Chance (Primeira e Segunda temporada)

(29) / 07. E a vida segue


Alguns meses se passam. Larissa já havia aceitado melhor a situação vivida com a avó. Pouco tempo após sua morte, Estela providenciou toda a papelada que passava definitivamente a casa para o nome de Larissa, além de já ter lhe entregado o colar que Lurdes havia mencionado.

Era um colar simples, mas muito bonito. Sua corrente era fina e dourada e possuía um lindo coração feito em uma pedra de cor azul marinho e cravejado com pequenos brilhantes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Quando Estela entregou o colar para Larissa, explicou que o mesmo havia sido um presente de seu avô para Lurdes e por isso aquela era a única jóia da qual ela não se desfez.

Larissa algumas vezes o ficava admirando e pensando o porquê as coisas tinham que ter acontecido em sua vida como aconteceram.

- Um beijo pelos seus pensamentos.

Larissa se vira ao sentir às mãos de Bernardo a abraçarem pela cintura. O beija e diz no que pensava.

- Apenas estava pensando como minha vida seria se as coisas tivessem sido diferentes, tomado outro rumo sabe? Ter conhecido meus pais, por exemplo.

- Você quer procurar por eles?

- Não. Meu pai sequer deve saber que eu existo e minha mãe me abandonou por vontade própria. Não tenho o porquê querer saber dela.

- Bom, caso mude de idéia, sabe que vou te apoiar no que decidir não é?

- Sei sim. – diz lhe dando um selinho – Já vai trabalhar?

- Vou sim, passei aqui pra dar tchau.

Bernardo agora trabalhava em uma escola particular e tinha um bom salário, aliás, foi com ele que conseguiu iniciar uma reforma na casa de Lurdes, que agora era de Larissa e na qual já moravam.

- Você vai ficar bem né?

- Claro que vou Bê, porque a pergunta?

- Não queria que você ficasse sozinha em casa.

- Ta tudo bem seu bobo, é até bom, porque ainda tenho umas coisas pra arrumar aqui e sem você e a Amanda em casa fica muito mais fácil. Vocês dois são bagunceiros demais!

- Somos nada! – diz cinicamente – Agora tenho que ir dona encrenca, até mais tarde.

Bernardo se despede de Larissa e vai trabalhar.

Ela olha em volta e vê como a casa está diferente. Não apenas pela reforma, mas agora Larissa consegue ver muito mais que uma casa ali. Agora ela vê um lar.

Enquanto Larissa faz a arrumação e sente-se bem com sua vida de dona de casa, Alice se arruma para mais um dia de trabalho no escritório.

Todos os dias Daniel a levava para o trabalho. Ele por sua vez havia feito um estúdio em casa e na grande maioria trabalhava por lá mesmo. Havia se formado em música e era um produtor musical muito competente.

Ele estava sentado no sofá enquanto esperava dar a hora para levar Alice.

- Dan, pode me levar um pouco mais cedo hoje?

- Sei que você gosta de trabalhar, mas pra que ir tão cedo?

- Vou mais cedo pra sair mais cedo. Tenho médico hoje.

- Médico? – pergunta Daniel sem entender – Por acaso você está doente?

- Claro que não, só se vai ao médico quando se está doente é? Vou ao ginecologista fazer uns exames, coisas de rotina.

- Entre esses exames por acaso está incluso em teste de gravidez? – pergunta esperançoso.

Alice vai até ele e senta no seu colo.

- Não dessa vez. Não tem nem uma semana que desceu pra mim...

- Não consegui de novo. – diz triste.

- Não fala assim Dan. Lembra o que conversamos? Sem planejar, mas também sem evitar, deixar acontecer.

- Eu sei moranguinho, mas acho essa casa tão grande só pra gente.

- Vai ser por pouco tempo, você vai ver. Na hora certa Deus vai nos dar um bebezinho.

Daniel abraça Alice e lhe dá um beijo.

