Destino

Capítulo 36 - O Pedido


Rukia deixou que a água quente lhe envolvesse, sentindo-se relaxar pela primeira vez desde que Kaien havia aparecido.

Após Kaien descobrir quem era o ruivo que estava a sua frente, a situação ficara extremamente tensa. O moreno olhava para Ichigo com curiosidade, enquanto este lhe devolvia o olhar com indisfarçável ira. Rukia não imaginava como sairia de tão desagradável situação, mas, para sua sorte, Isshin acabou por vir em seu auxilio.

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– Estava dando um passeio pela propriedade, quando fui informado de que tínhamos visitas! Shiba Kaien, a que devo o prazer de sua presença? – disse o rei, aproximando-se do grupo.

– Majestade – Kaien curvou-se diante do rei. – Venho aqui para trazer-lhe uma mensagem de Urahara-sama. E amanhã retornarei, para participar da festa em homenagem a Rukia, pois Urahara-sama e Youruichi-sama não poderão vir.

– Hum – o rei coçou o queixo, pensativo. – Urahara está aguardando alguma resposta para esta mensagem? Ou é apenas uma mensagem informativa?

– Não posso lhe afirmar, majestade, já que desconheço o teor da mensagem.

– Certo. Venha comigo para conversarmos em particular – ambos começaram a andar, deixando Ichigo e Rukia para trás. Ichigo começava a se aproximar da morena quando Isshin a chamou. – Rukia-chan! Venha caminhar ao meu lado. Não fica bem ficar sozinha aí com o meu filho.

Rukia, que não se sentia preparada para enfrentar uma conversa com o ruivo naquele momento, mais do que depressa atendeu o chamado do rei, andando rápido e postando-se ao lado do mesmo, deixando para trás um Ichigo enfurecido.

Após a reunião, ficou constatado que a mensagem não era do tipo que exigia uma resposta, e o rei acabou por convidar Kaien a ficar no castelo, partindo apenas após a festa, sugestão esta que o moreno aceitou.

Rukia afundou ainda mais o corpo na água. A situação estava complicada. A chegada de Kaien trouxera à tona muitos sentimentos, mas um em especial a incomodava: a dúvida. Havia prometido a ele que pensaria sobre os dois, entretanto, com toda a loucura de reencontrar Ichigo, o moreno nem havia passado pela sua cabeça. Mas agora ele estava ali e certamente esperava alguma resposta de sua parte, resposta essa que Rukia não sabia qual era. Amava o ruivo com todo seu coração, mas a presença de Kaien a fazia questionar se deveria viver esse amor. Estar com ele era tão... Fácil. Enquanto amar Ichigo era tão complicado... Tão doloroso.

A cada momento, algum novo empecilho surgia: primeiro, o rapaz adoecera; depois, pensara que ela estava morta. Quando finalmente se reencontraram, ela havia trazido para o castelo aquela que estava destinada a ser a futura rainha. Sempre havia algo que os separava e Rukia se perguntava se não seria o destino tentando de alguma forma lhe dizer que não deveriam ficar juntos... Talvez devesse mesmo esquecê-lo e seguir com sua vida. Tal pensamento causou um forte aperto em seu coração, entretanto, de qualquer forma o baile seria amanhã, e após isso não haveria motivos para que ela permanecesse no castelo. O destino os estava separando, mais uma vez.

Sentindo que a água esfriava, Rukia resolveu sair de seu banho. Enxugou-se tranquilamente e envolveu o corpo no fino robe de seda branca. Havia bastante tempo até o jantar, e decidiu que iria aproveitá-lo para pensar no que devia fazer.

Ao sair detrás do biombo que separava o ofuro do restante do quarto, Rukia se surpreendeu ao descobrir que alguém a esperava, sentado em sua cama.

– Ichigo, o que...

