Três Loucas E Um Acampamento

All the things she does...


"It does seem that love is a game"

– Ana eu preciso que encontre o diário! – Um lampejo cruzou o olhar dele, e por um momento imaginei que Apolo estava aflito.

– Apolo o que há de tão importante nesse diário? E porque você quer tanto que eu o encontre? – A ansiedade tomou conta de mim.

– Eu... Eu apenas... Preciso dele! É importante! E tem que ser você, pois só você sabe a onde está e... – Ele despejava tudo tão rápido que fui forçada a interrompê-lo.

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– Não! Só porque esse bendito diário já pertenceu a uma garota muito parecida comigo, não significa que seja meu! E nem eu não sei a onde ele esta!

Apolo começou a andar de um lado para o outro, bagunçando a cabeleira loira, ele estava tão angustiado, e isso me voltava à pergunta principal, “O que esse diário tinha de tão especial?”.

– Olha, eu sei que você pode não ser minha Alice... – Ele frisou o pronome possessivo. – Mas eu tenho... Eu preciso tentar achar aquele diário! Não por mim... Mas por nós, entende? – Apolo me olhou suplicante, mas já sabia de minha resposta. – Não, claro que não, você é apenas uma adolescente, não deve entender o que eu sinto...

Por um momento tive pena de Apolo, como podia um homem (no caso Deus) amar uma mulher tanto assim? Mesmo ela já estando morta...

– Quer saber? Eu vou encontrar esse diário! – Vi os olhos dele, brilharem. – Mas não por você... Nem por Alice, e sim por mim, pois quero saber mais que tudo o que há de tão importante naquele diário.

– Certo! – Respondeu com um sorriso sincero, nos lábios. E sem ao menos avisar, me abraçou e rodopiou no ar. – Eu não sei como te agradecer!

– Pode começar me colocando no chão. – Pedi e ele logo obedeceu.

– Desculpe, é que eu estou tão feliz, mas tenho que ir embora, antes que Zeus venha atrás de mim! – Apolo já estava me abraçando mais uma vez, só que mais forte e mais esmagador. – Sabia que você é a garota mais incrível desse mundo? – Disse beijando minha testa.

–Pena que só você acha isso. – Murmurei, mas Apolo já havia sumido numa nuvem de fumaça dourada.

(PV. Nico)

Estava cansado, havia rodado o acampamento inteiro atrás da Aninha e nada de achar ela.

Depois do drama que ela fez, eu e Harry resolvemos ir atrás dela, mas até agora, nenhum de nós dois teve sucesso.

– Que tal nos separarmos? Você vai ver na arena e eu vou à casa grande. – Harry disse sem animo e eu concordei.

Corri até a arena, e por sorte lá estava ela, porque tem que ser sempre no último lugar que a gente procura? E para minha infelicidade Ana estava abraçada com aquele Deus do Sol nojento.

Decidi me aproximar um pouco dos dois, para ver o que eles estavam conversando.

– Sabia que você é uma garota incrível, Aninha? – Apolo falou dando um beijo na cabeça dela fazendo a sorrir. Merda, aquele era o sorriso mais lindo que eu já vi, e porque ela ta sorrindo assim pra aquele filho da mãe?

Assim que Apolo sumiu numa nuvem dourada, decidir entrar na arena, Fiore, que estava de costas, não percebeu minha chegada.

– Apolo eu... – Ela disse se virando. – Ah é você. – Falou se referindo a mim como o ser mais repugnante do universo.

– Oi pra você também, Fiore. – Falei sarcasticamente a ignorando.

– Se não se importa, eu tenho coisa melhor pra... – Ana já estava juntando suas coisas, quando eu a interrompi.

– Na verdade eu me importo, sim. – Respondi fazendo-a me olhar com cara de poucos amigos.

– Eu esqueci. Que não me importo com a sua opinião. – Ela colocou a mochila nas costas, deu de costas pra mim e saiu andando.

Oh Zeus dei-me paciência, aposto que ela ta de TPM, não é possível. Eu corro atrás dela, venho pedir perdão, ela me dá patada, até ai vai, mas me deixar falando sozinho? Tinha que ser filha da Perséfone mesmo! Chata igualzinha a ela, bem que meu pai me avisou, mas não... Afrodite tinha que fazer isso comigo! TE ODEIO AFRODITE!

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De repente as poucas pessoas que estavam ali na Arena estavam me encarando, foi ai que percebi que estava pensando alto demais, e que Aninha já não estava mais ali. Droga.

Sai correndo de lá, tinha que encontrá-la, tinha que arrumar a bosta que eu e Harry fizemos. Encontrei-a indo para o nosso chalé.

