Ours Secret

Capítulo 6 - Girando, girando, girando


\"\"


Ainda sentindo Max a guiar, Selene olhou de relance para a garota loira que a encarava como se o demônio estivesse ao seu lado. Sabia que era apenas uma questão de tempo até Layla vir e perturba-la, mas não importava. Não hoje. Layla observou tudo de onde estava. Selene não tinha ideia do que a esperava se continuasse a estragar seus planos. Não aceitaria que ninguém ficasse entre ela e o título de Duquesa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Max parou em frente à Scorpius e Eric, que os olhavam com sorrisos em seus rostos. O garoto abaixou a cabeça e corou. Retirando o braço da cintura de Selene, ele cobriu os olhos e reprimiu uma risada. Não queria ter chamado tanta atenção para si, pois já a tinha sem muitos esforços, mas não iria deixar aquele garoto vestido de pinguim humilha-lo.

Scorpius nunca sentiu algo assim, mas sabia o que era: orgulho. Estava muito orgulhoso de Max. O garoto conseguiu o que ele achava impossível se conseguir, calar o garoto Pikks com educação e classe. Max, com certeza, era um garoto especial...

– Garoto, você vai longe. – Eric disse levantando seu copo em saudação à Max.

– Pai, por favor, não diga essas coisas... – Selene pediu sentindo-se envergonhada. Afinal, Max fez aquilo por ela.

– Selene, não se envergonhe – Scorpius disse sorrindo. – Max é do tipo de cara que defende uma garota sem que ela peça. Um legítimo cavalheiro britânico. – completou dando alguns tapinhas nas costas do garoto.

– Uma pena eu não ter nascido aqui. – Max comentou passando uma das mãos pelos cabelos claros.

– São detalhes, meu caro, detalhes... – Scorpius disse rindo.

– Então Selene, o que ele queria? – o pai da garota perguntou indicando discretamente Andrew Pikks.

– Queria o que Layla mais desejava, papai. – Selene respondeu suspirando – Provavelmente tentar algo comigo para que me casasse assim que possível para que ela assuma o título. As coisas de sempre. – completou com uma piscadela para o pai.

– As coisas de sempre. – Eric repetiu, mas havia preocupação e talvez um ressentimento escondido em suas palavras.

– Layla é um pouco obcecada demais com status social. Você deveria leva-la há um psicanalista, Eric. – Scorpius comentou olhando para a garota que conversava animadamente com alguns convidados.

– E você acha que já não pensei nisso? – o homem suspirou.

Max olhou para a garota loira de vestido creme da qual eles falavam. Ela parecia ser simpática, pois sorria e fazia gestos tímidos com as mãos. Porém, essa imagem se desfazia se você observasse que a cada instante ela olhava para Selene com um brilho homicida nos olhos.

– Ele também é sua filha? – Max perguntou à Eric.

O garoto percebeu que a pergunta incomodou Selene. Ela pediu licença e se retirou rapidamente com a desculpa de ir ao toalhete.

– É um assunto delicado... – o Conde de Campbell sussurrou ao ver a filha se afastar.

– Ela é filha da amante dele. – Scorpius disse baixinho para o garoto ao seu lado.

– Ah, obrigada Scorpius... Assim o garoto vai pensar que sou um adúltero sem caráter.

– É você quem está dizendo. – o Malfoy disse levantando as mãos.

Max sorriu, mas tratou de desmanchar seu sorriso ao ver que o assunto era sério. Eric disse aos sussurros que houve um tempo em que ele e sua esposa – a mãe de Selene – não iam bem no casamento. Haviam brigas constantes e discussões por motivos triviais. Isso foi antes de sua filha se quer ser concebida. Eric disse que se fosse hoje, nunca teria deixado sua casa. Porém, anos atrás ele o havia feito. Foi morar em um flat no centro de Londres por algum tempo. Foi nesse período que conheceu Sheyla, a mãe de Layla. Eles tiveram um envolvimento breve, apenas duas noites. Mas foi o suficiente para que ela engravidasse. Eric só soube de tal fato depois que havia feito as pazes com sua esposa, o que provocou mais brigas em seu casamento. Ele disse depois de um longo suspiro que fora preciso sua esposa ir parar em um hospital para que descobrissem que ela estava grávida de Selene. As brigas cessaram. Tudo pelo bem de sua herdeira.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Você não imagina o que é ter duas mulheres grávidas te perturbando ao mesmo tempo. É como o Inferno na terra! – Eric exclamou depois de uma pausa.

Sheyla deu a luz um mês antes de Catherine, sua esposa, e abandonou a filha em sua porta. Era uma menina bonita e saudável, com olhos claros e cabelos castanhos como os da mãe. Ela conquistou seu afeto imediatamente, mas não se comparou ao carinho que sentia por Selene quando ela nasceu. Layla foi segundo plano durante toda a vida, virando coadjuvante somente quando Selene foi para a Suíça estudar logo após sua mãe morrer de câncer.

– Ela pensa que, por ser mais velha, tem direito ao título, mas ela não é minha filha legitima. Layla sabe, contudo insiste que se eu a registrei, ela tem o direito ao título de Duquesa. – Eric disse encerrando o assunto.

Max olhou para a garota loira mais uma vez e sentiu pena dela. Ela queria se encaixar à um lugar ao qual ela sabia que não pertencia, porém não poupava esforços. Mesmo que isso afastasse dela pessoas que só queriam seu bem. Uma enorme vontade de conversar com ela o assolou, mas foi-se assim que viu Selene voltar com um sorriso no rosto.

Essa garota, Selene, possuía uma doçura tão inocente que ele não podia negar que chegava a deixa-lo com vergonha. Vergonha por ser grosseiro e desleixado; por não ter um corte de cabelo descente desde os treze anos de idade; por ver animes e fazer desenhos ao invés de estudar... Apenas sentiu vergonha por não ser como Andrew Pikks.

