“Tem certeza disso, Léthy?”

Já era a terceira vez que Carlisle me perguntava isso. Eu havia deixado Nessie, Jake e Seth no cinema e vim para casa fingindo uma dor de cabeça. Quando cheguei à casa de Carlisle, Edward e Alice já sabiam e me esperavam. Todos me encaravam aflitos por causa da visão embaraçada de Alice. Assim que contei a minha decisão de ir embora, todos se surpreenderam.

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Eu não poderia ficar com Carlisle e sua família enquanto tivesse uma visão minha matando meu imprinting. Não poderia mais ficar com Seth enquanto ele corre perigo comigo. Tinha que ir embora para longe e se eu não quisesse que os Volturi me procurassem, eu teria que ir para Volterra.

“Sim, Carlisle. Eu tenho certeza.”, suspirei e tentei em explicar. “É muito perigoso que eu fique aqui. Essa visão só confirmou o que já suspeitava.”

“E o Seth?”, Alice perguntou.

“Eu já sei o que vou fazer com ele. Depois do que eu vi, não o quero perto de mim. E vou mostrá-lo, de um jeito ou de outro.”

Teria que magoar Seth para que ele nunca mais visse atrás de mim. Teria que ferir seu coração profundamente e certamente ele não me perdoaria.

“Tem certeza que vai magoá-lo, Léthy?”, Edward perguntou.

“É o único jeito. Se eu dizer de outra maneira é bem capaz dele tentar me seguir.”, respondi.

“E a nossa visão se tornaria realidade.”, Alice concluiu.

“Desculpem-me.”

“Tudo bem, Lethycia.”, Carlisle disse. “Em nome de todos os Cullen, eu lhe desejo boa sorte e se precisar é só nos ligar.”

“Antes de ir tenho que, infelizmente, fazer duas coisas.”, eu disse.

Saí da sala e fui para o meu quarto arrumar minhas coisas. Nem tinha percebido que estava chorando, mas senti as lágrimas descendo por minha bochecha. Não sabia o que doía mais naquele momento: a ideia de ter que ir embora ou de que posso matar Seth. Fui a minha estante de livros e peguei uma caneta e papel.

Nessie,

Como você sabe fui para Volterra. Perdoe-me, mas eu tinha que fazer isso. Tudo o que eu fiz a Seth foi para protegê-lo. Espero que Jake e você ajudem Seth para que ele se recupere e, por favor, não o deixem me seguir e nem você devem fazê-lo.

Adeus

Lethycia

Eu deixei a carta no quarto de Nessie em sua cama. Assim que ela chegasse veria – ou a avisariam. Voltei ao quarto e terminei as minhas malas. Olhei em volta do quarto que foi meu por tão pouco tempo e são em direção a casa de Seth.

Despedi-me de todos os Cullen presente e vi o quanto estavam tristes com a minha partida – mais do que eu imaginava. Deixei tudo o que tinha corrido atrás de lado e fui em direção a morte.

No caminho a casa de Seth parei na praia onde havíamos nos conhecido. Não tinha vivido bastante ao lado dele, talvez nunca vivesse, mas não suportaria a ideia de tê-lo morto em minhas mãos. Lembrei-me de todos os beijos que havia dado em Seth, incluindo os que haviam sido flagrados. Lembrei-me dos seus olhos castanhos achocolatados profundos, do seu cheiro e como ficávamos depois dos beijo.

Suspirei, entrando na casa e o esperando.

Teria que me acostumar com a ausência disso tudo e um pouco mais. Tinha que protegê-lo e para isso teria que me separar dele, por mais que doesse. Já eram quase sete horas quando eu comecei a ouvir os passos de Seth se aproximando. Senti um frio na barrida, mas teria que me conte. Não poderia recuar.

Seth acendeu a luz e me viu sentada no sofá. A primeira coisa que vi foi as olheiras recentes, significando que ele andava chorando. Vi as suas emoções passando por seus lindos olhos: alegria, raiva, dúvida e alívio.

Ele me abraçou de imediato, mas permaneci imóvel tentando parecer o mais fria possível. Ele se afastou e me beijou. Minha mente dizia para não sucumbir ao beijo, mas quando dei por mim eu já estava com as mãos na nuca dele e Seth com as dele em minhas costas. Ofegando, me afastei e vi ansiedade no olhar de Seth.

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“Nessie me mostrou a carta que você escreveu dizendo que estava indo embora. Eu fiquei desesperado. Você me assustou. Aquela carta me assustou.”

Seth iria me beijar de novo, mas eu não deixei e me afastei.

“Eu vou embora, Seth.”, tentei dizer isso o mais friamente possível, mas desviei o olhar de sua direção. “Estou indo para Volterra. Meu lugar não é aqui.”

“Seu lugar é do meu lado, Léthy. Não com os Volturi.”, ele estava se aproximando e eu tive que recuar mais uma vez.

“Meu lugar é com os Volturi. Não com você.”, corrigi e joguei a bomba. “Eu não te quero mais. Quero viver minha vida e nunca vou conseguir com você pegando no meu pé.”

Senti Seth congelar na minha frente e eu sabia que estava funcionando. Ele abriu e fechou a boca como um peixe, mas nenhum som saía. Era hora de estourar a bomba que havia lançado.

“Vou voltar para o Alec, ele me entendia. E não quero que venha atrás de mim. Se vier, juro que vou...”, rosnei. “Vou fazer você se arrepender.”

Virei-me para ir embora e peguei minha mochila. Quando estava quase na porta, senti a mão de Seth em meu pulso, mas não me virei para olhá-lo. Não conseguia.

“Você seria capaz de me matar?”

Essa pergunta me pegou com a guarda baixa. Nesse momento as imagens de minha visão invadiram minha mente e me deram mais coragem para seguir em frente.

“Se meta no meu caminho e você vai descobrir.”

Balancei meu pulso com força e Seth me soltou. Saí dali apertando bem forte os olhos para reprimir as lágrimas. Felizmente não ouvi Seth vindo atrás de mim. Poderia chorar o caminho todo até a Itália por mais que custasse tempo. Entre na floresta, tirei a roupa e virei loba.

Minha sorte era que meu irmão não estava como lobo, então não teria que explicar nada. Só teria que correr em direção a Itália e nunca mais voltar. Para um lugar que tinha jurado não voltar depois do que fizeram a mim e a minha família.