Três Loucas E Um Acampamento
Para morrer basta estar vivo.
(PV. Ana)
Eu saí da minha cabine carregando minha mochila, quando o trem parou com um tranco, quase me fazendo cair, se não fossem pelas mãos fortes de Nico segurando minha cintura, antes que eu atingisse o chão.
– Obrigada. – Agradeci sem graça, com ele olhando-me intensamente.
– Disponha. – O garoto murmurou soltando-me, escorregando suas mãos para a alça de minha mochila. – Deixa que eu carregue para você. – Veio solicito. Abri a boca para respondê-lo, mas antes que eu fizesse, a voz grossa e conhecida de Harry interferiu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ela já tem que faça isso. – Ele arrancou o objeto das minhas costas e longe do alcance de Nico. Ambos os rapazes trocaram olhares intensos. – Vamos, Ana? – Harry perguntou sem desviar do olhar do moreno.
O loiro me puxou para fora dos vagões, onde nos encontramos com o resto do grupo. Milly e Renata conversavam animadamente sobre algo, enquanto Seth e Jake carregavam as inúmeras malas de suas respectivas namoradas.
– E agora? – Danielle perguntou saindo do trem, ao lado de Nico, e lançou um olhar de vitória para mim, que apenas dei de ombros.
– Eu preciso de comida, água, um mapa e um lugar quente. – Renata deu sua lista, apertando-se contra o braço do namorado.
– Bem, não temos mais nenhum dinheiro. – Jake anunciou com uma carranca de preocupação. Olhei ao redor, enquanto eles discutiam, e vi um caminhão com a porta do baú aberta.
– Seth, você sabe abrir portas com um simples grampo, certo? – Perguntei ao filho de Hermes, sem tirar os olhos do caminhão.
– Você por acaso é da CIA ou FBI? – Ele me perguntou divertido, em contra partida lhe lancei uma careta mal humorada. – É obvio que sim, afinal eu convivo com os piores ladrões da Terra! – Seth afirmou referindo-se a dupla de gêmeos Stoll, que também eram seus irmãos por parte de pai.
Então resolvi dividir com eles o meu plano, e a cada palavra que eu dizia Danielle fazia questão de revirar seus olhos claros, como se estivesse odiando minha idéia sugerida.
– Tem algo a acrescentar ao plano, Danielle? – Perguntei irônica, cansada de suas bufadas.
– Vamos simplesmente invadir um caminhão e andar vagamente pelo Canadá? Iremos ser comidos por monstros. – A loira surtava.
– E ficar aqui parado em plena estação de trem, com vários mortais para se ferirem também é uma boa idéia? – Perguntei irritada olhando para seus olhos, que ao contrário dos de Harry, que eram calorosos e aconchegantes, os de Danielle exalavam ódio.
Sem mais nada a dizer a garota se afastou praguejando. Eu apenas respirei fundo, para tentar me controlar ao máximo para não agredi-la.
[...]
Seguimos como o combinado. Seth com a ajuda dos garotos conseguiu arrombar o caminhão sem problemas, o mais difícil foi se enturmar com as galinhas que estavam engaioladas e o mau cheiro.
Decidimos que o melhor a fazer era se esconder por entre os caixotes, caso o dono do caminhão abrisse a porta do baú, e assim fizemos. Renata e Seth estavam enroscados atrás de algumas caixas, Jake e Milly seguiram seu exemplo no outro extremo, Danielle estava emburrada em algum canto, não que eu ligasse, enquanto eu fiquei escondida no meio de um circulo formado de gaiolas.
– Bu. – Ouvi a voz de Harry sussurrar bem próxima ao meu ouvido, o que me fez saltar.
– Ta querendo me matar? – Falei histérica e ele ria de minha desgraça.
– Só se for por falta de ar... – O loiro brincou e eu o olhei sem entender. – Porque eu vou arrancar seu fôlego com os meus beijos, gata. – E piscou, me fazendo cair na gargalhada.
– Ah meus Deuses, essa foi à pior cantada que eu já recebi! – Disse, e o garoto me observou. – Quem disse que você pode me beijar?
– Isso é um desafio, senhorita Della Fiore? – Harry brincou, porém quando sua voz pronunciou meu sobrenome, seu rosto aderiu um ar sério.
– Talvez. – Envolvi meus braços em seu pescoço, e subi em seu colo.
Logo, lábios quentes tomaram minha boca, enquanto eu sentia sua língua travando com a minha uma luta sensual.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Eu... Eu não sei como, nem quando, mas... Eu te amo, Ana. – Harry se enrolou, porém quando pronunciou as três palavras mais almejadas pelas mulheres, meu coração parou.
Tudo se tornou lento, e então uma dor excruciante tomou conta de mim, um banque surdo e um zumbido nos meus ouvidos.
– Ana, ta tudo bem? – Os olhos azuis me encaravam desesperados e preocupados.
– Dor... Minha cabeça! – Soltei as palavras com dificuldade, e um grito escapou.
Cai de joelhos, com minha cabeça entre as mãos.
“Está na hora de eu voltar ao meu lugar” – Ouvia uma voz em minha cabeça, e em seguida gargalhadas.
– Para, para! – Gritei para que a voz parasse.
– Parar com o que Ana? – Harry perguntou sem entender.
Olhei para o alto, eu não conseguia mais focar em nada, ouvi passos e a voz de meus amigos.
– Ana! – Nico chamou, e me abraçou.
Depois disso tudo sumiu.
[...]
(PV. Nico)
Eu estava sentado no fundo do caminhão, tentando aproximar-me de Ana, porém Harry foi mais rápido, impedindo-me.
Decidi ficar aonde estava, porém quando o som deles se beijando surgiu em meus ouvidos, quis fugir dali.
– Eu... Eu não sei como, nem quando, mas... Eu te amo, Ana. – Harry se enrolou, porém quando pronunciou as três palavras mais almejadas pelas mulheres, meu coração parou.
Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu soquei o chão com força. Ela estava com outro homem, que a amava, e que lhe daria a felicidade que eu nunca poderia dar, e aquilo me feria imensamente.
– Ana, ta tudo bem? – Ouvi a voz de Harry soar desesperada, me tirando dos pensamentos e me deixando preocupado.
– Dor... Minha cabeça! – Sussurrou a voz de Ana, e um grito escapou de seus lábios quando ela caiu de joelhos no chão.
Corri desesperado em sua direção.
– Para, para! – Ela gritava, e algumas gotas escorreram de seu rosto.
– Parar com o que Ana? – Harry perguntou sem entender.
Ela olhou para o alto, e eu simplesmente não sabia o que fazer. Todos vieram até a onde estávamos para ver o que acontecia.
– Ana! – Abracei-a, na esperança de ajuda-la.
Então sentia mole, e seus gritos cessaram, o que me assustou.
– Ana? – Perguntei, chamando-a.
– Sim? – Ela respondeu, o que me aliviou.
– Você ta bem? – Perguntei ainda preocupado.
A garota levantou a cabeça, fazendo que seus cabelos saíssem de seu rosto, e assim eu encarasse seus olhos, que antes roxos, estavam verdes oliva.
– Eu nunca estive melhor, meu amor. – Ana falou sorrindo e me beijou.
E tudo que eu podia pensar enquanto os lábios macios me beijavam de uma maneira estranha, era que aquela não era a minha Ana, porém eu nunca estive tão feliz em ver a raiva nos olhos de Harry, já que eu estava beijando o que ele achava ser “sua garota”.
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