My Friend, My Love

Amigos, amigos, beijos à parte


Eu sorri contente, roçando lenta e delicadamente meu nariz em seu pescoço. As mãos fortes ajeitaram minhas coxas envolta de sua cintura e eu estremeci com o ato. Fechei os olhos na tentativa de concentrar todos os meus pensamentos ali, somente no meu amigo. Há muito tempo não me sentia tão protegida assim. Eduardo me segurava se cavalinho mais uma vez e observávamos juntos as ondas indo e vindo com seu ritmo ensaiado em uma sincronia perfeita. O sol já havia se posto e agora apenas a luz que a lua refletia nos encobria em seu manto azul.

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- Pode me soltar, Du. - Pedi, sussurrando em um de seus ouvidos, quase encostando em seu lóbulo.

- Não está pesada. - garantiu-me ele - Posso agüentar.

- Não queira bancar o forte, meu querido. - ri com sarcasmo - Agora é sério, pode me colocar de volta ao chão.

I could go back to every laugh
But i don\'t want to go there anymore
And i know all the steps up to your door
But i don\'t wanna go there anymore
Eu poderia voltar para todas as risadas
Mas eu não quero mais voltar lá
E eu sei todos os passos até a sua porta
Mas eu não quero mais voltar lá

Antes que eu pudesse sentir a areia roçar meus pés descalços, o loiro pegou minha mão que se encontrava livre e me puxou para que eu acompanhasse sua caminhada perto do mar. A água salgada refrescava minha pele e me arrepiava com seu toque gelado. Eu já podia visualizar algumas grandes pedras perto da areia, assim presumi que não estávamos longe do fim da praia. De mãos dadas com o meu amigo, corri junto com ele sob a chuva que nos molhava sem parar. O vento gélido de outono cambaleava meus cabelos e umedecia a minha face.

- Eu estou vendo um abrigo! Vem! - Eduardo me pegou pela mão e me guiou até o local que ele avistara.

Não levou muito tempo até chegarmos ao lugar. Era uma caverna grande, que tinha vista para o mar. Quando entrei pensei em sentar em um canto para me esquentar e vi o meu companheiro \"fazendo fogo\". Felizmente uma boa idéia.

- Esse é o bom da física, minha cara. - ele fez uma pose de Einstein, arrancando risadas dos meus lábios trêmulos.

Devagar me arrastei para perto da fogueira. Esquentar naquela hora parecia ser uma ótima idéia. O tempo passou muito rápido, antes era o pôr-do-sol e agora já era de noite. Uma linda lua iluminava a frente da caverna e as estrelas cintilavam romanticamente. Suspirei, o mundo estava contra mim.

- Por que você voltou pra cá? - eu disse, ainda fitando a praia - Achei que sua cidade nova estava legal...

- Meu pai - ele hesitou por um instante - ficou doente e não melhorava, assim o seu chefe no trabalho achou melhor ele voltar para a cidade onde morávamos antes.

- Ah, - suspirei ao entender - seu pai gosta daqui, não é?

- É, ele ama praia. - Eduardo não olhava para mim enquanto falava - Me disse que quando era mais jovem, vivia em cima de uma prancha.

Ele riu e eu também. Imaginei o Seu Fernando como surfista. Deveria ser uma comédia. Não consigo ver um executivo como ele, pegando ondas e azarando as garotas da praia. Ainda bem que ele se casou com a Carla e me deu o meu melhor amigo.

Talk to the wind
Talk to the sky
Talk to the man with the reasons why
And let me know what you find
Fale com o vento
Fale com o céu
Fale com o homem com os porques
E me avise sobre o que você descobriu

- Ta quente agora? - balancei a cabeça positivamente como resposta - É Marcela, você realmente não sabe da falta que você me fazia de quando estávamos longe... - ele respirou pausadamente.

