Começo a suar frio. A morte de Vivian me trás más lembranças.

“Eu estava caçando um coelho, para comemorar nossa vitória no ágape. Iríamos comemorar a morte de Katniss, uma ameaça para nossa vitória. Nunca quisemos admitir isso para as câmeras, mas eu e Clove sempre soubemos disso. Mesmo no silêncio.

Sim, Clove havia me deixado triste, ela estava irritada, pois eu havia supostamente dito que estava com saudades de Glimmer. O que era uma mentira. Mas Clove, ir no ágape, para dar um show para o público por mim? Isso era praticamente uma declaração de amor, o que Clove simplesmente não fazia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O coelho seria uma surpresa para ela. Eu havia colhido umas frutas e plantas, que eu havia reconhecido na floresta.

Após a morte de Katniss, eu mataria Thresh, a natureza cuidaria de Peeta e acharíamos a garota do 5 e a mataríamos.

Mas foi aí que a coisa deu errado.

Foi só eu ouvir seu grito, longe demais, que eu larguei o coelho. Eu estava correndo, mas minha lança caiu. O que me atrasou, pois não poderia chegar lá desarmado. Peguei a minha lança novamente.

–Cato! –seu grito desesperado estava mais perto. Consegui chegar na Cornucópia, e vi Clove no chão, com Thresh em sua frente segurando uma enorme pedra. Um golpe, e minha pequena iria embora. –Cato!

Joguei minha mochila no chão, para diminuir o peso, e corri o mais rápido que pude. Thresh ia golpear Clove, quando jogo minha lança em suas costas. A lança atravessa sua barriga. A pedra cai na perna de Clove, e ela se afasta de Thresh, agora caído no chão, morto.”

A sensação de desespero por estar perdendo algo. Só que a sensação que Chris está sentindo é mil vezes pior.

Tento me acalmar. Volto a assistir a TV. Chris chorava ao lado do corpo sem vida de Vivian. James tentava conversar com Chris.

Pego um papel, uma caneta e escrevo:

“Não fique assim. Ela morreu para te salvar. Honre-a.”

Converso com os patrocinadores de Chris, que me entendem e me ajudam a comprar uma cesta com pãezinhos do nosso distrito. Coloco o bilhete na cesta, entrego para o Pacificador que cuida disso, e alguns minutos depois, na TV, aparece o paraquedas prateado descendo ao lado de Christopher.

Ele olha para o paraquedas, abre, pega o bilhete e o lê. Ele para, pensa, deixa a cesta ali onde estava e volta para a sua barraca.

A Capital ainda mostrava Vivian morta, com o aerodeslizador indo pegar ela. O problema é que a personalidade de Vivian me lembra muito Clove.

Saio apressadamente da sala e vou para o meu andar. Vou direto para o antigo quarto de Clove. Vasculho as gavetas do quarto. Do armário, estavam vazias. Vou para a mesa de cabeceira. Do lado esquerdo, nada. Abro a primeira gaveta da cabeceira do lado direito, e encontro uma caixa preta. Abro a caixa.

Um pedaço de cabelo cor de ouro estava na caixa. Glimmer. Clove GUARDOU o cabelo. Sério, que nojo. Sei que é de Glimmer, por causa da cor, e porque eu descobri que Clove tinha cortado seu cabelo. A Capital não vasculha as gavetas?

Abro a gaveta de baixo. Uma caixinha pequena, de vermelho sangue. Pego a caixa, e cuidadosamente, a abro.

Um cordão dourado com um pingente de uma faca e uma lança dourada. Eu me lembro desse dia.

“Era Primavera. Eu tinha apenas oito anos, e Clove, seis. Era aniversário de um ano de nossa amizade. Estávamos caminhando pela floresta, como era de costume, e resolvi fazer uma surpresa para ela. Resolvi levá-la até o centro da floresta. Mandei-a fechar os olhos. Os tapei e a guiei até o lugar. As árvores tinham as folhas rosas. O lago, com água cristalina, cheio de peixes. Folhas da árvore estavam espalhadas pelo chão. As flores cresciam. Destapei os olhos de Clove.

–Pode abrir. –sussurro.

Clove havia ficado maravilhada com a beleza do lugar.

–É tão... Lindo! –Clove dizia sorrindo.

Igual a você - pensei. Um ano de amizade e já havia me apaixonado. Ficamos conversando, quando resolvi que era hora.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Clove... –a fiz sentar na grama, de baixo da árvore com folhas rosas. –Tenho algo para te dar. –Ela sorriu timidamente. Suas covinhas apareceram. Tirei uma caixinha, vermelho sangue do bolso, e a entreguei. Ela abriu a caixa animada, e ao ver o cordão, ela disse:

–Como...?

–Feliz aniversário de um ano de amizade! –digo sorrindo.

–Você se lembrou! –ela diz sorrindo. –É lindo! Obrigada! –ela então me deu um beijo na bochecha. O melhor presente que eu podia ganhar.”

Clove simplesmente, com medo de perder o cordão na arena, esqueceu-o aqui? É claro, depois dos Jogos, ela foi direto para o aerodeslizador e não voltou mais para cá.

Guardo a caixinha no bolso. Vou até a sala. Resolvo não descer mais, e o telefone toca.

Cato, esses jogos têm que acabar logo! –Clove dizia.

–Eu sei. –digo sério. –Mas não é falando que ele vai acabar.

Ficamos conversando até ficar de noite. Cansado, desligo o telefone, tomo um banho, como o jantar e vou dormir.

* * *

Acordo com o despertador. Levanto ainda sonolento, tomo um banho, troco de roupa e tomo o café.

Vou para a sala. Então percebo. Só faltam nove participantes. Só faltam mais oito morrer e então, Chris vence.

Ligo a TV, e vejo a arena.

Grama verde. Árvores vivas. Borboletas e pássaros voavam sobre a Cornucópia.

Então, descubro o segredo da arena.

Os primeiros dois dias, era um calor infernal. Depois, mais dois dias, era neve. E agora, flores e árvores mais vivas do que nunca?

Verão, Inverno e Primavera.

A arena é movida por quatro estações. Cada uma com um evento especial.

Escorpiões, lagartos e lula gigantes. Verão. Urso polar, difícil de matar, possui uma “armadura” como pêlo, cobras venenosas e um frio de congelar. Inverno. E na Primavera?

Aparências enganam. Na Primavera, a arena é um veneno.