– Resolvi deixar que terminasse seu banho em paz – disse o ruivo, com um olhar enigmático. – Entretanto, acho que há algumas coisas que precisam ser esclarecidas. Em primeiro lugar, Rukia, sobre o beijo que aquela mulher me deu, você mesma pode testemunhar que eu fui pego de surpresa tanto quanto você. Se tivesse permanecido por mais alguns segundos, teria sido capaz de ver quando eu me desvencilhei dela. Ela me beijou. Eu não a beijei de volta.

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– Me desculpe, Ichigo. Eu... Eu sei que você não teve culpa. Mas foi tão difícil ver aquilo – ela o olhou, entristecida e um tanto envergonhada. – Acho que lhe devo explicações também. Sobre Kaien...

– Você não tem nada a explicar – disse rapidamente. – Eu não vim aqui para ouvir. Eu vim aqui para falar. E ainda há outra coisa, mais importante, que preciso esclarecer.

– O que é?

Atravessando a pequena distância que havia entre eles, Ichigo a enlaçou pela cintura com um dos braços, colando os corpos; enquanto com a outra mão segurou-lhe o queixo, fazendo com que a mesma o encarasse.

– O mais importante, que devo esclarecer – disse, alternando o olhar entre os olhos e os lábios dela, sem saber qual o fascinava mais. – É que você me pertence, Rukia – A morena arregalou os olhos e abriu a boca para falar, mas ele ainda não havia acabado. – Assim como eu pertenço a você. Eu sei disto desde o momento em que a vi pela primeira vez. Não lute contra, chega de procurar por razões, chega de ficar pensando se devemos ficar juntos ou não. Eu sou seu desde o primeiro olhar, Rukia. E você é minha. Não tem mais volta.

Após dizer estas palavras, Ichigo tomou os lábios dela nos seus num beijo carinhoso, desejoso de mostrar-lhe todo o amor que sentia, de maneira que ela não duvidasse mais. Sentira ciúmes no momento em que aquele homem a tocara, entretanto, após esfriar a cabeça, percebera que assim como ocorrera com Inoue, o moreno a beijara, e não ela a ele.

Rukia correspondeu ao beijo com sofreguidão. Sentia-se renovada pelas palavras dele. Ela deveria acreditar. Acreditar nele. No amor que os unia. Era uma tola por ficar procurando motivos para fugir da felicidade que só o abraço dele podia lhe proporcionar. Interromperam o beijo por um momento, continuando abraçados, fitando-se nos olhos.

– Eu te amo – disse ela, sentindo-se feliz como há muito não se sentia. – E nada vai nos separar – deu um breve beijo nos lábios dele. – Eu sou sua. Somente sua.

Ichigo beijou-a novamente, deslizando a mão do queixo para a nuca dela. Rukia subiu lentamente as mãos pelo peito do rapaz, finalmente enlaçando-o pelo pescoço. O beijo tornava-se cada vez mais passional, transmitindo todo o amor e a saudade que um sentira do outro. Ichigo começou a andar, levando-a em direção à cama. Tinha que tocá-la, necessitava de mais contato. Precisava sentir a textura da pele; sentir o seu cheiro. Precisava amá-la.

A mesma ânsia a dominava, e Rukia se deixou guiar sem qualquer resistência para a cama. Assim que lá chegaram, o ruivo a deitou suavemente, ficando por cima, mas sem deixar de beijá-la. Com as mãos tremulas, ela começou a abrir a camisa dele, puxando de uma só vez o cordão que a atava. O tecido se abriu, revelando o peito trabalhado, no qual ela espalhou diversos beijos. Enquanto ainda recebia os beijos em seu tórax, Ichigo desceu as mãos para o laço que atava o robe que ela usava, abrindo-o e contemplando sua nudez. Engoliu em seco diante da visão do pequeno corpo, cuja imagem estava gravada em sua memória desde o dia em que se amaram pela primeira vez. Entretanto, sentiu que a memória não fazia jus à perfeição ali demonstrada, e, rapidamente, passou a acariciá-la, sentindo-se a cada momento mais inebriado pelo desejo.

– Rukia, eu quero você. Agora.

