Just In One Direction

Capítulo 68


Ao acordarem naquela manhã de último dia de aulas, Gina e Lúcia foram preparar o seu pequeno-almoço. Tinham já acabado de comer e nada de sinais de Sofia. Sabiam perfeitamente que a morena dos caracóis começava as aulas, naquele dia, ao mesmo tempo que elas, e por isso pensaram que ela talvez tivesse adormecido. Decidiram ir acordá-la, mas… Merecia ser acordada de uma forma especial, para que o sono lhe passa-se de vez. Sem mais pensar, as raparigas abrem a porta a gritar: “Toca a acordar!”. No entanto, suspenderam a respiração quando viram que Sofia não estava sozinha. Zayn estava deitado com ela e, apesar de coberto com o lençol, não parecia que estivesse vestido, visto que as roupas dele estavam no chão. Gina e Lúcia ficaram vermelhas e sem saber o que fazer. Sofia acordou logo, mas Zayn, com o seu sono pesado, nem se mexeu. A rapariga dos caracóis riu-se de nervosa e disse às amigas para não se irem embora e esperar que ela se liberta-se do braço de Zayn sem o acordar. Vestiu o robe e saiu com elas do quarto.

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- Tu e ele…? – Pergunta a Gina ainda incrédula.

Sofia não conseguia controlar o riso.

- Ah… Eu sabia que vocês tinham um fraquinho um pelo outro. – Diz Lúcia toda contente.

- A sério Sofia? Desde quando? – Questiona ainda Gina.

- Tende calma. Eu e o Zayn não… não namoramos, se é isso que estais a pensar.

- Não me digas que te deixaste levar pela conversa dele e és apenas uma das coitadas que… Pronto. – Diz Gina.

- Tipo… Digamos que eu sou um bocadinho diferente das outras.

- Sim… Isso é o que ele te diz. – Constata Gina.

- Shiu! Ele pode ouvir! – Chama Lúcia a atenção da amiga.

- Se foda! – Exclama Gina a rir-se.

- Sou diferente porque eu não preciso que ele me dê conversa como às outras.

- Ok… Agora confundiste-me. – Estranha Lúcia.

Sofia voltou a rir-se.

- Tipo, eu e ele somos amigos. Mas, como não temos compromissos, e nem queremos, e visto que temos as nossas necessidades (se é que me faço entender), concordamos em termos uma amizade especial. E o certo é que não conseguíamos evitar que acontecesse. Era mais forte que nós quando estávamos a sós. Vocês sabem da primeira vez… Na viagem de finalistas. E quando nos voltamos a ver acabou por se repetir uma vez, duas, três… Então simplesmente deixamos rolar.

- Bem… E vocês conseguiram esconder-nos isso este tempo todo? – Surpreende-se a estudante de desporto.

- Somos mesmo bons, não somos?

- Estou perplexa! – Acrescenta ainda Lúcia.

- Mas não conteis a ninguém. É uma cena nossa. E pode haver quem não entenda e pense mal sobre nós. O facto de vocês saberem não me preocupa. Só nunca vos contei porque eu e ele tínhamos decidido assim. E digamos que dava mais pica. Ainda ontem ao entrarmos cá a tentar não fazer barulho para não vos acordar… Hilário!

- Só tu mesmo, Sofia. – Constata Gina.

- Sabes que eu sou defensora de que temos de gozar a vida.

- É isso aí Sofia. Ainda por cima o Zayn é todo bom! – Apoia Lúcia.

- Obrigado Lúcia. – Agradece Zayn que aparece de repente.

As outras duas partem-se a rir enquanto Lúcia fica toda corada e faz uma cara envergonhada para o lado.

- Tu estavas acordado o tempo todo? Ouviste tudo? – Pergunta Sofia.

- Digamos que também ouvi a parte em que a Gina me mandou foder…

Foi a vez de Gina ser alvo da piada.

- Mas não se preocupem. – Descansa-as Zayn abraçando Gina contra o seu peito sem camisola e piscando o olho a Lúcia. – Eu não levo nada a mal.

Sofia ria-se sem parar.

- A conversa está muito divertida, mas tenho de me ir vestir. Tenho aulas daqui a pouco.

