Jon havia combinado com o capitão uma emboscada bem elaborada. Pretendia surpreender a todos exatamente no momento em que entrassem na casa para atirar no prefeito.

Faltava uma hora para o ataque quando um dos policiais que integravam o grupo do capitão avisou inocentemente a Weber sobre aquela armadilha.

_ Na casa do Prefeito?

_ Sim... – o soldado observou seu rosto surpreso – O senhor não nos ordenou a...

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_ Não! – disse nervoso, mas voltou atrás – Sim, mas eu não sabia que vocês os surpreenderiam dessa forma. É perigoso!

Weber pediu que o capitão fosse à sua sala e o repreendeu com muita fúria.

_ Você vai perder suas credenciais e eu farei com que seja responsabilizado por cada uma das mortes que porventura ocorrerem!

_ Eu tenho a informação de que o prefeito será atacado de novo se não os prendermos, Weber! Como posso deixar Bruce sozinho, ele conta comigo!

_ Eu mandarei uma equipe para lá. Para onde o prefeito foi?

_ Eu não sei, ele não me disse.

_ É para lá que deve seguir. Faça isso, ou... Já sabe. Vá, e me informe onde está o prefeito e faremos a coisa do modo correto.

O capitão saiu da sala atordoado, sabia que Jon estava à espera de seus agentes para prender a gang. Mas não queria perder seu cargo que tanto lutou para conseguir.

_ Bruce que me perdoe, mas ele terá que sair de lá. Tentarei avisa-lo de algum jeito.

Mas não havia mais tempo.

Trol avisou Jon pelo rádio que estaria a caminho da casa.

_ Espere mais um pouco, Trol, tem um carro parado na frente da casa e um casal entrou na residência do prefeito. – mentiu, estava tenso.

Ele olhava seu relógio no pulso e seu coração acelerava cada vez mais.

_ Onde está você, capitão? – se perguntava, havia combinado que eles deveriam cercar o sítio para fechar o cerco quando Trol chegasse.

Ele foi com o carro até o escritório e não encontrou ninguém lá. Mas foi informado pelo faxineiro de que o capitão esteve lá e que Weber saiu com alguns agentes.

Estava claro para Jon. Ele foi descoberto.

Com sua mente em conflito ele pensava em muitas coisas, mas não chegava a nenhuma conclusão.

Até que se lembrou de que era o mentor do plano de ataque e informante, e que poderia fazer as mudanças necessárias.

_Trol, a missão tem que ser abortada. O prefeito foi levado por terceiros com sua esposa.

_ Jon... – ela hesitou em dizer – me ligaram, eu recebi a ordem de estar ai em dez minutos.

_ Mas... Ele não está aqui!

_ Eu não sei o que você viu, mas não é o prefeito, ele está escondido dentro da casa, o... Chefe supremo ordenou. Aguarde ai na frente.

Jon não entendeu nada, mas, sabendo que eles chegariam, ele foi para dentro da casa e verificou todos os lugares para saber se não havia alguém escondido.

A sala era grande como um salão de festas e tinha grandes janelas de vidro com grades, um imenso corredor levava a quatro quartos com banheiros. A casa era de alvenaria reformada que ficava em um sítio, afastado da cidade, e em volta do terreno, havia um mini bosque que seria o lugar de esconderijo na emboscada que ele combinou com o capitão.

Devolta à sala, Jon não encontrou nada, e estava apreensivo, pois Trol chegaria logo com a gang e ele teria que agir rápido. Mas, como faria sozinho sem o apoio da polícia?

_ O chefe supremo é o senador. – falava sozinho, raciocinando – Então Weber o contatou, sabe que eu estou aqui, e que eles virão logo.

Ele se lembrou de que Weber saiu de lá com vários agentes e num estalo entendeu sua pretensão.

Mas não havia mais nada a fazer, Trol já estava lá fora estarrecida por ver que não havia seguranças e a porta estava aberta.

Cauteloso e sem saber se foi descoberto pela gang também ele empunhou sua arma.

_ Calma, sou eu! – Trol disse, entrou e ordenou que todos entrassem também – Onde ele está, Jon?

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Mas, no mesmo momento em que o último integrante entrou, Jon fechou a porta atrás dele e ouviu um barulho que vinha de fora.

_ Abaixem-se todos! – ele gritou.

Foram poucos segundos e uma chuva de balas atravessou os vidros das janelas. Trol e Raymond se abaixaram a tempo, mas os outros não tiveram sorte e foram atingidos.

Jon, apavorado, tentou passar para o corredor e saiu abaixado.

_ Jon! – Trol gritou igualmente assustada, olhando para os quatro homens que se retorciam no chão enquanto Raymond recolhia as armas.

Jon suava frio, não sabia por onde poderia escapar, e conhecendo Weber, imaginou que ele invadiria em poucos minutos o local para acabar de matar o restante da gang, Tinha certeza que sua vida não seria poupada.

Trol conseguiu correr para o corredor também, e Raymond se levantou para verificar de onde os tiros vinham. Ele pensava em parecer mais valente que Jon para impressionar Trol.

Mas alguns segundos se passaram, e não se ouvia nada.

_ Jon! – Trol insistiu, e o encontrou em um dos quartos.

Abraçando-o com seu corpo trêmulo ela pediu explicações.

_ A polícia nos descobriu. Alguém nos delatou. – ele disse, sentia-se mesmo um gangster, pois estava sendo tratado como tal, e não podia ser quem realmente era – Vá para outro quarto! Temos que nos separar!