A morena o abraçou, um arrepio de prazer percorrendo seu corpo ao sentir o calor da pele dele tocando a sua. Principiaram mais um beijo repleto de desejo, e Rukia escorregou a camisa pelas costas do ruivo. Passou a mão pelo tórax, indo em direção ao cós da calça do mesmo. Precisava desesperadamente ser possuída por ele.

– Urahara-san? Posso entrar? – ao ouvir a voz da princesa chamá-la, Rukia se assustou, afastando-o com tal força que ele perdeu o equilíbrio, caindo pesadamente ao lado da cama.

– Ai! – Ichigo exclamou, estatelado no chão.

– Silêncio! Fique escondido aí! – dirigiu-se à porta, enquanto fechava o robe e ouvia Ichigo soltar impropérios, amaldiçoando a tal princesa.

Rukia abriu uma pequena fresta da porta, olhando para fora e deparando-se com a ruiva e sua dama:

– Eu e Tatsuki-chan vamos conversar na sala de estar até a hora do jantar. Não quer se juntar a nós?

– Eu tinha pensado em repousar até o jantar, Inoue-sama – disse Rukia, estranhando a repentina gentileza da princesa.

– Ah, Urahara-san! Venha ficar conosco! Está tão chato o castelo. Não consigo encontrar o Kurosaki-kun em nenhum lugar e... – a princesa parou de falar por um momento, olhando atentamente para a face de Rukia. – Nossa, Urahara-san! Como seu rosto está vermelho. Está se sentindo bem? Devo chamar Hanatarou-kun?

– Não, não! Eu estou ótima! Ótima! – disse, suando frio ao ver o olhar desconfiado de Tatsuki. – Me dê apenas um momento princesa, que vou colocar uma roupa apropriada, e então as acompanharei.

– Quer que a Tatsuki-chan a ajude?

– NÃO! – Rukia disse, mais alto do que pretendia. – Digo, muito obrigada, princesa, mas é que eu tenho vergonha de ficar nua na frente de outras pessoas. Sempre me visto sozinha.

– Tudo bem então. Esperaremos na sala de estar!

– Está certo! Vejo vocês daqui a pouco... – a morena disse, fechando a porta.

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– Aposto que estava com aquele rapaz ali dentro! – disse Inoue. – Eu disse, é o namorado dela! Mas ainda assim, que desavergonhada! Trancada com o rapaz dentro do quarto. E vestindo só aquele robe! É praticamente como estar nua! Tem certas moças que não se dão ao respeito!

As duas haviam se afastado do quarto de Rukia, indo em direção à sala de estar.

– Eu não sei, Hime-sama – disse a dama.

– Como assim não sabe, Tatsuki-chan? É uma pouca vergonha! Uma mulher tem que manter-se pura até o casamento. Onde já se viu, se oferecer descaradamente assim para um homem? Ouça o que eu digo: essa moça não presta!

– Mas se ela e o tal namorado se amam... O que há de errado? É feio ficar com qualquer um... Mas se tiver amor... Não acho que seja errado.

– Amor. Amor. Acho que a classe inferior acaba valorizando demais o amor. Por ele tudo se faz, tudo se perdoa.

– Se a pessoa que eu amo também me amasse... Eu ficaria com ele, sem hesitar! – disse Tatsuki, sonhadora.

– Que feio, Tatsuki-chan! Mas eu acho que é a diferença entre a realeza e a plebe – vendo que Tatsuki se magoara, a princesa se sentiu mal. Afinal, aquela era a sua melhor amiga. – Estou falando dela, Tatsuki-chan! Você cresceu comigo, é quase da realeza, não é?

– Claro, Hime-sama – disse Tatsuki, preferindo ignorar a dor que a amiga mais uma vez lhe causara. – Ficarei com sua majestade até que Urahara-san chegue, e então vou conversar com o Ishida. Não o vi hoje.

– Ah! – a ruiva exclamou. – Tudo bem... Mande lembranças minhas para o Ishida-kun.