As outras duas ofereceram o pequeno-almoço ao rapaz, obrigando-o primeiro a ir-se vestir. Não estavam habituadas a ter rapazes só de bóxeres andar pela sala delas. Zayn só lhes pediu para serem discretas relativamente àquele assunto. Confirmou que era apenas amigo de Sofia e que não a via como via as outras com quem ele costumava sair. Gina ficou mais descansada pela amiga e até começou a gostar mais do rapaz que antes via como um simples mulherengo a quem dar pouca conversa.

No final da manhã, a rapariga com descendência peruana andava à procura da sua amiga Sofia. Quando estava a andar pelo corredor viu Harry ao lado do seu cacifo. Ele não estava a olhar por isso ela não tirou os olhos dele enquanto passava. Um pouco mais à frente, voltou-se para trás e decidiu perguntar-lhe se sabia de Sofia. Precisava mesmo de falar com ela.

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- Hey! - Chamou ela muito apressada. - Viste a Sofia?

- A última vez que a vi estava a ir para o bar.

- Ok... Obrigada.

- Gina, espera!

A rapariga estava com pressa, mas imaginava do que ele ia falar e por isso ficou:

- Harry, se vais falar de que as histórias de andares com outras são mentira, podes parar. A Mónica já me contou a verdade.

- Já? Isso... Isso é ótimo!

- Mas eu não te vou pedir desculpas! Eu fiz o que fiz porque fui influenciada, por isso, tecnicamente, a culpa não foi minha.

Ele sorriu. Não precisava do pedido de desculpas dela. Só queria estar bem com ela.

- E que tal se começássemos do zero?

- Como assim?

- Segunda, às sete, passo por tua casa.

- O quê? Um... Um encontro?

O inglês abanou a cabeça positivamente, sorrindo-lhe. Começou a andar de costas sem deixar de olhar para ela, sempre com aquele sorriso tão típico dele que derretia todas. A morena achou que era realmente a ocasião perfeita para lhe dar uma nova oportunidade. Afinal, ela gostava dele e no fundo sabia que ele também gostava dela. Então sorriu-lhe e dirigiu-se a ele.

- Para de andar assim e anda comigo procurar a Sofia.

Gina estava em choque, só mesmo o encontro com o Harry nos cacifos a fez acalmar-se um bocado. O impensável tinha acontecido.

Ela preparava-se para ir embora, antes das suas companheiras de casa, visto que naquele dia seria ela a fazer o almoço. Indo ainda com a visão que tivera de manhã, de Zayn e Sofia, algo que a tinha deixado completamente de queixo caído, de repente, aparece-lhe à frente a pessoa que ela menos esperava ver ali, em Londres.

- Gina! – Chama-a ele acordando-a dos seus pensamentos.

A rapariga deixou o sorriso e congelou:

- Vitor? Que fazes aqui?

- Deves imaginar que venho ver a Sofia.

- Mas…

- Sabes dela?

- Vitor, eu não me quero meter, mas a Sofia não me parece que queira mais alguma coisa contigo.

- Gina, eu não vou desistir dela.

- Depois do que lhe fizeste lá em Portugal, nem precisas. Ela é que desistiu de ti e, vais-me desculpar, mas tem toda a razão.

- Mas quero pelo menos falar com ela. Ela ainda está aí, já foi embora, ainda não veio?

- Não sei se ainda aí está. Talvez. Não sei. – Gagueja a rapariga.

- Eu vou esperar aqui.

- Eu acho que seria melh…

- Gina, eu vou esperar aqui. Nada do que me digas vai-me fazer voltar com a minha palavra atrás.

A portuguesa suspirou.

- Eu vou procurá-la. É melhor que ela saiba por mim do que ter um ataque cardíaco quando te vir de surpresa aqui especado.

- Como queiras.

Gina virou-lhe costas sem mais palavra e voltou à universidade.

-Gina! – Chama Harry. – Não é a Sofia ali?

- É! Obrigada Harry. Agora eu tenho de falar com ela, a sós.

- Está… Mas… - Harry puxa-a pela mão. – Não mereço ao menos um beijinho, na cara, por tê-la encontrado?

- Pff… Não me parece. – Responde-lhe ela com o seu sorriso irónico.

Ele puxou-a novamente fazendo cara de cachorrinho abandonado.

- Olha, eu só o vou fazer isso para tu me deixares ir! Estou com pressa!

Gina deu um beijo na sua mão e de seguida deu-lhe um leve e suave estalinho na cara, de modo a que a cara dele virasse. Ambos se riram e ela afastou-se em direção a Sofia.