Destino

Capítulo 13 - Ao fim do dia.


– Por Kami-sama, Rukia!! Vamos fazer uma pausa! Eu mal sou capaz de me mexer!! – disse Ichigo, lançando-se à sombra da arvore “deles”.

Já fazia uma semana que os dois estavam treinando juntos. Ichigo havia evoluído muito na luta corporal, mas não aprendera o suficiente para conseguir derrotar a morena. Quanto à espada, já era outra história. Rukia era, de fato, excelente no manejo de sua katana, entretanto, nesta arte Ichigo a superava. Afinal, tivera um mestre excelente – e obcecado por lutas com espada. Depois de ensinar a Ichigo tudo o que sabia, seu mestre decidira ir embora para o reino dos Schiffer, pois, segundo ouvira dizer, ali havia guerreiros formidáveis. E estava ávido por derrotar todos.

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Ichigo chegara a pedir para que seu mestre não se fosse, mas fora inútil. “Não tenho mais nada para ensinar. Desculpe moleque, mas não nasci pra ser professor. Umas boas lutas até a morte e depois uma dose de sake. Isso sim é a vida para mim” – foi o que seu mestre lhe respondeu. Esse era Zaraki Kenpachi.

– Ah, Ichigo, você não agüenta nada! Nem parece homem! – reclamou a morena, sentando-se ao lado do rapaz.

– Ah, fica quieta, baixinha. Faz tempo que não treino tanto. Estou um pouco fora de forma – dobrou a capa que trouxera, fazendo com ela um travesseiro, e deitou-se apoiando a cabeça na mesma.

Rukia olhou para o rapaz deitado ao seu lado e pensou que ele não estava nada fora de forma. A posição dos braços enquanto apoiavam a cabeça por sobre a capa deixavam os músculos do braço do rapaz à mostra. Eram deliciosamente fortes. Pensou qual seria a sensação de ser envolvida por aqueles braços. Este pensamento a fez corar e se recriminar mentalmente.

Ichigo observou a morena com o canto dos olhos e percebeu o leve rubor que tingia a face alva. Tal visão fez com que tivesse o desejo de tocar novamente o rosto de sua morena, sentir-lhe a pele acetinada, a maciez dos cabelos negros, provar do sabor de seus lábios... Suspirou e fechou os olhos procurando afastar tais pensamentos. Se Rukia pudesse ler sua mente, provavelmente lhe surraria com algum de seus golpes...

Desde que começaram a treinar juntos, um forte laço se desenvolveu entre os dois. Parecia que se conheciam há anos, e não há dias, e para qualquer dos dois era difícil se lembrar de como era a vida antes da chegada do outro. Havia uma empatia sem igual entre ambos, que permitia que se compreendessem com um olhar. Todos os dias treinavam juntos, conversavam, discutiam, faziam as pazes e riam juntos.

Mas havia aqueles momentos, que os fazia questionar seus verdadeiros sentimentos um para com o outro... Momentos constrangedores que faziam com que ambos prendessem a respiração quando, em razão da luta, seus corpos estavam muito próximos, ou quando seus olhos se encontravam no meio de um golpe e o mundo parecia parar – geralmente nestes momentos Rukia se recuperava primeiro e acabava levando a melhor. Talvez por isso Ichigo não tivesse desenvolvido tanto na luta: a proximidade de seu corpo com o corpo da morena enquanto lutavam era simplesmente tentadora demais para o ruivo pensar em outra coisa.

– Me chame de baixinha de novo e já te mostro o que uma mulher zangada é capaz de fazer...

– Oho, que medo! Vai dar uma cabeçada no meu joelho, é? – a morena fuzilou-o com o olhar e Ichigo riu – Estou só brincando Rukia. Você sabe como gosto de te provocar. Você fica brava tão fácil. – “E incrivelmente bonita quando o rubor da raiva toma o seu rosto”, pensou.

– Tudo bem Ichigo. – se qualquer um lhe dissesse metade do que Ichigo dizia para provocá-la, já estaria morto. Ela se vingaria, a seu modo. Sabia como irritar o rapaz, levando=o ao limite da paciência. Mas a verdade era que ela não conseguia ficar realmente brava com o ruivo. Levantou-se – Tudo bem, não treinaremos mais hoje, mas eu quero dar a minha caminhada pela beira do mar, então vamos.

O rapaz fez uma careta, mas levantou para acompanhar a morena que já se distanciava. Alcançou-a e passou a caminhar junto dela, em silêncio. Estranhando o silencio da morena, Ichigo perguntou:

– Está tudo bem, Rukia? Você está tão quieta.. Não está zangada comigo, está?

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– Claro que não. Fique tranqüilo, morango.

Ele a olhou com uma carranca. Não gostava quando o chamavam de morango. E a morena sabia disso.

– Rukia, não me chame de morango!

– Mas fazer o que, se é o seu nome, morango-kun – disse, fazendo uma falsa voz doce.

– Já te disse que meu nome significa protetor!

– E também significa morango – disse, mal contendo o riso.

Ichigo bufou e ficou calado, como se tivesse desistido da discussão, o que surpreendeu a morena. De repente ele falou:

– Sabe Rukia, estive pensando...

– O que?

– Desde que te conheci, vejo você caminhando na beira da praia, molhando os pés no mar...

– Sim. Gosto da sensação das ondas batendo nas minhas pernas e da areia saindo de debaixo dos meus pés. O que tem isso?

– Nada. É que nunca vi você entrar na água – assumiu uma expressão maligna – mas acho que esse dia chegou...

Surpreendeu a morena agarrando-a pela cintura e a colocando no seu ombro. Virou-se e começou a marchar decidido para dentro do mar. A morena começou a se debater, assustada:

– Ichigo, me ponha no chão. Se você me jogar dentro do mar, eu juro que não vai vivo pra casa hoje!! Está me ouvindo?!!

Olhou para baixo e viu que as ondas atingiam os joelhos de Ichigo e ele continuava indo mar adentro. Debateu-se tanto que começou a escorregar, deu gritinho assustado, mas o ruivo a segurou em seus braços. Temendo que ele a jogasse na água, Rukia agarrou-se no pescoço do rapaz, escondendo seu rosto no peito de Ichigo.

– Não me jogue, Ichigo, por favor – disse com a voz um tanto chorosa – Tenho medo...

O rapaz parou, arrependendo-se da brincadeira. Seu coração bateu dolorosamente ao ouvir a voz chorosa da sua morena.

– Não precisa ter medo, Rukia. Eu não vou te soltar. – disse, virando-se e indo em direção à praia. – Pronto! – disse, ao chegarem à areia. Tentou colocá-la no chão, mas a morena abraçou com mais força o seu pescoço. – Hei, não tem perigo, estamos na praia. Olha pra mim...

A morena olhou para o ruivo, com uma expressão vulnerável em seu rosto. Ao vê-la assim, tão frágil, em seus braços, Ichigo não resistiu mais ao desejo que o vinha perseguindo desde que a conhecera. Aproximou o seu rosto e tomou os lábios de Rukia para si, num beijo apaixonado.