Perfect Violet

Capítulo 12 - Final


Music: Nickelback - Far Away

Point of View – (*) Diego (*)

Assim que o pai de Diana, nos deu passagem, entramos na casa. Não era a típica casa de um homem de trinta anos, provavelmente solteiro. Para onde quer que olhássemos era possível ver livros, de todos os tamanhos e feitios. Desde em cima dos móveis, espalhados pelo chão junto de roupa suja, até em cima do pequeno sofá onde o pai dele nos indicou para nos sentarmos, era possível encontrar livros. Incluindo banda desenhada, que se encontrava amontoada num canto de forma desorganizada. O pai dela sentou-se então numa cadeira e nos encarou.

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- Me desculpem pela desarrumação. Mas não costumo ter muitas visitas… - Ele olhou mais fixamente para Diana. – Como está a sua mãe?

- Provavelmente a beber e a fumar em algum canto. – Disse Diana, encolhendo os ombros. – Mas o que eu queria, era perguntar uma coisa.

- Pergunte à vontade, filha.

- Não existe nenhuma possibilidade de eu poder morar com você? – Os olhos do pai de Diana iluminaram-se mais do que nunca. – Se não quiser, tudo bem…

- Claro. Nem precisava de pedir. Mas sua mãe… Ela autorizou isso?

- Não exatamente.

- Você fugiu?

- Mais ou menos. Não podia ficar lá mais… - Coloquei o braço à volta dos ombros dela. Não me interessava que o pai dela pudesse ver, naquele momento ela precisava de mim. Isso era a única coisa que interessava.

- O que se passou?

Diana então começou a contar a história desde o início. Começando pela forma como o meio-irmão dela e a mãe lhe tratavam, e como as coisas começaram a complicar-se quando eu cheguei. Quando ela falava daquilo que aquele bastardo lhe tentara fazer, soluços começaram a surgir. Ela nunca tinha deitado tudo para fora, nem mesmo comigo. Diana tinha aguentado aquilo tudo sem se queixar uma única vez. Não havia dúvidas nenhuma, que ela era a mulher mais forte que eu conhecia.

O pai de Diana ouviu tudo, sem interrompe-la uma única vez. Embora quando eu prestava bastante atenção poderia ver o ódio faiscar nos seus olhos. Pois no final, aquela era a sua filha, não interessava que não a visse à muitos anos. Quando Diana terminou, ele apenas se levantou e a abraçou fortemente. Sussurrando ao seu ouvido alguma coisa.

- Obrigada. – Disse ela, com os olhos brilhando.

- De nada, minha querida. Vai ficar tudo bem, entende? Ninguém vai fazer mais mal nenhum a você. Hoje mesmo iremos apresentar queixa na polícia. Ele não vai safar-se disso. Nem ele nem a Miranda. – Conclui que tivesse a referir-se à mãe de Diana. – Você vai ficar aqui a partir de hoje.

Point of View – (L) Diana (L)

Encarei a enorme porta em minha frente, ali estava se decidindo, em parte, o meu futuro. Tinham-se passado exatamente cinco semanas desde que eu reencontrara meu pai e fizemos queixa à polícia. Desde então mal conseguia dormir, nervosa por este dia. Onde se decidiria se o meu pai ficaria ou não com a minha tutoria. A acusação que tínhamos feito a Ruben, tinha recebido o seu veredito na semana passada. Não conseguimos o colocar na prisão por ofensa à integridade física e assédio sexual, mas o tribunal decidira que ele teria que ficar a pelo menos 50 metros de distância de mim. O que era como uma meia vitoria.

Os minutos corriam e eu apenas conseguia ficar mais nervosa. Tinha prestado o meu testemunho, enquanto vítima da negligência de minha mãe, e apenas conseguia implorar para permitirem viver com o meu pai. Naquele momento era a única coisa que precisava.

Passado aquilo que pareceu uma eternidade, meu pai saiu na sala do tribunal com um sorriso radiante. Não precisava de lhe perguntar. O seu rosto dizia tudo. Ele tinha conseguido a minha guarda. Nos abraçamos fortemente. Finalmente as coisas começavam a compor-se para melhor. Finalmente as coisas começavam a dar certo.

Quando saiamos do tribunal, encontrei Diego. Seu rosto estava a expectativa, mas a minha felicidade e a de meu pai pareceu responder à sua pergunta. Meu pai olhou para ele, com alguma firmeza.

- Eu espero por você no carro, Diana. Mas eu estou vendo vocês.

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- Obrigada, senhor. – Disse Diego e com isso meu pai se afastou.

Peguei na mão de Diego e os dois nos fomos refugiar na parte de trás do edifício. Não havia ninguém na redondeza. Com um sorriso muito aberto, Diego me encosta à parede. Pressionando os nossos corpos.

- Tudo deu certo. Você merece isto, sabe. – Suas mãos me acariciavam o rosto.

Olhei para o lado, havia uma pergunta que nunca tivera coragem de lhe fazer. Provavelmente porque tinha um pouco de medo da resposta. Mas naquele momento eu precisava de saber. Para poder seguir em frente. Para melhor.

- Porquê eu?

- Ahm? – Seu rosto mostrou-se confuso.

- Porque me escolheu a mim? Com tantas garotas, porque eu?

- Sabe porquê? Veja a nossa escola, ela estava repleta de algumas das mulheres mais lindas que alguma vez tinha visto. Mas dessas todas, eu escolhi você. Não por ser a mais bonita, não por ser a mais inteligente, não por ser a mais sensual, mas por ser você. Por ser a única que possui os olhos violeta que eu procuro toda a manhã, por ser a única que eu desejo deitada na minha cama, por ser a única que merece que eu lute, por ser simplesmente você. Não me interessa mais nada, se você estiver aqui, que se dane o resto.

Se existem momentos que merecem ser guardados como belas pedras preciosas. Aquele era um desses. Poderiam dizer o que quisessem, mas não havia nenhuma duvida naquele momento. Nenhuma pequena insegurança. Eu estava completamente apaixonado por Diego e ele estava completamente apaixonado por mim. E desde que estivéssemos juntos, realmente que se dane o resto.