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Rukia trancou a porta, apoiando a testa na mesma, enquanto suspirava aliviada. Fora por muito pouco. Quase gritou de susto quando dois braços a envolveram, em seguida virando-a e apoiando-a contra a porta.

– Quase me mata de susto, idiota! – disse, suspirando aliviada e dando um fraco murro em Ichigo.

– Por que tão assustada, Rukia-sama? – perguntou.

Havia um tom zombeteiro em sua voz e ele continuava sem camisa. Seu olhar era extremamente malicioso. Rukia chegou a abrir a boca para responder, entretanto, ele a calou com um beijo quente. Não pode evitar um gemido e correspondeu o beijo com ardor. Droga, como queria que não os tivessem interrompido...

Sem que ela percebesse, Ichigo abrira novamente o robe, e o fizera escorregar até o chão. As mãos começaram a passear pelo corpo alvo sem qualquer pudor, arrancando suspiros da morena.

– Devo dizer que parece muito a vontade nua na minha frente, Rukia-sama – provocou, com a voz rouca.

– Pare de brincadeiras, Ichigo. Eu tenho que me vestir e ir pra sala de estar – disse ela, enquanto o ruivo deslizava a língua atrevidamente pelo seu pescoço.

Ainda a beijando no pescoço, Ichigo desceu as mãos pelo corpo esguio, alcançando-lhe a base das costas e a apertando contra si.

– Ah! Rukia! – gemeu. – Antes fosse uma brincadeira. Eu preciso de você. Agora.

Recorrendo ao fiapo de lucidez que ainda lhe restava, Rukia o afastou.

– Ichigo, eu preciso ir. Se eu não aparecer, vão desconfiar – disse com a respiração alterada, enquanto andava em direção ao vestido que separara para o jantar.

– Ah, Rukia! – agora o gemido era de decepção.

– Sinto muito, Ichigo. Mas sabe que foi até bom que tenham nos interrompido? Afinal, embora as coisas estejam claras entre nós, não estão claras para os outros. Eu preciso conversar com Kaien, e você, com Inoue. Agora me ajude aqui – a morena virou-se, e Ichigo começou a fechar o vestido.

– É muito estranho ajudá-la a se vestir quando todos os meus instintos mandam que eu arranque suas roupas... Considere isto como uma prova de amor, Urahara Rukia – disse, assim que terminou de ajudá-la.

– Meu herói – Rukia riu, deliciada.

Em seguida, virou-se para ele, abraçando-o e olhando-o nos olhos.

– Eu te amo.

– Eu também te amo. O que você tem que esclarecer com o tal Kaien?

– Bem, no dia que encontrei a princesa, Kaien disse que estava apaixonado por mim. Eu prometi a ele que pensaria sobre “nós” durante a viagem que fiz ao castelo.

– Você o que? – Ichigo quase gritou.

– Ah, Ichigo! – a morena pegou na face do ruivo, olhando-o nos olhos. – Eu pensava que você não me queria mais. Fiquei sofrendo por você durante todo este tempo. E Kaien... Sempre foi meu amigo, meu porto seguro. Pensei que talvez devesse lhe dar uma chance. Mas agora... – Rukia encostou a cabeça no peito de Ichigo, o abraçando. – Agora que te reencontrei, e que sei que nunca me abandonou, e que me ama, eu jamais poderia ficar com outro. Mas devo a Kaien, por tudo o que fez por mim, uma conversa franca sobre os meus sentimentos. Ele merece saber.

– Tudo bem. Eu te entendo. Você teve muitas razões para pensar que eu não te amava. Converse com ele – Ichigo afastou-a o suficiente para olhá-la nos olhos. – E eu prometo que resolverei a situação com a princesa. Eu encontrarei uma maneira de fazê-la desistir.

– Não era bem o que eu queria ouvir – disse Rukia, afastando-se do ruivo e indo em direção à porta.

– O que quer, Rukia?