Então essa é a sensação de não estar a altura de alguém, Maximillian pensou triste.

{x}

Astória andava de um canto a outro no hall do banheiro feminino. Havia duvidas que a perturbavam, porém a mais urgente era sobre o porque de aquele garoto ser tão parecido com seu filho. Desde que Scorpius sofrera aquele acidente horrível, todos haviam perdido a esperança de que o nome Malfoy pudesse ser continuado. Contudo, Max era tão parecido com Scorpius que poderia ser seu filho e aquilo parecia impossível.

A Sra. Malfoy sabia que precisava voltar para a recepção, pedir desculpas ao garoto por sua grosseria. Astória sentiu-se mais nervosa por imaginar que os veria juntos – lado a lado. Olhou para seu marido de forma suplicante. Seu olhar trazia um único apelo de ‘tire minhas dúvidas!’.

Draco observava sua esposa com certa curiosidade. Sabia o que se passava pela cabeça de Astória, pois ele também suspeitou assim que bateu os olhos no garoto. Mas ao ouvir a pequena discussão de Maxmillian, eliminou essa possibilidade. Ele estava perto o suficiente para observar a sútil movimentação e a conversa baixa, mas urgente, do lugar onde se encontrava – um pequeno arvoredo na entrada do toalhetes. O garoto era um Weasley. Seu filho nunca mancharia a honra de sua família dessa maneira.

Ao encontrar o olhar de Astória, Draco teve medo de que as respostas para as perguntas de sua esposa pudessem magoar não apenas à ela, mas também à seu filho.

{x}

Rose olhava pela janela de seu apartamento, angustiada. Não deveria ter deixado que Max fosse para aquele lugar. Logo começariam a desconfiar e aquilo não seria nada bom. Fariam perguntas das quais não poderia escapar – muito menos responder. Com lágrimas nos olhos, pegou o telefone e ligou para a única pessoa que a faria se sentir melhor.

– Thomas Evergrenn – uma voz masculina e agitada saudou Rose.

– Thommy... – ela disse chorosa.

– Rose? É você, meu amor? Você está chorando? O que houve? Foi aquele pestinha? Vou cortar a mesada dele! – Thomas disse tudo muito rápido, não dando espaço para que a mulher se manifestasse.

– Não foi Max. Bem, talvez. Estou confusa – queixou-se ela. – Me ajude!

– Vamos por partes, está bem? – ele disse mudando o tom de voz. Parecia estar em um ambiente mais fechado, com um pouco de eco. – Onde você está?

– Estou no apartamento que meu pai comprou. Max saiu. – ela completou sua fala com um longa fungada.

– Isso é bom, ele está fazendo amigos. Não era isso que você queria? – Thomas perguntou.

– Thommy, você não entende! Max está com ele...

– Ele, ele? – o homem perguntou começando a entender tudo. – O cara loiro e bonitão?

– Sim. – Rose fez uma pausa para secar algumas lágrimas que escorriam por seu rosto. – Ele com o pai dele.

– Oh, minha pequena flôr, eu sinto tanto. – Thomas disse e havia sinceridade em suas palavras.

– Thomas, o que eu faço? Eu não imaginei que eles fossem se encontrar assim, de repente. E muito menos que somos vizinhos! – a Weasley se queixou enquanto chorava.

– Vocês são vizinhos?! – Thomas exclamou, gargalhando logo em seguida. – Isso tem o dedo de Afrodite, Rosinha. Não se foge do Destino.

– Thomas! Eu estou a beira de uma crise de nervos! – a ruiva disse exasperada. – Não deboche de mim!

– Rose, você nunca superou o bonitão. Assuma de uma vez por todas e corre para ele! – o homem falou ainda sorrindo, podia-se notar mesmo pelo telefone.

– Aí está o problema, Thomas... Ele... Ele está noivo. – Rose disse voltando a chorar. – Está em todos os tabloides britânicos. Ela é uma super modelo ultra magra e com peitos grandes que usa roupas apertadas! E ele... Ele me fez sentir aquilo de novo.

– Querida, você foi uma grande amiga nesses anos todos... Você mentiu por mim até mesmo para Max, seu único filho. Acho que eu devo a você sinceridade. – Thomas fez uma pausa, reunindo coragem para dizer aquilo que deveria ter sido dito há tantos anos atrás. – Você sempre o amou, Rose. Sempre. Era uma questão de tempo até você perceber isso por conta própria, querida. Pense, rosita, você em algum momento deixou de amar esse homem? Deus, você mentiu durante anos por ele! O que você esperava, mulher? Que seu coração não palpitasse? Que seu corpo não reagisse ao toque dele? Que tudo o que você iria querer não estar presa naqueles braços musculosos?

– Sim! Eu não queria sentir isso Thommy, essa necessidade de tê-lo aqui. De imaginar que tudo está completo. Max, Scorpius... O que mais eu iria querer? – Rose disse com lágrimas nos olhos.

– Rose, me doí dizer isso, mas não posso te ajudar. Aparentemente estamos nos divorciando de uma maneira não muito confortável e não seria bom ir para a Inglaterra, mas... Quero te confortar de algum modo, querida. O que posso fazer por você? – Thomas perguntou, a sinceridade transbordando por sua voz.

– Me mande Catherine e eu serie a pessoa mais feliz do mundo! – ela disse rindo pela primeira vez no dia.

– Então espere por ela amanhã no aeroporto. – ele respondeu em um tom misterioso.

Rose riu, nervosa. Thomas estava tentando deixa-la melhor, só não esperava que ele fosse levar tudo tão a sério.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!