Ainda sem saber o que havia acontecido com os amigos, Alice conversava com Daniel. O papo entre eles estava tão bom que Alice nem viu o tempo passar. Logo estava em casa.

- Pronto, eu moro aqui. – diz Alice mostrando o portão.

- Não acredito. Você mora nessa casa mesmo? – pergunta Daniel sorrindo e deixando Alice confusa.

- Moro, mas porque a surpresa?

- Ta vendo aquele sobrado ali do outro lado da rua? É lá que moro agora com a minha mãe.

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- Sério? – diz Alice surpresa – que legal. Espera, agora já sei de onde havia te visto antes, você veio aqui umas três vezes com uma moça.

- Era a minha mãe. Vim com ela ver a casa e depois pra arrumar as coisas.

- Aquela moça é sua mãe?

- Sim. Ficou surpresa?

- Sua mãe é nova.

- Ela tinha 16 anos quando eu nasci.

- Caramba! Nova mesmo! Só moram, vocês dois aí né?

- Só. Mas ela só chega à noite em casa, trabalha no shopping como vendedora. Esses dias ela ficou em casa por causa da mudança, mas agora já voltou ao normal.

- E como você faz? Tipo, no almoço.

- Eu sei fazer comida, ela me ensinou. Mas quando tenho preguiça como qualquer besteira, normal.

- Quer almoçar comigo hoje? Eu mesma faço o almoço, porque minha mãe também trabalha fora.

- Quem mais está na sua casa?

- Ninguém, meus pais só chegam à noite.

- Então é melhor deixar pra uma próxima, é chato eu ficar sozinho com você na sua casa sem seus pais me conhecerem primeiro. Podem não gostar.

- Tudo bem então, não vai faltar oportunidade de vocês se conhecerem, ainda mais agora sabendo que somos vizinhos.

- Verdade. Aliás, eu queria te fazer uma pergunta.

- Pode fazer.

- Que horas você sai pra ir pra escola?

- Umas 06hs45 mais ou menos, por quê?

- Agora eu podia ir com você e voltar também, sei lá, se você não achar ruim.

- Claro que não, na verdade eu ia gostar muito. – diz ficando vermelha.

Daniel dá um sorriso e um beijo no rosto dela que não acredita e fica mais vermelha ainda.

- Amanhã 06hs45 eu passo aqui. Tchau moranguinho. – diz atravessando a rua.

Alice entra em casa abobada. Vai até o quarto e se olha no espelho, o que a faz entender o porquê de Daniel ter a chamado de moranguinho. Não há uma parte sequer em seu rosto que não esteja vermelha.

Ela chega a pensar no mico, mas quando se lembra dele a chamando de moranguinho vê que até não é tão ruim ser tímida.

Ela segue sua rotina de todos os dias. A tarde recebe uma ligação de Larissa perguntando se podia ir a sua casa. Assim que Larissa chega Alice pergunta o que se resolveu com Bernardo e antes que ela responda, toca a campainha. Era o próprio. Ela abre o portão para o amigo que a cumprimenta como de costume. Ao cumprimentar Larissa vem a surpresa; um beijo na boca. Alice fica estática.

- Espera, não vão me dizer que vocês...

Eles fazem que sim com a cabeça.

- Meu que máximo! To muito feliz por vocês, muito mesmo! – com um sorriso enorme.

- Valeu pelo empurrão. – diz Larissa.

- Bem, sei que você ficou feliz pela gente, mas tem algo a mais não tem? Você parece que está flutuando. O que foi? – pergunta Bernardo.

Alice começa toda a história desde a hora que deixou os dois sozinhos na sala de aula até o momento em que virou um “moranguinho”.

- É realmente tenho que tirar o chapéu pra ele, não quis entrar aqui com você sozinha. Duvido que outro cara fizesse isso. – diz Bernardo.

- É, eu também. Mas que fofo, te chamar de moranguinho.

- Pois é, mas o que sei é que agora não vamos mais voltar juntos da escola. – diz Bernardo.

- E por que não Bê?

- Ah Alice, vamos ficar de vela?

- Mas a gente não ta ficando nem nada.

- Por enquanto, não falta muito pra ele pedir, quer apostar? – pergunta o amigo.

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- Vocês acham? – pergunta Alice feliz.

- Li, até apelido carinhoso ele já te deu. Não dou até o fim dessa semana pra vocês ficarem, e olha que hoje é segunda! – diz Larissa.

- Ou pelo menos pra ele pedir. Ainda mais agora, vocês sendo vizinhos. E vai dizer que você não está só esperando por isso? – diz Bernardo com um sorriso cínico.

- Claro que sim né. Mas apesar de tudo eu tenho medo.

- Medo de que? – perguntam Bernardo e Larissa praticamente ao mesmo tempo.

- Sei lá, ele é mais velho três anos, bonito, do time de vôlei da escola, deve ter um monte de menina atrás dele.

- Olha como seu amigo vou ser sincero com você. Nos jogos que vamos, especialmente os fora da escola a mulherada cai em cima mesmo, mas ele é muito na dele. Nunca deu conversa pra nenhuma. Na verdade só vi até hoje ele mostrar interesse em você mesmo, de boa.

- Bernardo, seja sincero comigo. Foi ele mesmo que pediu meu telefone ou você deu umas indiretas pra ele?

- Tudo partiu dele Alice, o interesse todo veio dele, te juro, Você sabe que não minto pra vocês por pior que seja. É sério, ele naquele primeiro jogo quando descobriu que você era minha amiga começou a me fazer perguntas de você. Ele que veio atrás de mim.

- Amiga você tem que se dar uma chance, sempre vou bater nessa tecla até você entender. Não é por que o Guilherme é um trouxa que todo cara que você conhecer tem que ser também. E pelo o que você fala, dá pra ver que o Daniel é diferente.

- Isso é Alice. Deixa rolar pra ver no que vai dar. – diz Bernardo.

- Vocês têm razão, vou fazer isso. Espero que eu tenha o mesmo final feliz de vocês. – diz abraçando os amigos.

- Vai ter sim, temos certeza disso.