A Princesa E O Cavaleiro

Capítulo Quatro – Um alerta


Quando a princesa abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi ele, fitando-a seriamente enquanto bebia limonada. Ele é tão amargo quanto o limão, ela pensara. Logo, tentou ignorá-lo, procurando a prima, que estava deitada ao seu lado, encostada num canto, na parede da ruína, com a queridinha enrolada no seu braço, ambas dormindo. Arianne também viu que a cabeça e o corpo do homem não estavam mais lá. Isso é bom. A
princesa ficou aliviada.

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-Ela pegou no sono tem muito tempo? - Arianne perguntou sonolenta sobre a prima ao cavaleiro.

-Ela domiu logo após você, eu dormi, acordei, você acordou, e ela ainda está ali, dormindo como uma pedra. Está ai uma coisa que eu não sabia das Serpentes. - ele falou normalmente, sem nenhum tom de provocação. - Tem frio? - ele percebeu que a princesa tentava inutilmente se aquecer passando uma mão na outra, e antes que ela respondesse, ele foi acender uma fogueira.

-Já está de noite, não é melhor irmos? - ela bocejou.

-Você ainda está morrendo de sono, sua prima está dormindo, tem certeza de que já quer partir?

Ele falou direito com ela, mas ela se acostumou com o jeito arrogante dele, assim, via arrogância em todas as suas palavras. Com isso, ela ignorou o esforço dele em acender uma fogueira para ela, e mesmo com tanto sono, ela subiu as escadas da ruína, para ver se o céu
realmente estava estrelado. Conforme ia subindo, sentia um forte vento passar por seu rosto, para dançar com seus cabelos.

Ela começou a caminhar ao redor da ruína. Tyene está segura. Estrelha Negra pode ser um grosso repugnante e atraente, mas não nos mataria. Não quem ele salvou, não as filhas do Sol, refletiu Arianne, até sentir o cavaleiro atrás de si.

-Anda me seguindo sor Dayne? - ela o provocou.

-Estive pensando: o que levaria uma princesa a fugir de todo o seu conforto e ir para a Campina?! Quer se deitar em campos com...flores, princesa? - ele sorriu malisiosamente. - Achei que gostasse das víboras de nossa região. - dessa vez, ele não cuspiu veneno, mas sim malícia. Ele é esperto demais, pensou a filha do Sol, cerrando os olhos, quando a vontade que ela tinha era de lhe dar um tapa que lhe marcasse o rosto.

-As víboras da região andam banhadas em sangue, Dayne. - ela quis provocar-lhe a ira, mas ele apenas riu.

-Sabe, senhora, eu posso ser perigoso e venenoso como uma víbora, mas não ser uma.

-Então o que você é? O que você pretende nessa viagem? Boas companhias? - ela estava irritada.

-Se eu quisesse boas companhias estaria com putas. - no impulso, ela levantou a mão para dar-lhe um tapa, mas ele era mais rápido e mais forte. - Você não vai querer fazer isso, isso não. - ele a ameaçou segurando sua mão.

A princesa se libertou da mão dele. E ficou vagando, pensativa.

-Eu fiz uma fogueira pra você. - ele lembrou-lhe. - Por que é que não se aquece? - com raiva, ela virou para ele e respondeu:

-Porque eu resolvi pegar gosto pelo frio, para ir pro Norte e me deitar na Mata dos Lobos com os Starks. - ela sorriu e resolveu entrar. Agora foi a vez dela deixá-lo sozinho e incrédulo.

Ainda nos muros da ruína, ele conseguiu alcançá-la a passos largos. A pegou pelo braço.

-É com um Tyrell que pretende ficar, é isso? - ele questionou.

-Não! - ela mentiu tentando se libertar.

-Tem certeza, senhora?

-Tenho! - ela se libertou, mas pegando-a de novo ele disse:

-Abra os olhos, princesa! Os Tyrell são muito parecidos com os Lannister. Não queira isso para você. E, se é isso que está querendo, desista. Eu não entregarei e nem deixarei a minha princesa nas mãos daquelas flores carnívoras. - seus olhos estava fixos nos dela.

-Todas as flores se curvam ao sol, diz o meu tio. - ela respondeu. - Eu não farei isso que você teme. - ela mentiu sem encará-lo nos olhos.

Ele a soltou lentamente, desconfiado, incerto. Quando eles chegaram à parte mais funda da ruína, Tyene estava deitada ao lado da fogueira.

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-Obrigada pelo calor! Rolei pra cá assim que o senti. - ela brincou. - Qual foi o sensato? Foi você não foi, sor? Arianne não tem mãos para o trabalho, são delicadas. O que não significa que não teria, se fosse preciso. - e piscou para a prima, brincando para que o clima de gelo
entre os três derretesse, e ficasse tão quente quanto a fogueira que ali foi
acesa. - Já cuidou de seus ferimentos, Dayne?

-Importa?

-Eu não acredito! - Arianne estava surpresa, assim pegou no braço dele pra confirmar o pensamento. -Isso, isso...está...grotesco! - e então sentiu o cheiro do machucado. - Deixe-me...

-Acabe logo com isso. - foi o jeito dele aceitar a ajuda.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.