Em Busca De Uma Willows
Você me faz sentir uma pessoa boa.
– SOCORRO. - eu gritava pelo pequeno hospital, enquanto carregava nos braços a pequena - SOCORRO.
Meu suor escorria, meu coração ia a mil. Eu iria perde-la.
Duas enfermeiras então apareceram, com uma maca. Uma delas pegou Lindsey do meu colo e a colocou na maca, ela verificou a pulsação da menina e encarou a outra enfermeira.
– O pulso dela esta baixo demais. Temos que correr.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– O que? - eu tentava entender.
As duas enfermeiras gritaram "emergência" e saíram em disparada pra um corredor, por onde as segui. Mais dois enfermeiros apareceram quando elas entraram em uma sala. Tentei passar pela porta, mas fui agarrada.
– Desculpa, não pode entrar. - um homem de branco falou.
– Mas ela é minha..
– Não pode senhorita.
– O que ela tem? - meus olhos lacrimejavam.
– Ainda não sabemos, quando soubermos falaremos pra você. - ele dava leves palmadas em meu ombro.
– Eu quero saber agora. - deixei a mochila dela cair no chão enquanto eu lutava pra entrar na sala - Ela não pode morrer. Ela não pode. - eu gritava no meio do hospital.
Então mais um medico apareceu e junto com o outro me arrastou pra longe dali.
**~~
– você esta melhor? - um deles perguntou.
Balancei a cabeça em um sim.
– Posso então deixa...
Olhei pra ele tristemente.
– Sara.
– Sara, posso deixa-la aqui, enquanto vou ver se sua filha estar bem?
Minha filha? Como ela poderia ser a minha filha? Como um dia eu poderia ser mãe? Eu era um monstro. E se ela morresse? E se ela já estivesse morta? Então seria a minha culpa.
– Sara?! - o encarei e mais uma vez balancei a cabeça em um sim.
Ele sorriu pra mim e então ficou de pé sumindo em um dos corredores.
Fiquei por alguns longos minutos ali sentada, com o coração na mão e ninguém apareceu pra me dar uma noticia boa ou ruim.
Apertei os olhos, a noticia deveria ser ruim, porque ninguém apareceu.
Chorei. Meu corpo se movia com o movimento de meus soluços que vinham fortes.
Uma mão passou por minhas costas. Deveria ser algum medico tentando me reconfortar com toda aquela dor. Mas agora me abraçou, o que me fez erguer o olhar e ver que não era um medico, mas sim Grissom.
Olhei pra ele, que também tinha o olhar triste e o abracei aos prantos.
**~~
Agora eu só soluçava enquanto ele tentava colocar meus cabelos pra trás de minha orelha.
Uma medica apareceu, sorrindo para nós.
– Você é Sara? - ela perguntou.
– Sim. - a olhei.
– A menina esta melhor. Mas tem que repousar por algumas horas.
– O que ela teve? - perguntei eufórica.
– A pressão dela arriou e ela quase teve um ataque cardíaco. - o tom de voz da jovem era lamentável.
– Obrigada. - solucei abaixando o olhar.
– Quando ela acorda chamaremos você. - foi apenas isso que ouvi dela.
Mas uma vez Grissom me abraçou, sem ao menos falar nada. a jovem talvez tivesse ido embora, porque não ouvi mas sua voz arrastada.
– Como sabia?
– O que? - sua voz estava rouca.
– Que eu estava aqui!
– Sabe quando você tem um pressentimento ruim? - ele sussurrou - Quando vi você entrando no ônibus com Linds, senti isso e logo que o primeiro ônibus deu partida vim atrás de vocês. - ele pigarreou quando me afastei dele - Vi você correndo na beira da estrada com ela nos braços e então pedi que o ônibus parasse pra eu descer e...
– E sua palestra? - limpei as lagrimas em meu rosto.
– Posso apresentar depois. - ele deu um meio sorriso.
– Você é tão bonzinho. - olhei pro chão - Ela esta aqui por minha culpa.
– Creio que não!
O olhei.
– Eu fui ruim com ela por todo esse tempo, sempre a maltratei. E em troca... ela me defendeu no ônibus quando levantei a mão pra ela. Ainda bem que esta viva se não seria um peso pra mim, o que eu faria? O que eu falaria pra mãe dela? - meus soluços voltavam.
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– Mas o problema é que eu não tentei!
– Ela disse pra mim que o melhor ano dela foi passar ao seu lado. Ao lado da honey dela. - sua voz amoleceu.
Perdi a fala. Como ela ainda poderia me amar depois de tanto mal? O arrependimento, as coisas que fiz, o que falei a ela...
– Eu disse que a mãe dela não a amava! - meus olhos se estreitaram – E agora ela esta aqui.
– Hoje é aniversario dela. - ele olhava pro relógio - Bom, já tem três horas que é o aniversario dela. - ele sorriu.
– Hoje? - arregalei os olhos.
– sim! - ele segurou a minha mão - Esta fazendo...
– Dez anos.
– Isso mesmo.
– Como eu poderia esquecer? - balancei a cabeça.
– As vezes acontece quando se esta com mil coisas a mente. - ele sussurrou.
– E ela esta aqui. - comecei então a chorar.
– Ah. - ele deu um pulinho enfiando uma mão em uma sacola ao seu lado e tirando dali uma coisa... - Ela me disse que você iria comprar isso a ela depois.
Ele me amostrou aquele objeto, aquelas duas no balanço. A afilhada e a marinha.
– Meu Deus. - coloquei a mão sobre a boca - Eu menti quando disse que iria comprar outro dia.
– E ela acreditou em você. - seus olhos eram preguiçosos - Tome. - ele colocou aquilo em meu colo - Dê a ela e diz que foi você quem comprou de presente.
– Obrigada. - e mais uma vez o abracei - Obrigada Grissom.
– Não há de que. - ele me apertou em seu abraço quente e reconfortante.
- Ah Grissom. - eu afundava meu rosto em seu ombro.
– Sua mala ainda esta comigo. - ele gargalhou - Tenho que devolver aquilo. As pessoas acham que meu sobrenome é Sidle. - ele passou a mão em meu cabelo.
**~~
– Senhorita? - alguém me cutucou - Senhorita Sara?!
Um fio de luz me cegou por alguns segundos, me fazendo apertar os olhos.
A mesma enfermeira que me dera a noticia de Lindsey estava ali sorridente.
Olhei pros lados a procura de Grissom e só encontrei o objeto com as duas meninas.
– O homem que estava lhe acompanhando disse que eu não deveria acorda-la. Mas é que já são nove da manhã e a menininha esta pra acordar. - ela deu uma leve pausa - Ah. A mochila dela, esta no quarto.
– Onde ele esta? - me sentei passando a mão nos olhos.
– Ele foi embora. Disse "boa sorte" - ela tombou a cabeça pro lado e prosseguiu - A sala dela é a quarta daquele corredor. - ela apontou pro corredor a direita. Sorri pra ela e fiquei de pé seguindo pro tal corredor.
A porta estava encostada. Respirei fundo e entrei no quarto que estava claro. A menina dormia na cama grande demais pra ela. Me aliviei ao ver que não havia nenhum fio nela ou algo do tipo.
Eu não sabia se poderia acorda-la e simplesmente perguntar se ela estava bem.
Mordi os lábios e me aproximei dela deixando o objeto que ela tanto quis em cima do criado mudo, o balanço do objeto se movimentou e a menina balançou junto com o balanço.
– Parece nós duas. - levei um susto ao ouvir aquela voz.
Olhei pra ela e meus olhos marejaram.
Sem pensar a puxei da cama, deixando-a sentada e abracei.
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