Caroline ouvira tudo aquilo incrédula.

Porque a Bonnie fez isso comigo?, ela se perguntava, por quê?

Bonnie havia contado toda a história com a cabeça baixa. Ela tinha medo de ver o olhar de Caroline e fraquejar.

- Bom, isso é tudo. – disse ela – o resto eu acredito que vocês já saibam.

O vento soprou com força naquele instante, levando o cabelo das garotas para o lado esquerdo. Os olhos de Caroline refletiam a luz das chamas. As lágrimas escorriam de seus olhos por seu rosto de forma contínua e sua sobrancelha refletia uma expressão confusa:

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- Porquê você fez isso comigo, Bonnie? Porquê?!

Bonnie baixou a cabeça mais uma vez e cruzou os braços. Lágrimas brotaram de seus olhos e sua voz falhou quando ela por fim respondeu:

- Porque era necessário. – Ela fez uma pausa e engoliu o seco – Era necessário para ressuscitar a minha avó.

• • •

Stefan arrombou a porta da casa com facilidade e em um minuto, literalmente, vasculhou a casa inteira, até que por fim, chegou ao lugar desejado.

- Verbena! – gritou ele de forma educada ao tocar a maçaneta da porta e larga – la logo em seguida. Ele riu e meio segundo depois chutou a porta, fazendo – a cair aos seus pés.

Com a mão direita, ele espanou a poeira da camisa e com a esquerda, arrumou o cabelo que estava levemente fora do lugar. Enquanto Stefan entrava no quarto, era possível sentir a força e a superioridade exalando junto com o oxigênio durante seu processo de respiração. Ele estava plenamente decidido, altamente confiante e completamente sem medo.

Quando por fim viu Damon deitado inconsciente na cama, sorriu de forma nitidamente irônica.

- Pobre Damon – disse ele ao se aproximar da cama e coloca – lo no ombro direito. – Vamos irmão, temos uma donzela para salvar.

Stefan saiu da casa logo em seguida, andando com o irmão no ombro, pela calma, sombria e silenciosa rua que o cercava.

• • •

- Ressuscitar a sua avó? – disse Caroline tentando de alguma forma engolir o que a amiga acabara de dizer.

De cabeça baixa, Bonnie assentiu.

- O que isso tem haver com você matar o Tyler?! – gritou Caroline, nervosa.

Bonnie não respondeu.

- Vamos! Me responda! – gritou Caroline mais uma vez, só que de forma mais violenta.

Bonnie olhou para cima e respirou fundo. Neste instante, uma intensa nuvem negra cobriu a lua e a ventania pareceu acalmar. Elena observava tudo aquilo calada.

- Há alguns meses atrás... – disse Bonnie, tentando encontrar palavras para prosseguir – Enquanto eu estudava uns feitiços no meu grimório, me deparei com um de ressurreição – Bonnie parou de falar por um instante e observou a reação de Caroline ao ouvir o que ela falava. Caroline estava séria e chorando. – No entanto, lá havia escrito que eu devia invocar Klasmus, - A chama da tocha pareceu enfurecer ao ouvir tal nome – um espírito demoníaco aprisionado nas trevas por eras. Ele era o único capaz de realizar o feitiço e sem pestanejar eu tentei trazê – lo de volta.

Caroline engolia o seco constantemente, lágrimas de ódio escorriam de seus olhos e de punho cerrado, ela tentava conter a ira dentro de si. Tentava conter a vontade de matar Bonnie.

- Porém – prosseguiu Bonnie – não foi ele quem apareceu para mim. Foram duas mulheres que se denominaram mensageiras. Elas me disseram que se eu fizesse o que Klasmus havia determinado, assim que ele retornasse ao mundo superior, traria consigo quem eu desejasse. Eu não pensei duas vezes e escolhi a minha avó. Logo em seguida, elas me deram as ordens...

FLASHBACK ON

As mensageiras eram alvas como a lua crescente.

Seus olhos não tinham vida e fitavam o nada.