– Ana Bárbara. – Falei puxando a mão dela, que já estava prestes a abrir a porta do chalé.

– O que foi Nico? Quer parar de me seguir? – Fiore tentou soltar seu pulso, o que me fez apertar mais forte.

– Na verdade eu moro aqui também, sabia?

– Se esse é o problema então eu me mudo do seu chalé! Eu moro no chalé de Hermes, na casa grande... sei lá. E será que dá pra me largar? Está me machucando! – Gritou, me fazendo soltar seu pulso.

– Qual é o seu problema? Eu juro que não te entendo! – Falei olhando em seus olhos que estavam em um tom incrível de roxo, e que se fosse em outra ocasiões, eu a diria que ela tinha os olhos mais lindos que eu já virá.

– Me diz Nico, o que você não entende?

– Uma hora você diz que me ama, na outra agarra o Harry, depois vem me dizer que aquilo não foi nada e que me ama, ai vem dar lição de moral em mim e no Harry, pra depois eu te ver nos braços do Apolo? – Gritei com raiva, e dei um soco na parede do meu próprio chalé, dando um buraco a ele, fazendo Ana soltar um grito de horror.

– Nico eu não... – Vi lágrimas rolarem por sua bochecha, mas não me abalei, não dessa vez.

– Eu cansei sabe? É sempre assim! Sempre que tenho você pra mim, logo você corre pros braços de outro! Porque Ana? – Me escorei de costas para a parede, com a cabeça erguida e olhos fechados.

– Nico... – Senti suas pequenas e macias mãos tocarem meu rosto, me forçando a abaixar a cabeça e abrir os olhos. – Minha vida é complicada... Eu sou complicada! Eu não consigo tomar decisões... Sim, sou bipolar! – Vi algumas lágrimas descerem por sua bochecha, e logo me peguei limpando suas lágrimas. – E quanto a Apolo... ele apenas me pediu para acelerar o processo de encontrar o diário, e ficou feliz quando eu falei que iria tentar... Me perdoa se te magoei Nico... Eu... Sou tão egoísta... Que... Que acabo me esquecendo que você e Harry também tem sentimentos!

Ana voltou a chorar novamente, e por instinto a abracei.

– Hey! Tudo bem! Tudo vai ficar bem! – Falei, passando a mão em seus cabelos negros, esperando que isso a acalmasse.

– Não! Não ta tudo bem! Você merece alguém melhor, Nico! – Aquilo me matou por dentro, como assim? Quer dizer que ela prefere o... – Na verdade, Harry e você merecem alguém melhor! – Ana se soltou dos meus braços, secou suas lágrimas, numa tentativa falha de se recompor.

– Não Aninha! Eu... Eu... – Tentei falar, mas ela me interrompeu, colocando o dedo em meus lábios.

– Nico eu sou uma pessoa revoltante, rebelde, masoquista, chata, irritante, indecisa, medrosa, louca, maluca e ridícula! Como podem gostar de mim? – Seus olhos brilhavam, por ter acabado de chorar e ela mordia o lábio inferior, parecia tão inocente naquele momento, e tão linda.

– Por isso nós gostamos de você. – Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás se sua orelha. – Mesmo sendo louca e às vezes estranha, faz você única, seu jeito inocente e ao mesmo tempo tão... Sexy... – Ela mordeu os lábios novamente, me fazendo rir. – Você é maravilhosa, uma garota incrível.

– Nico... – Ana sussurrou e por fim, selou nossos lábios.

Ficamos ali, sem nos beijar, apenas com os lábios grudados, curtindo a sensação de estar um com o outro.

De repente ouvimos o som de alguém coçando a garganta, e engolindo a seco, nos fazendo separar rapidamente.

– Desculpe estragar mais um momento tão lindo de vocês. – Tinha que ser a Renata! Sempre aparecendo em horas inapropriadas. Ela nos olhava com um sorriso malicioso nos lábios. – Mas se eu não interrompesse eram capazes de acabarem indo pra cama e...

– Renata. – Ana falou em reprovação.

– O que? É mentira? Eu acho que não. – Renata se defendeu. – Pois bem, culpem o Quíron que me mandou vir chamar vocês!

– Por quê? – Perguntei, não era muito comum o velho Quíron mandar chamar os campistas no meio da tarde, só se for em uma questão de urgência.

– Uma reunião com os campistas chefes! Parece que surgiu uma nova missão. – Ela me respondeu como se fosse uma coisa irrelevante. E ela estava muito enganada.


"And I like the way we play"