Perdi meu olhar no horizonte, na forma em que a lua e as estrelas formavam uma perfeita sintonia. O barulho do mar me deixava mais longe ainda junto com o ar salgado - a maresia. Senti meu queixo sendo puxado. Edu. Ele estava perigosamente perto. Senti o hálito de menta me fazer arrepiar. Por que minha mão estava suando? Eu acho estava ficando fora de mim.

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- Não... - O empurrei levemente.

- Por que... Por que não? - o loiro chacoalhou a cabeça na tentativa de aceitar a situação - Por que você sempre tenta recuar dos meus beijos? - agora ele parecia nervoso.

- Eu... - a vibração do meu celular em um dos bolsos traseiros havia me salvado de dar daquela resposta constrangedora - É o meu... Celular.

Meus dedos dançaram pela escuridão, remexendo o ar gélido, em busca do aparelho que vibrava constante e consecutivamente em desespero.

- Alô? - minha voz ainda estava falhando.

- Marcela? É a Lígia. - ela pareceu suspirar aliviada - Onde você está?

- Na praia. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada demais. É que a galera vai vir aqui em casa mais tarde para ver filme, o que acha de vir também? - sua voz pareceu ser bastante convidativa.

- Galera? Vai... todo mundo? - gaguejei pensando na possibilidade de quem eu não queria que fosse estivesse lá também.

- É, eu acho que sim. Você vem?

- Claro, por quê não? - eu disse sem graça.

- Ótimo, estamos esperando por você. - Lígia disse antes de desligar.

- Edu, que tal conhecer a \'galera\'? - perguntei fazendo o garoto parecer confuso - Vai ser legal conhecer gente nova.

- Ta, eu aceito... - o loiro sorriu de canto - Por você.

I\'ll leave my window open
Cuz I\'m too tired not to call your name
Just know I\'m right here hoping
That you\'ll come in with the rain
Eu deixarei minha janela aberta
Porque eu estou muito cansada de não chamar o seu nome
Apenas saiba que eu estou aqui esperando
Que você venha com a chuva

Ele se levantou e me ajudou a ficar de pé. A chuva ainda não havia parado, mas apenas garoava e saímos da caverna. A lua iluminava inteiramente a praia, sorte nossa, pois não havia nenhum poste de luz por perto. Edu pegou a minha mão e andamos até a minha casa. Ele insistiu em me levar até lá.

Depois que eu entrei tomei um banho correndo. Lavei o cabelo e coloquei uma blusa branca com o desenho de um casal, junto com um casaco cinza com bolinhas brancas. Coloquei uma skinny preta e um AllStar vermelho, como o coração na minha blusa. Deixei o cabelo solto, coloquei uma presilha para prender a franja e depois fiz uma maquiagem básica. Eu já estava pronta.

Desci até o portão e... Nada do Edu. Estranho. Fui até a casa dele e vi a janela do seu quarto acesa. Nem acredito que esse menino estava se trocando ainda! Depois reclama que mulheres demoram mais e blá blá blá...

Depois de alguns minutos ele saiu apressado da casa, quando me avistou esperando. Edu tinha corrido, pois dava para perceber a raiz dos seus cabelos que estavam molhadas e brotos de suor na testa, fora a respiração ofegante.

I could stand up and sing you a song
But I don\'t want to have to go that far
And I, I got to tell
I know you by heart
And you don\'t even know where I start
Eu poderia ficar em pé e cantar a você uma música
Mas eu não quero ter que ir tão longe
E eu, eu tenho que dizer
Eu te conheço pelo coração
E você nao sabe nem aonde eu começo

- Demorei?

- Imagina... - revirei os olhos e ri.

- Você está linda. - ele sorriu de canto - Não que esteja bonita só agora, você é linda sempre e...

- Ta ta ta eu já entendi. - o interrompi colocando o meu dedo indicador em seus lábios - Você também está bonito, agora vamos?

- Hum, ta falando sério? - Ele franziu a testa e riu - Ou só disse isso pra escapar da conversa? - Não consegui fugir das suas cócegas em minha barriga.

- HAHAHAHA! Para... Para com isso. - Pedi, ofegante - Podemos ir? Não quero chegar atrasada.

