Chance (Primeira e Segunda temporada)

(36) / 13. Enquanto a cegonha não vem


Os meses passam e a gravidez de Larissa e Alice tem tirado o sono (literalmente) de Bernardo e Daniel.

Uma noite, quando conseguiram um tempinho para conversar, os dois desabafam um com o outro.

- Quanto tempo esses desejos costumam durar hein? – pergunta Daniel.

- Eu não sei. Quando a Lari estava grávida da Amanda ela não costumava ter tantos desejos assim. Aliás, essa gravidez está sendo completamente diferente da outra.

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– A Alice tem me pedido coisas bem complicadas!

- Tipo o que?

- Ovo frito.

- E ovo frito é complicado Daniel? – pergunta Bernardo de braços cruzados.

- Quando é ovo de codorna sim! Isso porque eu achava o pão com banana estranho!

- A Larissa não tem tido desejos complicados, mas esta enjoada de tudo. Nem perfume estou usando mais, porque ela fica enjoada.

- A Alice enjoava mais no começo, agora até que não. Mas cara, quando olho pra ela, vejo aquela barriga tão redondinha, fico tão besta!

- Eu sei como é Daniel, eu ficava assim com a Amanda e fico assim agora também. Mas se prepara pra quando nascer, aí sim você vai ficar besta mesmo. – diz Bernardo rindo – E no seu caso besta duas vezes.

Daniel sorri quando seu celular toca. Era Alice.

- Oi amor.

- Oi Dan, está na rua?

- Sim, to com Bernardo. Quer alguma coisa?

- Quero sim, to com vontade de comer uma coisa...

Daniel olha para Bernardo e diz sem emitir sons que Alice estava mais uma vez com desejos

- O que você quer que leve pra você dessa vez?

- Sabe aquelas bisnagas de requeijão que vendem no mercado?

- Pão você diz?

- Não Dan, as bisnagas mesmo, iguais aquelas que tem na pizzaria ou nos carrinhos de cachorro quente.

- Ah ta, já sei.

- Então, é isso que eu quero!

- Uma bisnaga de requeijão? – diz Daniel olhando para Bernardo que ri.

- Isso, no mercado tem você vai achar rapidinho.

- Tudo bem, vou procurar por aqui. Quer mais alguma coisa?

- Já que você falou, também to com vontade de comer cereja em calda. Tem no mercado também.

- Ta bom, vou comprar e te levo ta bom?

- Ta, mas não demora...

- Não vou demorar, já estou indo. Beijo.

Daniel desliga o celular e olha para Bernardo.

- Qual o desejo da vez? – pergunta o amigo.

- Uma bisnaga de requeijão e um pote de cereja em calda.

Bernardo ri.

- Vou indo nessa Bernardo, manda um beijo pra Larissa e pra Amanda por mim.

- Também já vou, disse pra Larissa que não ia demorar. O humor dela anda oscilando bastante, então é melhor não abusar.

Os dois se despedem e cada um segue seu caminho.

Daniel passa no mercado e procura as coisas que Alice pediu. Encontrou a cereja com mais facilidade que o requeijão, mas conseguiu encontrar também com a ajuda de um funcionário.

Assim que chega em casa, encontra a esposa sentada no sofá. Assim que vê que ele chegou, Alice vai até ele , ficando na ponta dos pés pare lhe dar um selinho.

- Trouxe? – pergunta com carinha de criança.

Daniel mostra a sacola e lhe entrega. Alice senta no sofá mais uma vez, abrindo a sacola com tanta rapidez que Daniel não entende como ela não a rasgou.

- Era isso mesmo? – pergunta ele.

- Era sim amor, obrigada!

Daniel senta no sofá a frente do que Alice estava e fica observando a mulher, que abria a embalagem do requeijão com os dentes.

- Não quer uma tesoura? – Diz rindo.

- Melhor mesmo né?! – diz rindo também, dando a embalagem para Daniel – Abre pra mim?

Daniel pega uma tesoura na gaveta da estante e abre a embalagem para Alice, lhe entregando em seguida. Ele vê que ela abre a embalagem de vidro que contem as cerejas e faz uma cara estranha.

- Você vai comer os dois juntos? Cereja com requeijão?

Alice sorri acenando positivamente com a cabeça, enquanto aperta a bisnaga de requeijão dentro do pote de cerejas.

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Daniel olha incrédulo para a cena a sua frente, enquanto Alice come com satisfação a sua invenção.

