Minha filha vem correndo até a mim sorrindo, deixando aparecer a janelinha do dente da frente dela. Ela corria de braços abertos e sua mochila balançava em suas costas. Ela chega até a mim e a pego. Tiro sua mochila e coloco no meu ombro. Fico a segurando no meu braço esquerdo.

Logo, um menino de cabelo preto e olho azul e um de cabelo preto e olho escuro saem do mesmo portão que minha filha saiu. Meus dois filhos. Eles me cumprimentam e saímos da escola.

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Após a curta caminhada, chegamos em casa. Coloco Clarisse no chão e dou a mochila para ela.

Clarisse sobe a escada correndo e a voz de Clove soa longe.

–Não suba correndo!

–Desculpe, mamãe! –Clarisse diz.

Clove sai da cozinha com uma panela e põe na mesa.

–Semana que vem, já sabe né. Vai começar tudo de novo. –ela diz séria.

–Sei. Já escolheram quem vai ser o mentor? –pergunto

–Já. Você, ano passado foi eu.

Nesse momento, Clarisse chega correndo e diz:

–Estão falando sobre os Jogos? Hoje a minha professora me explicou como funciona os Jogos!

Evitamos falar sobre os Jogos Vorazes com Clarisse porque ela só tem seis anos, e pode assustar ela. Mas a sua reação não é medo.

–É mesmo? E o que ela te explicou? –Clove pergunta

–Ela disse que os Jogos foram criados para manter a paz em Panem! E que todos os anos, dois jovens são escolhidos para irem para a arena, e que nós temos que treinar para vencer! Mamãe, eu quero treinar! –ela responde, entusiasmada.

Aposto que a professora não explicou que ela pode morrer lá.

–Quer treinar? –Clove pergunta. Clarisse afirma com a cabeça. –Hoje eu te levo para o treinamento junto com os seus irmãos, irei te matricular e você vai apenas observar os seus irmãos, para começar no outro dia. Tudo bem?

Clarisse parece desanimar, mas por fim, ela aceita. Clove serve o almoço e nos sentamos para comer. Observo Christopher e vejo que ele está tenso. Acabamos de comer, recolho a louça e levo para a cozinha. Clarisse e Lucca foram fazer o dever e Christopher foi lavar a louça.

Ando até a cozinha e o encontro. Pergunto se está tudo bem, e ele responde que sim, mas continua tenso.

–O que houve? –pergunto.

Ele suspira e por fim, diz.

–E se eu for escolhido? Vai ser minha primeira Colheita!

Paro e penso. Eu não havia pensado nisso.