Elas vestiam longos vestidos brancos e estavam acorrentadas, uma a outra, com correntes largas e aparentemente pesadas. Uma luz brilhante as cercava e os longos cabelos pretos voavam levemente para trás.

Num ato brusco, elas começaram a falar com vozes que certamente mostravam que elas tinham vindo diretamente do inferno:

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- Prestarás atenção no que será dito – disse a da direita.

- Pois nós não repetiremos novamente. – disse a da esquerda.

Elas alternavam todas as falas de forma rápida e seqüencial.

- Deverás possuir um objeto de alguém que amas, fios de cabelo de um demônio e um coração de uma besta capaz de controlar o sol e a lua.

- Numa noite de luar profundo, invocarás Klasmus e oferecerás a ele estas oferendas e sua alma.

- Aguardarás cinco dias até o próximo luar e em meio ao cenário do primeiro ritual invocarás Klasmus mais uma vez, só que desta vez deve estar com o corpo do morto que desejas trazer de volta. Além dos donos dos objetos que oferecestes.

- Após isso o morto renascerá como a fênix.

- E poderás viver em paz.

- Caso o contrário...

- Estarás condenada a virar uma prisioneira eterna de Klasmus, assim como nós.

Elas deram uma risadinha maliciosa no final que provocou arrepios em Bonnie e logo sumiram.

FLASHBACK OFF

- ... passei inúmeras semanas decidindo o que faria e só há cinco dias atrás eu tive coragem. Klasmus me mandou três ajudantes: Nathaniel, que eu acredito que vocês já o tenham conhecido e Resna e Borus, que estão trazendo o corpo da minha avó. Eu sei que eu errei e eu me arrependo. Muito. – Bonnie fez uma pausa e respirou fundo – Eu só queria trazer a pessoa que eu mais amo no mundo de volta.

Caroline fechou os olhos e respirou fundo. Ela estava furiosa.

- Você acha justo retirar justamente a vida da pessoa que eu mais amei? – Ela fez uma pausa longa e encarou Bonnie, que olhava para baixo – Você acha justo garantir a sua felicidade em cima do meu sofrimento? Você matou a pessoa que me tornou... feliz. – A voz de Caroline falhou nesse instante. As lembranças de todos os momentos vividos ao lado do Tyler vieram até sua mente. Seus joelhos fraquejaram e ela caiu ajoelhada no chão. Chorando feito uma criança.

- Era a minha avó, Caroline. Você não tem idéia do quão difícil esses últimos meses têm sido para mim. Você não sabe a sensação de ter que sorrir, mesmo com o coração despedaçado apenas para ver as pessoas que você ama felizes. Você não tem idéia do que é sentir a falta de um abraço, ou de simplesmente um ombro amigo para chorar. Eu perdi tudo de mais valioso que eu tinha para ajudar vocês. - Ela pensou na avó, na mãe e em Jeremy – Eu tenho mentido várias vezes dizendo que eu estou bem, quando na verdade não estou. Tente me entender, veja o meu lado. O Tyler é só um namorado. Virão outros. E a minha avó, bem, eu só posso ter esta. Eu faria tudo que fosse preciso só para ver o sorriso dela mais uma vez.

Elena encarou Bonnie após ouvir tais palavras. Ela sabia que era a razão de todas estas perdas. Aquilo fez com que ela se sentisse mal.

- Nada disso justifica você tirar a vida de alguém! – gritou Elena ao se levantar – Você foi fria, Bonnie. Você foi capaz de destruir qualquer sentimento que eu tinha por você.

Bonnie bufou, secou as lágrimas e encarou Elena.

- Agora não importa mais. – Bonnie olhou para baixo. Resna e Borus haviam finalmente chegado. – Que se inicie a fase final do ritual! – gritou ela por fim.

Resna, uma garota ruiva de olhos claros e Borus, um garoto alto e forte surgiram do meio da mata com a respiração ofegante. Eles tinham nas mãos um caixão e nos lábios, um sorriso malicioso capaz de matar.