- Pelo menos agora você parece estar aceitando melhor o fato de ser mãe.

- Estou, até porque sei que você vai me ajudar. Ou por acaso pensou que só eu vou levantar a noite e perder horas de sono?

- Lógico que vou te ajudar, você não vai fazer sozinha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Você é o homem perfeito sabia? Amo você.

- Só sou perfeito se você estiver do meu lado. Te amo Alice, minha moranguinho linda.

Eles se beijam, mas logo Alice sai do colo de Daniel.

- Agora não Dan, tenho que trabalhar.

- Você é muito má quando quer sabia?

- Não seja manhoso. A noite eu compenso você...

- Vou cobrar...

- Não vai precisar. – diz dando um selinho em Daniel. – Agora vamos, preciso ir.

- Certo, vou pegar as chaves do carro e já estou indo.

Daniel deixa Alice no trabalho e volta para casa. Não era por seu estúdio ser em casa que ele não tinha trabalho a fazer, pelo contrário.

Ele passa todo o dia dentro do estúdio, saindo apenas para comer e mesmo assim apenas quando não consegue mais agüentar. Daniel é muito perfeccionista, por isso não descansa até ter terminado o trabalho do jeito que deseja.

O tempo passa e ele sequer nota.

Estica o corpo da cadeira que está e fecha os olhos por alguns minutos, os abrindo apenas quando escuta alguém chamar por seu nome. Ao olhar para a porta do estúdio, vê Alice lá, o olhando de uma maneira singela, como se esperasse por sua permissão para entrar.

- Já chegou? Pensei que ia me ligar pra eu te buscar no médico. – diz fazendo um gesto para que Alice fosse até ele.

- Pensei em ligar, mas imaginei que você fosse estar ocupado aqui, não quis atrapalhar. – diz sentando no colo dele.

- Por mais trabalho que eu tenha, por você eu largo tudo, sabe disso não sabe? – diz passando as mãos pela cintura dela.

- Sei? – diz com os olhos semi cerrados.

- Engraçadinha. – diz lhe dando um selinho. – e aí, tudo certo no médico?

- Tudo. Foram apenas exames de rotina. E você, tudo bem por aqui? Almoçou?

- Tudo em ordem, comi um lanche.

- Lanche Daniel? Assim vai ficar doente!

- Adoro quando você fica brava comigo sabia?

- Não devia adorar não, porque estou falando sério. Poxa amor, você precisa almoçar de verdade, lanche todos os dias faz mal.

- Ta bom Alice, prometo que amanhã eu vou almoçar comida ta bom?

- Só quero ver... Aliás, estou morrendo de fome. Vamos jantar?

- Jantar? Tinha pensado em outra coisa... – diz a apertando contra seu corpo.

- Imagino bem o que seja... – diz rindo.

- Então...

- Depois de jantar Dan, to com fome, sério mesmo... – diz com um biquinho.

- Você é má. Muito má! – diz a tirando de seu colo e levantando em seguida. – Vem, vamos jantar.

Daniel vai à frente, porém para ao ouvir Alice lhe chamar.

- Dan, to aqui pensando numa coisa... – diz olhando em sua volta.

- Que coisa?

- Nós nunca ficamos aqui, no seu estúdio.

- Você diz ficar no sentido que estou pensando? – diz com uma sobrancelha erguida.

- Isso mesmo. E sabe, eu estou com pouca fome...

- Ah é? – diz Daniel se aproximando dela – O que sugere então?

- O que você acha de brincarmos um pouquinho, até a fome aumentar hein?

Daniel chega mais perto de Alice e a pega pela cintura, a colocando sentada próxima à mesa de som.

- Parece interessante, se bem que to com fome desde hoje de manhã sabe?

- Ah é? – diz com seu sorriso meigo e corando em seguida.

- É. E vendo você assim, vermelhinha, fiquei com mais fome ainda.

Daniel beija Alice que envolve seu pescoço com os braços.