– Eu quero que diga a verdade a ela. Não precisa dizer que sou eu. Mas pode lhe dizer que você ama outra pessoa. Não irá ofendê-la. É mais ofensivo torturá-la para fazê-la desistir. Pense nisso – Rukia disse, por fim deixando o quarto e indo para a sala de estar.


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A noite passou sem maiores novidades. Rukia não conseguira um momento a sós nem com Kaien, nem com Ichigo. Ficaram todos juntos na sala de estar, conversando até tarde. Quando finalmente foram dormir, a princesa fizera questão de subir juntamente com Rukia.

A manhã chegou e Rukia ficou sozinha a maior parte do tempo. Ichigo estava com a princesa, que fazia o possível e o impossível para não perdê-lo de vista. A rainha estava ocupada organizando o baile e suas filhas a ajudavam. Kaien e Isshin ficaram em reunião durante toda a manhã.

Após o almoço, Inoue foi repousar no quarto, pois Ichigo desapareceu. Rukia saiu para os jardins do castelo, decidida a ir ver como estava seu cavalo. Um sentimento de tristeza se instalou em seu coração ao se dar conta de que no dia seguinte, não estaria mais no castelo. Estaria longe de Ichigo novamente.

– Rukia! – a morena se virou, sorrindo ao ver Kaien correndo ao seu encontro.

– Yo, Kaien!

– Ansiosa pela festa de hoje?

– Não muito, detesto admitir. Mas é uma gentileza que o rei fez, então, só me resta aceitar com um sorriso, não é? Mas me fale de você. Como tem sido lá do esquadrão?

– Ahn... Tudo tranquilo – ele respondeu, hesitante.

– Kaien... O que está escondendo de mim? Fale logo!

– Bem... Estou suspenso do esquadrão.

– Suspenso?! Por quê?!

– Kira Izuru – ele disse simplesmente, dando de ombros.

– Ah, não! De novo não! – disse ela, enquanto levava uma mão à testa e balançava negativamente a cabeça. – Parecem duas crianças! O que aconteceu desta vez?

– Ele estava falando aos quatro cantos que pelo jeito o rei tomara juízo na cabeça, e que as coisas começariam a mudar. Que você e Renji tinham sido só o primeiro passo, e que muito em breve Urahara e Youruichi deixariam também o esquadrão... Ficou falando de como o ar estava mais limpo agora que você não estava lá, de como você não prestava. Então, mandei ele se calar. Mas ele não quis me obedecer – um brilho invadiu os olhos de Kaien, enquanto continuava. – Então eu fiz o favor de fazê-lo calar a boca. Quebrei-lhe o nariz, e o deixei com os dois olhos roxos. Abri um dos supercílios, e fiz tudo isso de mãos limpas. Então, seu pai me suspendeu indefinidamente.

– Ah, Kaien! Já te disse que não preciso de defensores. Ele iria engolir suas palavras de qualquer jeito quando eu voltasse, depois de amanhã e...

– Depois de amanhã? Então não aceitou o pedido do rei?

– Pedido do rei? – Rukia repetiu, confusa.

– Ah, é verdade, eu passei a manhã inteira em reunião com o rei – riu, enquanto coçava a cabeça, um gesto bem típico dele. – Mas é melhor que o rei fale sobre isso com você... Vamos entrar? Acho que já é tempo de se preparar para o baile e... – o moreno saiu em direção ao castelo, mas Rukia segurou-o pelo pulso.

– Kaien, precisamos conversar... sobre “nós”.

– É, precisamos.

– Kaien, eu... – ela começou, mas foi interrompida abruptamente por um dos guardas.

– Urahara-san, suas majestades solicitam sua presença na sala do trono.

– Vai lá, Rukia. Depois conversamos – disse ele, com um sorriso.

– Ok. Até mais tarde, então – respondeu, em seguida acompanhando o guarda.


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Rukia entrou na sala do trono, surpresa ao deparar-se com Isshin e Ichigo. Pensava que encontraria Isshin e Masaki ali.

– Majestades – disse, com uma reverência.

