A Sobrevivente Do Massacre

"E eu não posso aceitar sua amizade depois disso"


Capitulo dois: "E eu não posso aceitar sua amizade depois disso"

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–Você é bem popular aqui, hein –comentei enquanto olhávamos a vista de Konoha e comíamos- Recebi tantos olhares irados de garotas... Mas já estou acostumada com esses olhares.

–Você também era popular no lugar que treinou?

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–Do jeito bom ou ruim?

–Qualquer um dos dois.

–Sim. As garotas não gostavam de mim porque eu chamava atenção demais... Os garotos eram irritantes demais porque ficavam me cercando e me fazendo de centro das atenções. Mas eu não saia muito então não conhecia muitas pessoas, além das minhas colegas de quarto e minha sensei. Não havia nenhum homem naquele lugar.

E nos continuamos a conversar até que eu disse:

–Tenho que ir pra casa.

Me levantei.

–Boa noite – falei.

Ele se aproximou de mim e me abraçou. Eu me sentia fraca... Minhas pernas queriam tremer... Um abraço e eu podia dizer que estava derretendo... E a felicidade e outra sensação (eu não sei qual) tomava meu corpo... Oh, era bom demais... Quando o abraço acabou tive que refazer meu rosto... Mas a surpresa do que ele fez a seguir não pode ser contida e meu coração parecia fazer uma dancinha feliz... Ele beijou minha testa... Tá, bem que eu queria que o beijo fosse um pouco mais embaixo... Mas eu fiquei tão feliz com aquele simples toque de seus lábios na minha testa e sua mão retirando meu cabelo de cima... Agora eu podia dizer que estava derretendo de verdade...

–Boa noite – ele disse recuando um pouco.

Oh, eu sabia que sensação era aquela agora... Eu estava ansiosa pelo próximo passo... Ansiava beija-lo, sentir aqueles lábios nos meus... E eu tive que lutar contra essa vontade...

Tentei consertar a surpresa dos meus olhos antes que eles demonstrassem o que eu sentia por ele. Não conseguiria evitar o olhar apaixonado, então sorri ,desviando os olhos, e me virei. Eu dei um passo, dois. Hesitava querendo voltar e fazer a minha vontade.

–Vou vê-la amanhã? –ele perguntou.

–Claro – respondi- Amanhã.

E eu corri pra casa.

Quando deitei na minha cama, não consegui repreender o pensamento de que ele me queria por perto... E cheguei a pensar que ele não tinha esquecido aquele nosso primeiro beijo anos atrás... E acabei sonhando com ele...

–-----------

Nos estávamos sentados nos fundos da sua casa, conversando. Meu pai pelo menos me deixava ir lá, já que nos considerava amigos. Bom, Sasuke-kun podia até pensar assim... Mas o que eu sentia por ele não era amizade... Eu não sentia por ele o que sentia pelos meus outros amigos (colegas, pra ser mais exata)... Era algo mais forte... Eu pensava na possibilidade de amor...

–Naomi-chan –disse ele num tom diferente, nervoso acho- Eu queria dizer algo... É que... –ele parou.

–Continue Sasuke-kun – pedi- Não precisa ter vergonha – eu sorri e ele sorriu também.

–Eu queria dizer que... Ah, esqueça – ele disse desviando seus olhos dos meus.

–Eu também preciso dizer algo – me aproximei dele- Eu... Tenho uma confissão... –ele olhou pra mim e eu perdi o fio da conversa.

–Conte – pediu.

–É sobre nos dois... Eu não acho que posso ser sua amiga – desabafei.

–Por quê? – ele perguntou triste.

–Por que...

Eu me aproximei meu rosto do seu, eu estava corando e ele também. Eu me aproximei até certa distância... Eu podia sentir meu coração se acelerando... Os olhos dele se fecharam e os meus também e eu encostei meus lábios nos dele...

Depois eu, como uma idiota, fugi e quase esbarrei no Itachi (provavelmente ele viu tudo). E no dia seguinte pedi desculpas a Sasuke. E tudo voltou à amizade.

–------

Eu acordei beijando meu travesseiro.

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–Não é o Sasuke-kun – murmurei choramingando.

Resolvi dar uma volta pra refrescar minhas ideias. Acabei indo para a floresta. Já tinha alguém lá. Toda a sensação da noite passada voltou agora mais forte.

–Oi – eu disse sorrindo.

–Oi- disse ele sorrindo de canto (e eu tive que me segurar pra não suspirar)- Pensei que fosse me encontrar mais tarde... Não que não esteja feliz de vê-la mais cedo.

–Ah, obrigada. Eu ia vê-lo mais tarde, mas já que nos encontramos antes...

Eu fui para perto dele. O que eu devia fazer? Ele respondeu por mim, me abraçando. Esse foi um abraço mais demorado. E quando ele terminou, minhas mãos continuaram nos ombros de Sasuke-kun... E as mãos dele estavam na minha cintura. Meu coração batia muito forte e percebi que o dele também (graças a minha super audição).

–Acho que eu devia explicar que tipo de amor eu sinto por você...

–Você me ama como um irmão – pressupôs ele, largando minha cintura.

Eu estava surpresa por ele pensar isso. Estava se afastando de mim e minhas mãos caíram de seus ombros. Eu deixei que a vontade tomasse minha mente. Minhas mãos seguraram sua camiseta azul e o puxei para mais perto de mim, mantendo meus olhos nos dele.

–Irmão? Irmãos não fazem isso – eu o puxei mais para perto ainda, encostando minha boca na dele. Uma das mãos dele foi para minha nuca segurando meus cabelos.

Não foi um selinho, como o nosso primeiro beijo, e sim um beijo de verdade. A minha pele junto da dele ficava mais quente ainda. Eu me sentia febril, mas de um jeito bom. Nos estávamos bem próximos, mas não parecia o bastante. E nesse momento outra necessidade surgiu na minha vida... Ao lado de fome, sono e outras, estava agora a necessidade chamada: Sasuke-kun. Muito tempo longe dele e eu ficaria incompleta.

Meu ar estava começando a faltar, mas eu nem conseguia pensar em parar.

Quando paramos, nos já ofegávamos.

–Eu não vou pedir desculpas dessa vez – disse depois de me recuperar- Também não vou fugir.

–E eu não posso aceitar sua amizade depois disso – e me beijou.

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