com macarrons nos aguardando. Minha Esme e a Rainha Amélie se juntaram a nós.


– Digo que também é uma honra para mim e a minha família estar aqui, agradecemos pela a hospitalidade. – Terminei a frase com um sorriso sincero.


– Porém creio que vossa majestade não está aqui somente para se divertir em mais um dos nossos bailes... estou certo em afirmar? - O sotaque francês quase não aparecia, ele deve ter tido uma ótima instrução.


– Sim Majestade, este certamente não é o meu maior motivo aqui, apesar de que devo lhe afirmar que nenhum outro baile real, a não ser o francês, me tiraria da minha bela Inglaterra.


Como se tratava de uma conversa privada não havia criados presentes a Rainha Amélie fez as honras nos servindo, era uma gentileza
eles terem aderido ao costume inglês do chá, isso me dava boas expectativas, significava que eles queriam o mesmo que nós: Paz!


– Então devo supor assim que veio para tratarmos de assuntos importantes para nossos reinos.


– Sim, mais uma vez está correto Rei Bernard estamos aqui pra tratarmos de assuntos importantes, que envolvem o meu reino e o seu, e já que nos tem recebido de forma tão hospitaleira suponho que o interesse seja mútuo.


– Vossa Majestade tem uma boa percepção, é do meu interesse resolver esse pequeno conflito que tem se levantado entre nós da forma mais pacífica possível. Como deve ser de vosso conhecimento Majestade, minha esposa deu a luz a um belo menino.


– Fui informado que há pouco tempo a rainha Amélie deu a luz ao príncipe da França.


A bela rainha francesa acariciou o braço do esposo em uma natural demonstração de afeto, com certeza esse casamento também foi consumado por amor como o meu e de Esme e não por conveniência como de muitos reis que já conheci.


– Por esse motivo não tenho desejo de iniciar nenhuma guerra no momento. Quero estar presente na criação de meu filho para que ele se torne o homem digno do trono francês. – Disse isso olhando carinhosamente para sua rainha. Quanto mais olho para esse casal mais tenho a certeza de que estou indo no caminho certo.


- O que o tens a me oferecer Majestade? - Voltou a olhar em meus olhos quando fez a pergunta.


– Vim propor-lhe um acordo, que possa selar uma aliança do meu reino com o seu, beneficiando a ambos.


- E que acordo seria esse?


– Creio que tem o conhecimento sobre minha adorável filha, Rosalie. Da mesma forma que vossa alteza, eu não tenho o interesse de perder o crescimento de minha filha por causa de mais uma estúpida batalha. Minha filha ainda não completou um ano, mas como toda princesa logo crescerá e como não tenho herdeiro ela será a rainha. Devo perguntar: Quanto tempo de vida tem o seu filho?


- Nasceu há exatamente cinco meses atrás. Mas o que o Royce tem haver com o acordo?


- Digo-lhe que tudo.


– Tudo? – Ele e a Rainha ficaram muito surpresos, o que quer que eles tenham imaginado eu os surpreendi.


– Sim. Tudo! Eu vim propor a união das nossas famílias e de nossos reinos oferecendo a mão da minha filha Rosalie para o príncipe Royce em casamento.


– É uma grande proposta Majestade, confesso que não sou adepto de acordos desse tipo, como bom francês cremos que casamento deve ser concedido por causa do amor. Vossa majestade pensou bem a esse respeito?


– Sim alteza, pensei em várias possibilidades de paz, mas essa foi a que mais me pareceu promissora.


– E sua esposa está de acordo?


– Sim. Conversamos sobre isso na carruagem a caminho do baile ainda há pouco. Basta o seu consentimento.


– Estou totalmente de acordo, se me permitem a intromissão... – Esme falou educadamente - Fique a vontade querida. – Dei liberdade a minha esposa com um aceno afirmativo. O casal a nossa frente ainda continuava com olhos em uma mistura de surpresa e incompreensão.


– Caro Rei Bernard não sei se conhece a história do meu casamento com o Rei Carlisle, mas devo afirmar que, como vossa alteza, meu marido também não é adepto de acordos matrimoniais, tanto que ele desafiou toda a côrte inglesa ao tomar uma camponesa como eu por sua rainha.


– E devo dizer que não me arrependo nenhum pouco de ter passado aquela temporada no norte da frança. – Tive que acrescentar


– Vossa alteza é francesa? – A Rainha Amélie me perguntou com alegria.


– Não de nascimento, eu nasci ao sul da Inglaterra, meu pai era inglês, mas minha mãe era francesa, por isso tenho um nome francês e no fim da vida de meus pais voltamos pra frança, foi nessa época que conheci o meu amado marido.


– Isso nós não sabíamos... – continuou a rainha francesa olhando pra o marido expressivamente


– Sim, sou descendente de mãe francesa, e esse é um dos motivos pelos quais não coloquei nenhum empecilho na proposta que meu marido lhes fez. – Essa última parte minha perfeita esposa falou em francês.


– Vocês sabem que se aceitarem esse acordo de paz seu filho se tornará rei de ambos os países não sabem? E com a economia a favor do nosso país creio que será bastante vantajoso para a França se consentirem com a nossa proposta.


– É uma honra para mim tomar à mão da pequena princesa Rosalie em favor do príncipe da França. Na verdade achei estranha sua proposta por se tratar de uma oferta muito vantajosa para o meu país, digo mais vantajosa para o nosso do que para o vosso.


– Só temos um detalhe a acertar.


– Diga nos – O rei falou com um ar de dúvida.


– Todas as decisões em relação à Inglaterra deverão ter a aprovação de Rosalie quando ela assumir o trono, assim como as decisões que forem do interesse francês terão que ter o aval do príncipe Royce.


– Não tenho nenhuma resistência quanto a essa questão. Dessa forma estaremos protegendo os interesses de nosso povo. – Concordou comigo o Rei.


– Então firmemos o acordo.


Depois de selarmos com nossos anéis o documento com os detalhes do acordo a tensão que havia entre nós no inicio da noite já não mais existia. Conversamos pelo restante da noite como dois casais normais tornando-nos bons amigos. Quando vimos o sol nascer pelo vidro da janela do castelo foi que percebemos o quanto estávamos cansados e mandamos chamar nossa carruagem. No instante em que ela chegou o Rei deu a ordem para trazerem todos os nossos pertences para o palácio e disse que nosso quarto já estava preparado.


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– Peço então que a partir de hoje chame-me apenas de Bernard. Falou estendendo a sua mão para despedir-nos.


– Sendo assim Bernard peço que me chame apenas de Carlisle, e é uma honra sermos da mesma família. - Finalizei apertando a sua mão.


Um criado nos mostrou o caminho até o quarto que tinham preparado para nós e nos disse que aquele quarto era usado apenas por membros da família real quando esses vinham a Paris visitar o rei ou a rainha.


Esme cochilava no meu ombro enquanto subíamos as escadas do castelo. Eu esperava com todas as minhas forças ter feito a escolha certa não só porque a partir de hoje tinha nomeado o futuro rei da Inglaterra como também o futuro marido da minha filha e agora eu não poderia mais voltar atrás, o acordo já fora selado.