- Nossa, quer chegar rápido por quê? As pipocas não têm asas para sair voando. - o loiro riu novamente e tentou fazer uma cara de inconformado.

- Ta me chamando de gorda? - perguntei, incrédula - Olha aqui seu bestão, - apontei o dedo perante seu rosto - o único gordo aqui é você, entendeu?

- Aé? E o ‘Você também está bonito’ foi pro beleléu? - ele tentava ficar sério, mas as risadas não deixavam de escapulir de seus lábios.

- EDUARDO! QUER PARAR COM ISSO? - gritei e ele tapou minha boca rapidamente.

- Menina, menina, que modos são esses? - Edu fez pose de mãe e me pegou no colo.

- ME SOLTA! - ordenei, batendo em suas costas com a mão.

- Puta merda, Marcela, como você é gorda! Não agüento te segurar mais nenhum segundo! - as palavras se misturavam com suas risadas exaltadas.

- Hahaha, como você é engraçadinho.

- To brincando, agora vamos? - o dono dos olhos verdes olhou o relógio de pulso - Meu Deus, já estamos atrasados! Você só me fez perder tempo. - e saiu correndo, ainda rindo.

- EDUARDO VOLTA AQUI! - corri atrás dele.

Talk to yourself
Talk to the tears
Talk to the man who put you here
And don\'t wait for the sky to clear
Fale com você mesmo
Fale com as lágrimas
Fale com o homem que te pôs aqui
E não espere o céu limpar

***

A casa da Lígia não ficava longe, assim dava para ir a pé. Cheguei lá com o braço entrelaçado com o do Edu e ele ainda ria ao olhar pra mim. Revirei os olhos e toquei a campainha. A minha amiga nos recebeu sorridente e sorriu ainda mais quando viu o loiro ao meu lado.

- O-olá. - ela gaguejou um pouco - Que bom que vieram!

- É. - eu disse monotonamente.

- Entrem! - Lígia disse depois que havíamos entrado em sua casa - Hum, e quem é você? - fitou o loiro.

- Ah, desculpe-me. Sou o Eduardo.

Lígia pareceu pensar um pouco, tentando se lembrar dele. Eu já havia dito quem ele era.

I\'ll leave my window open
Cuz I\'m too tired not to call your name
Just know I\'m right here hoping
You\'ll come in with the rain
Eu deixarei minha janela aberta
Porque eu estou muito cansada de não chamar o seu nome
Apenas saiba que eu estou aqui esperando
Que você venha com a chuva

Flash Back

- Quem é Eduardo? - Lígia me perguntava.

- Um amigo... - Hesitei - Meu melhor... Amigo.

- Por que ele não está aqui?

- Mudou de cidade. - Minha voz era monótona.

- Ah! - A dela também.

Fim do Flash Back

I\'ve watched you so long
Scream your name
I dont\' know where else I can see
Eu te assisti por tanto tempo
Gritei seu nome
Eu não sei mais aonde eu possa ver

A morena dos cabelos lisos olhou pra mim, esperando eu confirmar suas suspeitas, mas desviei o olhar, puxando o Edu pra dentro de casa. De repente meus olhos se encontraram com os olhos azuis de Marcos, me fitando. Ele estava de braços cruzados e não sorria. Senti meus joelhos fraquejarem, mas Edu me segurou.

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- O que foi, Má?

Minha respiração começou a falhar. Eu sabia que não devia ter aceitado o convite de Lígia.

I could go back to every laugh
But I don\'t wanna go there anymore
Eu poderia voltar para todas as risadas
Mas eu não quero mais voltar lá...

Fim do décimo quinto capítulo.

Amoooores, voltei aqui o/ Mais um capítulo pronto, vindo direto do forno :) Espero MESMO que tenham gostado, e comentem ok? Qualquer review é bem vindo! Beeeeijos :*
Créditos, muitos créditos à minha BR, Jade ou Lyn, ok? :)