- Aqui mesmo? – pergunta ele ainda incrédulo.

- Aqui mesmo. – diz ela com seu sorriso tímido, porém convidativo.

- Como quiser então. – diz sorrindo enquanto toma os lábios de Alice com voracidade, o que a faz retribuir no mesmo instante.

Enquanto Alice e Daniel aproveitavam a vida de casados de uma maneira bem interessante, Larissa e Bernardo jantavam com a filha.

Bernardo sempre fazia questão de que todos jantassem sentados a mesa. Aprendeu isso com o pai e ensinaria a sua filha também.

Enquanto o mesmo via um desenho que Amanda havia feito na escola, Larissa serve o jantar. Strogonoff.

- Que cheirinho bom! – diz Amanda com os olhos fechados, apreciando o aroma da comida da mãe.

- Nossa, tem tanto tempo que não como strogonoff. – Diz Bernardo.

- Eu sei, por isso fiz hoje. Imaginei que você estivesse com saudades.

- Imaginou certo!

Larissa sorri servindo o marido e a filha. Em seguida faz seu prato.

Enquanto jantavam falavam de como foi o dia de cada um. Amanda contava o que fizera na escola e Bernardo a ouvia atentamente. Larissa olhava para o marido e a filha admirada. Apesar de ter passado por momentos complicados, não tinha dúvidas de que Deus a abençoou e muito com a família que lhe dera.

Após o jantar ficam um tempo assistindo televisão, até que Larissa diz para a filha que já estava na hora de dormir.

- Ah mãe, só mais um pouquinho vai! – diz Amanda com um bico.

- Não senhora, sexta eu deixo, mas hoje não. Tem aula amanhã esqueceu? Dá um beijo no papai e já pra cama. – diz Larissa.

Amanda beija Bernardo e segue com Larissa até o quarto. Por alguns minutos Bernardo fica passando por todos os canais da televisão, até que resolve deixar em um canal qualquer. Enquanto acompanha as notícias do tele jornal, sente Larissa chegar e se sentar ao seu lado.

- Dormiu já? – pergunta ele.

- Ela briga com o sono, mas sempre perde. – diz Larissa rindo – Vou lavar a louça, já volto. – diz dando um selinho em Bernardo e saindo.

Enquanto lava um prato, Larissa se perde em pensamentos. Ainda não conseguia acreditar que agora estava em sua casa, sua e de Bernardo, como sempre quis.

Sem ser notado por ela, Bernardo a olhava encostado a porta da cozinha. Lembra-se de quando ficaram a primeira vez, de quando tiveram o descuido que originou a Amanda, mas sabe que apesar de tudo, aquele foi o melhor descuido da sua vida. Sorri e sorrateiramente se aproxima de Larissa que não percebe nada.

Ela está enxaguando um copo quando sente duas mãos a enlaçarem pela cintura.

- Aí Bê, que susto!

- To te olhando faz tempo e você nem percebeu.

- Estava desligada. – diz colocando o copo no escorredor e secando as mãos.

- Ainda está? – diz a virando de frente pra ele.

- Acho que não.

Bernardo sorri e a beija. Larissa coloca suas mãos por debaixo da camiseta dele, mas se esquece que havia acabado de lavar a louça.

- Cacete Lari, que mão gelada!

- Desculpa, não fiz por mal.

- Ah não? Mas eu vou fazer uma coisa por mal...

Bernardo pega o frasco de detergente e joga em Larissa.

- Ah Bê, sacanagem hein! Sujou minha blusa todinha!

- Só tirar ué! – diz com um sorriso cínico.

- Aonde você quer chegar hein? – pergunta com uma sobrancelha erguida.

- Lá no quarto. – diz puxando Larissa pela camiseta e a pegando no colo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Você não presta sabia? – diz ela mordendo o lóbulo da orelha de Bernardo.

- Mas bem que você gosta né? – diz a beijando enquanto entram no quarto.

\"\"