Ele tentava tirá-la de perto de si, mas ela queria ficar ao lado dele. Raymond apareceu e estava com o semblante tranquilo. Encarou Trol com desdém por ver que ela estava amedrontada e nos braços de Jon.

_ Viu agora o quão covarde ele é? – jogou as armas no chão.

Raymond disse aquilo por despeito, mas Trol entendeu de outra forma.

_ Você, seu traidor! Armou para nós!– ela ia levantar sua arma contra ele.

Mas ele se adiantou e deu-lhe um soco no rosto.

Tenso e irado, Jon avançou sobre Raymond e revidou o soco, tão forte que ele desacordou.

Mas enfim ouviram vozes e alguém entrou na casa, abrindo a porta com a chave da porta da sala.

Imediatamente Jon se lembrou de Linda.

_ Onde está Linda?

_ Ela ficou. - Trol disse – Ordens do chefe!

Então a pessoa que entrou se revelou. Era a própria Linda com uma arma apontada para Jon.

Seus olhos eram de ódio e ela o encarava com insistência.

_ Linda! – ele exclamou decepcionado, tentando se esquivar, mas ela o acompanhava.

_ Abaixe essa arma, Linda! – Trol ordenou em vão.

_ Cale a boca, vadia! – agora apontou para ela.

Quando Linda desviou o olhar, Jon se jogou contra ela e conseguiu derrubá-la, fazendo com que a arma caísse de sua mão. Ele correu para a sala, pretendia sair de lá, mas não seria fácil, pois devia haver atiradores por todos os lados. Certamente aguardavam a saída de qualquer um deles.

No chão, dois dos feridos ainda estavam vivos, apenas ficaram deitados e sem força para levantar.

Linda voltou com a arma na mão, mas abaixada, e se aproximou devagar. Parou para olhar a janela.

_ Por que está fazendo isso, Linda? – ele tentava se desviar na mesma velocidade – Pare com isso, eu não sou seu inimigo!

_ Mentiu pra mim, colocou minha filha em perigo! – ela dizia visivelmente irada e Jon percebeu que ela estava chorando.

_ Eu disse que livraria você dessa vida! Tive que fazer aquilo.

Ela voltou a lhe apontar a arma, estava a 8 metros de distancia e suas mãos tremiam muito. Lembrando-se de que Linda não era boa atiradora e que seus tiros no treino pendiam para a esquerda, ele se preparava para pular para trás de um sofá à sua direita.

_ Você é um policial! – seu rosto horrorizado demonstrava que ela estava transtornada e que provavelmente foi induzida a mata-lo.

_ Abaixe essa arma, Linda, pense em sua filha! Se me matar ficará presa. – Jon sentiu medo pela primeira vez em sua vida.

_ Albert me livrará! – disposta a atirar ela afirmou sua D.Leagle nas mãos, quando Trol chegou às pressas e gritou!

_ NÃO, JON! – ela correu na direção de Linda.

Linda se virou e foi surpreendida com a mulher se jogando sobre ela, as duas caíram no chão e a arma disparou.

Jogando a arma para o lado, Linda foi se arrastando tentando sair de baixo do corpo de Trol, enquanto ela gemia. O tiro acertou seu abdome, abaixo do estômago, que logo começou a sangrar.

_ Trol! – Jon se aproximou dela quando viu que Linda estava desarmada, e se abaixou – Trol! – a segurou nos braços e apoiou as costas dela em sua perna.

_ J-Jon... – ela tentou falar, mas perdia sangue com rapidez, a bala atravessou seu pâncreas, atingindo artérias e rasgando os tecidos.

Com seu coração abalado, Jon sentiu por um segundo que a amava, não queria que ela morresse, mas sabia que não havia nada a fazer, pois o ferimento era profundo.

Os olhos dela estavam em lágrimas e foram se fechando devagar enquanto ela olhava para Jon. Um suspiro derradeiro pôs fim ao seu sofrimento e ela morreu.

Ouvindo barulho de carros Jon teve que deixar de lado seu sentimento por ela. Levantou os olhos e Linda o encarava, em choque. Ele deixou Trol no chão e se levantou.

Lá fora uma diligência chegava, mas Jon não sabia se era comandada pelo capitão ou por Weber.

Devido ao que acabara de presenciar, ele se aproximou de Linda e a segurou com força.

_ Me solte! – ela disse com sua voz trêmula e confusa.

Prendendo seus braços para trás ele a segurou com firmeza. Jamais agrediu uma mulher e não queria fazer aquilo naquele momento, pois cria que ela ainda era uma vítima, mas não podia ser bonzinho.

_ Me diga quem mandou me matar! – ele forçava os braços dela.

_ Albert! – disse num grunhido de dor – Ele soube que você é da polícia! Me solta, Jon! – ela implorou em prantos.

De repente a porta foi arrombada e Weber entrou com seus homens. Sete policiais armados e com roupas próprias para operações arriscadas invadiram o local e dois deles renderam Jon, outros foram a outros cômodos.

_ Me soltem! Eu sou da polícia! – ele esbraveou tentando se livrar em vão dos soldados, e percebeu que os outros passaram por Linda e nem sequer olharam para ela.

_ Cale-se... Jon! - disse Weber se aproximando dele, ironizando seu nome – Até que seja tudo esclarecido, você está sob a custódia da polícia de Sacramento. Podem leva-lo! – quando passaram com ele em sua frente ele disse – Eu avisei que saísse e você não me ouviu.

Jon ficou em pânico, não tinha dúvidas do que Weber ordenaria que fizessem com ele.