– Não, quando estamos só nós, não precisa fazer isso, Kia-chan! Certo, filho?

– Claro, meu pai.

– Rukia-san, estou aqui para fazer-lhe um pedido. Você tem, mais uma vez a chance de ajudar o reino!

– No que posso ajudá-lo, Isshin-san?

– Bem, antes, acho que é hora de colocá-la a par de algumas informações: Embora há muitos anos haja paz em nosso reino, os Schiffer estão se movimentando, como você mesma pode comprovar. Temos razões para crer que possam, em breve, tentar conquistar nosso reino. Seu pai e sua mãe sempre treinaram o esquadrão tranquilamente. Algo que você talvez não saiba, Rukia-san, foi que sua mãe e seu pai treinaram alguns líderes logo que assumiram o esquadrão Shinigami.

– Líderes? – perguntou curiosa.

– Sim. Acharam que seria mais seguro dividir os soldados ao invés de agrupar todos em um só lugar. Assim, temos o esquadrão dos seus pais aqui no norte, um liderado por Soi Fong no sul, um no Leste sob responsabilidade de Hirako Shinji e um no Oeste comandado por Shiba Kuukaku. Há pouco tempo, seu irmão saiu numa “missão”, não é? – Rukia assentiu. – Bem, a missão de Renji era ir a todos os esquadrões, acompanhando seus treinamentos, para que pudesse relatar em que situação se encontram.

Isshin olhou brevemente para Rukia, pensativo. Se, catorze anos atrás, Kuchiki Byakuya tivesse tomado as mesmas precauções que ele, talvez as histórias do reino Kuchiki e da moça à sua frente fossem diferentes.

Percebendo que Rukia e Ichigo ainda o observavam, deixou de lado tais pensamentos e continuou:

– Recentemente, recebi informações preocupantes: há tropas numerosas dos Schiffer rondando por esta região. É por isso que, amanhã, Kaien irá atrás de seu irmão e ambos reunirão as tropas e as trarão para esta região. Eles se instalarão em locais alternativos, para preservar sua segurança, mas estarão mais perto, caso necessitemos reunir as tropas rapidamente – o rei fez uma pausa, recuperando o fôlego. – Rukia-san, meu filho pensa que nós deveremos liderar as tropas em caso de guerra. Também pensa que seria importante que todos os guardas fossem treinados, visto que há muito tempo se encontram a nosso serviço e acabaram, digamos, se acomodando. Este é o meu pedido: que após o baile, você permaneça aqui no castelo, para treinar os guardas e meu filho.

– Meu rei, não seria melhor, nesta situação, que eu voltasse e auxiliasse meus pais?

– Não. Muito em breve, as tropas estarão próximas e seus pais terão toda a ajuda de que precisam. Preciso que fique aqui, Rukia-san. Além do mais – o rei prosseguiu, olhando para o filho. – Meu filho está tão ansioso pelo seu treinamento, que até se comprometeu a casar ainda este ano – voltou a olhar para Rukia, que parecia surpresa. – Além de ajudar capacitando os soldados, ajudaria o reino, garantindo sua futura rainha!

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– É verdade – disse Ichigo, olhando-a diretamente nos olhos. – Comprometo-me a casar ainda este ano – Deu-lhe um sorriso significativo. – Mas não quero pressioná-la, Rukia-san. Faremos assim apenas se estiver bom para você. Você aceita... O MEU pedido? – Ichigo completou, frisando o “meu”, de modo que para Rukia ficasse claro que ele não se referia ao treinamento e sim ao casamento.

– Se é assim que sua majestade deseja – Rukia respondeu, olhando diretamente para Ichigo, tentando a todo custo controlar a emoção. Acabara de ser pedida em casamento pelo amor de sua vida. – Eu só posso dizer que nada me faria mais feliz do que aceitar seu pedido, sua Majestade.

– Então está decidido – Isshin disse, com um sorriso feliz. Parecia mesmo participar da alegria do casal. – Rukia-san permanecerá no castelo por tempo indeterminado.