- Nossa, é muito bom isso aqui! – diz ela com a boca cheia – Quer?

- Não, obrigado. – diz Daniel rindo – Isso não vai te fazer mal não?

- Vai nada! Se eu não comesse aí sim, porque os nenéns iam nascer com cara de requeijão e de cereja!

Daniel ri dando um selinho em Alice, que continuava comendo com uma satisfação inigualável.

********************************

- Oi Dinha linda do papai. – diz Bernardo beijando a filha – Cadê a mamãe?

- Lá no quarto. Mas papai, cuidado viu!

- Por quê?

- Ela ta muito chata hoje.

Bernardo ri e vai até o quarto, encontrando Larissa sentada na cama vendo televisão.

- Oi amor. – diz ele ao lhe dar um beijo, mas Larissa o afasta.

- Poxa Bernardo, falei pra você que esse cheiro me enjoa poxa!

- Que cheiro Larissa? Não estou usando mais perfume.

- Nossa, impossível! Então o cheiro disso impregnou em você!

Bernardo cheira a própria roupa e não sente nada.

- Não está cheirando perfume Larissa, esse cheiro deve ser o amaciante que você sempre usou pra lavar roupa.

- Não é não, porque as minhas roupas não estão com esse cheiro?

Bernardo revira os olhos e tira a camisa.

- Pronto Larissa, feliz agora?

Larissa se aproxima dele, mas continua com a mesma cara.

- Desculpa Bernardo, mas não é a roupa é você!

- Eu? – pergunta Bernardo indignado.

- É você sim senhor. Vai tomar um banho se quiser dormir na cama comigo.

Bernardo abre a boca, mas acaba não falando nada. Pega uma calça de moletom e uma toalha e vai até o banheiro, passando antes por Amanda que assistia televisão na sala.

- Dinha, vem cá, cheira o papai – diz ele apontando o pescoço para a filha.

Amanda faz o que o pai pede.

- O papai está com um cheiro ruim?

- Não, por quê?

- Sua mãe disse que estou.

- E você acreditou papai? Eu disse que a mamãe estava chata hoje!

Bernardo ri e vai até o banheiro. Enquanto toma banho esfrega com uma força além do necessário cada parte do corpo. Já tinha visto que o humor de Larissa não estava dos melhores e não queria arranjar confusão.

Após longos minutos no banho para garantir que Larissa não implicaria mais com ele, Bernardo se veste e volta para o quarto, pedindo para Amanda mais uma vez ver se ele estava com algum odor diferente.

- Não está cheirando nada! – diz Amanda.

- Ótimo, assim sua mãe não vai poder falar nada.

Bernardo entra no quarto e vê que Larissa continuava sentada na cama vendo sua novela.

- Pronto dona encrenca, já tomei banho. – diz deitando na cama ao lado dela.

Larissa o olha e faz uma careta.

- Tem certeza?

- Ah não Larissa, pelo amor de Deus! Você quer que eu fique de molho? – diz Bernardo num tom de voz mais alto que o dela.

- Porque está gritando comigo?

- Não estou gritando. – diz em seu tom normal novamente.

- Está sim! – diz Larissa com voz de choro – Você não tem tido a menor paciência comigo ultimamente.

- Eu não tenho tido paciência com você? – pergunta ele com um sorriso nervoso – Eu não uso mais perfume porque você fica enjoada, fiquei quase meia hora no banho pra tirar um cheiro que só você estava sentindo, o que mais você quer de mim Larissa?

Larissa o olha e se derrama em lágrimas em seguida.

- Só quero que você tenha um pouco mais de paciência comigo poxa. Não estou assim porque quero ta? Meus hormônios estão alterados.

- Oh meu Deus! – diz Bernardo a abraçando – Eu sei Lari, mas poxa, não sei mais o que fazer pra agradar você. Sua primeira gravidez não foi assim, então não sei o que fazer.

- Desculpa Bê, desculpa. – diz ela ainda chorando.

- Tudo bem dona encrenca, tudo bem. Mas posso ser sincero?

- Diz...

- Não vejo a hora de o neném nascer, aí você volta ao normal. Se bem que o seu normal não é muito diferente disso...

Larissa ri.

- Seu besta!

Bernardo ri e beija Larissa.

- Posso deitar do seu lado? Ou o meu cheiro ainda te incomoda?

- Incomoda, mas vou fazer um esforço pra aguentar.

- To vendo que hoje vou ter que dormir na sala e ainda por cima sem ter feito nada demais! – diz Bernardo virando os olhos.