Três Loucas E Um Acampamento

Dicas e a Teoria da Sereia


Separei-me de Nico lentamente, ainda encarando seus olhos tempestuosos.

– Você não devia ter feito isso... – Sussurrei desviando o olhar do dele.

– Porque não admiti? Sei que você sente falta disso tanto quanto eu. – Perguntou aborrecido, mas logo se acalmou. – Sei que me ama, porque não admite isso para si mesma e para o mundo? Admita que me ama, e não a ele. – Ergueu meu queixo, fazendo-me encará-lo.

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– Talvez eu ame os dois... – Sussurrei, eu estava adiando a escolha o máximo possível.

– Você simplesmente não pode amar os dois! – Gritou.

Eu estava tão cansada fisicamente e psicologicamente, não queria brigar com Nico por algo tão fútil neste momento, queria apenas achar o enfadonho diário e voltar para o conforto do acampamento, ou voltar para uma época em que o filho de Hades não havia aparecido em minha vida e a paz reinava.

– Será que você pode fazer o favor de parar de gritar com a menina? – A voz de meu bravo cavaleiro de armadura prateada se fez presente, ultimamente Harry vem agindo como meu herói.

– Será que você pode fazer o favor de não atrapalhar a conversa, senhor mimadinho? – Nico se virou para ele, ambos ficaram por um longo tempo se encarando.

– Será que os dois podem parar? – Perguntei baixinho devido a falta de uso da voz. – O que faz aqui Harry, e o que você viu? – Senti meu rosto queimar, imagine se Harry tivesse visto o beijo, pensei.

–Vi o suficiente. – Respondeu friamente. – Milly chegou aflita na cabine do Jake dizendo que você havia passado mal, vim ver se estava bem...

– Estou. – Tornei a olhar meu reflexo no espelho. – Acho melhor eu me aprontar, já que logo desembarcaremos. Se me dão licença. – Assim retirei os dois do banheiro, tendo-o só para mim, e meus pensamentos.

(PV. Renata)

Minha boca e de Seth não se desgrudava por nenhum momento, mal conseguíamos respirar, mas isso pouco nos importava. Parecíamos ter uma sede insaciável um do outro. Tateávamos todo o corredor a procurada da porta do quarto dele, o que estava impossível de achar. Assim que à achamos, abrimos, mas um gemido feminino nos fez largar imediatamente.

Milly sem camisa e com seu sutiã azul a mostra, sentada no colo de Jake, o mesmo subia a saia dela, deixando à mostra a calcinha branca. Já o filho de Ares estava sem camisa, todo marcado de batom e roxos pelo pescoço.

“Será que Jake está malhando? Está mais forte e mais gostoso...” Sacudi a cabeça, a fim de me livrar de tais pensamentos.

Olhei para o meu namorado, ele olhava a cena com um sorriso malicioso, e eu pude perceber uma leve diferença em sua calça. Será que ele estava olhando para o Jake como eu? Não, era para a Milly, mas que safado, claro que ela é linda... Porem não faz o meu tipo!

O casal a nossa frente não parava de se agarrar, e não parecia que iria parar tão cedo. As esfregadas e apalpadas estavam cada vez mais violentas e selvagens, e parecia que ter platéia não era um problema.

Tossi alto, mas os dois não me deram atenção, então limpei a garganta, o que não adiantou também.

– Querem parar com isso? – Falei, e ambos começaram a rir, que loucos.

– É bom segurar vela de vez em quando, não é amiga? – Disse Milly dando um sorriso ladino.

– O que? Não, isso é horrível! Olha o estado do meu namorado! – Apontei para Seth que corou instantaneamente.

– Isso é uma pequena vingança pelos anos que você, - Jake apontou para mim. – Deixou Milly segurando vela, ou tocha no caso, e pelo o que vocês fizeram ontem à noite!

– Como você sabe? – Perguntei ficando da cor do meu cabelo.

– Eu estava aqui no quarto! Essa é a minha cabine! – Exclamou, e só ai eu lembrei que o Seth estava dividindo a cabine com o Jake, já que Nico e Harry acompanhavam Aninha de perto, perto demais.

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– Mas o que está acontecendo aqui? – Falando na endiabrada ela me aparece.

Ana estava com uma aparência melhor, havia tomado banho, já que seu cabelo estava molhado. Estava usando a minha calça jeans, uma regata cinza e botas de cano alto. Logo atrás dela vinham seus fiéis escudeiros, Harry e Nico, também arrumados e limpos.

