Vampire Heart

Capítulo 4


Quando Ville foi embora, o mundo desabou para mim. O buraco negro no meu coração voltou a tomar forma e uma onda de depressão pairou sobre meu âmago. Eu não estava bem e isso não era normal. Não era nada normal. Por que ficar assim por alguém que eu mal conhecia? O que ele poderia ter de tão especial assim? Talvez aquele sorriso... Ou os olhos... Ou o cabelo, quem sabe? Provavelmente... Ah...

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E que tal tudo? Pois tudo era lindo nele! Até as roupas... Até mesmo o cheiro!

-NÃO!

Gritei e neguei isso a mim mesma. Por minha vida toda esperei por alguém como ele e no fundo eu sabia que uma pessoa assim jamais chegaria. Jamais me faria feliz como eu desejava ser. No entanto, lá estava ele e isso era simplesmente terrível e maravilhoso.

Não havia mais pelo que esperar na vida quando se tinha ele. Agora só me faltava morrer daquela forma dramática dos meus sonhos. Essa parte era complicada: Ville era apenas um cara lindo e normal... Aposto que nunca me mataria se eu perguntasse. Diria que aquilo que eu estava pedindo era um absurdo e iria embora para não voltar mais. Se isso viesse a acontecer, eu mesma me mataria.

“Não faça nenhuma besteira!” – Ele disse. Melhor obedecer e esperar para ver no que isso dava.

O tempo passava devagar e monotonamente. Pensar em Ville e na probabilidade de que ele não voltaria era o fim. Quando dei por mim, já era sete da noite. Abri as janelas e senti o vento frio vindo do lado de fora. As ruas estavam vazias e nem sinal do carro preto que me trouxera para casa ontem... O carro dele.

-Vamos Jessica... Pare de ficar pensando nele! Esqueça isso! Ele não vai voltar!

Conversar comigo mesma costumava funcionar, mas dessa vez não deu certo. Lembrei-me do jeito como dizia meu nome e quase comecei a derreter...

-Já sei... Um banho vai me acalmar. Pronto! Banhos são ótimos...

Ainda com esse pensamento, corri para a banheira e fiquei lá por mais algum tempo. Tentei me concentrar em algo que não era o Ville. Comecei a cantar (mal) uma música do Nightwish, mas apenas o título da música me lembrou Ville. Arrisquei outras bandas, mas tudo que me vinha em mente era ele. Tomei um banho rápido e me irritei comigo mesma. Era hilariante me ver assim por alguém.

-Talvez cozinhar me distraia melhor. Vou ter que me preocupar com a receita e vou esquecer esse tal de Ville de uma vez por todas! Pronto! Problema resolvido!

Uma mentira deslavada porque as receitas foram deixadas de lado em minha mente. Apenas Ville e aquele sorriso lindamente desagradável me vinham em mente. E que sorriso...Desisti de desistir dele. Com o tempo, percebi que eu não queria parar. Queria ficar pensando nele o dia inteiro... O tempo inteiro... Nada poderia me salvar disso. E escutei o barulho de um carro passando na rua. Meu corpo se arrepiou na expectativa e preferi manter o mistério e não olhar pela janela para ver quem era. Escutei o carro estacionar em frente a minha casa. Se não em frente, muito perto.

Agora minhas mãos estavam tremendo. Eu parecia uma doente: arrepiada, mãos tremendo... É assim que ficam quando se tem Alzheimer? E que bobeira pensar numa coisa dessas.

E uma batida. Alguém estava lá fora batendo em minha porta. Alguém estava lá. Em um salto me pus de pé e corri até a sala. Arrumei rapidamente os cabelos ainda um pouco molhados pelo banho. Estampei um sorriso enorme no rosto e abri a porta.

O sorriso se desfez. Não era ele. Era Ben.

-Ah... Que você quer? – Perguntei impaciente.

-Quero conversar, Jess. Quero saber por que fomos um fracasso. Vamos pôr as cartas na mesa... Quem sabe dê pra gente voltar... Eu fui mesmo um idiota ontem. Entendo o motivo de você ter ficado triste...

Cuma?

Ele tinha que ir embora. E se Ville chegasse e me visse com esse idiota? Ainda não estava acreditando que passei cinco anos junto a ele! E eu não estava triste.

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-Ben... Melhor você ir embora. Não temos o que conversar.

-É claro que temos, Jess! Por que nosso amor acabou? Por que não estamos mais juntos? São questões que não consigo entender e preciso de você para me ajudar nisso!

-Ben, pelo amor de Deus! Vê se cresce! Não quero nada com você!

E lá do fundo estava o carro preto. Um Corvette, penso eu... Era ele. O sorriso voltou e logo sumiu. Ben ainda estava ali. Ville não poderia vê-lo!

-...Então nós poderíamos...

-NÃO, BEN! DESISTA! VÁ EMBORA LOGO!

Ele se assustou com meu tom de voz. E Ville estava saindo do carro. Andando em direção a minha porta...

-VAI LOGO! – Gritei.

-Mas por quê? Por que isso, Jess? Será que você nunca me amou mesmo?

Tarde demais. Ele estava com uma camisa preta e uma gravata vinho. Sua silhueta estava mais à mostra, porque estava sem casaco. Parecia ainda mais sexy e maravilhoso que antes. E aquele sorriso... Parecia se divertir com tudo aquilo.

-Oi! – Ele disse.

-Oi... – Respondi.

-Jess... Quem é esse cara?

Agora estava tudo perdido.