– Porque diabos a Milly ta pelada? – Nico exclamou. – Ah não caras, a Mih ta se transformando em sereia!

Eu e as meninas ficamos sem entender, mas Jake se jogou na frente da namorada tampando-a.

– Mas do que vocês estão falando? – Perguntei.

– Bem, o Jake inventou a Teoria da Sereia. Ela diz que toda a mulher, não importa o quão repugnante ela seja, um peixe-boi no caso, tem um relógio de sereia... Um tempo para você perceber que quer pegar ela, entende? – Harry explicou, mas ainda sim estávamos com as testas franzidas. – Um peixe-boi vira sereia, uma mulher feia vira bonita para um homem quando ele quer pegá-la.

– E tem como reverter isso? – Milly perguntou colocando a blusa de volta.

– Existem dois meios de transformar a sereia em peixe-boi, o primeiro é ela engravidando e o segundo é ela fazendo algo muito nojento, digno de um peixe-boi. – Seth falou.

– Isso é uma bobagem. – Ana exclamou, se apoiando em Harry.

– É totalmente verídico!

(PV. Milly)

Todos começaram a discutir sobre a tal teoria, mas algo tirou minha atenção dali. Tudo ao meu redor girou, e quando eu pisquei já não estava mais na pequena cabine de trem, e sim em um lugar em ruínas, eu estava no Paternon na Grécia.

– É um dos meus lugares preferidos. – A voz de meu pai me fez voltar minha atenção a ele.

Olhei para trás e vi Poseidon e Percy, me encarando de uma forma muito engraçada, e eu sabia que estava encrencada.

– Oi papai, oi maninho. – Eu iria usar meu lado mais doce para me safar.

– Não adianta Milly, você está encrencada mocinha. – Merda, pensei.

– O que foi aquilo? Você e aquele traste se agarrando e ainda na frente de seus amigos, que pouca vergonha! – Percy estava a todo vapor, estava vermelho e bravo, parecia que ia explodir.

– Percy, você é a última pessoa que pode me dar lição de moral, fica se agarrando pelo acampamento pela Annabeth! – Falei, e ele corou furiosamente. – E também, foi apenas uma pequena vingança, eu e Jake queríamos mostrar a Renata como nos sentíamos segurando vela. – Argumentei.

Poseidon e meu irmão se encararam por um breve momento.

– Você está apaixonada. – Conte-me uma novidade. – E pelo o que eu vejo o garoto também está...

– Antes de qualquer coisa, quero que ele venha se apresentar a nós, pedir a benção e permissão. – Disse Percy interrompendo nosso pai.

– Calma filho, respira. – Meu pai o zoou. Ficamos conversando e logo meu irmão desapareceu.

– Será que você não poderia me dar uma alguma dica se quer de a onde poderia estar o diário de Alice? – Perguntei fazendo minha cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança. – A Aninha está muito mal, e eu não aguento vê-la assim...

– Eu sei minha filha, mas nós não podemos intervir! Acha que eu gosto de ver sua amiga gostosa triste? Eu poderia muito bem estar consolando ela, sabe? Sendo um ombro amigo... – Terminou a frase rindo maliciosamente, o que me fez dar um tapa nele. – Ai. Para. Acho que é melhor mandar você de volta. – A imagem do Paternon começou a tremer. – Só uma dica, o diário está a onde os ventos e as luzes se encontram...

Pisquei, e novamente estava no vagão. Todos estavam ao meu redor me chacoalhando, e logo fui recebida por um tapa ardido vindo de uma Renata sorridente.

– Sua filha da mãe! – Gritei.

– Ta vendo, funcionou! – Ela falou animada.

– Funcionou o que? – Perguntei perdida.

– Você tava olhando para o nada, amor, estava no mundo da lua que nem o Lucas Silva e Silva? – Jake dizia.

– Não, eu estava conversando com o meu pai... E ele deu pistas sobre o diário.

– O que ele disse? – Ana perguntou afobada.

– Ele disse que o diário estaria na onde os ventos e as luzes se encontram... – E assim o silêncio reinou na cabine. Todos estavam tentando desvendar mais uma charada dos deuses.

Chegamos à Quebec, senhores passageiros. Desembarque a esquerda. Uma voz feminina soou no alto falante, acordando a todos nós.

– É, parece que chegamos. – Nico murmurou, e saiu da cabine para pegar as suas coisas. Todos decidiram fazer o mesmo.